quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Santa INÊS, a convicção da fé


Quase tudo o que se sabe sobre Inês e sobre os milagres a ela associados provem da trafição e da lenda. Pensa-se que Inês terá vivido no tempo do Imperador romano Diocleciano, que ordenou uma nova perseguição aos cristãos em 303. Apesar do édito imperial, Inês, então com 13 anos, declarou-se cristã e recusou-se a casar. Inês anunciou repetidamente que o seu único esposo era Cristo e ofereceu-se para o martírio. Por esta afronta, a menina foi levada a tribunal, interrogada e torturada.

O prefeito ordenou-lhe que servisse os deuses pagãos no templo da deusa romana Vesta. Ameaçaram que seria queimada viva, mas mesma assim recusou voltar-se contra Deus.


Perseverança na fé

De acordo com a lenda, o juiz mandou então Inês para um bordel, nua., para prazer de quem quisesse tirar-lhe a virgindade. Alguns relatos dizem que o seu cabelo cresceu tanto que cobriu a nudez. Na presença deste milagre, mesmo os maiores libertinos de Roma se recusaram tocar-lhe. Finalmente, um jovem, o filho do prefeito, aproximou-se dela. Ao tentar deflorá-la foi atacado por súbita cegueira. Mas Inês, perdoou-lhe e ele recuperou a vista. O prefeito, enraivecido com estes milagres, ordenou que fosse decapitada. Inês morreu pela espada no que era então o estádio de Domiciano, agora Piazza Navona, onde está a Igreja de Santa Inês, em Roma.

Durante a Idade Média Inês tornou-se uma santa extraordinariamente popular. Apesar de haver poucas provas factuais da sua vida, permanece um dos mais poderosos símbolos do martírio virginal na Igreja.

Para rezar:

Senhor, Tu que auxiliaste Inês de Roma

a manter as suas convicções

contra ameaças e desafios, tormentos e torturas,

dá-nos a foça da nossa Fé.

Tal como manifestaste nela

o espírito de perdão aos que a atormentavam,

concede-nos a sabedoria e a misericórdia

para que possamos tratar com indulgência

aqueles que ofendem e difamam essa fé.

Ámen.


NO SEU RASTO

Ao perdoar ao filho do prefeito, Inês ajudou a transformar um acto danoso num acto construtivo, e o seu agressor recuperou a vista.

Da mesma forma, séculos mais tarde, alguns oficiais ingleses e americanos, que tinham sido feitos prisioneiros durante a Segunda Guerra Mundial, perdoaram aos seus captores alemães e ajudaram o mundo a ver os seus antigos inimigos com uma nova luz.

Após o fim da guerra, os antigos prisioneiros passaram a encontrar-se regularmente. Em 1965 convidaram para essas reuniões três dos seus antigos captores. Durante a guerra, mesmo quando as condições no campo eram muito duras, esses três guardas tinham tratado os prisioneiros com dignidade e respeito.

Os oficiais dos exércitos vencedores quiseram perdoar-lhes publicamente para que o mundo soubesse que esses antigos guardas tinham agido com honra.

Actos de perdão como este lembram-nos de que o amor de Deus pode ajudar a ultrapassar as situações mais difíceis.


in “Pessoas comuns, Vidas extraordinárias”

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