terça-feira, 13 de novembro de 2007

BENTO XVI
1º ANIVERSÁRIO DE PONTIFICADO


19 de Abril de 2005.
Às 16h50 sai fumo branco da chaminé da Capela Sistina em Roma. 15 minutos depois, tocam os sinos e, às 17h45, o anúncio esperado: “Habemus papam!” Joseph Ratzinger, aos 78 anos, torna-se o papa Bento XVI.

UM SONHO
TORNADO REALIDADE

É alemão, mas fala correctamente outras línguas. É um apaixonado pelo piano. Em criança, quis ser pintor, mas depressa deseja outro caminho: ser cardeal. Um sonho que, aos 24 anos, começa a concretizar-se com a sua ordenação sacerdotal - juntamente com Georg, seu irmão mais velho - sendo nomeado cardeal aos 50, antes de se tornar o sucessor de João Paulo II.

Mas quem é este homem escolhido para dar rumo à Igreja Católica?
Joseph Ratzinger nasceu a 16 de Abril de 1927 na Baviera, região do sul da Alemanha, na cidade de Marktl am Inn. É filho de uma dona de casa e de um polícia que acabará por abandonar as suas funções em razão das suas ideias antinazis. Joseph cresceu junto dos seus dois irmãos, Maria e Georg no seio de uma família profundamente crente.
Aos 12 anos, decide entrar para o seminário, precisamente no ano em que começou a II Guerra Mundial, 1939.

OS ANOS DA GUERRA

O sistema de ensino, então vigente, obriga-o a integrar a Juventude Hitleriana.
Tal como toda a sua geração, o jovem Ratzinger sofre as consequências da guerra. Aos 16 anos é chamado a servir o destacamento antiaéreo Flak e, mais tarde, a infantaria alemã, de onde desertará na Primavera de 1945. Joseph acaba por ser capturado e detido num campo de prisioneiros de guerra, durante alguns meses.
Finalmente livre, prossegue os estudos, dedicando-se à Filosofia e Teologia, disciplinas das quais se tornará professor anos mais tarde. É inteligente, culto e com uma personalidade forte. Bem depressa as suas capacidades são reconhecidas, levando-o ao Vaticano.

DEUS É AMOR

Bento XVI, na sua primeira encíclica, optou por centrar-se na mensagem central do Evangelho, recordando-nos assim que o cristianismo é a religião da caridade. Recorda-nos o exemplo de Cristo que, ao entrar na nossa história nos amou, entregando-se por nós.
Segundo ele, “o amor não é só um sentimento”. É resposta que exige a nossa inteligência e vontade.
Por outras palavras, o amor deve ser o programa de todo o cristão.

“Estou disponível para as tarefas que o Senhor quiser pôr sobre os meus ombros”.

“Com a alegria de Cristo ressuscitado, confio no Seu apoio constante”.


Para saber +:
http://www.vatican.va/
MENSAGEM DE BENTO XVI PARA O 43º DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES
"A VOCAÇÃO NO MISTÉRIO DA IGREJA"

“Ele nos escolheu em Cristo antes de criar o mundo” (cf. Ef 1, 3-5). Filhos queridos por Deus, somos, por Ele, chamados a transformar a humanidade como o fermento leveda a massa. Para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações (7 de Maio), Bento XVI recorda-nos a missão que todos temos de descobrir, assumir e viver a nossa vocação, em Igreja e para a Igreja.
Eis algumas passagens dessa mensagem...


