segunda-feira, 30 de junho de 2008

Ó MARIA...

Ó Maria, se tu soubesses...
Jamais acontecerá algo igual.
Presenciei mais horrores que maravilhas,
os homens tornaram-se tão loucos, tão loucos,
a ponto de serem amarrados.
Eu daria tudo para esquecer...
Ó Maria, se tu soubesses
todo o mal que me fizeram...
Ó Maria, se eu pudesse,
em teus braços, descobertos, repouso encontrar.
Corro o dia inteiro,
sem saber para onde vou,
entre ruídos e na densa fumaça,
vejo sombras que se matam, umas às outras.
Amanhã será o grande dia;
será preciso uma prova de bravura,
ir para a linha de frente.
Ó Maria, eu te imploro, dá-me um sinal.


Ó Maria, se tu soubesses,
todo o mal que me fizeram...
Ó Maria, vou aguardar
que no Céu venhas ao meu encontro.
Ó Maria, vou aguardar
que no Céu venhas me encontrar.

Johnny Hallyday
"Maria"

domingo, 29 de junho de 2008

INSTITUIÇÃO DE MINISTÉRIOS (I)

Para além da ordenação de dois sacerdotes e um diácono, na mesma celebração serão instituídos um acólito, o Hugo Martins de Celorico, e dois leitores, o Celso de Barco, concelho da Covilhã e o Luís Nobre de Vilar Formoso.

Mas o que significa ser instituído?
Colocámos a pergunta a esses três jovens.

Hoje, o primeiro eles: o Hugo.



«Caros “bloguistas”, de certo que dimensão do servir não está na moda no mundo de hoje. É neste contexto que vou ser instituído servidor do altar.
Ser assíduo servidor do altar, distribuir aos Irmãos o Pão da viva, crescer na fé e na caridade para Edificação da Sua Igreja.
Em suma: Servi-Lo com dignidade, simplicidade, importância e beleza na liturgia. Conto com a vossa estima e oração neste passo rumo ao Sacerdócio.»

S. PAULO, apóstolo missionário


Quando Paulo nasceu em Tarso, recebeu o nome de Saulo. A sua família vivia bem graças ao fabrico e comércio de tendas. Seguia a lei hebraica de modo rigoroso e, enviado a Jerusalém, foi um aluno brilhante na escola do fariseu e mestre da Lei, Gamaliel, que vem referenciado no Novo Testamento.
De tal maneira o jovem Saulo era zeloso pelas coisas de Deus que encarou o grupo dos seguidores de Jesus como uma ameaça às tradições e religião judaicas. Lançou-se em perseguições à Igreja, prendendo homens e mulheres. Sabendo que a nova corrente se espalhava fora da Judeia, põe-se a caminho de Damasco para encarcerar os cristãos que aí encontrasse.
Porém, perto da cidade, uma luz forte cega Saulo, deitando-o ao chão. Ouviu uma voz que lhe disse: “Saulo, Saulo, porque me persegues?” (Act 9, 4) Saulo acaba de se encontrar com Jesus. Recuperada a vista dos olhos e, sobretudo, do coração, faz-se baptizar assumindo o nome romano de Paulo (significa pequeno) e aderiu à uma nova vida em Jesus.

Um grande missionário
Paulo inicia, então, um longo caminho feito de diversas etapas. Desde Damasco, passando por Jerusalém, não mais parou levando ao mundo conhecido a Boa Nova do Evangelho de Jesus. Mas de perseguidor, Paulo passou a perseguido. Muitas vezes maltratado e insultado, foi apedrejado, passou frio e fome, naufragou, foi preso e acabou por ser martirizado em Roma… Mas tudo enfrentou e aceitou pela grande paixão que sentia por Jesus. Sentindo-se salvo por Ele quis levar a todos a Sua salvação.
Após a sua conversão, Paulo dedicou o resto da sua vida a pregar, a fundar novas comunidades de cristãos e a escrever-lhes cartas que hoje lemos e meditamos nas eucaristias. Os seus escritos encorajam e aconselham sobre a forma de seguir fielmente a Cristo.

Ano Paulino
Ao proclamar este ano jubilar dedicado a S. Paulo, Bento XI desafia-nos a, como Paulo, sermos missionários sem vergonha em anunciar Cristo ao nosso redor. Também nós temos de “despertar” e convertermo-nos ao amor de Jesus que nos liberta e nos chama a libertar os que nos rodeiam.

ORDENAÇÕES - CHAMADOS PARA SEREM ENVIADOS

HOJE NA SÉ CATERAL DA GUARDA,
PELAS 16 HORAS,
SERÃO ORDENADOS DOIS SACERDOTES,
GILBERTO E HÉLDER,
E UM NOVO DIÁCONO,
VALTER.
SERÃO TAMBÉM INSTITUÍDOS
UM ACÓLITO, HUGO,
E DOIS LEITORES,
CELSO E LUÍS
.
TODOS ESTÃO CONVIDADOS
A PARTICIPAR NA CELEBRAÇÃO
PRESIDIDA PELO D. MANUEL
.

sábado, 28 de junho de 2008

ANO PAULINO


Inicia-se, hoje 28 de Junho, o denominado Ano Paulino, ano jubilar dos 2000 anos do nascimento de S. Paulo, o grande apóstolo missionário.
Até 29 de Junho do próximo ano, inúmeras iniciativas decorrerão, sobre tudo em Roma e lugares marcados pela passagem evangelizadora de Paulo de Tarso. Mas também em todas as dioceses do mundo será assinalado esta comemoração, sobretudo tendo como objectivo conhecer melhor a vida e a mensagem de S. Paulo para uma melhor compreensão e vivência da nossa fé em Jesus Crsto.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

UMA OUTRA FOME

«Senhor, se quiseres, podes curar-me.»
Jesus estendeu a mão e tocou-o.
cf. Mt 8,1-4

"Hoje em dia, a doença mais terrível do Ocidente não é a tuberculose nem a lepra, é a sensação de ser indesejado, de não ser amado, se ser abandonado. Tratamos as doenças do corpo por meio da medicina; mas o único remédio para a solidão, para a confusão e para o desespero é o amor. São muitas as pessoas que morrem neste mundo por falta de um pedaço de pão, mas são muitas mais as que morrem por falta de um pouco de amor. A pobreza no Ocidente é outra espécie de pobreza; não se trata apenas de uma pobreza de solidão, é também uma pobreza de espiritualidade. Há uma fome que é fome de amor, como também há uma fome de Deus."


