terça-feira, 25 de março de 2008

MONTSERRAT GRASES, “O que quiseres, Senhor…”


Montserrat nasceu a 10 de Julho de 1941, em Barcelona, e é a segunda de nove irmãos. Os seus pais são muito cristãos e asseguram aos seus filhos uma educação baseada na abnegação, a entreajuda mútua, a generosidade e a oração.
Aparentemente, nada parece destacar Montse (era tratada por este nome). Foi-se aproximando de Deus pouco a pouco, através das pequenas coisas e na sua relação com os outros. Para além da sua família, encontrou outro apoio no qual foi caminhando e formando a sua consciência cristão, sempre na liberdade própria do seu carácter: um lar para adolescentes e jovens raparigas, orientado pelo OPUS DEI, promovendo formação, convívio e oração. Paralelamente, mantém uma vida normal. Adora praticar desporto, música e dança.
Porém, surgem dores e cansaços inexplicáveis. O mal localiza-se no joelho, piorando. O diagnóstico torna-se evidente: sarcoma de Ewing, um dos mais temíveis cancros dos ossos, incurável na época.
Quando, finalmente, se decidem a contar-lhe a verdade, Montse retira-se para o seu quarto, silenciosa. Aí, beija o crucifixo dizendo: “Servir-te-ei, Senhor…” e adormece tranquila. Mas nada altera a sua forma de viver. Pelo contrário, torna-se cada vez mais responsável e atenta aos outros. Não se limita em crer mas dá-se sem restrição. Procurava aproximar de Deus todas as suas amigas.
Perante as dificuldades encorajava-se dizendo para si mesma: “Sou filha de Deus”. Permanecia contente, pois sabia que tudo o que acontece surge para o bem daqueles que amam Deus. No sofrimento, desesperada pela dor gemia dizendo “Até quando, Senhor, até quando?” Mas logo acrescentava: “Senhor, quando quiseres, como quiseres, onde quiseres…” ou ainda “Como Te amo, ó quanto… Ajuda-me a ser fiel.” Sem dramas, nunca falava de si ou do seu mal, mas sempre se preocupava com os outros.
Finalmente, chega a Semana Santa de 1959, através da qual Montse se vai identificar com o sacrifício de Jesus. Sente que está no fim: “Nunca imaginei que morrer era tão difícil. Mas, sabes, eu estou contente… Sabeis!? Eu sou tão feliz!” É assim que faleceu na Quinta feira Santa no dia 26 de Março de 1959, antes de fazer 18 anos.
Dela, dir-se-á: Monserrat Grases não fez nada de especial. Apenas fez com extraordinário amor as coisas quotidianas.

D. ÓSCAR ROMERO, a voz dos sem voz


A celebração começou pontualmente às 18 horas na capela do Hospital da Divina Providência.
A homilia demorou apenas dez minutos. O bispo falou da necessidade de sacrificar vida por amor de Cristo e dos irmãos.
No momento do ofertório em que, de mãos erguidas, oferecia o pão e o vinho para o sacrifício, ouviu-se um disparo.
D. Romero caiu ferido de morte atrás do altar. Era o dia 24 de Março de 1980, em El Salvador.

Oscar Arnulfo Romero Galdámez, de seu nome completo, nasceu em S. Salvador, capital do país, na América Central, no dia 15 de Agosto de 1917. Foi ordenado sacerdote a 4 de Abril de 1942 e nomeado bispo auxiliar de S. Salvador em 1970. Sete anos mais tarde, é nomeado arcebispo da mesma diocese.
O início desta sua nova, e última missão, coincidiu com a morte de um sacerdote amigo, Pe. Rutílio Grande, assassinado por estar demasiado com os pobres. Três dias depois, são os militares que invadem a paróquia de Aguilares, matando, prendendo, expulsando três padres e profanando a Igreja e seu sacrário.
A partir daí, D. Romero decidiu viver apenas para defender a vida dos pobres e perseguidos do seu povo. Foi um caminho breve – três anos, como os de Jesus – mas suficientes para fazerem dele um dos maiores profetas dos tempos actuais.
Nas suas palavras, nunca havia ressentimentos ou ódio: mas havia sempre a denúncia das injustiças e a defesa dos pobres, a voz dos sem voz. Mesmo assim, despertou o ódio dos poderosos que se sentiam visados pela sua frontalidade. Foi pressionado, incompreendido por outros bispos e, inclusive, ameaçado de morte. Ao medo de morrer, Romero respondia, poucos dias antes de ser assassinado: “Como pastor, estou obrigado por mandato divino, a dar a vida por aqueles que amo”.
Mas a sua frase mais célebre tornou-se profecia: “Se me matarem, ressuscitarei no meu povo”.
O seu exemplo é um convite e um desafio a todo o cristão para que assuma a realidade profética da sua vocação.

segunda-feira, 24 de março de 2008

ESTÁ A CHEGAR O CRUCIFIXO DE S. DAMIÃO

É já no próximo domingo que chega à nossa Diocese o crucifixo de S. Damião. Aqui fica, em resumido, o programa:

Domingo 30 de Março - ENTRADA na Sé Catedral na eucaristia das 18h30, presidida por um Frade Menor Conventual de Viseu que “entregará” a Cruz à Diocese. Estarão representadas as comunidades Franciscanas da Diocese (Franciscanas de Nª Srª das Vitórias de Trancoso, Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, Concepcionistas ao Serviço dos Pobres, Ordem dos Franciscanos Seculares, todos estes do Fundão).
No final da celebração – é confiada a Cruz à comunidade religiosa das Irmãs Franciscanas de Nª Srª das Vitórias

De 30 de Março a 6 de Abril (domingo) – Presença da Cruz em Trancoso.

