segunda-feira, 30 de março de 2009

DIA DIOCESANO DA JUVENTUDE


Vem aí mais um Dia Diocesano da Juventude, que costuma congregar várias centenas de jovens de toda a diocese da Guarda. Este ano o programa está repleto de surpresas e actividades a que o DPJG dá o nome de “Caminhos de S. Paulo”. O acolhimento far-se-á junto à Igreja Paroquial de Belmonte pelas 09.30 horas, onde estará um secretariado montado para dar as explicações necessárias ao dia. Depois, pelas 10 horas, será celebrada a Eucaristia na Igreja Paroquial Esta celebração, que será presidida pelo bispo da diocese, contará com a envolvência dos jovens da vila e da paróquia de Colmeal da Torre, bem como do grupo de jovens “Nova Esperança” da Covilhã. Depois desta celebração, haverá a abertura solene dos Caminhos de S. Paulo a cargo do movimento dos Convívios Fraternos, e entre as 11 horas e as 16 horas os jovens terão à sua disponibilidade por toda a vila, acompanhados de um mapa, várias actividades ligadas à vida e pessoa de S. Paulo. Poderão participar em conferências, uma delas sobre os Judeus e outra que dará a conhecera vida de S. Paulo de forma dinâmica; ateliers artísticos; actividades lúdicas de rua; fantoches; cinema; pedi-papper; fórum informativo. O dia encerrará com um concerto dos Terceira Margem, uma das melhores bandas católicas portuguesas da actualidade que acabou de lançar o seu segundo álbum, “Meu Tudo”. A primeira parte será feita pelos Luce, um grupo de Lisboa que venceu na segunda edição do festival Jota o prémio revelação do Teu palco.Ainda estão previstas mais surpresas que daremos a seu tempo. Informamos já que será conveniente levar a Máquina fotográfica digital para este encontro.


Programa
09.30h – Acolhimento
10.00h – Eucaristia Solene
11.00h - “Caminhos de S. Paulo”
16.00- Concertos com Luce e com Terceira Margem

domingo, 29 de março de 2009

VIDA NOVA


Porque seguis a Cristo
e viveis em comunhão com Ele,
confiai totalmente em Deus.
Apesar das dúvidas e sofrimentos,
acreditai na vitória final da vida.
Que os fracassos e os medos,
as dores e as lágrimas amargas
não vos consigam separar do amor de Deus.

Porque seguis a Cristo
e viveis em comunhão com Ele,
amai verdadeiramente os irmãos.
Que o perdão e a reconciliação
sejam mais fortes que a desconfiança e a rejeição.
Que a solidariedade e a partilha de bens
derrubem as barreiras dos egoísmos e das injustiças.
Apesar da cultura de morte que nos cerca,
continuai a optar pela justiça e pelo amor.
Quem ama já passou da morte para a vida,
uma vida nova vivida em actos e em verdade
que se manifestará em plenitude
quando vier o Senhor da Vida.
Vinde, Senhor Jesus!


in Caminhos de Páscoa 1994

sábado, 28 de março de 2009

CHAMASTE POR MIM, SENHOR?


Chamaste por mim, Senhor?
Há pouco (a tarde era calma
E o dia
Empalidecia
Com a nostalgia da cor)
Ouvi passos no caminho interior.

… E bateram de mansinho
À porta da minha alma.

Fui abrir. Nesse momento,
(Foi um momento sem fim)
Deu entrada o sofrimento
Dentro de mim.

Talvez um bobo do vício,
(A quem Tu, Senhor, não dês
O orgulho do sacrifício)
Tivesse medo… Talvez…

Mas eu, que vivo a buscar-Te
E sei que moras na Dor,
Eu que Te amo em toda a parte,
Não senti esse temor.

Venho apenas perguntar-Te:
- Chamaste por mim, Senhor?


Miguel Trigueiros
Deus

quinta-feira, 26 de março de 2009

MONTSERRAT GRASES


Uma simples dor no joelho.
Mas a dor persiste e cresce.
Diagnóstico: sarcoma de Ewing, um dos cancros nos ossos mais difíceis e, na época, incurável.
Estamos em Junho de 1958, em Barcelona.
Mais tarde, Montse (como era tratada pelos amigos), ao tomar conhecimento da gravidade do seu estado, recolhe-se no seu quarto e confia-se a Deus: “O que Tu quiseres…”
Não se trata de resignação, mas da maturidade daquela que sabe em quem confia. Isso, apesar de Montse Grases ter apenas 17 anos.

Conhece aqui a história desta jovem catalã:
http://sdpv.blogspot.com/2008/03/montserrat-grases-o-que-quiseres-senhor.html

quarta-feira, 25 de março de 2009

RECORDANDO A ANUNCIAÇÃO...


