segunda-feira, 28 de junho de 2010

"SER SERVO E LUZ", novos sacerdotes na diocese (parte I)


Chama-se Luís Miguel Pardal Freire. A partir de ontem passará a ser mais conhecido por Padre Luís. Este natural de Vila do Carvalho e pertencente à comunidade cristã de S. Vicente de Paulo de Cantar Galo realizou, aos 30 anos, o sonho de corresponder ao chamamento de Deus: ser ordenado sacerdote ao serviço da Igreja diocesana.

Ao longo deste ano viveu o estágio pastoral nas paróquias de Aldeias, Mangualde da Serra, Moimenta da Serra, Paços da Serra, Santa Marinha e Comunidade de Eirô (entre Gouveia e Seia).

Mas, para chegar a este dia, um longo percurso de descoberta vocacional foi necessário. Esse caminho não é linear. O agora padre Luís assim no-lo recorda: “A descoberta de nós próprios, por vezes, também nos engana e nos faz seguir por caminhos que, à primeira vista nos parecem os que nos conduzirão à felicidade… Foi mais ou menos o que aconteceu comigo. Apesar de na minha adolescência ter sido desafiado por um antigo pároco, para abraçar uma vocação de consagração, tentei afastar do meu mapa esse itinerário… Mas, depois de muitas curvas e algumas contra-curvas, lá me decidi a aceitar o convite de Jesus e lançar-me na aventura de O seguir. Foi durante o 3º ano da minha Licenciatura em Língua e Cultura Portuguesas que ponderei muito seriamente o meu ingresso no Seminário, no ano de 2004, quando terminei o meu curso e a profissionalização.

Ficaram para trás as letras… porque à minha frente se desenhava a verdadeira PALAVRA!"

Naturalmente, nesse percurso houve factos ou pessoas que tiveram um papel importante. Perguntámos ao Luís Miguel quais? "Isto levar-nos-ia a percorrer 30 anos de vida, feita de experiências muito ricas e marcada por pessoas muito importantes… Como as páginas deste blogue devem ser ocupadas com outras coisas bem mais interessantes, destaco apenas a importância e a presença da minha família: mãe e irmãs, que, muitas vezes não entendendo as minhas opções, sempre se colocaram a caminhar comigo e por mim. Sem elas não poderia ter chegado a este ponto, nem teria conseguido tudo aquilo que a Vida me deu."

Mas falemos agora do passado recente: este ano pastoral que o Luís viveu como diácono. Após o tempo de seminário, mais académico, uma nova fase se apresentou, mais próxima das pessoas e da realidade paroquial.

Frutos e impressões dessa experiência?

"Foi um ano extremamente rico no contacto com a Igreja Viva. O trabalho pastoral, durante o tempo de formação, é sempre aquele desejo de ver na prática o que tanto aprendemos e projectamos. Falar de Cristo aos homens e mulheres do nosso tempo é das tarefas mais gratificantes, porque nos faz perceber a nossa sociedade desejosa de Deus, faminta de Esperança e sedenta de Boa-Nova.

Foram diversas as dimensões que pude experimentar durante este ano (desde as crianças aos jovens, aos agentes pastorais, aos doentes e idosos) mas, com certeza que, aquela em que me senti verdadeiramente discípulo, foi na dimensão da formação. Os nossos cristãos ainda querem descobrir muito mais do que aquilo que lhes temos ensinado e isso apresenta-se-nos como uma tarefa e um desafio, que exige de nós uma preparação sólida e um testemunho fiel."


De hora em diante, uma nova etapa, um novo desafio: o sacerdócio. Sem dúvida, muita novidade e expectativa. Mas deixemos o padre mais “fresco” da diocese dizer-nos o que representa para ele a vocação sacerdotal que ontem lhe foi conferida: "Representa uma dupla dialéctica entre o ser “servo” e o “ser luz”: ser servo na entrega e na presença para com os outros, ser humilde e esvaziar-me de mim mesmo para me encher de Deus; ser luz, para que na humildade e no serviço possa apontar o verdadeiro caminho que conduz à única e eterna Luz, que é Jesus Cristo. A tensão entre estes dois grandes propósitos reside no hipotético desvirtuar da nossa luz, fazendo-nos e impondo-nos com a nossa própria claridade e ofuscando o brilho de Jesus Cristo!"


Finalmente, em jeito de brincadeira pedimos ao Padre Luís uma mensagem para os fãs. Mas ele logo nos corrigiu: "Fãs??? Os meus fãs são os fãs de Cristo!"