De 6 a 18 de Abril a Cruz passará pelas sedes de Arciprestado e Seminário Maior nesta ordem
6 – FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO (domingo)
7 - ALMEIDA (segunda-feira)
8 – ROCHOSO (terça-feira)
10 – SEMINÁRIO (quinta-feira)
11 - CELORICO DA BEIRA (sexta-feira)
12 – GOUVEIA (sábado)
13 – SEIA (domingo)
14 – PINHEL (segunda-feira)
15 – BELMONTE (terça-feira)
16 – SABUGAL (quarta-feira)
17 – PENAMACOR (quinta-feira)
18 – ALPEDRINHA (sexta-feira)

Sábado 19 de Abril – Passagem na Covilhã com intervenção do SDPV – Dia ADN para jovens – Procissão com a cruz da Igreja de S. Tiago para a Igreja de S. Francisco (Nª Srª da Conceição)

De 20 a 29 de Abril – Presença da Cruz no Fundão e Aldeia Nova do Cabo sob a responsabilidade das comunidades religiosas das Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição e Concepcionistas ao Serviço dos Pobres, colaboração da OFS (Ordem Franciscana Secular).

30 de Abril (Quarta feira) – DESPEDIDA da Cruz com uma Vigília de Oração na Sé Catedral da Guarda nessa noite (presidida pelo Sr. Bispo) e ENVIO para a Diocese de Lamego.
Para mais informações contacta o SDPV
ou o pároco da sede do teu arciprestado.
CONTINUAÇÃO DE BOAS FESTAS PASCAIS!

domingo, 23 de março de 2008

sábado, 22 de março de 2008

SÁBADO SANTO

ESCUTA, SENHOR…
Jesus, Tu sabias que ias morrer,
mas não foi fácil,
tudo foi muito longo e doloroso,
foste humilhado, atraiçoado e maltratado.

Hoje, queremos pôr-Te diante
todos os irmãos “crucificados”:
os que são atraiçoados pelos seus,
os maltratados por amor ou por ódio,
os mal amados e tristes por seu amor,
os emigrantes que exploramos,
os que vêm procurar melhor vida
e nos incomodam porque nos tiram o que é nosso…

Apresentamos-Te também todos os que sofrem:
os que não têm quem os acompanhe,
os que se aborrecem de cuidar de outros,
os que gastam a sua vida a facilitar a de outros,
o pessoal da saúde, das prisões, da função pública,
para que usem o coração no trato com as pessoas,
para que lhes suavizem a dor e as dificuldades,
para que lhes estendam a mão
e lhes tornem fácil o impossível.

Porque, na cruz, morreste de braços abertos,
abraça a todos os que sofrem.




Mari Patxi Ayerra

sexta-feira, 21 de março de 2008

A CHAMA DESPEDIU-SE NO TEIXOSO


Aqui recordamos, em imagens, as últimas actividades desenvolvidas na comunidade paroquial do Teixoso, fechando a "peregrinação" da Chama de Oração pelas Vocações por algumas paróquias do arciprestado da Covilhã.

Na sexta feira 14 de Março, houve lugar a um encontro de formação para catequistas e preparação da vigília de oração que decorreu na noite do sábado seguinte. Finalmente, no Domingo de Ramos, encerrou-se a semana dedicada à paróquia do Teixoso com a celebração da eucaristia. Os diversos momentos foram participados de uma forma muito viva, o que revela bem o empenho das pessoas que mais directamente colaboraram com o Serviço Diocesano de Pastoral Vocacional. Queremos, por isso, agradecer de forma especial ao pároco, Pe. Alberto, às catequistas e demais intervenientes que deram qualidade a esta iniciativa.

A todos eles, desejamos uma Santa Páscoa!

quinta-feira, 20 de março de 2008

UM DEUS DE JOELHOS - Quinta Feira Santa


Custa-me a suportar que alguém se abaixe,
se humilhe diante de mim:
isso confunde-me porque, imediatamente,
sinto toda a minha pequenez.
Prefiro antes dar que receber.
Aceitar o dom gratuito do outro
é também tornar-me devedor ante ele,
e é ainda um recordar a minha fragilidade.

Mas esta tarde, Senhor, tu ajoelhas-te,
humilhas-te diante de mim.
Sem uma palavra, vens lavar-me os pés,
e não apenas os pés mas o coração
e o espírito, a minha vida e a minha pessoa.

E é disto apenas que eu quero viver:
do dom total que me faz de si próprio,
um Deus de Amor, de perdão e de paz
que se ajoelha e se abaixa diante de mim.

Tu dizes: quando fizeres pelos outros
o que acabo de fazer esta tarde por ti,
compreenderás: viver não é
dar o bem pelo bem e o mal pelo mal,
mas partilhar aquilo que recebemos gratuitamente,
por amor, sem cálculos nem reservas.

E é de joelhos quando se é maior.


in Caminhos de Pascoa 1995

QUINTA FEIRA SANTA, DIA DO SACERDÓCIO


ORAÇÃO PELOS SACERDOTES

Espírito do Senhor,
dom do Ressuscitado
aos Apóstolos no Cenáculo,
enche de paixão a vida
dos teus presbíteros.
Enche de amizades discreta
a sua solidão.
Torna-os apaixonados pela Terra,
e capazes de misericórdia
em todas as suas fragilidades.
Conforta-os com a gratidão
das pessoas e com o óleo
da comunhão fraterna.
Alivia o seu cansaço,
para que encontrem um suave apoio,
para descansar, no teu ombro de Mestre.
Liberta-os do medo de não conseguir.
Do seu olhar partam convites
para a luz sobre-humana.
O seu coração desencadeie
a audácia misturada à ternura.
As suas mãos façam derramar o Espírito
sobre tudo aquilo que acariciam.
Faz resplandecer de alegria os seus corpos.
Reveste-os das vestes nupciais
e cinge-os com cintos de luz
porque, para eles e para todos,
o Esposo não tardará.


