sábado, 30 de janeiro de 2010

PASSEMOS PARA A OUTRA MARGEM


“Passemos para a outra margem…”

Cf. Mc 4, 35-41

Foi o convite que Jeus lançou aos seus discípulos.

Cristo está sempre em movimento, sempre de passagem. E quem o quiser seguir terá de se “pôr a mexer”, pois parar é morrer. Passar para a outra margem, seja ela a próxima ou a definitiva. O crente está sempre a caminho. É peregrino, missionário, enviado, empelido pela força e fé que o habitam.

Mas, para alcançar a outra margem, na travessia da procura e da descoberta, enfrentamos sempre tempestades, pequenas ou grandes. Os nossos mares nem sempre são calmos e os ventos frequentemente contrários.

Ainda assim, o convinte permanece: “Passemos para a outra margem.”


“Levantou-se, então, uma grande tempestade…”

A história humana é marcada por inúmeras tempestades. Curiosamente, hoje, algumas efemérides confirman-no:

- 30 de Janeiro de 1917 – partia para a França a 1ª Brigada do Corpo Expedicionário Português, sob o comando do então coronel Gomes da Costa. Pouco mais de um anós depois, enfrentaria a tempestade que ficou conhecida como “batalaha de La Lys” onde a nossa tropa foi dizimada.

- 30 de Janeiro de 1933 – Hitler, depois de conquistar as eleições, é nomeado chanceler da Alemanha. Anos depois, rebentaria a tempestade mundial de mais uma Grande Guerra.

- 30 de Janeiro de 1948 – Mohandas Gandhi é assassinado, mergulhando a Índia numa prolongada tempestade de instabilidade política, assolada por conflitos étnico-religiosos.

As tempestades da nossa história particular serão menos dramáticas. No entanto, quando nos vemos nelas, bem que nos afligimos. Têm a sua quota parte de dor, medo e insegurança.

O que mais nos aborrece é, como na passagem evangélica, parecer-nos que Deus “adormeceu”. Será sempre preciso acordá-l’O? Não conhece Ele a nossa aflição e a necessidade que temos do seu socorro?


“Porque temeis? Ainda não tendes fé?

O evangelho diz-nos que Cristo lá resolveu o problema da tempestade no mar. Mas tem o cuidado de focar outra tempestade: a do coração dos seus discípulos. “Porque temeis? Ainda não tendes fé?”

Tempestades nos nossos mares sempre as teremos. Não poderemos estar sempre dependentes do “Deus-bombeiro”. Mas quanto à tempestade que os nossos medos e inseguranças despertam e nós, paralisando-nos perante os obstáculos, certamente termos algo a fazer. Ao denunciar a nossa falta de fé, Jesus recorda-nos que o adormecido não é Ele, mas nós. Esmorecendo a nossa confiança n’Ele, as tempestades apavoram-nos quando, afinal, são desafios à maturidade do nosso amor por Ele e n’Ele.

Vá lá, coragem!

“Passemos à outra margem.”

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

TORNAR VISÍVEL O AMOR


«Com a medida que empregardes para medir é que sereis medidos»
cf. Mc 4,21-25


Estando Cristo invisível, não Lhe podemos mostrar o nosso amor; mas os nossos vizinhos estão sempre visíveis, e podemos fazer por eles aquilo que, se Cristo fosse visível, gostaríamos de fazer a Ele.
Hoje, é o mesmo Cristo que está presente naqueles de que ninguém precisa, que ninguém emprega, de que ninguém cuida, que têm fome, que estão nus, que não têm lar. Esses parecem inúteis ao Estado e à sociedade; ninguém tem tempo para lhes dar. Compete-nos a nós, cristãos, a vós e a mim, dignos do amor Cristo se o nosso é verdadeiro, compete-nos a nós procurá-los, ajudá-los; eles estão lá para que os encontremos.
Trabalhar por trabalhar, tal é o perigo que nos ameaça permanentemente. É aí que o respeito, o amor e a devoção intervêm, para que dirijamos o nosso trabalho a Deus, a Cristo. Eis o motivo porque tentamos fazê-lo da maneira mais bonita possível.