CORAÇÃO VULNERÁVEL À TUA PALAVRA

Senhor nosso Deus,
amigo dos homens,
enviaste o teu anjo
a Maria de Nazaré
para lhe dizer:
«Alegra-te,
porque achaste graça
aos olhos de Deus!»
Ela tinha um coração vulnerável
e quando lhe pediste
o inesperado, o impossível,
ela deixou-se tocar pela tua Palavra.

Concede-nos esta mesma graça
que a Virgem recebeu:
torna-nos vulneráveis à tua Palavra.
Guarda-nos receptivos
a toda a palavra que venha de Ti
ou de um dos teus filhos
que colocarás no nosso caminho.
Livra-nos da tristeza
de um coração fechado,
para que a alegria de Maria
seja também a nossa
hoje e pelos séculos sem fim.
Ámen.


Card. G. Danneels

terça-feira, 24 de março de 2009

ÓSCAR ROMERO, a Voz dos "sem voz"


“Esta será a nossa melhor Quaresma: trabalhar pela justiça social e pelo amor dos pobres (…) A justiça social não é tanto uma lei que ordene a distribuição; vista sob a perspectiva cristã, é uma atitude interna como a de Cristo que, sendo rico, se fez pobre para poder compartilhar com os pobres o seu amor. (…)
Esta semana chegou-me o aviso que estou na lista dos que serão eliminados na próxima semana. Mas que fique registado que a voz da justiça já não pode mais ser morta por ninguém!”

Assim falava D. Óscar Romero numa das suas homilias, poucas semanas antes de ser assassinado enquanto celebrava eucaristia a 24 de Março de 1980.
Óscar Romero foi arcebispo de S. Salvador, durante um período conturbado na América Latina. Inicialmente tido como um bispo conservador, progressivamente foi-se dando conta da realidade na qual estava mergulhado a seu povo, explorado pela minoria dirigente no poder. Foi esse contacto com o povo simples e humilde que o consciencializou da obrigação de assumir a missão de Pastor, tornando-se a “Voz dos sem voz”.
As suas últimas palavras antes do disparo fatal, enquanto se preparava para iniciar o ofertório da celebração, foram profeticamente as seguintes: “Que este corpo imolado e este sangue sacrificado pelos homens nos alimentem, para que, como Cristo, também saibamos dar o nosso corpo e o nosso sangue no sofrimento e na dor, não por nós mesmos, mas para trazer justiça e paz ao nosso povo.”

Conhece melhor a sua história, clicando neste link:
http://sdpv.blogspot.com/2008/03/oscar-romero-voz-dos-sem-voz.html

CURAS


«Senhor, não tenho ninguém…»
Jesus diz-lhe: «Levanta-te,
Pega no teu leito e anda.»

Lc 5, 7-8

Não tenho ninguém!
É, muitas vezes, o grito do jovem
à procura de um sentido para a sua vida
e que encontra diante dele o vazio;
o desempregado à procura de emprego,
de reconhecimento e de dignidade
e que não encontra diante de si
enão recusa e desprezo;
o doente que procura uma resposta
às suas angústias e às suas revoltas
e que não encontra diante de si
senão interlocutores que se esquivam;
o idoso que espera um olhar
de compreensão e de amor
e que não encontra diante de si
senão a solidão dos abandonados à sua sorte.

Onde estão eles,
os que em nome de Cristo
vão ao seu encontro para lhes anunciar,
em palavras e actos,
que Deus nos quer libertar
de tudo aquilo que paralisa a vida?
Da desconfiança
que inibe a confiança e a amizade;
dos falsos apetites de poder
que paralisam uma vida comum
na partilha e na justiça;
da nossa tendência a designar bodes expiatórios
para tudo aquilo que vai mal
e que paralisa toda a reconciliação possível
e toda a solidariedade.

A uns e a outros, Cristo diz:
«Levanta-te!»

in Caminhos de Páscoa 1995

segunda-feira, 23 de março de 2009

O VERDADEIRO DESEJO


«Todo aquele que invocar o nome do Senhor
será salvo» (Jl 3,5; Rm 10,13) .
Quanto a mim, não apenas O invoco
mas, antes de tudo, creio na Sua grandeza.
Não é pelos Seus presentes
que persevero nas minhas súplicas:
é que Ele é a Vida verdadeira
e n'Ele respiro;
Sem Ele não há movimento nem progresso.

Não é tanto pelos laços de esperança:
é pelos laços de amor que sou atraído.
Não é dos dons:
é do Doador que tenho perpétua nostalgia.
Não é à glória que aspiro:
é ao Senhor glorificado que quero abraçar.
Não é de sede da vida que constantemente me consumo,
é da lembrança d'Aquele que dá a vida.

