sábado, 29 de dezembro de 2007

GABRIEL SOH - VIVER SERVINDO

Gabriel nasce no Camarões em 1938. É o nono filho do casal Lucas e Madeleine Soh. Eles são uns dos quatro primeiros cristãos da sua aldeia. Muito jovem, é possuído por um profundo desejo que não ousa manifestar: “Entrar no seminário, ser padre um dia… Segurar Cristo, entre as minhas mãos, dá-l’O aos outros… Senhor, se isso for do teu agrado.”

Em casa como na escola, adopta uma divisa: “Servir em lugar dos outros”. Está atento aos seus colegas, sobretudo os mais pequenos. Frequentemente doente e várias vezes repetente não conseguirá terminar a escolaridade. Assim, aos 18 anos, deixa a escola e, como o seminário lhe era inacessível, oferece-se para servir na Missão: “Pelo menos aí poderei ser útil aos sacerdotes e estarei mais próximo do Senhor”.
De facto, aí ajuda à missa todos os dias e desempenha diversos trabalhos: varrer arrumar a cozinha, lavagem da louça, etc… “É preciso fazer tudo com perfeição”. Sabia manter um bom ambiente e apaziguar as discórdias: “É preciso fazer tudo com alegria”.
Quando se dava conta que alguns abusavam de outros, Gabriel protestava: “Podemos pedir ajuda quando temos trabalho em excesso, mas não obrigar os outros a fazer o nosso trabalho! Pelo contrário, somos nós que devemos servir os outros!” Não é, pois, de estranhar que apercebendo-se de que algumas crianças vindas de longe passavam fome lhes oferece-se a sua própria refeição. Para ele. Servir é aliviar o trabalho do sacerdote, assumindo isso como a sua missão.
Acontece que o seu país entra num período de turbulência ao reclamar a independência (1960). As Missões são directamente ameaçadas, sendo os missionários os primeiros visados. Apesar de afastado da Missão, Gabriel aceita acompanhar um padre na sua visita às comunidades, apesar de saber que qualquer manifestação de fé está proibida pela resistência.
Domingo 29 de Dezembro. Aproximam-se assassinos profissionais: massacram todos os que os não apoiam. Começam a agredir os sacerdotes da Missão. Gabriel intervém e interpõe-se diante deles: “Atrevem-se a tocar num padre? Têm de passar primeiro sobre o meu cadáver!”. Agarra o soldado e imobiliza-lhe a arma. Então todos se precipitam sobre ele. Se insistir, Gabriel sabe o que o espera, mas não desiste: “Morrer pelos sacerdotes não é morrer, é simplesmente adormecer”. Sem tremer, pensa no padre que corre perigo.
Soa um tiro. Gabriel cai… aos 21 anos.
No seu funeral, será recordado a frase evangélica: “Não há maior prova de amor do que dar a vida por aqueles que amamos”.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007


NATAL

No mistério da santa noite,

Deus procura o homem

ainda mais do que este

se procura a si mesmo.

(H. Bacht)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

NO FIM DO ADVENTO: NATAL


No fim do caminho, já não há caminho
mas o termo da caminhada.
No fim da subida, já não há subida
mas o cume.
No fim da noite, já não há noite
mas aurora.
No fim do inverno, já não há inverno
mas primavera.
No fim da morte, já não há morte
mas a vida.
No fim do desespero, já não há desespero
mas a esperança.
No fim da Humanidade, já não existe o homem
mas o Homem-Deus.
No fim do Advento, já não é Advento
mas Natal.


Joseph Follet, padre do Prado
.
UM
SANTO NATAL
PARA
TI
.

domingo, 23 de dezembro de 2007

VER O INVISÍVEL


Somente vemos o que nos é dado ver

Sem, por isso, o esperar ou querer

De olhar velado não enxergamos

O que o coração, afinal, deseja perceber

Mas há-de vir o dia (ou bem na noite)

Em que uma renova luz da fé, bem acesa,

Vencerá a fria treva do nosso não-querer

E iluminará uma vida a (re)nascer

Num Menino Deus em nós sepultado

Mas agora (e definitivamente) desperto.

sábado, 22 de dezembro de 2007

PROCURA-SE...