Bem-aventurada Teresa de Calcutá (1910-1997),
fundadora das Irmãs Missionários da Caridade,
in “Algo belo para Deus”

domingo, 24 de janeiro de 2010

GUY DE FONTGALLAND, o pequeno lírio puro


Um raro fenómeno de popularidade seguiu-se à morte de Guy. De toda a França vieram recolher-se junto à sua sepultura. Pressionou-se a mãe a escrever uma biografia do filho que rapidamente se vendeu em dezenas de milhares de exemplares, traduzido em muitos idiomas. Apenas nove anos após a sua morte, registaram-se imensas graças concedidas: 244 conversões; 742 curas milagrosas que lhe são atribuídas; 698 vocações de consagração conhecidas e cerca de 85 mil graças relatadas; foram impressas pagelas em 48 línguas diferentes e o seu nome tornou-se muito usado na América Latina e em parte da Ásia. Pio XI recebeu 1.312 mil assinaturas a pedirem a beatificação do jovem rapaz. O mesmo tinham pedido, em 1931, os bispos do Brasil aquando da inauguração do Cristo Redentor.


Mas quem é este rapaz, falecido com apenas 11 anos?

Nasceu em Paris em 1913. Recto, franco e leal. Nunca escondia os seus erros, mas perante a ameaça de castigos. Antes de morrer poderá afirmar sem medo: “Nunca menti!” Com 5 anos, deseja ardentemente receber o corpo de Cristo. Quando 2 anos depois pode realizar o seu sonho, preparou-se previamente realizando 118 sacrifícios num mês que ofereceu ao seu “Bom Jesus”. Incitava os seus companheiros a pedirem aos pais a antecipação da Primeira Comunhão.

Ó meu querido pequeno Jesus, amo-Vos! Amo-Vos mais que tudo! E para o provar quero deixar tudo… Serei vosso sacerdote!” Jesus ter-lhe-á respondido: “Eu também te amo, meu pequeno lírio puro; contudo, não serás meu sacerdote, mas meu anjo… Tomar-te-ei em breve para o céu…” Isso encheu Guy de felicidade, mas guardou o seu segredo para não entristecer os pais (só o revelou 3 anos depois, pouco antes da sua morte). A comunhão passa a ser um encontro especial. “Como fazes tu a momento de acção de graças?” perguntam-lhe um dia. “Jesus fala-me; eu escuto-O e saboreio-O!

Todas as noites adormece a rezar o terço. Dizia de “a Virgem Maria é melhor que todas as mães juntas”.

Numa ida a Lourdes, numa peregrinação que vive com muito recolhimento e intensidade, ouve a voz de Maria dizer-lhe “Meu querido pequeno Guy, virei buscar-te em breve, virei buscar-te num sábado, entre os braços da tua mãe, para te levar direito ao céu”.


Curiosamente, na noite do 8 de Dezembro (dia da Imaculada Conceição), Guy é atingido de um misterioso mal. É nessa altura de revela todos os seus segredos. Durante mês e meio luta-se contra o mal, mas Guy encanta todos com a sua piedade e coragem. A 24 de Janeiro, nos braços da sua mãe abre os olhos e, sorridente, fixa um ponto acima dele dizendo: “ Jesus! Amo-te…” Depois, docemente diz: “Mãe…” Assim se foi. Tinha 11 anos e era um sábado.


O ESPÍRITO DO SENHOR...



“O Espírito do Senhor está sobre mim e me enviou…”

cf. Lc 4, 14-21



O Espírito de Deus repousa sobre Vós, Senhor Jesus Cristo e vos envia a anunciar a Boa Nova aos pobres.

Pela alegria do Evangelho que não sabemos partilhar: perdoai-nos, Senhor.

Pela fonte de alegria que o Evangelho faz nascer em nós e à nossa volta: obrigado, Senhor.


O Espírito de Deus repousa sobre Vós, Senhor Jesus Cristo e vos envia a anunciar a liberdade aos prisioneiros.

Pela liberdade do Evangelho que não fazemos frutificar: perdoai-nos, Senhor.

Pelos caminhos de liberdade que o Evangelho nos abre: obrigado, Senhor.


O Espírito de Deus repousa sobre Vós, Senhor Jesus Cristo e vos envia a abrir os olhos aos cegos.