Não é pelo desejo de felicidade que suspiro,
que do mais profundo do meu coração rompo em soluços:
é porque anelo por Aquele que a prepara.
Não é o repouso que procuro,
é a face d'Aquele que aquietará o meu coração suplicante.
Não é por causa do festim nupcial que feneço,
é pelo anseio do Esposo.

Na esperança certa do Seu poder
apesar do fardo dos meus pecados,
creio, com uma esperança inabalável,
que, confiando-me na mão do Todo-Poderoso,
não somente obterei o perdão
mas que O verei em pessoa,
graças à Sua misericórdia e à Sua piedade
e que, conquanto justamente mereça ser proscrito,
herdarei o Céu.
Gregório de Narek (944- 1010),
monge e poeta arménio,
O Livro das Orações, 12, 1

NOITE de CINEMA


A Academia da Imaculada Conceição do Seminário Maior da Guarda, secção cultura a cargo dos seminaristas, promove uma “NOITE DE CINEMA”.

Ao comemorar o seu 30º aniversário, após a sua reactivação, e coincidindo com o Ano Paulino, este organismo cultural convida todos os que quiserem a participar num serão cultural no qual será exibido o filme “Saulo de Tarso”, que narra os primeiros passos da vida do Apóstolo dos Gentios.

O evento decorrerá na próxima quinta feira 26 de Março, no Auditório da Câmara Municipal da Guarda, pelas 21h00.
A entrada é gratuita.

sábado, 21 de março de 2009

ORAR NA HUMILDADE


«O cobrador de impostos [...]
nem sequer ousava levantar os olhos ao céu»

cf. Lc 18,9-14

O publicano «mantinha-se à distância», e no entanto aproxima-se de Deus; as reprovações do seu coração afastam-no d'Ele, mas o seu amor aproxima-o de Deus. Este publicano mantém-se à distância, mas o Senhor aproxima-se dele para o escutar. «O Senhor é excelso, mas repara no humilde», enquanto «àquele que se exalta», como o fariseu, «reconhece-o ao longe» (Sl 137, 6). A todo o que se exalta, o Senhor olha-o de longe, mas não o ignora.

Vede, por contraste, a humildade deste publicano. Não só se mantém à distância, como nem sequer levanta os olhos ao céu. Não ousa erguer os olhos à procura de um olhar. Não ousa olhar para o alto, a sua consciência humilha-o, mas a esperança exalta-o. Escutai ainda: «Batia no peito.» Para si próprio pede um castigo; por isso Deus perdoa a tal homem que a sua culpa confessa. «Senhor, sede-me propício, a mim, que sou pecador»: eis alguém que ora, que pede! Por que te espantas que Deus ignore as faltas deste homem, quando o próprio as reconhece? Ele faz-se juiz de si próprio e Deus advoga a sua causa; acusa-se e Deus defende-o. «Em verdade vos digo» - é a Verdade que fala, é Deus, é o Juiz - «foi o publicano que voltou para casa justificado, e não o outro.» Diz-nos, Senhor, por quê? «Porque todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado».
Santo Agostinho (354-430),
Bispo de Hipona e Doutor da Igreja
Sermão 115

in www.evangelhoquotidiano.org

sexta-feira, 20 de março de 2009

COMO UMA CRIANÇA…


“Volta-te, Israel, para o Senhor teu Deus.”
Oseias 14, 2

Senhor, és Tu que me chamas
quando eu me fecho em mim
e persisto no meu pecado,
no meu egoísmo.
Sabes, meu Deus,
sou como uma criança
que deseja fazer o que lhe apetece,
mantendo-me de costas voltadas
à tua Palavra de vida
e de coração empedernido.
E contudo, como uma criança,
estou de braços estendidos
à espera que venhas a mim.
Sabes, meu Deus,
como sou orgulhoso
e agarrado ao meu passado,
sem interesse em mudar.
Senhor, quero hoje, escutar-Te.
Dizes-me com um amor imenso:
«Regressa ao Senhor, teu Pai!
Vem que tenho uma festa preparada
para saciar a tua sede de felicidade».
E eu digo-Te generosamente:
«Sim, Senhor, aceito o convite.
Não olhes para o meu passado
feito de pecado e egoísmo.
E renova-me interiormente.
Como uma criança feliz,
junto de Ti saltarei de alegria».

in Caminhos de Páscoa 1994

quinta-feira, 19 de março de 2009

DIA DO PAI

Para todos os pais, para todos aqueles que amam sem contar, trabalham sem descanso, sofrem sem lamento, dando a vida sem regatear...

A todos os pais que tornam Deus mais visível...