PROCURA-SE 1 LR PARA NASCER

GHASIBÉ KAYROUZ, o perdão libertador

Aos 11 anos, este jovem libanês deixa a sua aldeia para trabalhar na capital, Beirute, e assim ajudar economicamente a sua família. Começará por ser um aprendiz de carpinteiro, como Jesus, a quem já pensa doar a sua vida. Costuma dizer: “Nós, cristãos, devemos saber transformar os nossos sofrimentos em alegria, pois só assim seremos dignos de usar o nome do Divino Mestre.” Era o segredo da alegria deste rapaz conhecido pelo seu humor.
Aos 17 anos, a morte do pai obriga-o a regressar à sua terra para cuidar da mãe e da irmã mais nova. Fica sem trabalho. Dedica-se a ensinar catequese às crianças enquanto cresce nele o apelo a tornar-se sacerdote de Jesus. Procura um seminário que o acolha, mas é difícil pois é pobre. Finalmente, encontrará uma porta aberta nos Jesuítas.
Entretanto, o seu país mergulha numa guerra civil. Acusam-no injustamente de estar envolvido, apesar de ele repetir frequentemente: “Nós, os cristãos, não devemos odiar, sob pena de nos tornarmos inimigos de nós próprios e de trairmos a nossa missão.”
Mas ele será traído, tal como Jesus.
A 22 de Dezembro regressa a casa para passar o Natal com a família. Aos fazer os 15 quilómetros a pé para casa, passa um carro. Reconhece uns amigos. Certamente vão parar. E param. Mas é para disparar sobre ele. É o ano de 1975. Tem 24 anos.
A sua ordenação é o martírio.
Aos que o mataram, já ele os tinha perdoado antecipadamente através do testamento espiritual que escrevera: “Toda a gente, nos tempos que correm, libaneses e residentes no Líbano, está em perigo. Como sou um deles, imagino-me sequestrado e morto na estrada que conduz à minha aldeia de Nabha. E se esta intuição se verificar, deixo uma palavra à minha família, ao povo da minha aldeia e ao meu país. Digo à minha mãe e às minhas irmãs, com toda a convicção: não estejais tristes, ou, pelo menos, não choreis e não vos lamenteis exageradamente; com efeito, esta ausência, por mais longa que seja, será breve: reencontrar-nos-emos, sem dúvida, reencontrar-nos-emos na eterna morada celeste; aí se encontra a alegria
(…) Um só pedido vos quero fazer: perdoai do fundo do vosso coração aos que me mataram, pedi comigo que o meu sangue, mesmo sendo o de um pecador, sirva de resgate pelo pecado do Líbano (…); que seja oferecido como preço da paz, do amor e do entendimento, desaparecidos deste país e do mundo inteiro. Que a minha morte transmita aos homens a caridade (…) Rezai, rezai, rezai e amai os vossos inimigos.”

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

MARIA, SINAL DO ESPÍRITO


Ela soube dizer sim
às portas do impossível
a trazer como um segredo
o mistério de Deus.
O seu corpo era o livro
onde a Palavra se escreve.
Maria, sinal do Espírito.

Ela soube ser serva
viver em total acolhimento
habitada pelo Espírito
tornar-se promessa
toda ela dando fruto.
Maria, sinal do Espírito.

Ela ofereceu um filho
às mães abandonadas.
Ela deu Deus
aos vivos que esperavam.
Maria, sinal do Espírito.