Pelo esplendor do Evangelho que os nossos pecados obscurecem: perdoai-nos, Senhor.

Pela luz que o Evangelho faz brotar em nossos corações: obrigado, Senhor.


O Espírito de Deus repousa sobre Vós, Senhor Jesus Cristo e vos envia a curar os corações feridos, fatigados.

Pelos corações desanimados que não conseguimos encorajar: perdoai-nos, Senhor.

Pela coragem que o Evangelho nos dá nos momentos difíceis da vida: obrigado, Senhor.


O Espírito de Deus repousa sobre Vós, Senhor Jesus Cristo e vos envia a proclamar um ano de graça, da parte de Deus.

Pelos vossos benefícios que a nossa vida não revela aos outros: perdoai-nos, Senhor.

Pela graça que o Evangelho nos oferece, em todo o tempo: obrigado, Senhor.


Pe. José Martins Vaz, Cssp

São FRANCISCO de SALES, padroeiro dos jornalistas e educadores dos surdos


Francisco de Sales nasceu no seio de uma família rica no sul de França. Desde criança, ele sentiu o chamamento para a vida religiosa, mas o seu pai queria que ele seguisse uma carreira política ou jurídica. Então, chegaram a um acordo: Francisco estudou num colégio jesuíta em Paris e, em seguida, ingressou na universidade de Pádua onde se licenciou em direito. Depois de Francisco ter recusado a oferta de um cargo no governo, seu pai aceitou finalmente o desejo do filho de integrar o clero. Em 1593, Francisco foi ordenado sacerdote.

Pouco depois, ele foi nomeado assistente do bispo de Genebra. No entanto, o bispo tinha estabelecido a sua sede na cidade francesa de Annecy porque Genebra estava sob controlo dos protestantes. Efectivamente, a maioria das pessoas que vivia na região à volta da margem sul do Lago Genebra, chamada Chablais, era protestante.

Fé e vontade pura

O bispo deu a Francisco a enorme tarefa de trazer os cerca de 60 mil residentes de Chablais de volta ao catolicismo. Para chegar às pessoas, Francisco escreveu e distribuiu folhetos que enumeravam as crenças básicas da Igreja. Finalmente, depois de ter passado muitas dificuldades e sobrevivendo a duas tentativas de assassinato, o Santo teve sucesso. A sua coragem e grande determinação fizeram com que ele conseguisse conquistar o respeito das pessoas e a maioria delas converteram-se.

Em 1602, Francisco é nomeado bispo de Genebra. Como bispo, o santo tornou-se famoso por causa dos seus sermões e cartas. O seu livro, intitulado “Uma Introdução à Vida Devota”, publicado em 1608, continua a ser um clássico da literatura cristã. Apesar da sua crescente fama como escritor, Francisco nunca descuidou os seus deveres sacerdotais.

Ele faleceu aos 55 anos, amado pelos seus fiéis pela sua amabilidade e simplicidade.


No seu rasto

Enquanto viajava por Itália, Francisco tornou-se amigo de um surdo-mudo. Naquela época, as pessoas que tinham problemas de audição e de fala eram muitas vezes vistas com supersticiosa desconfiança, e não existia educação especial para elas.

Utilizando a sua própria forma de linguagem gestual, Francisco ensinou ao seu amigo o catecismo e preparou-o para a sua Primeira Comunhão. Este foi o início da Sociedade de São Francisco de Sales para a educação dos surdos.

Hoje em dia, muitas escolas e programas para as pessoas surdas receberam o nome de Francisco.


Também podes ajudar as pessoas da tua comunidade com problemas auditivos oferecendo-te como voluntário. Tenta nem que seja por um momento imaginar como seria diferente a tua vida quotidiana se não pudesses falar com os teus familiares e amigos, exprimir uma necessidade através de palavras e de modo compreensível para quem te circunda, comunicar a tua felicidade ou a tua tristeza. Aprendendo a linguagem gestual poderias romper este muro de silêncio que muitas vezes isola os indivíduos que sofrem dessa deficiência.


in “Pessoas comuns, Vidas extraordinárias”

sábado, 23 de janeiro de 2010

BENEDETTA BIANCHI PORRO, quando a fé se torna luz


Talvez um dia, não perceberei mais o que os outros me dirão,

mas ouvirei sempre a voz da minha alma:

é o verdadeiro caminho que tenho de seguir”.



