domingo, 31 de maio de 2009

VINDE ESPÍRITO SANTO


Vinde, ó Santo Espírito,
vinde Amor ardente,
acendei na terra
vossa luz fulgente.

Vinde, Pai dos pobres:
na dor e aflições,
vinde encher de gozo
nossos corações.

Benfeitor supremo
em todo o momento,
habitando em nós
sois o nosso alento.

Descanso na luta
e na paz encanto,
no calor sois brisa,
conforto no pranto.

Luz de santidade,
que no Céu ardeis,
abrasai as almas
dos vossos fiéis.

Sem a vossa força
e favor clemente,
nada há no homem
que seja inocente.

Lavai nossas manchas
e aridez regai,
sarai os enfermos
e a todos salvai.

Abrandai durezas
para os caminhantes,
animai os tristes,
guiai os errantes.

Vossos sete dons
concedei à alma
do que em Vós confia:

Virtude na vida,
amparo na morte,
no Céu alegria.

(Sequência do Domingo de Pentecostes)

sábado, 30 de maio de 2009

MARIE CELINE de la PRÉSENTATION, com Cristo como rocha


Tempestades não faltaram durante a existência de Maria Celina. Confrontada com a situação de pobreza da sua família, é forçada a deixar a sua aldeia natal e tudo quanto amava, desembarcando na grande cidade de Bordéus sem quaisquer referências; depois, é o falecimento da sua mãe que a obriga a deixar o colégio para se dedicar aos seus irmãos, seguindo-se a morte de alguns deles, para finalmente ficar sozinha após a adopção das usas pequenas irmãs. Não esqueçamos, igualmente, as provações físicas da doença que sofreu e suportou corajosamente. Aparentemente frágil, nada a derrubou. Tal como ela dizia, “encontrei o meu centro”. Em vez de se deixar abater ou fechar-se no seu próprio sofrimento, soube procurar e escolher Jesus como sua rocha.

Caminho de santidade
Nascida em 1878, em França, sob o nome Jeanne-Germaine Castang, esta jovem será apelidada pela sua irmã Lucie como “o anjo consolador da família”. Pôr-se ao serviço dos outros parece ter sido o seu lema de vida.
Desde cedo revela uma piedade fora do comum para a sua idade. Já em Bordéus, ingressa no convento das Clarissas no dia 12 de Junho de 1896. Em apenas poucos meses de vida religiosa atinge uma perfeição de santidade que outras só alcançam em vários anos. Piedade, humildade, paciência e caridade são as suas principais qualidades.
A tuberculose já mina a sua frágil saúde, mas Maria Celina da Apresentação, nome religioso que assumiu, esforça-se por escondê-la para não entristecer nem dar trabalhos dobrados a quem a rodeia. Nem uma lágrima, nem um gemido na hora dos tratamentos dolorosos. A força e a coragem necessárias para essa luta colhia-as da eucaristia que vivia com um profundo recolhimento. A comunhão transfigurava o seu rosto, no dizer das suas irmãs religiosas. Na verdade, “só vivia para Deus, aspirando continuamente a Ele”.

Pronuncia os seus votos religiosos dois meses antes de falecer: “Desejo somente o Céu, pois estou pronta, mais vale que parta o mais cedo possível. O Céu! O Céu, tanto me tarda de lá chegar!” É nessa que se manifestam alguns fenómenos espantosos. Um dia em que se julgava ter chegado a sua morte, o seu rosto transfigurou-se e espalhou-se por toda a infirmaria um intenso odor a rosas quando, afinal, não existia nenhuma flor no local. Tal se repetiu quando morre com apenas 19 anos, no dia 30 de Maio de 1897. A sua cela e diversos objectos continuaram a emanar perfume muito tempo após o seu desaparecimento.