in Caminhos de Advento 1994

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

ISTVAN KASZAP – O ATLETA DE DEUS

Istvan (Estêvão em português) nasceu na Hungria em 1916 numa povoação cujo nome é difícil de escrever, quanto mais de pronunciar: Székesfehérvar. O clima de guerra dita o fim do Império austro-húngaro e a miséria de muitos. Nesse clima a família Kaszap socorre numerosos necessitados, inculcando aos cinco filhos compaixão pelos pobres e uma fé profunda em Deus.
Desde muito jovem, Istvan revela um carácter fogoso, impulsivo: afectuoso e exuberante entre os seus e reservado fora do círculo familiar. Na escola mostra-se trabalhador mas é sobretudo no desporto que se destaca. Colecciona medalhas e troféus em atletismo, natação e ginástica. De belo aspecto e recheado de sucessos desportivos, torna-se evidente que atrai os olhares das jovens. Consciente de que a fama e a formosura o podem distrair do essencial, consagra-se a Nossa Senhora e toma uma decisão: será exclusivamente de Deus.
Ingressa na Companhia de Jesus em 1934: ele quer tornar-se um autêntico atleta, um soldado de Cristo; sonha com as Missões e o Martírio.
Porém, quatro meses depois da sua entrada nos Jesuítas uma doença declara-se obrigando-o a ficar acamado. O mal agrava-se: dores nas articulações que torcem os seus membros. São três meses de hospitalização com tratamentos dolorosos que não conseguem vencer esta espécie de cárie óssea.
Istvan tudo suporta com uma paciência e coragem heróicas. Dirá: “O que dá valor à nossa vida é o saber suportar em silêncio e sem nos queixarmos os maiores sofrimentos”. O jovem húngaro vê na doença um meio de se unir à paixão de Cristo, à sua obra redentora. O pessoal médico é impressionado pela sua serenidade, coragem e fé.
Após uma breve melhoria o mal retorna mais grave ainda. Istvan oferece ao Sagrado Coração de Jesus a sua vocação, os seus sofrimentos e a sua vida. Já nada atenua a sua dor. Falece uma semana antes do Natal de 1935, precisamente nesta data: 18 de Dezembro. Encontrarão um bilhete por ele escrito dias antes: “Adeus a todos, reencontrar-nos-emos no céu. Não choreis, pois hoje é o dia do meu nascimento no céu".
Na fama da sua santidade não cessou de crescer, sobretudo entre os jovens e a causa da sua beatificação foi introduzida em 1994.

A CHAMA de ORAÇÃO a iluminar

A Chama de Oração no passado sábado em Frechão

“Brilhe a vossa Luz diante dos homens…”
É sob este lema que uma pequena lamparina de barro, a que chamámos “Chama de Oração”, está a percorrer algumas comunidades da nossa Diocese, com o intuito de promover a oração pelas Vocações, e simultaneamente despertá-las para esta questão, que é responsabilidade de todos.
Assim, e tendo partido do Seminário Maior da Guarda no passado dia 17 de Novembro, ela esteve já nas paróquias de Vila do Carvalho (Covilhã), Trancoso, Freches, Carnicães e Frechão, estas no arciprestado de Trancoso. Nestas comunidades houve lugar para a Oração, para o encontro com jovens, adolescentes e crianças, bem como com catequistas e outros agentes pastorais. A “peregrinação” da nossa lamparina é agora interrompida, para nos centrarmos no Mistério do Nascimento de Jesus, mas retomará o seu itinerário logo após a Epifania do Senhor, no arciprestado de Trancoso.
No final desta passagem, o S.D.P.V. irá organizar um encontro com todos os jovens que se envolveram neste projecto. Este Encontro, designado por A.D.N, promove a descoberta vocacional, partindo de exemplos concretos de algumas vocações ao serviço, na sua diversidade.
Ficamos à espera de que apareçam novas propostas, para ajudar a fazer da vossa paróquia ou grupo, um lugar vocacional! Já sabes onde nos encontrar…