Um Feliz Dia dos Pais!

MARCEL CALLO, uma vida para ser dada


“Felizmente, existe um Amigo que nunca me deixa e que sabe amparar-me e consolar-me. Nas horas difíceis e pesarosas, com Ele, suporta-se tudo. Agradeço tanto a Cristo por me ter traçado este caminho no qual me encontro agora.”

Estas palavras foram escritas por um jovem francês, Marcel Callo, a seu irmão. Marcel agradece o seu caminho. Qual caminho? O da cruz. Quando escreveu esta carta, encontrava-se preso, afastado da sua família e da noiva, por ele tão querida. Estamos na II Guerra Mundial. Marcel foi levado para os trabalhos obrigatórios na Alemanha.
Profundamente crente e interventivo, dedica-se, de corpo e alma ao apostolado, nomeadamente criando e servindo grupos da JOC (Juventude Operária Católica). A sua actividade é tal que incomoda. Bem depressa é perseguido e preso pela Gestapo. Como Jesus, Marcel amou os seus até ao fim, dando a vida. A sua vida tornou-se uma eucaristia, a vida dada para alimentar a vida dos outros.

Conhece a sua história clicando aqui:

DIA de S. JOSÉ


“José, seu esposo, que era um homem justo…”
Mt 1, 19

UM PASSADOR, UM PAI
Um “passador”
é, muitas vezes, uma pessoa anónima.
O seu nome é quase ignorado,
o seu rosto mal se conhece.
Um “passador” é uma pessoa que está na sombra,
um humilde.
Faz “passar”, abre a passagem,
prepara o caminho.
Depois apaga-se.
Para os outros as honras
a glória, as medalhas.
Ele está onde é preciso,
quando é preciso.
Em seguida, eclipsa-se,
desaparece.
Há paternidades segundo o espírito
que ultrapassam as da carne.
Os pais são muitas vezes silenciosos
mas activos.
José era um deles.


in Caminhos de Páscoa 1993

quarta-feira, 18 de março de 2009

BALANÇA


"Por isso, quem desobedecer ainda que a um só destes mandamentos mais pequenos..."
Mt 5, 19

É verdade, nós, Senhor,
sempre a contrapesar e a avaliar o preço,
como diante dos produtos alinhados
nas estantes de supermercados!

Qual dos mandamentos
é o primeiro a praticar
para adquirir mais mérito
e ganhar o paraíso?
Será porventura possível
hesitar entre um e outro?
Adorar a Deus ou servir o próximo?
Orar ou primeiramente agir?
Celebrar Deus ou trabalhar pela solidariedade?
Ler o Evangelho e meditá-lo
ou velar pelo respeito do outro?

Somos nós, Senhor,
sempre a brincar às balanças
como se tivéssemos medo
de fazer demasiado!
Nenhum mandamento é o mais pequeno
ou não têm mais valor.
Em cada um deles
Tu nos ensinas, Senhor,
que se joga e se realiza, inteiramente,
o amor de Deus
e o amor dado ao próximo!


in Caminhos de Páscoa 1995

terça-feira, 17 de março de 2009

S. PATRÍCIO, o missionário da Irlanda


Apesar de ser o Santo padroeiro da Irlanda, Patrício não era nativo dessa ilha. Na verdade, nasceu na Escócia em 385. Quando tinha 14 anos foi capturado e levado para a Irlanda, como escravo.
Durante esse período de sofrimento, pediu a Deus conforto e força; rezava todas as manhãs vencendo nele toda a tristeza. Após seis anos de cativeiro, Patrício teve um sonho no qual Deus lhe disse para volta para casa. Patrício fugiu e conseguiu reunir-se à sua família. Porém, continuou a ouvir os irlandeses a chamá-lo durante o sono da noite.
Grato a Deus pela sua liberdade recuperada e intimamente convencido que tinha a missão de levar o Evangelho aos povos da Irlanda, Patrício abraçou o sacerdócio, tendo sido, mais tarde, escolhido para bispo. Após uma passagem por Roma foi, finalmente, enviado para a “Ilha Esmeralda” como é conhecida a Irlanda.

O poder da fé
Por saber falar a língua celta, rapidamente Patrício divulgou a Boa Nova de Cristo, convertendo muitos irlandeses. Esse facto enfureceu os druidas, sacerdotes da antiga religião celta praticada por toda a ilha. Estes opuseram-se fortemente ao cristianismo tendo ameaçado e preso muitas vezes Patrício e seus colaboradores.
A firmeza da fé do bispo da Irlanda foi sempre o seu trunfo nas dificuldades, como outrora quando vivia como escravo nessa mesma terra.
Patrício pregou por toda a ilha usando um trevo (famoso símbolo da Irlanda) para pregar a Trindade. O exemplo da sua conduta serena e modesta e o modo afável de se dirigir às pessoas auxiliaram-no muito no anúncio do Evangelho. Na verdade, ele era reconhecido pela sua humildade e desinteresse pelas riquezas materiais, não aceitando nunca ofertas.
Quando morreu em 461, Patrício tinha convertido praticamente toda a Irlanda ao cristianismo, e ele é a lembrança de que Deus nos fala através dos seus servos.