D. T. Bello (adaptado)

quarta-feira, 19 de março de 2008

MARCEL CALLO, missionário em tempo de guerra.


O 19 de Março de 1945 morria no campo de concentração alemão de Mauthausen, totalmente esgotado, o jovem Marcel Callo, de 23 anos.
Nascera em Rennes, França, a 6 de Dezembro de 1921 no seio de uma família religiosa. Marcel juntou-se aos Escuteiros e à Juventude Operária Católica (JOC), tendo-se empregado na impressão gráfica.
Quando a Alemanha invadiu a França em 1940, Marcel e alguns amigos ofereceram-se como 'missionários de estação de comboios', onde ajudaram muita gente a escapar para os territórios não-ocupados dando-lhes a sua identificação da Cruz Vermelha.
Mas em Março de 1943 tudo vai mudar. A sua cidade é bombardeada, perdendo uma das suas irmãs. Dois dias depois é recrutado pelos nazis para o STO (Serviço de Trabalho Obrigatório) na Alemanha. Resignado mas com espírito missionário, deixa a família e a sua noiva. É deportado para uma fábrica de armamento, onde anima a fé de outros prisioneiros organizando cerimónias religiosas e um grupo de activistas cristãos entre os seus camaradas.
Os primeiros meses não foram fáceis. Têm saudades e as condições de vida são péssimas. Mas a fé permite-lhe lutar: “Em Ti, Jesus, quero viver. Contigo, quero rezar. Por Ti, quero dar todas as minhas forças e todo o meu tempo, em todas as circunstâncias da minha vida”.
Porém, o seu apostolado dá nas vistas. Por esta razão, Marcel foi detido pela Gestapo em 19 de Abril de 1944, e enviado para um Campo de Concentração. Acusação: “Pela sua acção católica junto dos seus companheiros, tornou-se demasiado nocivo para o Regime Nazi e para o povo alemão”.
Em Mauthausen, conhece todos os horrores do programa de destruição e de degradação: fome extrema, sede, frio suportado com frequência numa nudez total e, sobretudo, as torturas diárias. Todavia, segundo o testemunho de seus camaradas, Marcel jamais insultou os seus carrascos ou pronunciou palavras de ódio.
Devido às péssimas condições dos Campos de Concentração, Marcel adoeceu em Janeiro de 1945, falecendo a 19 de Março do mesmo ano. O coronel Tibodo que o assistiu na sua agonia, refere: “Nunca vi num moribundo um olhar como o seu. Vi nele o olhar de um santo!”
Marcel Callo foi beatificado pelo Papa João Paulo II a 4 de Outubro de 1987, e é alguém que nos recorda o sofrimento e extermínio sistemático de civis (judeus e não-judeus) europeus pelo regime Nazi.
“Seremos bons instrumentos da Nova Humanidade quando assumirmos Cristo na nossa vida. Tenhamo-l’O na nossa vida, nos nossos actos, pois na medida que Ele estiver em nós é que contribuiremos para o bem da comunidade. Para isso, recebamo-l’O frequentemente na Eucaristia”.

DIA DO PAI

A todos os pais que deram e dão vida aos dias dos seus filhos...

segunda-feira, 17 de março de 2008

COMPANHEIROS DE JESUS (III)


Eis a última parte dedicada aos nossos amigos noviços da Companhia de Jesus. É a vez do João que respondeu a uma das nossas questões e ainda deixou uma mensagem aos jovens.
A ele, ao Ricardo e ao Miguel, desejamos uma boa caminhada na descoberta da vontade de Deus na resposta aos desafios do mundo actual e às necessidades da Igreja.

Quais os maiores desafios na resposta ao chamamento de Deus?
Escolher que o meu futuro, daquele dia em diante, é um futuro na Companhia de Jesus traz um conjunto de desafios, o encontro com os próprios limites a par do encontro com capacidades não imaginadas. Alguns limites há a superar, pela maior glória de Deus, outros a aceitar como condição própria, a amar como Deus me ama tal como sou, tal como estou. O grande desafio é esse mesmo de me ver, a Deus e a tudo o que me rodeia segundo uma outra lógica que não a do que eu sou ou não capaz de fazer. O apelo de Deus é antes de mais a aposta, que à primeira sinto absurda, de Quem me chama para algo tão maior do que eu. “Porquê eu? Logo eu?! Não sou capaz...” Mas Ele é o Bem eterno, sabe do que fala, e aceito. Acontece que esse convite, que não é aceite um dia, mas a cada dia, leva-me a estruturar toda a vida de hoje em diante não a partir de mim, não a partir de uma ideologia, mas a partir de uma pessoa, Cristo, para todas as pessoas. Uma Páscoa, um êxodo, um sair de mim mesmo, como Jesus de Quem diziam: “Está fora de Si!”. É essa a nova lógica, o novo olhar sobre tudo, o grande desafio. Uma vida onde se deixa de olhar tanto para si mesmo, onde o próprio deixa de ser o centro e o que importa é alegrar, dar a paz, introduzir o outro na experiência de Deus, do Deus libertador. Como êxodo, atravessa-se o deserto de não olhar mais ao bem-estar próprio, com esperança numa terra prometida, essa felicidade de viver pelo outro, mas que é uma terra desconhecida. Da qual, portanto, se foge por medo, porque não se conhece, porque ainda não se confia totalmente n’Aquele de Quem se recebeu a promessa. O grande desafio é ter, de uma forma adulta, a confiança de uma criança.