Pronto, está bem! Então para os jovens: "Se em mim eles não conseguirem ver um pedacinho da Sua imagem de nada valerá o meu sacerdócio! Mas aos jovens, em geral, quero afirmar a minha profunda alegria de ter sido “eleito” por Ele!

Sempre me afirmei e afirmo como o mais pecador de todos os homens e, mesmo assim, Cristo quis precisar de mim, nunca desistiu do que eu sou e todos os dias me quer melhor! Por isso, sejam quais forem os medos, as incertezas, os vazios… Vale a pena apostar a vida neste “jogo”, em que já se sabe Ele é o vencedor!"


Resta-nos agradecer ao Padre Luís Miguel as suas palavras e desejar-lhe um sacerdócio vivido na fidelidade e generosidade e abençoado por Deus que, certamente, não lhe faltará.




NÃO ME DEIXES FICAR…


Agora,
que eu já não sei andar nas trevas,
não me roubes a Tua mão, Senhor,
por piedade!
Voltar às trevas não sei
e sem tua mão não poderei
dar um só passo em tanta claridade!

P’las tuas feridas minhas,
p’las tristezas de tua Mãe, Jesus,
não me deixes, no meio da tua luz,
de pernas presas…

Não me deixes ficar
com o caminho todo iluminado
e eu parado e tão cansado
como se fosse a andar.

.

Sebastião da Gama
Oração de todas as horas


Poema escolhido pelo neo-sacerdote Luís Freire
para a sua ordenação sacerdotal

sexta-feira, 25 de junho de 2010

ORDENAÇÕES no próximo domingo


O da esquerda chama-se Luís Miguel. O da direita... também. De tal maneira que o primeiro responde por Pardal ou Freire e o segundo por Nobre. Este último, durante alguns anos, percorreu a Europa agarrado ao volante de um camião TIR enquanto que o outro tirou o mestrado em literatura.
Tantas semelhanças e diferenças... Mas o que os une verdadeiramente é o chamamento que receberam de Deus. (Muito em breve daremos a conhecer o testemunho de cada um deles).
No próximo domigo, serão ordenados sacerdotes ao serviço desta Igreja diocesana da Guarda. Juntamente com eles, quatro novos diáconos receberão as ordens sacras; o José Luís e o Luís Manuel, ambos pais de família, serão ordenados diáconos permanentes enquanto que o João Marçalo e o Rafael prosseguirão o seu caminho rumo ao sacerdócio.
Toda a diocese está convidada a unir-se no júbilo e na oração por estes jovens que, generosamente, decidiram entregar-se ao serviço do Reino de Deus.
A celebração será presidida pelo nosso bispo, D. Manuel Felício, domingo 27 de Julho, na Sé Catedral, a partir das 16 horas.

QUANDO JESUS ESTENDE A MÃO...


«Jesus estendeu a mão e tocou-o, dizendo:

“Quero, fica purificado!”»

Mt 8,1-4




Antes que brilhasse a luz divina,

Não me conhecia a mim mesmo.

Vendo-me então nas trevas e na prisão,

Preso num lamaçal,

Coberto de sujidade, ferido, com a minha carne inchada [...],
Caí aos pés d'Aquele que me iluminara.

E Aquele que me iluminara tocou com as Suas mãos
Nas minhas cadeias e nas minhas feridas;
Do sítio onde a sua mão tocou e aonde o Seu dedo se chegou,
No mesmo momento me caíram as cadeias,
Desapareceram as feridas e toda a sujidade.
A mácula da minha carne desapareceu [...]
E Ele tornou-a semelhante à Sua mão divina.
Estranha maravilha: a minha carne, a minha alma e o meu corpo
Participam da glória divina.

Assim que fui purificado e desembaraçado das minhas cadeias,
Ei-Lo que me estende uma mão divina,
Retira-me completamente do lamaçal,
Abraça-me, lança-se-me ao pescoço,
Cobre-me de beijos (Lc 15, 20).
E a mim, que estava completamente exausto,
E tinha perdido as forças,
Pôs-me aos ombros (Lc 15, 5),
E levou-me para fora do meu inferno. [...]
É a luz que me leva e me sustenta;
Conduz-me para uma grande luz. [...]
Permite-me contemplar através de que estranha renovação
Ele próprio me tornou a formar (Gn 2, 7) e me arrancou à corrupção.
Concedeu-me o dom da vida imortal
E revestiu-me com uma túnica imaterial e luminosa
E deu-me sandálias, um anel e uma coroa
Incorruptíveis e eternos (Lc 15, 22).