A Chama de Oração em Freches no dia 1 de Dezembro

domingo, 16 de dezembro de 2007

ADVENTO, TEMPO DE ENTREGA


Ontem soube de uma notícia surpreendente: um postal de Natal, metido no correio em 1914, acaba de chegar ao seu destino em Oberlin, Kansas, EUA, depois de perdido durante 93 anos. A destinatária, Ethel Martin, nunca leu a mensagem enviada pelos seus primos, porque já morreu. O postal tem a data de 23 de Dezembro de 1914.
Ninguém sabe onde esteve o postal durante 93 anos mas o Serviço Postal dos Estados Unidos fez questão de o entregar. Foi uma cunhada de Ethel, que o recebeu, adiantando que o postal «está em perfeitas condições».
Este facto lembra-me que, também nós, deixamos muitas vezes de “entregar” as nossas mensagens de bons sentimentos e sinceros desejos de felicidade. Queremos presentear a nossa amizade aos outros… mas não o chegamos a fazer. Adiamos a oportunidade por falta de tempo, porque existem outras prioridades (como se o amor e a amizade não fossem prioritários por si só), porque o último encontro com o amigo não foi feliz, porque uma determinada situação não foi suficientemente esclarecida… Simplesmente porque amanhã haverá sempre muito tempo.
Talvez até tempo de sobra… porque já não sobra o destinatário.
É que o tempo de espera também caduca (nunca da nossa parte, mas da parte de quem desespera de esperar).
Este tempo de Advento (tempo de espera) recorda-nos a todos que não há entrega, nem encontro (Natal) se não alimentarmos em nós esta certeza que o Amor feito Deus Menino vem até nós para ser dado e ser recebido. Essa “pessoa-carta”, chamada Jesus, espera encontrar destinatários, mas depende também da competência dos cristãos-carteiros que somos nós.
Este Advento, antes de criticar os serviços de correio, pensemos na quantidade de mensagens de sincera amizade que temos a entregar por palavras e (sobretudo) obras.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

S. JOÃO DA CRUZ, O POETA DE DEUS

São João da Cruz foi um frade carmelita espanhol, famoso pelas suas poesias místicas. Nasceu em 1542, em Fontiveros, na província de Ávila. Seu pai pertencia a uma família de posses da cidade de Toledo, mas foi deserdado por ter casado com uma jovem de classe “inferior”. Viveram pobres, mas felizes.
Em 1551 transfere-se para Medina del Campo, onde frequenta uma escola destinada a crianças pobres. Mais tarde estuda Humanidades com os Jesuítas. Ingressou na Ordem dos Carmelitas aos vinte e um anos de idade, e recebe o nome de Frei João de São Matias. Entre 1564 e 1568 faz sua profissão religiosa e estuda em Salamanca. Em 1567 é ordenado sacerdote.
Decepcionado pelo relaxamento da vida monástica em que viviam os conventos carmelitas, tenta passar para a Ordem dos Cartuxos, ordem muito austera, na qual poderia viver a severidade de vida religiosa à que se sentia chamado. Em Setembro de 1567 encontra-se com Santa Teresa, que lhe fala sobre o projecto de estender a Reforma da Ordem Carmelita também aos padres. O jovem de apenas vinte e cinco anos de idade aceitou o desafio. Trocou o nome para João da Cruz.
Mas o desejo de voltar à mística religiosidade do deserto custou ao santo fundador maus tratos físicos e difamações. É, inclusivamente, preso por oito meses no cárcere de Toledo. Nessas trevas exteriores acendeu-se-lhe a chama de sua poesia espiritual, muito profunda e apreciada.
A doutrina de João da Cruz é plenamente fiel à antiga tradição: o objectivo do homem na terra é alcançar a "Perfeição da Caridade e elevar-se à dignidade de filho de Deus pelo amor"; a contemplação não é um fim em si mesma, mas deve conduzir ao amor e à união com Deus pelo amor e, por último, deve levar à experiência dessa união à qual tudo se ordena. "Não há trabalho melhor nem mais necessário que o amor", disse o Santo. "Fomos feitos para o amor". "O único instrumento do qual Deus se serve é o amor". "Assim como o Pai e o Filho estão unidos pelo amor, assim o amor é o laço da união da alma com Deus".
Faleceu no convento de Ubeda, aos quarenta e nove anos, à meia-noite do dia 14 de Dezembro de 1591, após três meses de sofrimentos atrozes. Seu corpo foi trasladado para Segovia em Maio de 1593. A primeira edição de suas obras deu-se em Alcalá, em 1618. No dia 25 de Janeiro de 1675 foi beatificado por Clemente X. Foi canonizado em 27 de Dezembro de 1726 e declarado Doutor da Igreja em 1926 por Pio XI. Em 1952 foi proclamado "Padroeiro dos Poetas Espanhóis".