Uma mensagem aos jovens…
Toda a humanidade, mulheres e homens, somos chamados por Cristo, cada dia, a transformar o mundo em Reino de justiça e de paz, onde estivermos, como estivermos, professemos o credo ou ideologia que professarmos, ou sem professar um ou outro. Que mensagem dar aos jovens? Procurar sempre três coisas que cada vez mais vejo interligadas: a felicidade, a liberdade e a justiça. A felicidade que só é verdadeira na liberdade, e a liberdade que procura sempre a realização da justiça. Ninguém é feliz se não for livre e só é livre aquele que trabalha por libertar os outros. Seja como padres, seja como religiosos(as), seja na apaixonante missão dos leigos, Cristo chama-nos a participar na realização do seu projecto de amor e justiça para a humanidade, o Reino. Façamo-nos ao largo, não tenhamos medo – Ele está e estará sempre connosco até ao fim.
Se quiseres conhecer um pouco melhor o carisma e as actividades ligadas à Companhia de Jesus, descobre o novo site da Pastoral Juvenil da Província Portuguesa dos Jesuítas: http://www.essejota.net/

domingo, 16 de março de 2008

SEMANA SANTA


PASSAR AO AMOR

É a mensagem decisiva e definitiva.
Aquela que compromete sem regresso possível.
A passagem na qual nos perdemos
como quando entramos num desfiladeiro,
profundo e obscuro,
sem saber quando e como se sairá.

O amor é sempre um salto no desconhecido
e é isso o que nos mete medo,
o que nos impede de nos empenhar.
O verdadeiro amor é sempre paixão,
nos dois sentidos da palavra.

Como um grande drama,
representado diante de nós todos os anos,
iremos contemplar o amor de Cristo
que vai até ao fim.
Não podemos permanecer como espectadores.
Corpo vivo de Cristo, hoje,
devemos comprometer-nos,
devemos também passar ao amor.
in Caminhos da Páscoa 1993

sábado, 15 de março de 2008

COMPANHEIROS DE JESUS (II)

Eis a segunda parte (de três) da entrevista feita aos nossos amigos noviços jesuítas que estão de passagem pela Covilhã. Hoje ficamos com a partilha do Miguel.

Qual te parece ser o contributo e actualidade da Companhia de Jesus para o mundo e para a Igreja?
Que significa, hoje, um jovem entregar-se a Cristo e à sua Igreja?

Tenho a impressão que o mundo, como Reino de Deus em construção, está em constante evolução, como se de uma batalha se tratasse com diversas frentes que vão desde a ciência, à tecnologia, à política, à religião e às diversas culturas. Estou mesmo convencido que todas estas frentes, que têm tanta importância no mundo actual, portam em si traços do Espírito de Santo. Que é que isto que dizer? Quer dizer que o mundo vai de bem para melhor, porque em cada parte do mundo, embora ainda com muitas falhas, tudo se vai encaminhando para o que Jesus nos propõe no Evangelho, através de maior consciência dos direitos humanos, direitos das mulheres, direitos dos trabalhadores… Não como uma politização ou massificação da religião, mas como devolução da dignidade de Filhos do ‘Pai Nosso’, a cada pessoa. No fundo, para que cada pessoa seja mais parecida com Jesus e saiba ver Deus ‘chapado’ nos seus irmãos. Para aí nos encaminhamos aos poucos no o jogo da graça do PAI e da liberdade de cada filho.
Se caminhamos para Cristo precisamos de momentos constantes de viragem, a partir de dentro para fora, para marcar rotas, firmar passos e pontos de referência para o futuro, nos momentos em que temos de voltar a trás com o coração da memória, para irmos mais em frente. Marx dizia que a humanidade evolui com as revoluções que vão surgindo ao longo da história, como que um avanço que surge do confronto. Neste ponto concordo com ele, porém acho que a revolução já aconteceu. A revolução, o momento confronto-avanço, foi a encarnação, morte e ressurreição do Senhor! A vida de Cristo é a revolução que nos mostra a eternidade que está escondida no presente, que só se nos é revelada nos momentos em que damos a vida por alguém nas pequeninas coisas do dia-a-dia.
No fundo o que quero dizer é que a Companhia, como parte deste corpo maternal que é a Igreja, com qualidades e defeitos como qualquer mãe, deverá dar o seu contributo na actualização da única REVOLUÇÃO da história, a vinda de Cristo. Actualiza-la para tornar historicamente presente o eterno. Actualiza-la porque Jesus não está em cima das nuvens, num trono distante e perdido… está cá em baixo a construir o Reino connosco. Actualiza-lo para construir um mundo mais ecológico onde os mais pobres não tenham de padecer de queimaduras por exposição ao sol provocado pela maior abertura do buraco do ozono só porque há algumas pessoas que não sabe o que é o CFC, a isto Jesus diria: “De que te serve ganhar o mundo inteiro (poder económico, beleza, eficácia produtiva) se vieres a perder a tua vida?”; um mundo em que a comunicação social nos faça saber dos problemas dos países longínquos mas que também nos faça ter em conta os problemas que se passam ao nosso lado e do tanto bem silencioso que existe no mundo, a isto Jesus diria: “queres tirar o argueiro da vista do teu irmão (Africa, América Latina) e não vês a trave que tens à frente dos olhos (Europa, Portugal, Covilhã)”; um mundo em que a globalização não marginalize os ‘sem-voz’ que se têm de sujeitar a propostas que pequenos grupos de influência fazem, aos quais Jesus diria: “as propostas foram feitas para o Homem e não o Homem para as propostas”; um mundo onde a fome de comida e de vida “fossem uma coisa do passado” como disse o Bono Vox, em que não se prevalecesse a injustiça actual de 20% da população mundial possuir 80% dos recursos terrestres, a isto Jesus diria: “Dai-lhes vós mesmos de comer”; um mundo em que a Igreja não respondesse aos problemas de hoje com respostas de ontem, mas falasse ao coração como Deus fala, a isto Jesus diria: “aquilo que vos disse ao ouvido proclamem agora sobre os telhados”.
É esta a nossa missão dentro da Igreja. É darmo-nos ao mundo, como Cristo que não deu a vida virado para a cruz mas virado para o mundo. Não entendo uma entrega a Cristo que não seja entrega ao mundo… desde a acção apostólica até ao Carmelo. Acontece que não somos membros de uma corporação de solidariedade, nem ritualistas, ou pelo menos não é o que Deus sonha como a forma de o servirmos. Isto para dizer que sem oração não há apóstolo, não há Igreja! Se não aprendermos a falar de coração com Cristo, se não aprendermos o seu jeito de falar, estar, amar, ‘curar’, abraçar, ouvir, nunca haveremos de servir real e desinteressadamente os outros, como alguém que se vê como “expropriado por utilidade pública” em nome do Senhor Jesus. Há amigos meus que acham que eu perdi a liberdade e que por isto sou um ‘pau mandado’ de uma ideologia cor-de-rosa. Por sua vez eu acho que, ao entregar-me, em Igreja, com Cristo ao mundo, Ele mesmo vai libertando a minha própria liberdade, dia após dia.