São Simeão, o Novo Teólogo

(c. 949-1022),

monge grego,

Hino 30


in http://www.evangelhoquotidiano.org/



quarta-feira, 23 de junho de 2010

S. BENTO MENNI, uma vida pelos outros



Bento Menni é natural de Milão, tendo nascido a 11 de Março de 1841.


Ainda jovem, deixou-se tocar pelo amor aos pobres e doentes no serviço voluntário aos feridos de guerra. Com 19 anos, ingressou na Ordem Hospitaleira, fundada pelo “nosso” S. João de Deus. Em 1866 foi ordenado sacerdote. No ano seguinte, com apenas 26 anos foi enviado pelo Papa Pio IX a Espanha, para restaurar a sua Ordem. Perante à urgente necessidade de atendimento às mulheres afectadas por doenças mentais, decidiu fundar a Congregação das Irmãs Hospitaleiras, juntamente com Maria Josefa Recio e Angustias Gimenez, no ano de 1881.

Foi o próprio Bento Menni que implantou a Congregação em Portugal.

A sua vida foi testemunho fiel do amor de Deus aos mais pobres e marginalizados. Acabou por falecer no dia 24 de Abril de 1914 em Dinan (França). O Papa João Paulo II beatificou-o em 1985, canonizando-o em 1999.


A congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus está presente na nossa diocese, mais concretamente na casa de saúde com o nome do seu santo fundador. Para as conhecer melhor, clica na ligação seguinte: http://www.ihscj.pt/

sábado, 19 de junho de 2010

FRANCISCANA HOSPITALEIRA, um encontro enamorado com Cristo (parte II)


Publicamos hoje a segunda parte da entrevista realizada com a Irmã Paula André, Franciscana Hospitaleira da Imaculada Conceição e natural da Guarda. Tendo professado solenemente no sábado passado, recordamos convosco o seu itinerário vocacional, a sua percepção da realidade e desafios actuais. Por fim, deixa uma mensagem para todos os jovens.

Voc AcçãoQual o teu percurso até agora?
Ir. Paula - Iniciei a meu percurso formativo em 1997, em Vila Nova de Gaia, onde fiz o meu aspirantado, primeira etapa; no ano seguinte fui para o Porto, onde fiz o Postulantado; em Setembro de 1999 iniciei o Noviciado em Santo Tirso; fiz o meu estágio como noviça no Lar de S. Francisco em Guimarães e de regresso a Santo Tirso professei temporariamente a 16 de Setembro de 2001. Nesse mesmo ano fui enviada em missão ad gentes para S. Tomé e Príncipe, onde trabalhei na promoção da mulher, na pastoral e no apoio a crianças com dificuldades de aprendizagem escolar. Após 3 anos regressei a Portugal, para integrar a Fraternidade de Viana do Castelo, onde estudei, trabalhei na Pastoral Juvenil vocacional da Diocese e da Província à qual pertenço na Congregação. Em 2009, fui transferida para Fátima, onde fiz um ano intensivo de formação e a preparação para a profissão definitiva.

V.A. – No teu entender, quais os novos desafios para a Congregação e vida religiosa em geral?
Ir. P. - O grande desafio para nós religiosas/os, sacerdotes e cristãos é a fidelidade a Cristo, ao Seu chamamento, numa atitude de Fé e certeza de que somos as Suas mãos, os Seus pés, o Seu coração misericordioso no mundo de hoje.

V.A. – Uma mensagem e desafios aos jovens.
Ir. P. - Queridos jovens, quando Deus nos chama a uma missão na vida, na Igreja e no mundo, não há coração que resista, e se tivermos essa pretensão, jamais seremos felizes. Cultivai a escuta do divino e encontrareis o querer de Deus a vosso respeito.
Ir. Paula em actividade com jovens

À Irmã Paula André, assim como às irmãs Cecília e Fernanda que professaram com ela, desejamos as maiores bênçãos de Deus na sua entrega generosa ao seu Reino.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

NINGUÉM TE AMA COMO EU

NINGUÉM TE AMA COMO EU

Quanto esperei este momento,

Quanto esperei que estivesses aqui

Quanto esperei que me falasses,

Quanto esperei que viesses a Mim.

Sei bem o que tens vivido,

Sei bem porque tens chorado.