Beata Teresa de Calcutá
(1910-1997),
fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade


in evangelhoquotidiano.org

SE TU QUISERES...

Ó JESUS
Tu és meu amigo.
Ajuda-me a dizer SIM
como aqueles homens pecadores que foram contigo.
Deixaram os barcos e confiaram em Ti para sempre.
Ajuda-me a conhecer-Te melhor,
a não ter vergonha de falar de Ti aos outros
e a ir contigo,
SE TU QUISERES...

quinta-feira, 26 de junho de 2008

TESTEMUNHO DE UM FUTURO SACERDOTE (II)


São dois os novos sacerdotes que irão enriquecer a Diocese a partir de 29 de Junho. Um deles é o Helder. Colocámos-lhe algumas questões sobre este novo desafio para a sua vida, consequência de uma longa caminhada.
Aqui fica a sua partilha.

COMO SURGIU EM TI O DESEJO DE SER PADRE?
Não surgiu. Foi surgindo… ao longo dos vários anos de caminhada vocacional, ao passar as várias etapas do meu estudo e da minha descoberta.
Demorei muitos anos a afirmar a mim próprio que queria ser padre. Quando Jesus me chamou a primeira vez foi a ser seminarista. Fui-o durante anos. Até á minha ordenação sacerdotal, chama-me a ser um bom diácono!...

QUEM É PARA TI JESUS CRISTO?
É o Deus presente! Presente há 2000 anos na Palestina e, hoje, em cada cristão e homem de boa vontade. É o exemplo que procuro seguir, apesar das minhas limitações. É o companheiro de caminhada que pega em mim ao colo quando preciso, mesmo sem o sentir.
É a razão da minha vocação.

UMA PALAVRA AOS JOVENS…
Então uma palavra também para mim!!!
Não tenhamos medo de ser jovens! É na juventude que está o futuro, a alegria e os sonhos.
Cristo é um jovem que nos cativa. Deixemo-nos cativar por Ele!


O SDPV associa-se à alegria do Hélder e da sua família e deseja-lhe um bom ministério sacerdotal à maneira de Jesus Cristo.

Pode ler a entrvista completa no Jornal Voz da Fé, publicação do Seminário Maior da Guarda.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

TESTEMUNHO DE UM FUTURO SACERDOTE

O Gilberto será um dos dois novos sacerdotes que serão ordenados no dia 29 de Junho na Sé Catedral. Encontramo-nos com ele para colher o seu testemunho na véspera de um momento tão importante para ele e de tão grande significado para a Diocese.

Ser padre, porquê?
Porque foi, é e há-de ser um chamamento e convite de Jesus Cristo. Ouvi aquela voz divina sussurrar ao meu ouvido “Segue-Me”, a mesma voz que dirigiu convite idêntico aos doze e a Homens de todo o tempo para lhe entregarem a vida.
Não pude nem posso olhar para este convite de Jesus de uma forma banal, irresponsável ou indiferente. Por isso, com Ele e com a ajuda de muitas outras pessoas fiz-me ao caminho e cheguei à conclusão que ser padre é mesmo o que eu quero e que Jesus quer.
Contudo, não basta querer somente ser padre. O que mais me fascina e seduz é querer ser padre à maneira de Jesus Cristo: actuando da mesma forma que Ele actuou, vivendo ao Seu estilo e amando da mesma forma que Ele amou. Estou consciente que vai ser difícil, mas impossível não será. Penso que aqui está o verdadeiro “porquê” de eu querer ser padre!

Quem é Jesus Cristo para ti?
Vou referir-me somente à minha experiência pessoal, como a pergunta me pede. A importância que Jesus Cristo tem para mim centra-se num pensamento Paulino: “É que, para mim, viver é Cristo…” (Fl 1, 12). Tudo o resto na minha vida (e que também é importante) só faz sentido se for completado por e em Cristo. O “meu mundo” só pode girar à volta do mundo de Jesus, sinto-me como se fosse um “planeta-satélite” de Jesus Cristo. Por isso, Ele é o meu fundamento, razão de ser e de existir e felicidade total.
Preocupa-me, no entanto, a forma ligeira e “soft” como muitas pessoas olham e vivem Cristo. Para mim, Ele não é nenhum “conto de histórias” ou uma grande personalidade heróica ou revolucionária da época. Jesus Cristo é acima de tudo o rosto salvador e misericordioso de Deus. Nessa linha, a forma como Ele salvou o Homem e exerceu a Sua Missão. São impressionantes os gestos, as palavras, as obras e a pedagogia salvadora que o Redentor utilizou para nos salvar. Mais fascinante foi como Ele quis ficar connosco até ao fim dos tempos através da Sua presença real na Eucaristia. De facto, perante um Salvador assim eu não poderia deixar de O seguir!

Que mensagem queres deixar aos jovens?
Deixo o apelo feito por Jesus e tantas vezes lembrado por João Paulo II: “Não temais”. Acho que às vezes o que falta nos nossos jovens é a coragem para se afirmarem como cristãos. Parece haver vergonha dos colegas, da família, da escola… Não tenhamos medo de assumir Cristo!
Vale a pena segui-lo, pois daí a juventude (e todas as pessoas) só terão benefícios: Cristo foi um também um jovem cheio de vida que espalhou alegria, dinamismo e valores sólidos. Vale a pena segui-lo porque Ele não é retrógrado, não passa de moda e as suas palavras são sempre actuais: “A quem iremos nós, Senhor? Só Tu tens palavras de vida eterna…” (Jo 6, 68).