ORAÇÃO DE S. PATRÍCIO

Neste dia em que celebramos a memória de S. Patrício, fica esta oração que lhe é atribuída e, por isso, uma das orações mais antigas da Igreja. Através dela, percebemos a importância de viver em Cristo, de O termos presente em nós e nos outros, espelhando a nossa fé como força e amparo nas dificuldades que temos a enfrentar diariamente.
Cristo comigo,
Cristo na minha frente,
Cristo atrás de mim,
Cristo em mim,
Cristo abaixo de mim,
Cristo sobre mim,
Cristo à minha direita,
Cristo à minha esquerda,
Cristo quando me deito,
Cristo quando me sento,
Cristo quando me levanto,
Cristo no coração de todos os que pensarem em mim,
Cristo na boca de todos os que falarem de mim,
Cristo nos olhos de todos os que olharem para mim,
Cristo nos ouvidos de todos os que me ouvirem.
Ámen.

domingo, 15 de março de 2009

SANTA SCORESE, a alegria de viver por Cristo


Tem por nome Santa, sem o ser. Ou talvez esta jovem italiana o seja mesmo, apesar de só ter vivido 23 anos.
Já em criança os seus amigos descreviam-na como criatura “solar”. Desinibida, sempre alegre e, desde cedo, com um forte carácter. Decidida, inteligente e viva foi dominando a sua força em favor dos estudos e, posteriormente, das suas aspirações. Até ao fim revela-se boa aluna, apaixonada pelos estudos, fiel na amizade e disponível para os outros. Depois do liceu inicia estudos em medicina com o mesmo entusiasmo.
Adora música, ler e os encontros de amigos e, simultaneamente, mantendo-se uma rapariga séria, risota, confiante mas lúcida e independente: “Compreendo que tenho a minha própria história e que, comigo, Deus tem o seu próprio ritmo: é o que torna belo a aventura da vida.”

Fé vivida e testemunhada
Deus tem o primeiro lugar na sua vida, antes mesmo da família e dos amigos. Herdou dos seus pais uma fé sólida, serena, formada no seio da paróquia, nutrida pela leitura e meditação do Evangelho, reforçada pela eucaristia quotidiana. É acompanhada pelo seu antigo pároco com quem troca correspondência regular. Participa nas actividades paroquiais, interessa-se a tudo o que diz respeito à religião, contacta vários movimentos eclesiais. Admira as missionárias da Imaculada de S. Maximiano Kolbe ao ponto de começar a encarar seriamente a possibilidade da consagração.
Alguns dos seus amigos compreendem-na, outros não. Pouco importa. Ela não quer dar-se a Deus “a meias”, a opinião dos outros não pesará. Desde que se consagrou à Virgem Maria, em 1983, segue o seu caminho com segurança. À sua volta, todos admiram a coerência da sua vida e do seu pensamento, as suas certezas – humildes mas firmes –, a sua convicção inalterável de se saber amada por Deus e, por isso, de saber que tem de corresponder-Lhe amando os seus irmãos, servindo-os.
Serve Deus através do seu trabalho na Cruz Vermelha, socorrendo os mais carenciados, e através da verdade, ousando falar de Cristo mesmo nos ambientes mais hostis, com simplicidade e convicção.
Sem se modificar, vive uma espiritualidade cada vez mais profunda desde 1987: “O importante é amar, mas amar por Ele e somente por Ele. O Amor não conhece barreiras, nem etiquetas, é o Amor e isso basta. Esse Amor tão ardente que penetra em ti e leva-te a comunicar o seu ardor a todos quantos te rodeiam. Sem dúvida, trata-se de um momento de graça para mim, embora eu tenha ainda de me esforçar no amor, recomeçando sempre, morrendo precisamente para mim mesma.”