Eu sei porque tens sofrido,

Sempre estive a teu lado.

.

Ninguém te ama como Eu (2x)

Olha p’ra cruz,

É a minha maior prova.

Ninguém te ama como Eu.

Ninguém te ama como Eu (2x)

Foi por ti, só por ti, porque te amo,

Ninguém te ama… como Eu.

.

Eu sei bem o que tu dizes

Mesmo que às vezes não me fales

Eu sei bem o que tu sentes

Mesmo que tu não partilhes.

Ao teu lado Eu caminharei

Junto a ti sempre estive

Tenho sido o teu apoio

Sou o teu melhor amigo.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

FRANCISCANA HOSPITALEIRA, um encontro enamorado com Cristo (parte I)


Neste passado sábado, no convento de São José, em Santo Tirso, professaram três jovens na Congregação, de fundação portuguesa, das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, também presente na nossa diocese, nomeadamente no Fundão. A Irmã Paula André, uma das jovens, é originária da Guarda, mais concretamente de São Miguel da Guarda. O Voc Acção não perdeu a ocasião de a entrevistar, trabalho cuja primeira parte apresentamos hoje.

Voc Acção – O que significa, hoje, ser Irmã Franciscana Hospitaleira?
Irmã Paula - Ser Franciscana Hospitaleira, hoje, tal como outrora nos finais do séc. XIX, é estar numa atitude constante de Lava-pés, é acolher o outro na sua totalidade e deixar-se acolher pelo diferente. Ser Franciscana Hospitaleira é viver com um coração misericordioso e consolador, num mundo tão carente de valores.

V.A. – Porque decidiste escolher esse carisma?
Ir. P. - Não fui eu que escolhi o carisma, foi Deus quem mo deu, é um Dom recebido do alto, um dom de ser e de fazer que se encaixa no próprio Carisma Congregacional.

V.A. – Recorda-nos como tudo começou?
Ir. P. - A história de qualquer percurso vocacional é construída ao longo da vida, a minha não foge à regra. Tudo começou com uma relação muito próxima com Maria, Ela me apresentou seu Filho. Sou descendente de uma família com grande devoção a Maria e desde muito cedo aprendi a rezar e falar com Ela. Tinha eu 17 anos quando pela primeira vez me questionaram vocacionalmente, o que na altura não compreendi em profundidade.
A sede de descobrir qual o sentido para a minha vida, qual o meu papel na sociedade e na Igreja, foi crescendo até ao ponto de novamente me confrontar com a questão e direcciona-la para a missão ad gentes, o que não foi possível devido à falta de tempo para a formação necessária. Não desisti e o Senhor proporcionou mais um desafio através de uma mediação humana. “ Paula vamos ver a tua futura casa”, foi a interpelação que recebi ao me dirigir ao Carmelo da Guarda, então ainda em obras. O Senhor serviu-se de um grande amigo, hoje, sacerdote, para me fazer reflectir no rumo a tomar. Foi ele que me apresentou então as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras, me levou até elas e eis-me aqui. Como referi atrás, é um caminho e nele são vários os acontecimentos que nos levam a uma tomada de decisão. O grupo paroquial de jovens ao qual pertenci, também me ajudou, assim como os amigos, de certa forma a família…
Muito poderia contar, mas o essencial de tudo isto, foi o encontro enamorado que tive com Cristo, eu e Ele, frente a frente, de joelhos no chão junto ao sacrário.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

JERZY POPIELUSKO, novo bem aventurado


Foi ontem beatificado o padre polaco Jerzy Popielusko. A cerimónia ocorreu em Varsóvia perante 150 mil fiéis, entre os quais esteve presente a sua mãe de idade centenária.
Este sacerdote foi assassinado há 25 anos pela polícia do então regime comunista. Tinha 37 anos. Era, entre outras funções, capelão do movimento sindical Solidaridade. Bento XVI, de visita a Chipre, lembrou que o "seu serviço de paixão e o seu martírio são um sinal especial da vitória do bem sobre o mal".
Jerzy Popielusko foi considerado mártir, simbolizando para os polacos a luta comum da oposição democrática católica contra o regime totalitário. Contudo, mais do que motivações políticas, eram as convicções da fé, da justiça e da verdade que moveram o sacerdote na defesa dos seus compatriotas, nomeadamente os operários.
As suas “missas patrióticas” reuniam milhares de fiéis, suscitando a cólera do regime. A 19 de Outubro de 1984 era raptado por oficiais da polícia política. Torturado até à morte, o seu corpo foi descoberto dias depois no rio Vístula, a 120 quilómetros de Varsóvia.