Podem encontrar a integralidade da entrevista no Jornal Voz da Fé, publicação do Seminário Maior da Guarda
O SDPV deseja as maiores bênçãos de Deus ao Gilberto para que seja um bom padre e fiel seguidor de Jesus.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

NOVO DIÁCONO… PARA SERVIR

Para além dos dois novos sacerdotes, a Diocese será “premiada” com um novo diácono. Trata-se do Valter, a quem perguntámos qual o significado deste passo que o conduz ao diaconado.
B.I.
Nome: Valter Tiago Salcedas Duarte
Idade: 27 anos
Natural da Covilhã
Itinerário pastoral até agora: Equipa de pastoral vocacional do Seminário Maior da Guarda durante 2 anos – 2004/2005 e 2005/2006; pastoral de fim-de-semana em Trancoso durante 1 ano – 2006/2007; Estágio pastoral em Trancoso em 2007/2008.


Ao começar a escrever este parco testemunho retiro o relógio do pulso, fito alguns momentos o ponteiro dos segundos, e constato o inegável, qual verdade “lapalissiana”, o tempo não pára… A verdade é que também não pára desde o longínquo Setembro de 2001.
A jornada que então iniciei no Seminário Maior da Guarda tendo em vista, querendo Deus, a ordenação sacerdotal, foi ao longo dos anos passando por várias etapas… umas melhores, outras menos boas, mas todas Etapa de crescimento e aproximação a Jesus Cristo. Essa aproximação, essa intimidade, esse conhecimento foram-se tornando cada vez maiores e, como de ontem para hoje, eis que chega o diaconado! Seria fácil desenvolver aqui uma teologia diaconal tentando transmitir aquilo que é para mim o ser Diácono, ministério ordenado do serviço… verdade seja dita que, para mim, esse serviço é consequência e não móbil! Estranho? Talvez não…
O serviço à Igreja e aos irmãos é consequência, consequência do Amor a Cristo! Ser diácono é servir, mas não filantropicamente! É servir porque se ama, porque se ama a Cristo e assim acontecendo, brota desse amor o amor aos irmãos.
É para o amor a Cristo que tudo deve concorrer e é do amor a Cristo que tudo deve emanar… só assim tem sentido o ser diácono… só assim tem sentido o ser cristão!
Salcedas Duarte

domingo, 22 de junho de 2008

ORDENAÇÕES

No próximo domingo, 29 de Junho
na Sé Catedral da Guarda,
pelas 16h,
serão ordenados sacerdotes
Gilberto Antunes e Hélder Lopes,
e diácono
Valter Salcedas.
Toda a Diocese está convidada a associar-se
pela oração e alegria a este acontecimento.

sábado, 21 de junho de 2008

ONDE ESTÁ O TEU TEOURO, AÍ ESTÁ O TEU CORAÇÃO


Onde está o coração amante?
Nas coisas que ele ama – por conseguinte, onde está o nosso amor, está cativo o nosso coração. Não pode sair, não pode elevar-se mais alto, não pode ir para a esquerda nem para a direita; está parado. Onde está o tesouro do avarento, aí está o seu coração; e onde está o nosso coração, aí está o nosso tesouro.

E um nada, uma imaginação, uma palavra seca que nos disseram, uma falta de acolhimento caloroso, uma pequena recusa, apenas o pensamento de que não nos têm em grande conta – tudo isso nos fere e nos indispõe de um modo que não podemos vencer! O amor próprio nos liga a essas feridas imaginárias, que não saberíamos tirar, estão sempre presentes, e porquê? É porque se está cativo dessa paixão. Que é que nos prende? Estamos nós na «liberdade dos filhos de Deus»? (Rom 8,21) Ou estamos ligados aos bens, aos caprichos, às honras?

Ó Salvador, abriste-nos a porta da liberdade, ensinaste-nos a encontrá-la. Faz-nos conhecer a importância deste privilégio, faz-nos recorrer a vós para aí chegarmos. Ilumina-nos, meu Salvador, para ver a que é que estamos apegados, e põe-nos, se for do teu agrado, na liberdade dos filhos de Deus.
S. Vicente de Paulo (1581-1660)

S. LUÍS GONZAGA, padroeiro da juventude e dos estudantes


Nascido no somptuoso castelo de Castiglione, Luís Gonzaga era filho de um ilustre membro da nobreza, aparentado com uma das mais importantes famílias da Itália. Recebeu educação esmerada e frequentou os ambientes mais sofisticados da alta nobreza italiana: Corte dos Médici, em Florença; Corte de Mântua; Corte de Habsburgos, em Madrid. Foi pajem do príncipe Diego, filho de Filipe II.
Quando ainda muito jovem, Luís decidiu ingressar na companhia de Jesus (Jesuítas). Mas seu pai, o poderoso Marquês de Castiglione, estava igualmente determinado a conseguir que o seu filho entrasse no exército, uma carreira adequada à sua posição social. Surgiram amargas disputas na família e o Marquês convocou mesmo bispos para convencerem Luís a desistir do seu projecto. Mas todos eles acabaram por reconhecer que o rapaz parecia talhado para a vida religiosa. O Marquês reagiu trancando o filho no seu quarto. Mas quando o encontrou de joelhos em oração e a flagelar-se como penitência, acabou por desistir.

Finalmente, aos 17 anos, Luís renunciou ao seu título e entrou no noviciado jesuíta, etapa inicial da vida religiosa. A sua piedade ultrapassava os mais fervorosos da Ordem. Não se poupou em sacrifícios e orações, efectuava as tarefas mais insignificantes do mosteiro, evitava todas as ocasiões a fim de evitar qualquer tipo de tentação. Mas esta vida de múltiplos esforços enfraqueceu a sua já delicada saúde, o que preocupou os seus superiores, que o aconselharam a aliviar um pouco o estilo de vida. Porém, isso não estava no desejo do jovem.
Quando deflagrou uma epidemia de peste, em 1589, suplicou que o deixassem tratar dos doentes. Acabou por adoecer e morrer dando graças a Deus quando tinha apenas 23 anos.
É o patrono da juventude, e o seu corpo repousa na Igreja de Santo Inácio, em Roma.

