terça-feira, 13 de novembro de 2007

BEM AMAR (II)

“NAMORO” EM REDE…

Navegando tranquilamente pela Net, escrevi a palavra “namoro”. Surgiram no ecrã vários convites a inscrever-me em sites para conhecer “novos amigos” , para “encontrar o par ideal”, para “sexo” e até encontrei um lugar onde podia promover o namoro para o meu cachorro. A lista de oportunidades abertas pela palavra “namoro” era enorme. No entanto, não consegui encontrar nela, nada que se parecesse com o namoro em que acredito. Em primeiro lugar, conhecer novos amigos é muito agradável mas, a amizade constrói-se aos poucos, com base na generosidade, estima recíproca e compreensão. Não é, portanto, algo que se encontra já feito mas que vai surgindo e se vai consolidando. Por outro lado, a relação de amizade é diferente da de namoro, e, embora a primeira possa, em alguns casos, conduzir à segunda ,não são, de facto, sinónimas.
Se tu, que estás a ler, pensas que a tua vida gira à volta do teu amigo ou amiga; se te é difícil dar um sentido a tudo quanto fazes sozinho, pois os teus pensamentos estão constantemente centrados no teu amigo / tua amiga; se sentes permanentemente falta da presença do teu amigo /amiga; se tens uma vontade enorme de saber o que é que o teu amigo / amiga pensa sobre ti e sobre o amor…, então podes estar enamorado e a confundir amizade com outra coisa… Talvez o que sentes possa transformar-se numa profunda relação de partilha: o namoro.

Voltando às possibilidades abertas na net…, o “par ideal” não existe já moldado à nossa medida: a relação de namoro constrói-se com base no conhecimento e crescimento mútuos. A ninguém podemos atribuir o rótulo de “par ideal”. Se o fizermos, partimos do princípio que essa pessoa é estática, que o seu amor não pode aumentar durante o namoro, que essa pessoa está já feita à nossa medida e que, por isso, nós não precisamos de fazer nada para lhe agradar, nem temos que a aceitar na sua diferença, na sua individualidade.

O namoro e seus desafios
Uma relação de namoro implica amor. Ora o verdadeiro amor é dedicação ao outro para bem dele; é saber respeitar a sua personalidade e liberdade, é ser capaz de dar o primeiro passo para resolver uma zanga; é aceitar um pedido de desculpas com um sorriso e não com um amuo ou com aquele ar de “eu bem te disse!”. Nada disto vem incluído no “par ideal”; todo este caminho se faz caminhando.
Quanto ao “convívio”, este faz parte do namoro, pois é preciso conviver para que haja cada vez uma maior aproximação entre os namorados. No entanto, dizer que namoro e “convívio” são sinónimos é bastante redutor.
O namoro associado a “sexo” faz-me pensar numa conhecida e actual publicidade a uma marca de preservativos cujo mote é algo como “amar é adaptares-te completamente”. O que estas palavras sugerem é claramente mostrado nas imagens que as acompanham: um rapaz e uma rapariga, jovens, que se preparam para uma relação sexual. Será que estes dois jovens representam a generalidade das relações de namoro na actualidade? Esta questão levou-me a usar de novo o teclado do PC para, desta vez, escrever a palavra “jovens”. Bastou-me abrir duas ou três páginas para perceber que há jovens que procuram viver toda a sua vida de acordo com a vontade de Deus. Alguns mudaram radicalmente para responderem ao apelo que Deus lhes fez, em determinada altura das suas vidas. E o que é que Deus pede aos jovens namorados? Pede-lhes a escolha consciente de gestos de ternura que não ultrapassem os limites da castidade. Diz-me a experiência que esta é uma tarefa difícil. A oração pessoal e a dois é um meio para conseguir junto de Deus a força necessária para resistir aos impulsos da natureza humana.
A castidade é uma prova de amor: “amo-te tanto que quero guardar o dom total de mim até ao casamento e confio em ti para me ajudares a fazê-lo!”.
E, da próxima vez que quiser saber mais sobre o namoro, enviarei a Deus um mail em forma de oração: Senhor, ensina-me a amar!

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