A entrega definitiva
Anuncia aos seus pais a sua decisão de integrar as Missionárias de Maria. Apesar da tensão provocada, permanece serena porque sabe-se chamada por Deus.
Mas quando o seu caminho parecia definir-se surge o inesperado. Um rapaz, magro e moreno que começou por seguir Santa e assediando-a constantemente com propostas e palavras despropositadas. No dia do seu aniversário é agredida por ele. A polícia diz nada poder fazer contra um rapaz desequilibrado mas com cadastro limpo.
Amigos e família mobilizam-se para nunca a deixarem sozinha quando sai. Porém, o casamento da sua irmã e o afastamento progressivo das suas amigas solicitadas pelos seus próprios compromissos tornam a sua situação mais vulnerável.
De nada valeram queixas apresentadas contra aquele louco que continua a persegui-la. Mesmo assim, Santa não perde o sentido da sua vocação nem se distrai da oração e da prática sacramental, pois só em Deus encontra reconforto.
No serão do 15 de Março de 1991, Santa foi visitar pobres da vizinhança. No regresso, à porta da sua casa é novamente agredida e ferida com vários golpes de faca. Transportada de urgência ao hospital tem de ser operada. Mas em vão. Na ambulância, tinha tido ainda a força de sorrir para a sua irmã que rezava ao seu lado e de perdoar ao seu assassino.
A sua morte provocou uma viva emoção na sua cidade, Bari. Os que a conheciam reconheceram nela uma autêntica discípula de Cristo. A reputação de santidade não deixou de se espalhar levando à abertura da causa de beatificação em 1998. Um ano depois era já reconhecida como Serva de Deus.

"Sinto realmente que sou amada com um amor muito especial. Por outro lado, sinto também a responsabilidade que nós temos de evangelizar o mundo e de fazer isto antes de tudo com a nossa vida, estando prontos a doá-la aos nossos próximos".
Santa Scorese, 11 de dezembro de 1987

Lê aqui algumas páginas do diário e da correspondência de Santa Scorese: http://www.gesunuovo.it/scorese/Pr_index.html
*

RELAÇÃO NOVA


Alguns contam
que entre Deus e os homens
existe uma relação de domínio:
Deus no alto, os homens em baixo,
Deus dá ordens, os homens executam.

Outros vendem ideias de comércio
entre Deus e os homens:
Deus sensível aos sacrifícios,
quanto mais difíceis melhor;
e para ser atendido por Ele
é preciso dar-lhe dinheiro ou orações.
Como se Deus pudesse ser comprado!

Outros pregam
que entre Deus e os homens
tudo acontece como no tribunal:
Ele é o Soberano Juiz
e é preferível evitar o mínimo erro!

Deus vem e chama a Deus: Pai!
Tudo o que eles contam,
vendem ou pregam
é atirado para o chão e destruído.
Com Jesus Cristo,
a partir de agora entre Deus e os homens,
para sempre e unicamente,
tudo é questão de amor filial, de aliança,
de ternura e de braços
eternamente abertos!


in Caminhos de Páscoa 1994

sábado, 14 de março de 2009

ORAÇÃO DE OFERENDA


Senhor,
eu Te peço,
que a força ardente e suave do Teu amor
se apodere da minha alma
e a arranque a tudo o que está sob o céu,
a fim de que morra por amor do Teu amor,
como Tu te dignaste morrer
por amor do meu amor.



S. Francisco de Assis

quarta-feira, 11 de março de 2009

LUGARES DE HONRA

“Quem entre vós quiser tornar-se grande
seja o vosso servo
e quem entre vós quiser ser o primeiro
seja o vosso escravo.”

cf. Mt 20, 17-28


O Senhor não perguntará:
«Onde alcançaste êxito,
onde pudeste mostrar o teu poder?»
Mas:
«A quem serviste,
a quem pegaste nos braços
por minha causa?»

O Senhor não perguntará:
«Que viagens fizeste,
que conhecimento adquiriste?»
Mas:
«Que arriscaste tu,
quem libertaste
por minha causa?»

in Caminhos de Páscoa 1993

terça-feira, 10 de março de 2009

CLAUDINE PINHEIRO NA GUARDA


Concerto de Oração
com Claudine Pinheiro

O DPJG, em colaboração com a paróquia da Sé, na Guarda, está a organizar um Concerto de Oração com Claudine Pinheiro.
O concerto vai realizar-se neste sábado 14,
pelas 21.30 horas, na Sé Catedral da Guarda.
Será um Concerto a não perder, quer por jovens, quer por gente que gosta de juntar a música, a fé e a oração. Entrada gratuita.