Assim falava Benedetta Bianchi Porro quando, ainda adolescente, começou a ter problemas de audição. Os seus graves problemas de saúde irão degenerar até retirar-lhe quase todos os sentidos, deixando-a acamada até ao final dos seus dias.

Fisicamente paralisada, Benedetta “voará” espiritualmente vencendo as trevas e revolta que ameaçavam mergulhá-la no desespero. Aquela que não podia ver tornou-se luz para quantos conviveram com ela.


Descobre esta mulher coragem, falecida aos 28 anos nesta data de 23 de Janeiro e reconhecida venerável por João Paulo II.

Clica aqui: http://sdpv.blogspot.com/2009/01/benedetta-bianchi-porro.html

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

CLAIRE de CASTELBAJAC, testemunha da vocação à felicidade


“Continuo a viver na paz e alegria interiores. Amo toda a gente e tenho ânsia de os tornar felizes: deve ser isto a felicidade dos filhos de Deus… Há tanto tempo que busco isto mesmo!...” Assim se expressa Claire de Castelbajac, em Julho de 1974, o último verão da sua vida. Tinha então 21 anos. Não precisou de mais tempo para alcançar, experimentar e testemunhar a Felicidade.

Esta jovem francesa prova-nos que, afinal, Deus a todos chama para uma só realidade: ser feliz!


Nesta data, 35º aniversário da sua morte (22 de Janeiro de 1975), vale a pena conhecer esta jovem, tão próxima de nós, nas expectativas e desafios, tentações e qualidades partilhadas pelos jovens de hoje. Claire relembra-nos que nada nos deve afastar de Deus. Antes, é por meio d’Ele que nos realizamos plenamente.

A santidade não é, de modo algum, uma meta inatingível. Três anos antes de falecer, escreveu: “A santidade é o Amor de viver as coisas pequenas por Deus e para Deus, com a sua graça e a sua força. (…) No fundo, o Amor é o único sentimento digno de Deus. Converter todas as coisas em Amor supõe já uma grande dose de santidade…”


Claire conseguiu experimentar a felicidade em Deus. Porque não tu!?


Para conhecer melhor Claire, clica nos endereços electrónicos seguintes:
Sua história:

www.boulaur.org/fp/POR-Vie.htm
Algumas citações:

www.boulaur.org/fp/POR-paroles.htm

LAURA VICUÑA, bem-aventurada pelo dom da vida


Juntamente com a mãe e Amanda, sua irmã mais nova, a jovem Laura deixa o Chile, o seu país natal, em plena revolução. Transpõem as montanhas da Argentina, chegando à cidade de Junin. É confiada ao colégio das Irmãs Salesianas que passam a ser a sua nova família pois, desde a morte do pai, não conheceu nem paz nem alegria estável de um lar.


No colégio, cresce em sabedoria e graça. A sua vida divide-se entre o fascínio da vida religiosa que deseja abraçar por amor a Jesus e a tristeza de descobrir que a sua mãe, escrava numa fazenda, se sujeitava a todas as exigências do seu patrão. Ela mesma, uma bela adolescente de 11 anos, é assediada nas férias mas consegue esquivar-se.

É na sua ligação a Deus, alimentada pela oração e pela eucaristia, que Laura encontra força e coragem para enfrentar a adversidade.


Assim, no dia 13 de Abril de 1903, decide oferecer a sua vida a Deus pedindo-Lhe que a sua mãe se liberte da escravidão. Assim acontecerá no dia 22 de Janeiro de 1904. Laura ainda não tem 13 anos. Nesse dia, a sua mãe, consciente do sacrifício da filha, confessa-se e comunga. Para ela começa uma nova vida, sem a sua Laura mas com Deus reencontrado.


Após vários milagres por sua intercessão, o papa João Paulo II beatificou-a em 1988, propondo-a como modelo toda a juventude.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Santa INÊS, a convicção da fé


Quase tudo o que se sabe sobre Inês e sobre os milagres a ela associados provem da trafição e da lenda. Pensa-se que Inês terá vivido no tempo do Imperador romano Diocleciano, que ordenou uma nova perseguição aos cristãos em 303. Apesar do édito imperial, Inês, então com 13 anos, declarou-se cristã e recusou-se a casar. Inês anunciou repetidamente que o seu único esposo era Cristo e ofereceu-se para o martírio. Por esta afronta, a menina foi levada a tribunal, interrogada e torturada.

