sábado, 29 de janeiro de 2011

BEM-AVENTURADOS...


« … Não creio no direito do mais forte, na linguagem das armas, na força dos poderosos.
Só quero crer nos direitos do homem, na mão aberta, na força dos não-violentos.

Não creio na raça ou na riqueza, nos privilégios, na ordem estabelecida.
Quero crer que tdos os homens são homens e que a ordem da força e da injustiça é uma desordem.

… Não acreditarei nunca que a guerra e a fome sejam inevitáveis e a paz inacessível.
Quero crer na acção modesta e nas mãos nuas.

… Não acreditarei nunca que o sonho do homem não passará de sonho e que a morte será o fim.
Mas ouso crer, sempre e apesar de tudo, no homem novo. Ouso crer no sonho de Deus:
um céu novo e uma terra nova onde a justiça habitará.”

Dom Helder Camara

domingo, 23 de janeiro de 2011

MEU CAMINHO...


Meu caminho é por mim fora,
até chegar ao fim de mim
e encontrar-me com Deus...
Mas lá no fim
eu vou sentir-me tão outro,
tão igual
ao Senhor Deus que ali mora,
que hei-de ficar convencido
de que afinal
só Tu Senhor!, lá estás
e que eu fiquei para trás...
Cá vai Deus a remar
e eu a ser um remo com que Deus
rasga caminhos pelo mar...

Sebastião da Gama,
Serra-Mãe

domingo, 2 de janeiro de 2011

CONDUZ-ME



Conduz-me, doce luz,
Através das trevas que me cercam.
Conduz-me, Tu, sempre na dianteira!
A noite é escura
E estou longe de casa:
Conduz-me, Tu, sempre na dianteira!
Guarda os meus passos: não te peço para ver já
Aquilo que dizem se há-de ver depois:
Um só passo de cada vez já é bastante para mim.

Eu não fui sempre assim
E nem sempre rezei
Para que Tu me conduzisses, Tu, sempre na dianteira.
Gostava dos dias de glória e, apesar dos temores,
O orgulho satisfazia o meu desejo;
Oh! Não te lembres mais dos anos passados!

Se o teu poder me abençoou generosamente, há-de também
Saber conduzir-me sempre na dianteira
Pelo areal e pelo pântano,
Sobre o rochedo abrupto e a onda da torrente
Até que a noite se afaste
E de manhã sorriam os rostos dos anjos
Que eu tinha amado há muito tempo
E que tinha perdido por algum tempo!

Conduz-me, doce Luz,
Conduz-me, Tu, sempre na dianteira!

Bem-aventurado John Henry Newman (1801-1890)