sexta-feira, 14 de março de 2008

CHIARA LUBICH, Testemunha da Unidade

Chiara Lubich, com 88 anos, concluiu a sua viagem terrena esta noite, 14 de Março de 2008, às 2 da manhã, na sua morada em Roma, aonde tinha regressado, após um internamento hospitalar.
É no meio da Segunda Guerra mundial, num clima de ódio e violência e por ocasião do bombardeamento de Trento, que a jovem Chiara, na altura com 20 anos, faz a descoberta da sua vida: Deus Amor. Essa experiência dará um rumo novo e decisivo na sua vida. Uma descoberta que ela define como “fulgurante”, “mais forte do que as bombas que atingiam Trento”, e que foi imediatamente comunicada e compartilhada por suas primeiras companheiras. Juntas passam a construir e realizar o desejo que Jesus expressou no seu Evangelho: “que todos sejam um", ou seja, o seu projecto de unidade para a família humana.
O seu nome de batismo é Silvia. Assume o nome de Chiara, fascinada pelo radicalismo evangélico de Santa Clara de Assis, dando também ela o seu sim a Deus Esta escolha radical marca a primeira etapa de um caminho na busca apaixonada da Verdade, de um conhecimento mais profundo de Deus.
A primeira experiência acontece nos anos 40, quando Chiara e suas primeiras companheiras partilham seus poucos bens com os pobres dos bairros mais necessitados de Trento. É então que as promessas evangélicas se realizam: “Dai e vos será dado”; “Pedi e recebereis”. Em plena guerra chegam, com uma abundância inesperada, alimentos, roupas e medicamentos para que fossem atendidas muitas necessidades.
É assim que nascerá o Movimento dos Focolares sob a Espiritualidade da Unidade, centralizada no Amor e na Unidade.
Um número cada vez maior de homens e mulheres, das mais diversas categorias sociais, idades, raças e culturas vão encontrar um rumo para as suas vidas nesta nova espiritualidade que nasce na Igreja. Depois de alguns anos, unem-se aos católicos cristãos de outras Igrejas, judeus e seguidores de outras religiões, além de pessoas sem uma convicção religiosa, de 182 países.

quinta-feira, 13 de março de 2008

COMPANHEIROS DE JESUS

São membros da Companhia de Jesus, uma Ordem Religiosa, mas são também conhecidos por jesuítas.
São três e, mais concretamente, estão ainda em formação, na etapa chamada ‘noviciado’. O noviciado é a fase inicial da formação do jesuíta. Dura dois anos. Ao contrário do resto da formação, é um tempo mais ‘virado para dentro’ para permitir um encontro mais sereno e autêntico com Deus e assim discernir o seu chamamento para esta vida de serviço. A província portuguesa conta, actualmente, com 13 noviços.

São eles o Ricardo Barroso de 21 anos, de Almada, o João de Brito, de 22, vindo de Lisboa e o Miguel Melo, homem do norte (Famalicão) e com 21 anos. Estão de passagem pela Covilhã, onde reside uma comunidade de Jesuítas, para a "prova de inserção" durante toda a quaresma.

O Voc-Acção encontrou-se com eles. Muito gentilmente, partilharam connosco a sua vivência e esperanças. Aqui vo-las deixamos em vários episódios. Aqui vai a primeira parte, a cargo do Ricardo:

Como conheceste a Companhia de Jesus?
R : Conheci a Companhia de Jesus, num contexto muito particular. O da minha própria conversão.
Converti-me relativamente tarde, era proveniente de uma família agnóstica, sem qualquer formação cristã, e nesse caminho de conversão, cruzei-me com os Jesuítas, na Paróquia da Charneca da Caparica em Almada, onde recebi a Primeira Comunhão.