Oração a Maria
Virgem Santíssima, minha guia e soberana,
Lanço-me no seio de vossa misericórdia
e coloco minha alma e meu corpo
sob o seu amparo e sob a sua especial protecção,
agora e para sempre.
Todas as minhas esperanças
e a necessidade de consolo
eu as confio a vós e as coloco em vossas mãos,
assim como as minhas amarguras e misérias,
assim como a minha vida a correr
e os meus últimos momentos,
para que, por vossa intercessão e por vossos méritos,
todas as minhas obras
sejam realizadas segundo a vossa vontade
e tendo como objectivo, agradar ao vosso divino Filho.


S. Luís Gonzaga

quinta-feira, 19 de junho de 2008

SEJA FEITA A VOSSA VONTADE

«Seja feita a tua vontade assim na terra como no céu». Ó meu terno Mestre, que alegria para mim que tu não tenhas feito depender o cumprimento da tua vontade de um querer tão miserável como o meu!... Como seria infeliz, se tivesses querido que dependesse de mim que a tua vontade se realizasse ou não. No presente, dou-te livremente a minha, embora seja no momento em que este dom não é puramente desinteressado, porque uma longa experiência me fez conhecer as vantagens deste abandono. Que imenso lucro, minhas amigas, mas por outro lado, que imensa perda, se não realizamos o que oferecemos ao Senhor por este pedido do Pai Nosso...

Quero portanto dizer-vos, ou lembrar-vos, qual é esta vontade. Não temam que vos sejam dadas riquezas, ou prazeres, ou honras, nem todos os bens cá de baixo. Não nos tem assim tão pouco amor! Leva em grande conta o presente que lhe oferecemos, e propõe-se recompensar-vos bem, dado que desde esta vida vos dá o seu Reino... Vede, minhas filhas, o que Deus deu ao seu Filho que amava acima de tudo; por isso podereis reconhecer qual é a sua vontade. Sim, esses são os dons que ele nos dá neste mundo. Ele dá em proporção ao amor que tem por cada um de nós..., tendo também em conta a coragem que vê em cada um e o amor que se tem por ele. Quem ama muito, ele o reconhece capaz de muito sofrer por ele, e aquele que ama pouco, de pouco sofrer. Por mim, estou persuadida que a medida da nossa força para levar uma grande cruz ou uma pequena, é a medida do nosso amor...

Todos os meus conselhos neste livro têm um só objectivo: darmo-nos totalmente ao Criador, submeter a nossa vontade à sua, desapegarmo-nos das criaturas; deveis ter compreendido a grande importância, não digo mais nada. Indicarei apenas por que motivo o nosso bom Mestre formula este pedido do Pai Nosso. É que ele sabe o grande benefício que é para nós fazer esta vontade ao seu Pai eterno. Por ele nos dispomos a atingir rapidamente o objectivo da nossa viagem e a refrescarmo-nos nas águas vivas da fonte de que falei. Mas, se não dermos inteiramente a nossa vontade ao Senhor para que ele próprio cuide de tudo o que a nós se refere, jamais ele nos permitirá que bebamos dela.

Santa Teresa de Ávila (1515-1582),
carmelita, doutora da Igreja
O Caminho da Perfeição

quarta-feira, 18 de junho de 2008

SAMUEL CLEAR, peregrino universal

Chama-se Samuel Clear. Tem 29 anos e é australiano.
Até aqui, nada de especial.
A particularidade é que ele anda por aí. Literalmente. Na verdade, empreendeu uma viagem dando volta ao mundo caminhando a pé e rezando pela unidade dos cristãos.
Engenheiro mecânico de formação, Samuel pouco exerceu profissionalmente já que optou dar do seu tempo aos outros. Comprometeu-se como missionário na Austrália. Foi ao longo dos cinco anos de missão que começou a ver muita divisão entre as diversas igrejas cristãs. Comprovou-o pessoalmente, sendo agredido, não por ser cristão, mas simplesmente porque era católico.

Sam testemunha-nos o seguinte: “O que realmente me abalou foi quando um pentecostal e um evangélico se converteram ao catolicismo e os dois perderam a sua família e os amigos porque se terem convertido. Todos acreditaram que desonrava Cristo desta forma.
Nesse momento, creio, houve uma sensação de dor de Cristo pela Igreja dividida (…) e por muito que tentasse esquecer, não pude, até o ponto em que decidi fazer algo. Mas dei-me conta que pouco podia fazer, nada podia resolver. Como engenheiro mecânico gosto de resolver problemas, mas neste caso não podia. Porém, um dia, estando ajoelhado na missa a rezei: «Senhor, gostaria muito de ajudar-te, mas sinto muito, amigo, estás por tua conta. Não posso ajudar-te». E uma vez que me calei, ficando em silêncio, senti que o Senhor dizia: «Sabes, Samuel, tens razão. Não podes resolver nada, mas Eu posso. Preciso que rezes».
A partir daí, essa foi a missão, rezar: rezar pela unidade e convidar a rezar pela unidade. Até que um dia, olhando para um mapa, pensei que eu podia caminhar, realmente queria fazer algo mais que rezar e convidar a isso.

Assim, após um ano de preparação e depois de falar com o meu bispo e o director da missão onde trabalhava, tomamos a decisão do que eu faria: vendi tudo e comecei a caminhar.
Caminho e rezo, simplesmente. Paro em todas as igrejas que encontro em meu caminho: ortodoxas, pentecostais, protestantes, evangélicas e estendo o convite a rezar pela unidade.”