Para conheceres melhor a Claudine e suas canções:
http://www.myspace.com/claudinepinheiro



segunda-feira, 9 de março de 2009

SER MISERICORDIOSO


“Sede misericordiosos,
como o vosso Pai é misericordioso.”

cf. Lc 2, 36-38

Quatro meios concretos para praticar a misericórdia:
Não julgar: jejuemos nos julgamentos espontâneos que fazemos dos outros. Nunca conheceremos os sentimentos profundos e íntimos que motivam atitudes ou palavras que nos desagradem. Só Deus conhece o segredo de cada um.
Não condenar: condenar é formular um julgamento definitivo; é uma forma de matar a relação com alguém. Jesus julgava actos mas teve sempre a preocupação de salvar as pessoas. Como dizia Tolstoi, “compreender a dificuldade dos outros, é perdoar”.
Perdoar: é condição necessária se queremos ser perdoados por Deus. Um meio para nos ajudar a perdoar é começar a rezar por aqueles que não amamos. O perdoa permite libertarmo-nos de ressentimentos e mágoas, ao mesmo tempo que restabelece os laços quebrados com Deus e os outros.
Dar: dar o que temos é bom, mas dar os que somos é melhor. Para além do nosso tempo, da nossa atenção, dar amor por meio das palavras e gestos concretos. É nessa medida que nos assemelhamos a Deus, revelando a nossa capacidade em amar. “Perdoa-se tanto quanto se ama”, afirmava La Rochefoucauld.

domingo, 8 de março de 2009

ROSTO NOVO


De que me serviria contemplar o rosto de Deus
se não me maravilho ante o dos meus irmãos?
Na verdade, existe à minha volta
a multidão dos rostos de Deus,
rosto de alegria e rosto de sofrimento,
rosto de criança e rosto enrugado,
rosto transparente e rosto de paz,
rosto de tristeza e rosto de esperança.

À força de auscultar o coração de Deus,
esquecemo-nos das palpitações
da nossa humanidade.
Por muito estudar os sinais de Deus
na ciência e na física celeste,
afastamos os nossos olhares
dos rostos de todos os dias.

Existe uma nova maneira
de contemplar o rosto dos outros:
procurar neles a expressão do rosto de Deus.

in Caminhos de Páscoa 1994

A TODAS AS MULHERES...

SER MULHER…
É a possibilidade de dar à luz com lágrimas de amor e ternura
É não ter vergonha de sofrer e chorar por amor
É amar e ser amada
É acreditar e lutar quando ninguém mais o faz
É desvendar o que mais ninguém desvenda
É tudo isto e muito mais

Andreia Silva, in Jornal do Fundão (5 de Março de 2009)

Neste Dia Mundial da Mulher pedimos a Deus a sua bênção para todas vós e que Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, seja vosso amparo e modelo em todos os vossos caminhos!

sábado, 7 de março de 2009

PEDI E DAR-SE-VOS-Á...

«Meu Senhor, meu único rei,
assisti-me no meu desamparo,
porque não tenho outro socorro senão Vós»

cf. Est 14, 3
No Evangelho, Jesus convida-nos à oração: «pedi e dar-se-vos-á; procurai e achareis; batei e abrir-se-vos-á». [...]
Terá Deus o poder de responder às realidades da nossa vida, poderá Deus mudar as nossas situações e entrar na realidade da nossa vida terrestre? [...]

Se Deus não actua, se ele não tem poder sobre os acontecimentos concretos da nossa vida, como é que continua a ser Deus? E se Deus é amor, o amor não encontrará uma possibilidade de responder à esperança daquele que ama? Se Deus é amor, e se Ele não pudesse ajudar-nos na nossa vida concreta, o amor não seria o poder maior deste mundo.

Cardeal Joseph Ratzinger [Papa Bento XVI]
Retiro pregado ao Vaticano, 1983

in evangelhoquotidiano.org

ORAÇÃO A MARIA EM TEMPO DE QUARESMA


Quando chega a hora da decisão
Maria da Anunciação, ajuda-nos a dizer “sim”
Quando chega a hora da partida
Maria do Egipto, acende em nós a Esperança
Quando chega a hora da incompreensão
Maria de Jerusalém, escava em nós a paciência
Quando chega a hora de intervir
Maria de Caná, dá-nos a coragem da palavra humilde
Quando chega a hora do sofrimento
Maria do Gólgota, mantém-nos junto àqueles em quem sofre o teu Filho
Quando chega a hora da espera
Maria do cenáculo, inspira-nos uma oração comum
E cada dia, quando chega a hora feliz do serviço
Maria de Nazaré, Maria dos montes de Judá, põe em nós o teu coração de serva
Até ao dia em que, tomando a tua mão,
Maria da Assunção, adormeceremos,
Na espera do dia da nossa ressurreição.


Jean-Paul Hoch

sexta-feira, 6 de março de 2009

QUEM SOU EU?...

Quem sou eu?
Quem sou eu para os outros?
Quem sou eu para Deus?
Quem sou eu?