O que mais te fascina em S. Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, e Francisco Xavier, outro grande jesuía?
R : Fascina-me que essas figuras não eram grandes mas muito pequenas, muito simples, muito humildes. Foi essa sua pequenez que permitiu abrirem-se de forma radical a Cristo.
Procuravam incessantemente no seu dia-a-dia, encontrá-Lo, conhecê-Lo e viverem não para a si, mas sempre na esperança de se orientarem para a Maior Glória de Deus. Só esta vivência interior, bem enraizada na pessoa de Jesus, os conduziu á procura no discernimento da Sua vontade, e só na Sua vontade realizaram na sua pequenez a grandeza da missão a que se souberam chamados.

terça-feira, 11 de março de 2008

CHAMA DE ORAÇÃO EM TEIXOSO


Desde domingo, a Chama de Oração pelas vocações "arde" na paróquia de Teixoso, prosseguindo assim a sua caminhada luminosa pelo arciprestado da Covilhã.

Pelas 10 horas decorreu um encontro com as crianças e adolescentes da catequese. É de registar o bom ambiente e interesse manifestado por todos os participantes. Parabéns a eles!

De seguida, celebrou-se a Eucaristia dominical, presidida pelo pároco, Pe. Alberto de Almeida, e com destaque para a Festa da Vida que nesse dia envolveu alguns jovens da comunidade.

Ao longo da semana, são promovidos momentos de oração. Na sexta feira, está marcado um encontro de formação com catequistas. E no sábado, realizar-se-á uma Vigília de Oração pelas Vocações. O encerramento da semana ácontecerá na eucaristia do próximo domingo.

segunda-feira, 10 de março de 2008

TOM MOREL, Viver livre ou Morrer


“Um cristão deve ser o primeiro em tudo, se quer que o seu cristianismo dê testemunho”. Esta frase bem pode resumir a vida e a atitude deste jovem oficial do exército francês, nascido a 1 de Agosto de 1915. Aplica-se em tudo, sobretudo nas suas responsabilidades: “Para ser chefe, é preciso ter prestígio; e este prestígio é necessário adquiri-lo pela generosidade, na entreajuda mútua, na dedicação… «Não há maior prova de amor do que dar a vida pelos seus amigos», disse Jesus; e se Ele permitisse que tal me fosse pedido a mim, oh, como eu Lhe agradeceria…”
É pois em Jesus que Ele encontra um modelo a seguir e um amparo: “Se eu não tivesse Jesus a meu lado, Ele que recebo cada manhã, eu sucumbiria sob o peso da minha tarefa”. “Eu só vivo bem no esforço. Procuro intensamente guardar esta juventude de carácter que consiste em recusar optar pela mediocridade, denegação de si mesmo e de seus actos”.
Tom procura ser íntegro em tudo o que vive. A propósito do casamento, escreve o seguinte a amigos seus: "O meu noivado é mais um esforço para alcançar o bem, uma nova tetativa para subir mais alto. Estamos decididos, eu e a minha noiva, em fazer de Deus o centro das nossas acções comuns..." Casar-se-á em 1938 e sera pai de três crianças.
Fiel aos seus princípios, será morto à traição, com 28 anos, no dia 9 de Março de 1944, por outro oficial francês quando defendia a Resistência Fancesa à invasão alemã na II Guerra mundial. Ele dissera, poucos dias antes da sua morte: “Faço sempre o que julgo ser o meu dever, nem que por isso tivesse de morrer”. Tinha também escrito: “Cultivo o prestígio, não por vã glória mas para elevar as almas a Jesus: Ele é o meu poço de energia; se Ele não estivesse no meu coração, sinto que nada poderia fazer”.

RETIRO JOVEM


Decorreu este passado fim de semana o Retiro Jovem no Centro Apostólico da Guarda, promovido pelo Departamente de Pastoral Juvenil.
Estiveram presentes cerca de duas dezenas de jovens, oriundos de diversos lugares da nossa diocese. A sua orientação foi confiada à Ir. Mafalda, das Servas de Nossa Senhora de Fátima. Na avaliação final ficou patente que todos sentiram os benefícios desta "paragem" para se re-encontrarem consigo próprios e com Deus. Inclusivamente, ficou-lhes um sabor a pouco: seria tão bom continuar...
Mas a sua relação com Deus tem de prosseguir no quotidiano das suas vidas, sendo cada vez +, dando-se...

domingo, 9 de março de 2008

DESPEDIDA DA CHAMA EM BOIDOBRA


Este sábado, a Chama de Oração despediu-se da paróquia de Boidobra.

Pela tarde, decorreram alguns encontros de formação, nomeadamente com catequistas, crianças e adolescentes. De seguida, celebrou-se a eucaristia com a presença da comunidade, com participação das crianças da catequese e dos escuteiros da paróquia. No final da celebração, a Chama foi entregue à paróquia de Teixoso, representada por algumas catequistas.

O SDPV agradece o acolhimento e a colaboração da comunidade paroquial de Boidobra na pessoa do pároco, Cón. Geraldes, do Diác. Martins e de todos quantos participaram nas diversas actividades desenvolvidas.

VIDA NOVA


Porque seguis a Cristo
e viveis em comunhão com Ele,
confiai totalmente em Deus.
Apesar das dúvidas e sofrimentos,
acreditai na vitória final da vida.
Que os fracassos e os medos,
as dores e as lágrimas amargas
não vos consigam separar do amor de Deus.

Porque seguis a Cristo
e viveis em comunhão com Ele
amai verdadeiramente os irmãos.
Que o perdão e a reconciliação
sejam mais fortes que a desconfiança e a rejeição.
Que a solidariedade e a partilha de bens
derrubem as barreiras dos egoísmos e das injustiças.
Apesar da cultura de morte que nos cerca,
continuai a optar pela justiça e pelo amor.
Quem ama já passou da morte para a vida,
uma vida nova vivida em actos e em verdade
que se manifestará em plenitude
quando vier o Senhor da Vida.
Vinde, Senhor Jesus!

sábado, 8 de março de 2008

SER MULHER



Ser mulher não é um acaso. É uma vocação.
A todas as mulheres (mães, irmãs, filhas, esposas, consagradas,...) que assumem a sua vida como vocação, esta singela homenagem.