Começou no Brasil em Dezembro de 2006. Com cerca de 30/50 quilómetros diários já percorreu aproximadamente 18 mil. Samuel Clear caminhou de sul para norte toda a América Latina, até chegar ao Canadá; posteriormente viajou de avião para a Rússia e alcançou a Europa para terminar a sua aventura.


Na América Latina, viu-se perseguido por um puma ou ainda apedrejado por alguns aldeães que estranharam a cor dos seus olhos e do seu cabelo. Mas o que mais o fascina é conviver com os diversos povos que encontrou.
Actualmente, está a concluir a sua longa viagem na Espanha para voltar à Austrália e participar da Jornada Mundial da Juventude, onde partilhará o seu testemunho e compromisso pela unidade dos cristãos. Depois, espera dedicar-se novamente à missão junto dos jovens.

Samuel tem um site, http://www.ymt.com.au/walk4one/, através do qual podes acompanhar o seu percurso e unires-te às suas intenções (está em inglês mas vale uma visita).

terça-feira, 17 de junho de 2008

A FORÇA DA AMIZADE

HISTÓRIA DE AMIZADE ENTRE UM CATÓLICO E UM JUDEU
A amizade entre os homens,
ainda mais se é reflexo do amor de Deus,
pode vencer a morte e consolidar a paz.

É esta a mensagem que emerge de um livro publicado em italiano «Aspettare insieme» (“Esperar juntos”), que narra o caminho de conhecimento de Deus de dois jovens amigos, um americano de origem irlandesa, Jonah Lynch, e o outro francês de raízes judaicas, David Gritz.
Os dois encontram-se numa universidade de Montreal, a tocar violão e violino. Na busca da verdade, dialogam sobre tudo: amor, mulheres, literatura, música, vida, justiça, beleza.
Numa carta que David escreve de Paris a Jonah, na primavera de 98, pergunta: «Mas as estrelas podem ser alcançadas?».
No que diz respeito à religião, Jonah tinha perdido a fé transmitida por seus pais, e David, filho de judeu e católica não-praticante, era agnóstico. Contudo, os dois, através da amizade, aproximam-se do Senhor.
Através do movimento Comunhão e Libertação, Jonah tinha entrado no seminário e David encontrou na ética da Torá (Lei Sagrada judaica), um pensamento universal.
Por este motivo, acabados os estudos em Ciências Políticas em 2002, David optou por ir a Jerusalém fazer uma tese sobre a Torre de Babel e o pluralismo político.
Naquele verão, Jonah foi aos Estados Unidos para trabalhar com alguns sacerdotes missionários da Fraternidade de São Carlos Borromeu, levou um grupo de jovens a Toronto para a Jornada Mundial da Juventude, e voltando a passar por Montreal, recebeu uma chamada dos pais de David: ele morrera, despedaçado por uma bomba terrorista na cantina da Universidade em Jerusalém.
Jonah escreve na introdução ao livro: «Meu primeiríssimo pensamento, irreflexivo, era: agora ele vê. Agora vê a verdade. Logo as lágrimas me inundaram, enquanto repassava na mente seis anos de amizade».
Para dar sentido à dor inconsolável pela perda de um querido amigo e para encontrar esperança na consciência ditada pela fé, Jonah Lynch decidiu publicar este livro.
Segundo Jonah Lynch, que, depois de se formar em Astrofísica, tornou-se sacerdote em 2006 e agora é vice-reitor do seminário da Fraternidade Sacerdotal dos Missionários de São Carlos Borromeou, «aquela amizade, nunca interrompida, pode converter-se em motivo de esperança para todo um povo».
Com este livro, Jonah pretende dar razões à esperança, porque «numa terra (Israel) disputada e despedaçada pelas divisões, a amizade entre um católico e um judeu é o simples testemunho de que existe um caminho para a paz».
Neste sentido, o sacerdote americano escreve no prólogo: «Quero descrever uma amizade» para «dar um pouco de razão da minha grande esperança».
«O facto de que tenha irmãos, por muito amados que sejam, não elimina a necessidade do amigo. Para viver entre os irmãos deve-se ter um amigo, ainda que seja distante.» Assim escreveu o teólogo russo Pavel Florenskij, mártir no campo de concentração soviético das ilhas Solovki.
«Ter um amigo permite viver o drama desta vida sem reduções ou fugas - conclui Jonah. É um companheiro de viagem, inclusive quando não está fisicamente presente. É uma presença que vence toda distância.»


Retirado de ZENIT.org

segunda-feira, 16 de junho de 2008

MÃOS ABERTAS


Ontem decorreram as comemorações dos 75 anos da presença das Irmãs Servas de Nossa Senhora de Fátima na nossa Diocese.

Tal como fora devidamente divulgado, foi representada uma coreografia alusiva à presença e acção das Irmãs entre nós, intitulada "Mãos Abertas". Assim, jovens da Guarda e Celorico qiseram colaborar e participar nesta iniciativa. Aqui fica este diaporama que recordará a uns e revelará a outros a generosidade e qualidades dos nossos jovens. A todos eles parabéns!

Pena é que a população da Guarda não tenha comparecido em grande número. Ficou por demonstrar a gratidão por estes 75 anos de entrega de tantas irmãs que por aqui passaram e quiseram novamente marcar presença ontem. O Serviço Diocesano de Pastoral Vocacional quer aqui expressar todo o reconhecimento pelo testemunho e trabalho que a Congregação manifestou em favor da nossa Diocese.

domingo, 15 de junho de 2008

75 ANOS DE HISTÓRIA

Olá queridos jovens!

