quinta-feira, 5 de junho de 2008

A “ORAÇÃO GUARDA-CHUVA”


Fecha o teu guarda-chuva, meu irmão
a oração não é um guarda-chuva;
Deus não vende guarda-chuvas, minha irmã:
Ele ama demasiado o vento!
Eu tinha medo de me molhar,
julgava-me abrigado
sob a minha “oração guarda-chuva”;
mas Tu encharcaste-me
de todas as maneiras, Senhor!
A rajada de vento veio de lado,
e o guarda-chuva torceu-se.
Julgava, sob o guarda-chuva,
que também Tu te aninhavas,
Tu o Mestre do Espírito…
Um pequeno canto de guarda-chuva,
um pequeno canto de paraíso,
seria a minha sorte…
Abri os olhos:
ninguém sob o guarda-chuva,
ninguém a não ser eu,
um homem abrigado ao seco,
um homem seco,
com os dedos crispados ao cabo
da “oração guarda-chuva”.
Vem!
Senhor do vento e do Espírito,
leva aos quatro ventos
o meu ridículo guarda-chuva,
empurra-me para fora,
através do vento,
molha-me Senhor!
Mas dá-me, ao mesmo tempo,
a alegria e a força
daqueles que “encharcas”
com o Teu Espírito!

Olivier Fabre

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