O prefeito ordenou-lhe que servisse os deuses pagãos no templo da deusa romana Vesta. Ameaçaram que seria queimada viva, mas mesma assim recusou voltar-se contra Deus.


Perseverança na fé

De acordo com a lenda, o juiz mandou então Inês para um bordel, nua., para prazer de quem quisesse tirar-lhe a virgindade. Alguns relatos dizem que o seu cabelo cresceu tanto que cobriu a nudez. Na presença deste milagre, mesmo os maiores libertinos de Roma se recusaram tocar-lhe. Finalmente, um jovem, o filho do prefeito, aproximou-se dela. Ao tentar deflorá-la foi atacado por súbita cegueira. Mas Inês, perdoou-lhe e ele recuperou a vista. O prefeito, enraivecido com estes milagres, ordenou que fosse decapitada. Inês morreu pela espada no que era então o estádio de Domiciano, agora Piazza Navona, onde está a Igreja de Santa Inês, em Roma.

Durante a Idade Média Inês tornou-se uma santa extraordinariamente popular. Apesar de haver poucas provas factuais da sua vida, permanece um dos mais poderosos símbolos do martírio virginal na Igreja.

Para rezar:

Senhor, Tu que auxiliaste Inês de Roma

a manter as suas convicções

contra ameaças e desafios, tormentos e torturas,

dá-nos a foça da nossa Fé.

Tal como manifestaste nela

o espírito de perdão aos que a atormentavam,

concede-nos a sabedoria e a misericórdia

para que possamos tratar com indulgência

aqueles que ofendem e difamam essa fé.

Ámen.


NO SEU RASTO

Ao perdoar ao filho do prefeito, Inês ajudou a transformar um acto danoso num acto construtivo, e o seu agressor recuperou a vista.

Da mesma forma, séculos mais tarde, alguns oficiais ingleses e americanos, que tinham sido feitos prisioneiros durante a Segunda Guerra Mundial, perdoaram aos seus captores alemães e ajudaram o mundo a ver os seus antigos inimigos com uma nova luz.

Após o fim da guerra, os antigos prisioneiros passaram a encontrar-se regularmente. Em 1965 convidaram para essas reuniões três dos seus antigos captores. Durante a guerra, mesmo quando as condições no campo eram muito duras, esses três guardas tinham tratado os prisioneiros com dignidade e respeito.

Os oficiais dos exércitos vencedores quiseram perdoar-lhes publicamente para que o mundo soubesse que esses antigos guardas tinham agido com honra.

Actos de perdão como este lembram-nos de que o amor de Deus pode ajudar a ultrapassar as situações mais difíceis.


in “Pessoas comuns, Vidas extraordinárias”

sábado, 16 de janeiro de 2010

SEGUE-ME!




«Segue-Me»

Cf. Mc 2,13-17


Cada vocação é um acontecimento pessoal e original, mas é também um facto comunitário e eclesial. Ninguém é chamado a caminhar sozinho. Cada vocação é suscitada pelo Senhor como um dom para a comunidade cristã, que dele deve poder tirar benefício [...].

É sobretudo a vós, os jovens, que eu gostaria de me dirigir : Cristo precisa de vós para realizar o Seu projecto de salvação! Cristo precisa da vossa juventude e do vosso entusiasmo generoso para anunciar o Evangelho! Respondei a este chamado com a dádiva da vossa vida a Deus e a vossos irmãos. Tende confiança em Cristo. Ele não vos desiludirá nos vossos desejos e projectos, mas enchê-los-á de sentido e de alegria. Ele disse: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14, 6).

Abri com confiança o coração a Cristo! Deixai a Sua presença fortalecer-se em vós pela escuta quotidiana e cheia de adoração das Santas Escrituras, que constituem o livro da vida e das vocações cumpridas.


João Paulo II

Fonte: http://www.evangelhoquotidiano.org/



quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

ANNE de GUIGNÉ, uma criança que nos toma pela mão… e nos leva até Deus.