Quero falar-vos um pouco da família a que pertenço.
Bem! É certo que, como cada um de vós, faço parte de uma família que me viu nascer, crescer e me amou tal como sou. Mas não é dessa família que me estou a referir. Como consagrada, pertenço a uma família religiosa que se chama Congregação das Irmãs Servas de nossa Senhora de Fátima. E já estamos a celebrar 75 anos da nossa presença na diocese e na cidade da Guarda. Do percurso destes 75 anos, o aspecto que em apraz realçar hoje mesmo é a capacidade de doação e entrega de tantas vidas que foram passando pela Guarda, deixando o rasto das pegadas de Cristo, não obstante a fragilidade humana inerente a estas mesmas vidas.
As primeiras irmãs chegaram, para trabalhar na Casa Véritas e noutros serviços ou trabalhos apostólicos, em 1933. já há muito tempo!
Hoje, não estando ao serviço da Casa Véritas, a nossa missão continua essencialmente ao serviço da evangelização nos sectores da catequese, da liturgia, do acolhimento e do encontro com as pessoas que se cruzam nas nossas vidas. Queremos continuar a seguir Cristo e a dá-l`O a conhecer. Queremos ser ponte e caminho a apontar Cristo ao mundo a exemplo de Maria a serva do senhor que nos diz: “Fazei tudo o que Ele vos disser”.
Desejamos para vós o desejo muito pessoal da escuta e do seguimento d`Aquele que a todos ama e quer fazer feliz.


Ir. Perpétua, da comunidade da Guarda.
Contacta-nos: guarda@servasnsf.org
Visita-nos em: http://www.servasnsf.org/




LEMBRAMOS QUE ESTA TARDE,
NA ESCADARIA DA SÉ, ÀS 17H30
SERÁ REALIZADA UMA COREOGRAFIA
ALUSIVA AOS 75 ANOS DA PRESENÇA DAS IRMÃS
NA NOSSA DIOCESE.
A EUCARISTIA (18H30) SERÁ PRESIDIADA PELO D. MANUEL
.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

SANTO ANTÓNIO de todo o mundo

António de Lisboa para os portugueses e António de Pádua para os italianos. Foi mais sensato Paulo VI quando o chamou “António-de-todo-o-mundo”.

António nasceu em Lisboa, por volta de 1195 tendo sido baptizado com o nome de Fernando. Aos 15 anos entrou na ordem de Santo Agostinho. Logo a seguir transferiu-se para Coimbra. Um dia, a chegada a Coimbra das relíquias dos Santos Mártires de Marrocos inspirou-lhe o desejo de se entregar à missão no Norte de África para difundir o Evangelho. Entrou na Ordem dos frades menores (franciscanos), assumindo o nome de António.
Uma vez chegado a Marrocos António adoeceu e regressou a Portugal. Porém, na viagem de regresso o navio foi surpreendido por uma tempestade que o desvio para a Sicília. Já em Pádua (Itália), António passou uma vida tranquila até ao dia em que lhe pediram para pregar por ocasião de uma ordenação. No momento de falar à assembleia o carisma da predicação revelou-se a todos, modificando para sempre a sua vida.


O Santo dos milagres
António foi um pregador extraordinariamente dotado que atraiu multidões. Frequentemente foi obrigado a celebrar a eucaristia ao ar livre pois nenhuma igreja podia acolher o auditório reunido. Os seus sermões eram tão incisivos que conseguiam levar à reconciliação inimigos jurados, à confissão ladrões habituais, à conversão os heréticos. Foram beneficiadas tantas pessoas pela sua acção de paz que recebeu o sobrenome de “Santo dos milagres”.
Outro sobrenome muito popular foi o de “Padroeiro das coisas perdidas”: conta a lenda que um frade noviço fugiu depois de lhe ter roubado o seu breviário. António rezou para que o livro aparecesse e logo a seguir o noviço teve uma visão que o intimou a restituir imediatamente o que tinha usurpado. É por este motivo que muita gente que procura um objecto perdido pede a intercepção de António.

terça-feira, 10 de junho de 2008

JANE AUDRAIN, "Quero dar-me"


1965, Jane tem 17 anos. Aquando de um internamento, é-lhe diagnosticado um sarcoma ósseo. Único tratamento recomendado: amputação completa de uma perna, senão Jane está condenada.
Vale a pena conhecer a caminhada espiritual empreendida por esta jovem francesa nascida em Nantes a 10 de Janeiro de 1948. Teimosa por temperamento, revela-se cheia de carácter, esperta e cheia de uma imaginação transbordante e artista dotada para o desenho. Embora muito tímida, cultiva a amizade com correspondência muito frequente.
Perante a provação da doença e da dor, é a fé que a vai modelar e resplandecer: “Como Deus é bom! Compreendi que, se pensasse apenas em mim, estragaria a minha vida, por isso, vou tentar virar-me mais para os outros. Quero dar-me. Ajuda-me Senhor!” (Abril de 1963)
Sobre o amor:
Quero amar: tenho necessidade de amar e, no entanto, também esse amor é feito para dar felicidade, para tornar o outro feliz. Mas esse amor não se restringe ao amor conjugal. É uma paixão por tudo o que é belo… Por isso, desejo ser pura(Julho de 1963)

Perante o sofrimento:
“Cheguei a julgar que endoidecia ou morria, nunca tinha sofrido tanto… Agora, não sei explicar, é certamente a graça de Deus que me ajuda a manter a esperança, a permanecer simples, calma, quase feliz, corajosa. O Senhor nunca nos abandona, confio-Lhe todos os sofrimentos do hospital e os do mundo inteiro.”