Vale a pena ler e reflectir algumas citações suas:

“Desde que me pus em nada, acho que nada me falta. Tenho tudo sem o querer: paz, gozo, alegria, deleite, sabedoria, justiça, fortaleza, caridade e piedade.”

“Teu é o céu e tua a terra. Todas as coisas são tuas e para ti, porque o próprio Deus é teu e para ti.”

“Ser em relação, o homem é aquilo que ama:
Se ama a terra, será terra;
Se ama o céu, será céu.”


“Entra em contas com a tua razão, para fazer o que ela te diz, no caminho de Deus. Isto te valerá mais diante de Deus, do que todas as obras que fazes sem esta advertência, e do que todos os sabores espirituais que pretendes”. Que aproveita dares a Deus uma coisa, se Ele te pede outra? Considera o que Deus quer; fá-lo, e por aí satisfarás melhor o teu coração do que com aquilo a que te inclinas.”

“No final da vida, seremos julgados pelo amor”.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

DEIXA JESUS CONDUZIR-TE

Controlar toda a nossa vida não é uma realidade, antes uma ilusão, uma tentação. Há momentos que nos escapam, ultrapassam... Diante de certas circunstâncias sentimo-nos pequenos, impotentes...

Frequentemente, nessas situações, confundimos responsabilidade com orgulho cego e persistência com teimosia estéril. A vida é um presente a retribuir. Porque não retribuí-la na confiança? Porque não confiar "o volante" Àquele que melhor nos pode conduzir.

Não confiar é não amar o suficiente.

VAI AO ENCONTRO DAQUELE QUE VEM: JESUS



Ele está a chegar... Ao longo de toda a nossa existência Ele vem ao nosso encontro. Continuamente Ele nos procura, qual Bom Pastor procurando a ovelha perdida, a sua preferida...


Neste Advento (que é a tua vida), tal como há 2000 anos, Jesus precisa de um novo lugar para nascer, de uma nova mãe que o acolha, de uma nova humanidade onde possa encarnar...
Estás disponível?

Vai ao seu encontro, pois Ele está já a caminho.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

10 MILHÕES DE ESTRELAS - Um Gesto pela Paz


Pelo quinto ano consecutivo´está em curso a Operação "10 Milhões de Estrelas - Um Gesto pela Paz" promovida pela Cáritas Portuguesa, em parceria com todas as Cáritas Diocesanas de Portugal Continental, Madeira e Açores.
O objectivo desta operação é motivar cada cidadão para a aquisição de uma vela que, quando acesa, simbolize a adesão de toda a população portuguesa à causa da Paz.
A vela é apenas um sinal e um instrumento que facilita a partilha de bens com os mais pobres, porque, enquanto persistirem tantas e tão graves desigualdades no mundo, não haverá paz na terra mesmo para "os homens de boa vontade".
Colabora com a Cáritas Portuguesa e, no dia 24 de Dezembro, acende uma vela pela Paz.
Consulta o site da Operação 10 Milhões de Estrelas em: www.caritas.pt/estrelas
Das verbas recolhidas pela Operação 10 Milhões de Estrelas - Um Gesto pela Paz 2007, 30% destinam-se a apoioar um projecto da Cáritas de Angola, direccionado para mulheres em situação de risco. Os restantes 70% serão canalizados por cada uma das Cáritas Diocesanas para projectos diversos. A nossa Caritas da Guarda optou por encaminhar esta verba para o Centro de Apoio à Vida "NASCER" que se destina a poiar mulheres grávidas ou adolescentes em situação de risco.

domingo, 9 de dezembro de 2007

ADVENTO, TEMPO DE PREPARAÇÃO


PREPARAR-SE
Preparar-se é acolher em nós tudo o que pode suceder na nossa vida, e aceitá-lo não como uma fatalidade, mas tentando descobrir-lhe o sentido.

Preparar-se é também deixar-se interpelar pelos apelos que nos vêm dos outros convidando-nos a mudar de mentalidade e a repensar o nosso jeito de viver.

Preparar-se é fazer silêncio em nós para aprender a discernir, isto, é, a deixar o inútil, o supérfluo e a dar um lugar maior ao que é verdadeiramente essencial.