“Temos muitas alegrias na terra, mas duram pouco; a que permanece é a de ter realizado um sacrifício.” Estas palavras não foram ditas por um adulto mas sim por uma criança que viveu pouco mais de 10 anos. Nem tão pouco o sentido que ela dava aos sacrifícios tem algo de mórbido. O que conta não é o sofrimento pois tudo é uma questão de amor a Deus: “Nada custa quando O amamos”, dizia ela, pensando na conversão dos pecadores e alívio dos doentes.
Chamava-se Anne de Guigné.

“Conversão” aos quatro anos
Faz hoje 88 anos que esta jovem natural de Annecy (Alpes franceses) morreu em odor de santidade. Mas desengane-se quem pensar que nasceu santa. Muito pelo contrário. Inteligente e muito viva era possuidora de um carácter rebelde, agressivo e caprichoso. No ver dos seus familiares, era insuportável.
Tudo muda quando o pai morre em combate durante a Primeira Grande Guerra. Sensibilizada com o sofrimento da mãe, ouviu desta o seguinte pedido: “Anne, se me quiseres consolar, terás de ser boa.” A menina tinha apenas 4 anos, mas o apelo foi tomado a sério: será um combate constante de transformação interior que ela vencerá com uma vontade férrea, oração perseverante e inúmeros sacrifícios. A mãe, assistindo à sua transformação, dirá dela que jamais a viu regredir no seu propósito de aperfeiçoamento.
Através do seu amor pela mãe, Anne descobriu o caminho para Deus a quem recorrerá incessantemente. Pouco a pouco, as suas “crises” desapareceram ao ponto de deixar a impressão a todos de que tudo lhe era agradável: aceitava as contrariedades, desculpava os outros e tornou-se educadora de fé e caridade para os seus irmãos mais novos e suas amigas.

Vida com Jesus
A Primeira comunhão foi para ela um farol que iluminou o resto da sua vida. Apesar da pouca idade (6 anos) foi admitida ao sacramento após um minucioso exame que levou o padre inquiridor a confessar: “Não somente está pronta como desejo que vós e eu estejamos sempre ao nível de instrução desta menina.” No grande dia festivo, Anne deixou um bilhete sobre o altar: “Meu pequeno Jesus, amo-Vos e, para Vos agradar, tomo a resolução de obedecer sempre!” Assim prometeu, assim fez…
Mas em Dezembro de 1921, ficou acamada com uma meningite. Até ao fim vai repetindo: “Meu Bom Jesus, quero tudo o que Vós quereis”. Viveu, rezou e sofreu pelos outros. Foi a missão que ela assumiu plenamente. Quando lhe perguntavam se sofria muito, respondia: “Não sofro; aprendo a sofrer.”

Durante a sua curta vida, Anne tomou consciência do amor de Deus por ela e viveu disso. “O Bom Jesus ama-me muito e eu também O amo muito.” “Quanto mais Lhe falar, mais Ele me responderá.”
A sua professora deixou o seguinte testemunho: “Foi ela que me ensinou o que é amar Deus.”

João Paulo II declarou-a venerável e indicou-a como exemplo para todas as crianças e não só.
Deixa-te levar pela mão de Anne e caminha para Deus.

sábado, 9 de janeiro de 2010

ORAÇÃO A MARIA


Tende piedade de mim,

que sou um nada

e não possuo valor algum...



Paul Verlaine, reconhecido poeta francês (1844 - 1896), foi uma figura controversa: alcoólatra, libertino e condenado por tentativa de homicídio, quando estava na prisão, voltou-se para Maria, Refúgio dos pecadores, afirmando: "Não quero pensar em nada mais, a não ser em Maria, minha Mãe, porque todos os outros amores são de obrigatoriedade e porque Ela é a fonte do perdão..."