Confiança em Deus:
“A esperança começa a partir do momento em que compreendemos que foi o Senhor quem nos amou primeiro. (…) Agora compreendo que a fé pode mudar completamente uma vida.” (Julho de 1965)
“… Embora seja exigente, o Senhor nunca nos pede mais do que podemos dar-lhe. Quer simplesmente ajudar-nos a crescer… Sei que passei por momentos muito difíceis, não pretendo escondê-lo, mas foi necessário ultrapassá-los. Agora sinto as forças voltarem-me progressivamente. Preciso de comunicá-las aos que me rodeiam.” (Setembro de 1965)

O sentido da felicidade:
“Estou terrivelmente feliz! Porquê? Simplesmente porque a vida é simples, imensamente clara e profunda. Em parte, é o sofrimento que me torna mais apta a viver verdadeiramente, com todas as minhas forças da minha alma e do meu coração. (…)
A alegria não se define por palavras… Tenho um grande desejo de criar, de dar tudo o que possuo de mais precioso no mundo: Deus e eu própria.
Amar será a clara e resplandecente luz da minha vida…
Obrigado, Senhor, por nos terdes criado imperfeitos, a fim de que nunca tenhamos atingido a meta. Obrigado, Senhor, porque sofro, pois é isso que me torna consciente da minha felicidade!"
(Fevereiro de 1966)


Acaba por falecer após prolongado e difícil sofrimento, mas muito serenamente, em casa a 10 de Junho de 1966. Antes disso, chamou todas as amigas e a todas ofereceu um disco, um livro, deixando-lhes algo de si e de seu.

SER SAL DA TERRA


«Vós sois o sal da terra.
Ora, se o sal se corromper, com que se há-de salgar?»
Mt 5,13

"Vós sois o sal da terra", diz o Salvador; mostra-lhes assim como são necessários todos os preceitos que acaba de enunciar. "A minha palavra, diz-lhes, não vos será confiada apenas para a vossa própria vida, mas para o mundo inteiro. Não vos envio a duas cidades, a dez ou a vinte, nem a um só povo, como outrora os profetas. Envio-vos à terra, ao mar, a toda a criação (Mc 16,15), a toda a parte onde o mal abunda".

Na verdade, ao dizer-lhes: "Vós sois o sal da terra", indicou-lhes que toda a natureza humana está insossa, corrompida pelo pecado; é pelo seu ministério que a graça do Espírito Santo regenerará e conservará o mundo. É por isso que lhes ensina as virtudes das Bem-Aventuranças, as que são mais necessárias, mas eficazes para eles, que se ocupam da multidão. Aquele que é manso, modesto, misericordioso, justo, não encerra em si mesmo as boas acções que realiza; preocupa-se que essas belas fontes jorrem também para o bem dos outros. Aquele que tem o coração puro, que é construtor da paz, que sofre perseguição pela verdade, eis a pessoa que consagra a sua vida ao bem dos outros.

S. João Crisóstomo (c. 345-407)

segunda-feira, 9 de junho de 2008

A PROPÓSITO DAS BEM AVENTURANÇAS


Os santos escolhem ser pobres,
porque acreditam que existem tesouros mais preciosos que o ouro e prata.
Os santos escolhem ser humildes,
porque acreditam que assim receberão a força de semear a beleza sobre a terra.
Os santos aprendem a chorar,
porque acreditam que todas as lágrimas serão transfiguradas em alegria.
Os santos escolhem ser famintos de justiça,
porque acreditam que sob o olhar de Deus todos os homens são iguais.
Os santos escolhem ser misericordiosos,
porque acreditam que diminuir a miséria é agir à maneira de Deus.
Os santos escolhem ser puros de coração,
porque acreditam que pela transparência de sentimentos se encontra a verdade de Deus em cada um.
Os santos escolhem promover a paz de Deus,
porque esta exige ser desejada e concretizada em cada gesto, palavra e atitude.
Os santos aceitam ser perseguidos por causa de Cristo e do Evangelho,
porque acreditam que a sua vida é tornar a terra mais fraterna.
Cf. Mt 5, 1-12
Adaptado de Pe. José Martins Vaz, C.S.Sp.

DAFROZA NYIRABAHINDE, sal da terra e luz do mundo


Dafroza nasceu na data de hoje, 9 de Junho, em 1956 no coração da África, mais concretamente no Ruanda.
21 anos depois, na noite de 9 de Outubro de 1977, o seu corpo inanimado será abandonado num descampado da capital, Kigali. No hospital o médico diagnostica: tentativa de violação, não consumada.

Dafroza era a jovem directora adjunta da Escola Familiar de Kamony e a sua morte a todos contristou. Uma amiga sua, a Madeleine, afirmou nessa ocasião: “Um sofrimento inexplicável se apoderou de nós. Sofrimento misturado com uma profunda alegria no Senhor, porque a nossa Dafroza se tornou, na sua morte, testemunha de Cristo”.
Ela possuía um coração de criança. Estava sempre a sorrir. Deixava-se encantar com as coisas de Deus e as alegrias da vida. Nas cartas que escrevia às suas amigas, muitas vezes se referia às maravilhas de Deus. Nos diversos encontros de oração que ajudava a promover, frequentemente entoava o seu cântico preferido: “Nos caminhos da vida, sê minha luz Senhor!”
Porém, o seu trágico fim pode levar-nos a perguntar: não teria sido mais sensato consentir em vez de recusar render-se ao seu agressor? Respeitando opiniões divergentes, não podemos deixar de considerar a opção de Dafroza. Ela poderia ainda viver, mas a sua felicidade seria a mesma? Num livro intitulado Testemunho de vida, responde a essa pergunta alguém que a conheceu: “Ter-se ia afastado do caminho que tinha traçado para si própria… Interiormente, é obvio que não seria mais a mesma”.
Mais ainda, o mundo precisa de cristãos capazes de dizer NÃO à mentira, à impureza, ao roubo e a todas as desonestidades. (…)
Não é cedendo à facilidade e pactuando com o mal que podemos tornar-nos sal da terra e luz do mundo, mas sim vivendo integralmente o nosso cristianismo.
Dafroza sobe fazê-lo, iluminada por Cristo, «sua luz», e impelida pela força do Espírito divino”.

domingo, 8 de junho de 2008

75 ANOS de PRESENÇA

As Irmãs Servas de Nª Srª de Fátima estão a celebrar 75 anos da sua presença na nossa Diocese, concretamente na cidade da Guarda.
Para viver este acontecimento, convidam todas as pessoas a associarem-se a esta celebração.
Assim, no próximo domingo, dia 15 de Junho, estamos todos convidados a assistir a uma coreografia que irá realizar-se na escadaria da Sé, pelas 17h30. De seguida, será celebrada a eucaristia (18h30) ponto alto destas comemorações, presidida pelo nosso bispo, D. Manuel Felício.
As irmãs agradecem a vossa presença.