Preparar-se é ter o coração desperto à espreita de tudo o que nos pode converter em profundidade, para além das emoções superficiais…

Preparar-se é arriscar em Deus com tudo o que significa de surpresa, de novidade, de mudança de vida, o Deus revelado por Jesus Cristo.
adaptado de Caminhos de Advento 1995

sábado, 8 de dezembro de 2007

"Ele escolheu-nos,
antes da criação do mundo,
para sermos santos..."
S. Paulo aos Efésios 1,4

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

IMACULADA CONCEIÇÃO


Irmã nossa e nossa Mãe

Maria, mulher flor,

Abraçando Aquele que vem

Cheia da graça do Senhor

Unimo-nos a ti, pecadores

Louvando na humilde serva

As maravilhas operadas

Deste o Sim à Palavra

Assim se faça em nós

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

S. NICOLAU, O (ÚNICO) VERDADEIRO PAI NATAL

Na pequena localidade de Myra, na actual Turquia, morreu na data de hoje um popular bispo local, chamado Nicolau e que viveu no século IV. Convertido ao cristianismo ainda na juventude, foi escolhido para bispo de Myra. Terá sido preso durante as perseguições do imperador romano Diocleciano, mas libertado quando Constantino subiu ao poder.
Segundo a tradição, Nicolau ganhou fama de santo pelos seus feitos generosos para com os pobres e humildes. A sua mais conhecida atitude de caridade diz respeito a três irmãs, prestes a ser forçadas à prostituição por não terem dote para o casamento. Tendo conhecimento das suas dificuldades, Nicolau lançou pela janela sacos com moedas de ouro salvando-as de tal desfecho.
Quando o bom bispo Nicolau morreu foi sepultado em Myra, onde o seu túmulo logo se transformou em local de peregrinação. Desconhecemos se foi oficialmente reconhecida a sua santidade, mas apesar disso foi depressa considerado santo. Era tão venerado que em 1087, alguns marinheiros italianos roubaram os seus ossos e levaram-nos para Bari, na costa adriática de Itália. Aí, foram guardados na basílica de S. Nicolau, construída expressamente para eles.
Durante a Idade Média, o culto a S. Nicolau espalhou-se pela Europa, onde era pintado com grandes barbas e trajando vestes vermelhas de bispo. Embora a sua recordação se fosse esbatendo, os holandeses que o conheciam por Sinterklaas (deturpação em flamengo de São Nicolau), levaram a tradição para o Novo Mundo (América do Norte) quando colonizaram Nova Amesterdão (Nova Iorque), no século XVII. Foi aí que Sinterklaas se transformou em Santa Claus, aquele que chamam agora de Pai Natal.
Mais do que a imagem, importa relembrar o que está na origem da figura desse homem de brancas barbas e vestes vermelhas. O que norteou a vida de Nicolau, o único verdadeiro Pai Natal, foi a caridade. Sentindo-se amado por Cristo, percebeu que a melhor forma de honrar Deus era cumprir o seu mandamento: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”.
Amar como Jesus deveria ser o nosso programa, não apenas de Natal, mas de toda a vida, tal como fez um certo homem, há muitos séculos atrás chamado Nicolau.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

CONFIAMOS EM VÓS!

Confiai sempre no Senhor,
porque o Senhor

é a nossa fortaleza eterna.
(Isaias 26,4)

Os teus lábios espalharam veneno?
As tuas mãos encheram-se de agressividade para ferir algum dos teus irmãos?
O teu coração maquinou julgamentos que humilham e destroem?
A tua mente encontrou todas as razões para justificar o teu egoísmo?
A tua fé desfaleceu por falta de Evangelho e de oração?
A tua vida deixou de ter qualquer encanto e o teu sorriso tem sabor a vinagre?
Mais uma vez deixaste-te vencer pelo mal?

Levanta-te! Confia no Senhor:
Ele confia para sempre em ti.