Para responder ao chamamento de Deus e pôr-se a caminho, não é necessário que sejamos já perfeitos. Sabemos que o reconhecimento do próprio pecado fez com que o filho pródigo retornasse e experimentasse a alegria da reconciliação com o Pai. A fragilidade e os limites humanos não são um obstáculo, mas contribuem para reconhecermos a necessidade da graça redentora de Cristo. Essa é a experiência de São Paulo que confessava: “Prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que pouse sobre mim a força de Cristo” (2 Cor. 12: 9). No mistério da Igreja, Corpo Místico de Cristo, o poder divino do amor muda o coração do homem, dando-lhe a capacidade de comunicar o amor de Deus aos irmãos. Durante tantos séculos, muitos homens e mulheres, transformados pelo amor divino, consagraram a sua existência à causa do Reino. Nas margens do mar da Galileia, muitos deixaram-se conquistar por Jesus: procuravam à cura do corpo ou do espírito e foram tocados pelo poder de sua graça. Outros foram escolhidos pessoalmente por Ele mesmo e tornaram-se seus apóstolos. Encontramos também outras pessoas, como Maria Madalena e outras mulheres, que O seguiram de livre e espontânea vontade, simplesmente por amor e, do mesmo modo que o discípulo João, tiveram um lugar especial em seu coração. Esses homens e essas mulheres, que conheceram o mistério do amor do Pai através de Cristo, representam à multiplicidade das vocações que sempre existiram na Igreja. Maria, Mãe de Jesus, directamente associada, na sua peregrinação de fé, ao mistério da encarnação e da redenção, é o modelo daqueles que são chamados a testemunhar, de modo particular, o amor de Deus. (…).
A Igreja é santa mesmo se os seus membros necessitem de purificação para que a santidade, dom de Deus, possa resplandecer neles até ao seu pleno fulgor. (...). No quadro deste chamamento universal, Cristo, Sumo Sacerdote, na sua solicitude pela Igreja, chama, portanto, em cada geração, diversas pessoas para cuidar do seu povo. Em particular, chama ao ministério sacerdotal homens que exerçam uma função paterna, cuja fonte reside na mesma paternidade de Deus (cfr Ef 3,14). A missão do sacerdote na Igreja é insubstituível. Portanto, mesmo se, em certos lugares, há escassez de sacerdotes, não se deve ter menos certeza de que Cristo ainda continue a chamar homens, que como os Apóstolos, abandonando todas as outras tarefas, se dediquem totalmente à celebração dos santos mistérios, à pregação do Evangelho e ao ministério pastoral. (…)
Outra vocação especial que ocupa um lugar de honra na Igreja é o chamamento à vida consagrada. Sob o exemplo de Maria de Betânia que “ficou sentada aos pés de Jesus, escutando-lhe a sua palavra” (Luc 10, 39), muitos homens e muitas mulheres consagram-se a um seguimento total e exclusivo de Cristo. Embora estas pessoas desenvolvam vários serviços no campo da formação humana e no cuidado dos pobres, no ensino ou na assistência aos doentes, não julgam tais acções como o objectivo principal de sua vida. De fato, o Código do Direito Canónico sublinha que “a contemplação das coisas divinas e a união assídua com Deus na oração seja o primeiro e o principal dever de todos os religiosos”.
Relembrados da recomendação de Jesus: “A messe é grande, mas poucos são os operários! Orai para que o dono da messe mande operários à sua messe!”(Mt 9,37), advertimos vivamente para a necessidade de rezar pelas vocações ao sacerdócio e à vida consagrada...

Ó Pai, fazei com que surjam, entre os cristãos,
numerosas e santas vocações ao sacerdócio,
que mantenham viva a fé
e conservem a grata memória
do vosso Filho Jesus
pela pregação da sua palavra e pela administração dos sacramentos com os quais renovais continuamente os vossos fiéis.
Dai-nos santos ministros
do vosso altar,
que sejam atentos e fervorosos guardiães da Eucaristia,
o sacramento
do supremo dom de Cristo
para a redenção do mundo.
Chamai ministros
da vossa misericórdia,
os quais, através do
sacramento da Reconciliação,
difundam a alegria
do vosso perdão.
Fazei, ó Pai, que a Igreja
acolha com alegria
as numerosas inspirações do Espírito do vosso Filho e, dóceis aos seus ensinamentos,
cuide das vocações
ao ministério sacerdotal
e à vida consagrada.
Ajudai os Bispos,
os sacerdotes, os diáconos,
as pessoas consagradas e todos os baptizados em Cristo para que cumpram fielmente
a sua missão
no serviço do Evangelho.
Nós Vos pedimos por Cristo, nosso Senhor.
Ámen.
Maria, Rainha dos Apóstolos, rogai por nós.


Vaticano, 5 de Março de 2006
Bento XVI

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