quinta-feira, 6 de março de 2008

MARTA RODIN, O PEQUENO GRÃO DE TRIGO

Ó Maria, doce Mãe
"Ó Maria, ó minha tão doce Mãezinha, obtende-me, do céu, neste belo dia, o abandono completo, o abandono perfeito, o abandono cheio de amor para com o Amor. Que por vosso intermédio, convosco e em vós, eu expie, reze e sofra de amor, sempre mais e mais. Que a minha vida seja exclusivamente um "sim" de amor. (...) Que eu não seja nada além de uma alma inteiramente consagrada (...) a Jesus".
Marta Robin Jornal íntimo, em 6 de março de 1930

Marthe Rodin nasceu a 13 de Março de 1902 numa pequena povoação francesa, no seio de uma família de camponeses.
Ficou conhecida por ser uma grande mística do séc. XX, estigmatizada, e que, acamada durante cinquenta anos, sobreviveu alimentada apenas com a hóstia consagrada que comungava duas vezes por semana. Contudo, Marta não nasceu mística e santa. E essa é a sua grande lição e o que de mais importante podemos colher da sua vida.
Em 1918, então com 16 anos, é vítima de uma encefalia letárgica. Durante dez anos lutará contra a doença na esperança da cura. Tem as suas primeiras experiências místicas, descobrindo-se para si uma vocação no sofrimento. Assim, em 1925, Marthe consagra toda a sua vida a Deus por um “acto de abandono ao amor e a Vontade de Deus”: “Senhor meu Deus, pediste tudo a vossa pequena serva; tomai então e recebei tudo. Neste dia, eu me consagro a vós sem reservas e sem retorno”.
Porém, o seu estado piora ficando definitivamente paralizada, primeiro das pernas, depois dos braços. Tem um breve período de revolta, mas sem nunca perder a fé. Essa nova prova vai prepará-la para uma comunhão íntima com Deus. Impedida de engolir seja o que for, a não ser a hóstia consagrada. Pela mesma altura, recebe os estigamas – as chagas de Cristo crucificado – revivendo todas as sextas feiras a paixão de Cristo. Em 1940 perde a visão. Num quarto escuro, sem comer nem dormir viverá até 1981, ano da sua morte, carregando as fortes dores da sua doença. No seu funeral estarão presentes 6 bispos e mais de 7000 pessoas.
Ainda assim, não foi dito tudo sobre ela.
Escondida na penumbra do seu quarto é da intimidade com Jesus que ela colhe as forças sobrenaturais necessárias para carregar a sua cruz. Mais, o segredo da sua vocação está em OFERECER. Decidiu oferecer a sua vida e o seu sofrimento por amor a Jesus, como se fosse um pequeno grão de trigo, entregue e enterrado a fim de dar fruto para a glória de Deus e serviço dos irmãos. São milhares as pessoas que a visitam e recebem dela um forte testemunho de alegria e serenidade, sempre com palavras oportunas e cheias de luz. Por intuição, e através do Pe. Finet que se tornou seu colaborador, funda os “Foyers de Charité” (Lares de Caridade) com a finalidade de despertar e fortalecer a fé no mundo. São, actualmente, 75 em todo o mundo, pequenas comunidades de sacerdotes e leigos dedicados à obra evangelizadora, especialmente através da pregação de retiros.

“Eu quero semear o Amor, semear a Caridade!
Amar! Ser possuída de bondade, ternura e justiça.
Ser ardente e amando no inteiro sacrifício
Sim, sê-lo por tudo, sê-lo de todo o coração(…)
Quero, esquecendo-me de mim, levar às almas a amar Deus
Dando-me por todos, sem cessar e sem contar,
Oferecer, sempre oferecer, sem querer colher!”

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