S. JOÃO DE DEUS, o Louco de Deus

João nasceu a 8 de Março de 1495 em Montemor-o-Novo. Impetuoso ao longo da sua vida, fugiu de casa aos oito anos para viajar até Espanha. Aí foi educado por uma família que o ensinou a ser pastor. Em 1522, ingressou no exército espanhol. Durante a guerra contra a França, caiu de um cavalo perto do campo do inimigo e, abalado, pediu o auxílio da Virgem Maria. Conseguiu regressar para junto dos seus camaradas, mas foi depois acusado de roubar, e escapou por pouco à forca.
Ao saber que a mãe tinha falecido e seu pai tinha professado num convento franciscano, João decidiu expiar os seus pecados. Ansioso por ajudar os outros, foi para África, onde os cristãos estavam a ser perseguidos.
Porém, um frade franciscano aconselhou-o a regressar a Espanha. Um dia, teve uma visão do Menino Jesus a chamar-lhe “João de Deus” e a dizer-lhe para se dirigir à cidade de Granada. Aí, ganhou a vida como livreiro. Um dia, ouviu pregar João de Ávila, que falava da alegria daqueles que sofrem por Cristo. João emocionou-se de tal maneira que transtornado foi tido por louco e, assim, teve de ser internado. Testemunhou a forma desumana como os doentes com deficiências mentais eram maltratados e muitas vezes deixados ao abandono. Após o seu restabelecimento, decidiu tomar conta dos doentes e dos pobres.
Fundou um hospital em Granada e obtinha recursos para ele pedindo esmola. Havia tantos doentes que construiu um segundo e depois um terceiro hospital. Durante um incêndio num dos hospitais, João salvou sozinho muitos pacientes e ajudou a extinguir o fogo. O bispo de Tuy concedeu o nome de “João de Deus” e, em reconhecimento pelo seu serviço aos outros, deu-lhe um hábito religioso para usar.
João faleceu em oração no dia em que fazia 55 anos.
Actualmente, a sua obra é continuada pelos Irmãos de S. João de Deus e pelas Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus. Estas últimas estão presentes na nossa Diocese, na Casa de Saúde Bento Menni.
Para saber mais, clica em: http://www.isjd.pt/ (Irmãos de S. João de Deus) e http://www.ihscj.pt/ (Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus).


quinta-feira, 6 de março de 2008

MARTA RODIN, O PEQUENO GRÃO DE TRIGO

Ó Maria, doce Mãe
"Ó Maria, ó minha tão doce Mãezinha, obtende-me, do céu, neste belo dia, o abandono completo, o abandono perfeito, o abandono cheio de amor para com o Amor. Que por vosso intermédio, convosco e em vós, eu expie, reze e sofra de amor, sempre mais e mais. Que a minha vida seja exclusivamente um "sim" de amor. (...) Que eu não seja nada além de uma alma inteiramente consagrada (...) a Jesus".
Marta Robin Jornal íntimo, em 6 de março de 1930

Marthe Rodin nasceu a 13 de Março de 1902 numa pequena povoação francesa, no seio de uma família de camponeses.
Ficou conhecida por ser uma grande mística do séc. XX, estigmatizada, e que, acamada durante cinquenta anos, sobreviveu alimentada apenas com a hóstia consagrada que comungava duas vezes por semana. Contudo, Marta não nasceu mística e santa. E essa é a sua grande lição e o que de mais importante podemos colher da sua vida.
Em 1918, então com 16 anos, é vítima de uma encefalia letárgica. Durante dez anos lutará contra a doença na esperança da cura. Tem as suas primeiras experiências místicas, descobrindo-se para si uma vocação no sofrimento. Assim, em 1925, Marthe consagra toda a sua vida a Deus por um “acto de abandono ao amor e a Vontade de Deus”: “Senhor meu Deus, pediste tudo a vossa pequena serva; tomai então e recebei tudo. Neste dia, eu me consagro a vós sem reservas e sem retorno”.
Porém, o seu estado piora ficando definitivamente paralizada, primeiro das pernas, depois dos braços. Tem um breve período de revolta, mas sem nunca perder a fé. Essa nova prova vai prepará-la para uma comunhão íntima com Deus. Impedida de engolir seja o que for, a não ser a hóstia consagrada. Pela mesma altura, recebe os estigamas – as chagas de Cristo crucificado – revivendo todas as sextas feiras a paixão de Cristo. Em 1940 perde a visão. Num quarto escuro, sem comer nem dormir viverá até 1981, ano da sua morte, carregando as fortes dores da sua doença. No seu funeral estarão presentes 6 bispos e mais de 7000 pessoas.
Ainda assim, não foi dito tudo sobre ela.
Escondida na penumbra do seu quarto é da intimidade com Jesus que ela colhe as forças sobrenaturais necessárias para carregar a sua cruz. Mais, o segredo da sua vocação está em OFERECER. Decidiu oferecer a sua vida e o seu sofrimento por amor a Jesus, como se fosse um pequeno grão de trigo, entregue e enterrado a fim de dar fruto para a glória de Deus e serviço dos irmãos. São milhares as pessoas que a visitam e recebem dela um forte testemunho de alegria e serenidade, sempre com palavras oportunas e cheias de luz. Por intuição, e através do Pe. Finet que se tornou seu colaborador, funda os “Foyers de Charité” (Lares de Caridade) com a finalidade de despertar e fortalecer a fé no mundo. São, actualmente, 75 em todo o mundo, pequenas comunidades de sacerdotes e leigos dedicados à obra evangelizadora, especialmente através da pregação de retiros.