REZAR COM A PALAVRA

«Escutar, reflectir e praticar»

Dom Geraldo Agnelo, arcebispo de Salvador (Brasil), indica-nos um método para viver a Palavra de Deus. É, antes de mais, importante recordar que a Palavra de Deus está sempre a nosso alcance para nos mostrar o sentido da vida.
São então recomendadas três regras para “entrar” convenientemente na linguagem bíblica de Deus.
Trata-se de escutar, reflectir, praticar.
Praticar, sem ter escutado e reflectido, é impossível; escutar e reflectir sem pôr em prática é inútil. Assim sendo, trata-se de verdadeiro itinerário de vida cristã.
A primeira disposição é receber o livro sagrado com fé, numa escuta atenta.
Mas deve ser evitada a leitura "fundamentalista" que toma a Escritura à letra, literalmente, sem prestar a mínima atenção ao contexto, ao géneros literário, a uma sadia e sábia interpretação.
Isso seria ignorar o Espírito Santo. Uma leitura demasiada literal “mata” a força da mensagem.
O segundo momento da escuta da Palavra é a reflexão. Trata-se de fixar o olhar na Palavra. Desta forma, a Palavra pode ser compreendida depois de contemplada com o sincero desejo de assimilar a mensagem.
O terceiro momento e mais importante, da escuta da Palavra de Deus é pôr em prática a Palavra.

A Palavra de Deus pode e deve constituir um caminho de vivência cristã autêntica: guia-nos à contemplação da verdade e ao exercício da caridade.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

OMNI DIE DIC MARIAE

O mês de Maio já findou. Porém, não deve acabar nunca a lembrança de Maria, pelo seu exemplo de vida e de fé, pois todos os dias são novas oportunidades para caminhar, como ela, no seguimento daquilo que Deus merece, o mundo precisa e os irmãos esperam.

Aproveita este momento para ver, ouvir e depois agir.

A “ORAÇÃO GUARDA-CHUVA”


Fecha o teu guarda-chuva, meu irmão
a oração não é um guarda-chuva;
Deus não vende guarda-chuvas, minha irmã:
Ele ama demasiado o vento!
Eu tinha medo de me molhar,
julgava-me abrigado
sob a minha “oração guarda-chuva”;
mas Tu encharcaste-me
de todas as maneiras, Senhor!
A rajada de vento veio de lado,
e o guarda-chuva torceu-se.
Julgava, sob o guarda-chuva,
que também Tu te aninhavas,
Tu o Mestre do Espírito…
Um pequeno canto de guarda-chuva,
um pequeno canto de paraíso,
seria a minha sorte…
Abri os olhos:
ninguém sob o guarda-chuva,
ninguém a não ser eu,
um homem abrigado ao seco,
um homem seco,
com os dedos crispados ao cabo
da “oração guarda-chuva”.
Vem!
Senhor do vento e do Espírito,
leva aos quatro ventos
o meu ridículo guarda-chuva,
empurra-me para fora,
através do vento,
molha-me Senhor!
Mas dá-me, ao mesmo tempo,
a alegria e a força
daqueles que “encharcas”
com o Teu Espírito!

Olivier Fabre

quarta-feira, 4 de junho de 2008

DÁ-ME JESUS

E se Jesus nos bastasse?

E se o seu Amor fosse o suficiente para construir um mundo novo?

E se a sua Presença chegasse para encher os nossos sonhos?

E se a sua Palavra , por si só, nos erguesse?

E se não fosse preciso mais do que o seu Evangelho para iluminar as nossas noites?

E se Jesus nos bastasse?

terça-feira, 3 de junho de 2008

CARLOS LWANGA e companheiros, primeiros mártires africanos

Hoje lembramos os primeiros mártires africanos.
As relações entre colonizadores europeus e os povos africanos foram muitas vezes violentas, principalmente através do comércio de escravos. Não é de estranhar, portanto, que os primeiros missionários encontrassem ali enorme oposição, custando-lhes, muitas vezes, as próprias vidas.
A evangelização estendeu-se ao Uganda em 1879, onde conseguiram chegar os "Padres Brancos", congregação fundada pelo cardeal Lavigérie. Posteriormente, chegaram os Padres Combonianos. A maior dificuldade era provar a diferença entre missionários e colonizadores. Aos poucos, com paciência, muitos nativos africanos foram catequizados, inclusive pajens da corte do rei. Mas, quando um novo soberano assumiu o trono, as coisas complicaram-se. O rei Muanga decidiu acabar com a presença cristã em Uganda
Compreendendo a gravidade da situação, o chefe dos pajens, Carlos Lwanga, reuniu-os e fez com que rezassem juntos, baptizou os que ainda não tinham sido baptizados e preparam-se para um final trágico. Nenhum destes jovens arredou pé de suas convicções e foram todos encarcerados na prisão. No dia seguinte, os vinte e dois foram condenados à morte e cruelmente executados.
Era o dia 03 de Junho de 1886. O rei mandou que Carlos Lwanga morresse primeiro, queimado vivo, como exemplo a fim que os outros renegassem a sua fé. De nada valeu. Todos se mantiveram firmes. Foram mortos, sob torturas brutais e alguns queimados vivos.
Os cristãos do Uganda, católicos e protestantes, foram brutalmente perseguidos, mas apesar disso, em apenas 4 anos o cristianismo cresceu graças ao testemunho destes jovens.
Os vinte e dois mártires de Uganda foram beatificados em 1920. Carlos Lwanga foi declarado o "padroeiro da juventude africana" em 1934. Trinta anos depois, o Papa Paulo VI canonizou este grupo de mártires.