Para melhor conhecer a vida do novo bem-aventurado Jerzy Popielusko clica no link seguinte:
http://sdpv.blogspot.com/2007/11/jerzy-popieuszko-verdade-vos-libertar.html

sábado, 5 de junho de 2010

DAR É DAR-SE


«Todos deitaram do que lhes sobrava,

mas ela, da sua penúria,

deitou tudo quanto possuía»

cf. Mc 12,38-44

.

Tendes de dar aquilo que vos custa um pouco. Não basta dar apenas aquilo de que podeis prescindir, tendes de dar aquilo de que não podeis nem quereis prescindir, as coisas às quais estais presos. Nessa altura, o que dais passa a ser um sacrifício, que tem mérito aos olhos de Deus. [...] É aquilo a que eu chamo o amor em acção. Todos os dias vejo crescer este amor nas crianças, nos homens e nas mulheres.

Certo dia em que ia a descer a rua, aproximou-se de mim um mendigo que me disse: «Madre Teresa, toda a gente lhe oferece presentes e eu também quero dar-lhe um presente. Hoje deram-me apenas vinte e nove cêntimos durante todo o dia e eu quero dar-lhos.» Fiquei a pensar um momento: se eu aceitar estes vinte e nove cêntimos (que não valem quase nada), ele corre o risco de não ter que comer esta noite; mas, se não os aceitar, ofendo-o. Então, estendi a mão e aceitei o dinheiro. E nunca vi, em rosto algum, tanta alegria como a que vi no rosto deste homem, que ficou felicíssimo por ter podido oferecer qualquer coisa à Madre Teresa! Para ele, que tinha mendigado o dia todo ao calor, aquela soma irrisória, que não serviria para quase nada, era um sacrifício enorme. Mas era uma coisa maravilhosa: aquelas moeditas a que ele estava a renunciar valiam uma fortuna, por serem dadas com tanto amor.

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Bem-aventurada Teresa de Calcutá (1910-1997),

fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade,

A Simple Path

in http://www.evangelhoquotidiano.org/

.org

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O TESTEMUNHO DA ORAÇÃO


Um jovem de dezoito anos chegava a Paris. Ele não era incrédulo, mas a sua alma já tinha sido mais ou menos ferida pelo que o Padre Gatry chamava de "crise da fé". Um dia, o rapaz entrou na Igreja de Santo Estêvão do Monte (Saint-Etienne du Mont), e percebeu um senhor, que, piedosamente ajoelhado, rezava o terço num canto, junto ao santuário. Aproximando-se do idoso, percebeu que se tratava do senhor Ampère, seu ídolo; Ampère* representava, para ele, a ciência viva, a sabedoria e a genialidade.


Esta visão emocionou-o até o fundo da alma. Ele, então, ajoelhou-se, atrás do mestre, cioso de não fazer nenhum ruído. A oração e as lágrimas brotavam do seu coração. Esta foi a vitória plena da fé e do amor a Deus. Após esta experiência, Ozanam - era este o seu nome - se comprazia em relatar: "O terço de Ampère fez muito mais por mim do que todos os livros e até mesmo do que todos os sermões."



*André-Marie Ampère (1775 - 1836), matemático e físico francês, fundador do eletromagnetismo.



A.Larthe-Ménager
André-Marie Ampère nos Contemporâneos, T. 4.


Fonte: www.mariedenazareth.org

terça-feira, 1 de junho de 2010

O ÚLTIMO CUME

Este é o início do filme "La última cima" que estreia na nossa vizinha Espanha a 3 de Junho - dia do Corpo de Cristo. No final deste ano sacerdotal este é um documentário muito oportuno, simultaneamente simples e provocador, sobre a vida de um sacerdote espanhol falecido há pouco com 42 anos. Amante das alturas, o padre Pablo anunciara que a sua vida acabaria na montanha. Assim foi. Mas, tal como acontece em toda a autêntica vida sacerdotal, o seu percurso foi uma constante subida para Deus e em Deus.

Para mais informação, visita: http://www.infinitomasuno.org/.

Trailer Película "La última cima" (3/6/10) ADELANTO ESTRENO AL 3 JUNIO - POR DÍA DEL CORPUS CHRISTI from infinitomasuno.org on Vimeo.