“Eu quero semear o Amor, semear a Caridade!
Amar! Ser possuída de bondade, ternura e justiça.
Ser ardente e amando no inteiro sacrifício
Sim, sê-lo por tudo, sê-lo de todo o coração(…)
Quero, esquecendo-me de mim, levar às almas a amar Deus
Dando-me por todos, sem cessar e sem contar,
Oferecer, sempre oferecer, sem querer colher!”

quarta-feira, 5 de março de 2008

CRUZ DE SÃO DAMIÃO PROXIMAMENTE NA GUARDA


A Família Franciscana vive um triénio de preparação para o grande jubileu do ano 2009. Nessa data celebram-se os 800 anos da conversão de S. Francisco de Assis, do início do carisma franciscano e da aprovação da “forma de vida evangélica” por parte de Inocêncio III.
Um dos passos decisivos nesta conversão foi o encontro do jovem Francisco com o Crucifixo de S. Damião. Por isso, a Família Franciscana Portuguesa lançou, neste triénio de preparação, a peregrinação da Cruz de S. Damião por todas as Fraternidades e Comunidades franciscanas do país. O ano passado a Cruz percorreu as dioceses do Sul e este ano cabe às dioceses do Centro recebê-la.
Vinda da diocese de Viseu entrará na Guarda no Domingo 30 de Março. No final de Abril será transmitida a Lamego.
O SDPV, em colaboração com as fraternidades franciscanas da diocese, divulgará em breve o programa da visita.

segunda-feira, 3 de março de 2008

ENCERRAMENTO DA SEMANA DE ORAÇÃO EM S. PEDRO


Chegou ao fim a Semana de Oração pelas Vocações na comunidade paroquial de S. Pedro da Covilhã. Foi neste passado sábado. Num primeiro momento através de um encontro com os adolescentes dos últimos anos de catequese e, finalmente, com a celebração da eucaristia, a Chama de Oração despediu-se desta comunidade, passando-se o testemunho para a paróquia da Boidobra.

Vários foram os momentos promovidos em S. Pedro: encontros de formação, celebrações, uma vigília... Em todos eles percebeu-se o dinamismo e a vitalidade da comunidade que, assim esperamos, manterá viva a Chama das Vocações através do seu testemunho. A todos, o SDPV agradece o acolhimento, a colaboração e a amizade.

Até breve!

domingo, 2 de março de 2008

VOCAÇÃO DE LANTERNA

“O que eu sei é que eu era cego e agora vejo”.
Cf. Jo 9, 1-41

Um verdadeiro itinerário de fé, essa caminhada feita pelo cego de nascença, no evangelho de hoje.
Aquele que andava nas trevas encontrou uma Luz que iluminou a sua existência, não apenas fisicamente, mas também espiritualmente. Nos sucessivos interrogatórios a que se sujeita, vai “crescendo” na fé. De uma vaga ideia sobre “esse homem” chamado Jesus, passando pela identificação de profeta e até chegar ao “Creio, Senhor!” vai uma longa caminhada. Afinal, é a caminhada que todos nós devemos realizar na nossa vida e na nossa relação com Deus: passar de uma ideia sobre a divindade ao encontro com Alguém. Neste caso, o encontro transforma.
Podemos dizer como o cego de nascença “agora vejo”!?
É que nem todos vemos da mesma maneira. A passagem de Jo 9, 1-41 assim o prova. Entre aqueles que não se preocupam em ver mais do que estão habituados (vizinhos), outros que estão convencidos de já estarem totalmente esclarecidos e, por isso, não querem ver (fariseus) e finalmente os que têm medo de ver (pais), qual deles é que vê? Pois, como diz o ditado “Não pior cego do que aquele que não quer ver”.
Não é fácil àquele que era tido por cego (tal como para nós) mostrar a Luz que o ilumina. Ao cristão é pedido, de certo modo, que seja uma lanterna: não é a luz – essa é Deus – mas deixa-a brilhar no seu olhar, no seu sorriso, na sua alegria e esperança. Mesmo no meio das dificuldades. Alias, é no meio das trevas que a luz é mais necessária e, daí, brilha mais.
Resta saber se temos a fé suficiente para alimentar essa chama que Deus deposita em nós. Talvez tenhamos muito a aprender (e a andar) com o cego de nascença, pois todos temos um pouco de cegueira a curar.

RETIRO PARA JOVENS

AMIGO JOVEM
A vida é uma constante procura!
Mas procurar o quê?
A felicidade? A certeza do futuro?
A qualidade das nossas amizades?
Talvez, o encontro com alguém?
A vida é bem mais que uma procura! É encontro de um ser com outro Ser +.
O DPJG (Departamento de Pastoral Juvenil da Guarda) pensou em ti! Quer dar-te a oportunidade de um encontro contigo, com os outros e principalmente com Ele, o Mestre. Ele espera por cada um! Espera por ti!
Para isso, és convidado(a) a participar no Retiro para Jovens no Centro Apostólico na cidade da Guarda! Inicia dia 7 de Março (sexta feira) pelas 21h e termina no Domingo com o almoço!
Pedimos-te que apenas colabores nas despesas com 34 euros. Mas se tiveres algumas dificuldades, não deixes de aparecer.
Inscreve-te e se tiveres alguma dúvida contacta o DPJG:
Pe. Jorge Castela - 963 222 483
Casa Paroquial, rua da Igreja, nº 42
SANTA MARINHA
6270-196 SEIA
ou Ir. Perpétua - 967 943 028