Aquele
que põe em vós a sua confiança
é um criador:
chama-vos
para além dos vossos limites.
Torna-vos capazes
de grandes coisas.
in Caminhos de Advento 1992

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

FRANCISCO XAVIER, CAMPEÃO DE DEUS

Hoje, comemoramos S. Francisco Xavier.
Poucos merecerão tão bem o título de “Campeão de Deus”como ele. Vindo de uma família nobre e rica, por ser demasiado jovem foi poupado aos conflitos bélicos com Castela, mas a ruína dos seus irmãos e a insistência de sua mãe orientou-o para outras batalhas. Foi para Paris estudar. Inteligente e atleta fora do comum, a sua popularidade não tinha rival, mesmo na boémia.
Foi preciso aparecer um estudante basco, de idade já madura e coxo, devido a uma ferida de guerra, para o vergar e fazer dele um vencedor de Deus: Inácio de Loyola. Este último, com Francisco e outros jovens, formou a “Companhia de Jesus”, em 1534.
A pedido do rei de Portugal, Francisco oferece-se para evangelizar as terras do Oriente. Longe de tudo e de todos, só conta com Deus, mas dotado de um carisma e sensibilidade invulgares vai dedicar-se de corpo e alma a ser o rosto, a voz e o coração de Cristo até ao sol nascente.
De lá, escreveu várias cartas que contagiavam pelo seu entusiasmo: "Muitas vezes penso em ir aos centros universitários (...), gritando, como homem que perdeu o juízo, e dizendo aos que têm mais erudição que vontade: quantas almas deixam de ir para o céu e vão para o inferno devido à vossa indiferença e negligência!"
Eis o digno padroeiro das Missões.

domingo, 2 de dezembro de 2007

ADVENTO, TEMPO DE ESPERA

QUE FIZEMOS DA ESPERA?
A espera, a espera ansiosa, colectiva e operante de um Fim do Mundo, isto é, de uma Saída para o Mundo, é a função cristã por excelência e talvez o traço mais distintivo da nossa religião.
Historicamente a espera jamais deixou de guiar. como um archote, os progressos da nosa Fé.
(...)
Ele (Jesus) veio. Mas agora, devemos esperá-lo ainda e de novo - não apenas por um pequeno grupo escolhido, mas por todos os homens - mais do que nunca. O Senhor Jesus só virá depressa se o esperarmos muito.
Cristãos, encarregados após Israel de guardar sempre viva sobre a Terra a chama do desjo, vinte séculos somente após a Ascensão, que fizemos da espera?

Pierre Teilhard de Chardin

sábado, 1 de dezembro de 2007

ADVENTO, TEMPO DO ENCONTRO


No começo do Encontro
existe um chamamento e um desejo.
Um chamamento:
alguém, em alguma parte, faz sinal
para chamar a atenção e o olhar.
Um desejo:
alguém, em alguma parte, está alerta,
em esperança, aguardando!

O Encontro exige sempre uma partida:
é preciso sair de si próprio
mesmo que haja meios de subsistência,
mesmo que se tenha alguém que se ama
e se seja amado.
É preciso abrir o círculo e sair:
há alguém que se quer manifestar.
O Encontro exige o abandono de privilégios:
deixa de ser o “Senhor…” ou a “Senhora…”,
e não é senão alguém que parte
e que deixa tudo para alcançar
aquele que, lá em baixo,
procura fazer-se escutar.
O Encontro é um longo caminho:
corre-se o risco de parar
por causa de perguntas:
“Terei entendido bem?
A minha vinda é verdadeiramente desejada?
E se eu me tivesse enganado?
Que esperam de mim?”

Mas quando acontece o Encontro,
então, para ambos é a grande surpresa.
A vida muda de sentido, tanto para um como para outro.
Porque então, estando juntos,
a força de um passa para a fraqueza do outro,
o amor passa de um para o outro
num perpétuo movimento de vida

Aqueles que se encontraram
começam uma longa viagem em comum
.
Nada os poderá parar, nem separar:
nem o fracasso, nem o medo, nem a morte.
Caminham juntos e quando se julga perdido ou desesperado,
o outro levanta-se e diz-lhe:
“olha: há sempre uma estrela no céu
e eu estou contigo até ao fim da viagem!”

Advento, Natal, Epifania:
o tempo em que a alegria nos invade
por sabermos que Deus e o homem se encontraram
e avançam juntos em direcção à eternidade
!
in Caminhos de Advento 1992