Eis um dos textos, por ele escrito, e dedicado a Maria:



"Necessito, a qualquer preço, de um socorro urgente e forte.
E este socorro forte, seguro, sois vós, Senhora vitoriosa sobre a morte,
e, sendo a rainha da vida, ó Virgem Imaculada,
que voltais para Jesus a Face constelada, cravejada de estrelas,
para mostrar-Lhe o Seio de todas as dores
e estendeis, sobre nossos passos, risos e lágrimas
e sobre nossas vaidades dolorosas,
vossas Mãos Luminosas, a verterem bálsamos.
Maria, tende piedade de mim,
que sou um nada e não possuo valor algum (...)
Fazei florescer em todo o meu ser, a flor das divinas primaveras,
vosso amor, doce Mãe, e vosso terno culto.
Ah! Amar-vos, amar a Deus através de vós,
desejá-Lo, aspirá-Lo em vós,
sem qualquer outro desvio subtil,
e morrer, tendo-vos ao meu lado. Amém.


Paul Verlaine (+8-1-1896)
O Angelus do meio-dia, Novembro de 1873



sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

SENHOR, SE QUISERES, PODES CURAR-ME


“Jesus estendeu a mão e tocou-lhe,

dizendo: «Quero, fica purificado.»”

Cf. Lucas 5,12-16

+

Jesus não disse simplesmente: «Quero, fica purificado.» Fez mais e melhor: «Estendeu a mão e tocou-lhe.» Este é um facto digno de atenção. Dado que podia curá-lo por um acto da Sua vontade e pela palavra, porque lhe tocou com a mão? Pela única razão de mostrar, quero crer, que não era inferior mas superior à Lei; e também para mostrar que, dali em diante, nada é impuro para quem é puro [...]. A mão de Jesus não ficou impura no contacto com o leproso; ao invés, o corpo do leproso ficou purificado pela santidade dEssa mão. Cristo veio não apenas para curar os corpos, mas para elevar as almas à santidade; Ele ensina-nos aqui a cuidarmos da nossa alma, a purificá-la, sem nos preocuparmos com abluções exteriores. A única lepra a temer é a da alma, isto é, o pecado [...].

Quanto a nós, devemos dar continuamente a Deus acções de graças. Agradeçamos-Lhe não apenas pelos bens que nos concedeu, mas ainda pelos que concedeu aos outros: poderemos assim destruir a inveja, manter e fazer crescer o nosso amor ao próximo [...].

.

São João Crisóstomo (c. 345-407),

Bispo de Constantinopla e Doutor da Igreja

Homilias sobre São Mateus, n.º 25, 1-3

Fonte: http://www.evangelhoquotidiano.org/

domingo, 3 de janeiro de 2010

SEGUINDO UMA ESTRELA


"Não se puseram a caminho por terem visto uma estrela,
mas viram a estrela porque se tinham posto a caminho."
s. João Crisóstomo

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

ORAÇÃO PELO NOVO ANO


Como peregrinos na soleira da sua viagem

eis as nossas mãos oferecidas para Te confiar as nossas vidas.

A porta escancarada sobre os caminhos dos dias

queremos, contigo, partir à aventura.

Onde nos conduzirás, desconhecemo-lo,

as provas, frequentemente, velam-nos o horizonte.

És o Senhor do vento, ordenas as tempestades

e a tua presença sempre apazigua o nosso medo.

A estrela do Natal cintilante no céu da noite

convida-nos a seguir-Te até à aurora de Páscoa.

Que o teu amor por nós nos revista de confiança

teu perdão é maior que todas as nossas traições.

Caminhando ao teu passo pelas sendas dos homens

seremos mensageiros das bodas que estão para vir.



Claude Brehm

in: www.spiritualite2000.com

SENHORA DA PAZ


Ave Maria Stella

Salve, Estrela do mar,
Santa Mãe de Deus,
Tu, a sempre Virgem,
bem-aventurada porta do céu...
Rompe os grilhões dos pecadores,
devolve a luz aos cegos,
libera-nos das nossas misérias,
obtém-nos os verdadeiros bens.
Mostra-nos que és Mãe
e que Jesus Cristo, por ti, acolhe as nossas preces,
Ele que, nascido para nós,
aceitou ser teu filho.
Virgem, sem igual,
e doce entre todas,
obtém-nos o perdão de nossos pecados,
torna nossos corações humildes e puros.
Concede-nos uma vida santa,
torna segura a nossa estrada,
para que, contemplando Jesus,
possamos compartilhar para sempre a tua alegria.

Hino latino
datando, aproximadamente, do século X

Fonte: www.mariedenazareth.org