Por vezes, a pergunta ocorre-nos, sobretudo em dias chuvosos mais melancólicos, em jornadas marcadas de dor, carregadas de dúvidas, em momentos de sensações inseguras ou, simplesmente, quando nos abandonamos à reflexão, à meditação… Como balanço ou para fazer o “ponto da situação”, quem sou eu?
Quando iniciamos uma nova etapa de vida; quando tudo parece mudar, dentro e fora de nós…
Quando alguém parte sem despedida; quando as promessas que nos foram feitas não são cumpridas…
Quando somos questionados, confrontados por pessoas ou situações; quando os fracassos, mais que os sucessos, nos obrigam a repensar…
Quando somos incompreendidos, dispensados, não tidos em conta… Quando "espantamos" os outros sem saber porquê... Quando a novidade, a “sorte grande” ou as surpresas da vida, boas ou más, nos batem à porta…
Quando fizemos o impensável, realizámos o sonho perseguido, alcançámos o inacessível…
Quem sou eu?

A pergunta ecoa em nós como nos outros, mas cada um procura a sua resposta. Mas encontrar-se-á esta apenas em nós!? E se os outros pudessem responder? E se fosse Deus a responder? E se Ele próprio fosse a resposta?
Como repete a canção, “não por causa do que sou, mas por causa do que tens feito; não por causa do que tenho feito mas por causa de quem és…”
E se fosse Ele a dizer quem somos…

E se eu, para Ele, fosse resposta, mais que pergunta:
“EU SOU TEU”
Pode não parecer uma resposta ao "quem sou eu?" mas é, seguramente, caminho para ela.

quarta-feira, 4 de março de 2009

QUARESMA, tempo para a caridade


«Vinde, benditos de meu Pai,
recebei em herança o reino
que vos está preparado»

cf. Mt 25,31-46

Se prestarmos bem atenção, irmãos, o facto de Cristo sentir a fome dos pobres é-nos favorável. [...] Olhai: de um lado, é uma moeda, do outro é o Reino. Qual a comparação? Tu dás uma moeda ao pobre e de Cristo recebes o Reino; tu dás um pedaço de pão e de Cristo recebes a vida eterna; tu dás abrigo e de Cristo recebes a remissão teus pecados.
Então, não desprezemos os pobres, mas desejemo-los e sobretudo apressemo-nos a tomar-lhes a dianteira, porque a miséria dos pobres é o medicamento dos ricos, como disse o próprio Senhor: «Antes, dai de esmola o que está dentro, e para vós tudo ficará limpo», e ainda: «Vendei os vossos bens e dai-os de esmola» (Lc 11, 41; 12, 33). E o Espírito Santo proclama através profeta: «A água apaga o fogo ardente, e a esmola expia o pecado» (Sir 3,30). [...] Tenhamos pois misericórdia, irmãos, e com a ajuda de Cristo, seguremos o vínculo da Sua garantia, sobretudo daquela que vos recordei, quando Ele diz: «Dai e dar-se-vos-á» (Lc 6, 38); e ainda: «Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia» (Mt 5,7).
Que cada um se aplique, de acordo com os seus meios, em não vir à igreja de mãos vazias: aquele que deseja receber deve efectivamente oferecer alguma coisa. Aquele que pode cubra o pobre com uma veste nova; aquele que não pode ofereça ao menos uma velha. Quanto àquele que julga não ter o suficiente, que ofereça um pedaço de pão, que acolha um viajante, que prepare um leito, que lhe lave os pés, para merecer ouvir Cristo dizer-lhe: «Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino; tive fome e destes-Me de comer; era peregrino e recolhestes-Me». Ninguém, irmãos muito queridos, poderá desculpar-se de não dar esmola, quando Cristo prometeu dar uma recompensa em troca de um copo de água fresca (Mt 10, 42).

São César de Arles (470-543),
monge e bispo
Sermão 25


terça-feira, 3 de março de 2009


«Tome a sua cruz, dia após dia, e siga-Me»
cf. Lc 9, 22-25

Senhor, que a tua crucifixão e ressurreição nos ensinem a enfrentar as lutas da vida quotidiana e a sofrer aí a angústia da morte, para que vivamos em maior e mais criativa plenitude. Com humildade e paciência aceitaste os reveses da vida humana, como os sofrimentos da tua crucifixão. Ajuda-nos a aceitar as dificuldades e as lutas de cada dia como ocasiões para crescermos e para nos tornarmos semelhantes a Ti. Torna-nos capazes de as enfrentar com paciência e coragem, com plena confiança na Tua protecção. Faz-nos compreender que só chegaremos à plenitude da vida pela contínua aniquilação de nós próprios e dos nossos desejos egoístas, porque só morrendo conTigo podemos conTigo ressuscitar.

Beata Teresa de Calcutá (1910-1997),
fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade

in Something Beautiful for God