Escolhendo o caminho da caridade, Celina realizou-se plenamente, tornando-se para nós como que um profeta, uma testemunha actual que comprova que o amor simples e humilde para com os outros e para com Deus é caminho de santidade segundo o desejo de Deus.
No dia da sua beatificação, no passado ano, o Cardeal Ricard, bispo de Bordéus, dizia dela: “É a sua vida quotidiana que foi o lugar de resposta a Deus". Outro bispo referiu que ela testemunhou “ a alegria do coração daqueles que buscam Deus”.


Por fim, Maria Celina comprova as palavras que Bento XVI pronunciou em Setembro de 2007 diante de milhares jovens, reunidos em Loreto: “Estai certos que uma vida consagrada a Deus nunca é inútil”.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

VIVER COM CRISTO


«Quero que, onde Eu estiver, estejam também Comigo»
cf. Jo 17,20-26

É necessário seguir Cristo, é necessário aderir a Ele, não O devemos abandonar até à morte. Como dizia Eliseu ao seu mestre: «Pelo Deus vivo e pela tua vida, juro que não te deixarei» (2R 2, 2). [...] Então, sigamos Cristo e unamo-nos a Ele! «A felicidade é estar perto de Deus» diz o salmista (72, 28). «A minha alma está unida a Ti, a Tua mão direita me sustenta» (Sl 62, 9). E São Paulo acrescenta: «Quem se une ao Senhor, forma com Ele um só espírito» (1Cor 6, 17). Não apenas um só corpo, mas também um só espírito. Do espírito de Cristo, todo o Seu corpo vive; pelo corpo de Cristo, chegamos ao espírito de Cristo. Por conseguinte, permanece pela fé no corpo Cristo e um dia serás um só espírito com Ele. Pela fé, estás desde já unido ao Seu corpo; pela visão, também serás unido ao Seu espírito. Não é que no alto vejamos sem o corpo, mas os nossos corpos serão espirituais (1Cor 15, 44).

«Para que todos sejam um só, como Tu, Pai, estás em Mim e Eu em Ti; para que assim eles estejam em Nós e o mundo creia»: eis a união pela fé. E mais adiante pede: «que eles cheguem à perfeição da unidade e assim o mundo reconheça»: eis a união pela visão.

Eis o modo de nos alimentarmos espiritualmente do corpo de Cristo: ter n'Ele uma fé pura, procurar sempre, através da meditação assídua, o conteúdo desta fé, encontrar o que procuramos pela inteligência, amar ardentemente o objecto da nossa descoberta, imitar na medida do possível Aquele que amamos; e, imitando-O, aderir a Ele constantemente para chegarmos à união eterna.

Guigues o Cartuxo (? - 1188),
prior da Grande Cartuxa,
Meditação 10
fonte: www.evangelhoquotidiano.org

quinta-feira, 28 de maio de 2009

TONY MELENDEZ, trovador da esperança

"Aos olhos do meu Deus, sou inteiro!" Assim fala Tony Melendez, o jovem que ficou conhecido por ter tocado viola diante de João Paulo II em Los Angeles, quando este visitou os Estados Unidos em 1987. Tocou com os pés, pois nasceu sem braços.

Sem braços, mas um homem inteiro e, sobretudo, realizado e feliz. Confirmando as palavras que o papa então lhe dirigiu, tornou-se mensageiro de esperança para todos aqueles que têm mãos e tudo o mais para serem felizes mas desistiram de procurar a felicidade.

Uma lição e um desafio para todos nós. Todos somos chamdos por Deus a acolher a sua mensagem libertadora e sermos sinais de esperanças para aqueles que nos rodeiam. Nada nem ninguém nos poderão impedir de o ser.

Assim o queiramos nós, como o Tony.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

ORAÇÃO A MARIA


Não esqueçais as tristezas da Terra

Virgem Santa,
não esqueçais as tristezas da Terra.
Lançai um olhar de bondade
sobre aqueles que estão a sofrer,
sobre os que lutam contra as dificuldades
e que não cessam de provar as amarguras desta vida.
Tende piedade daqueles que se amavam e que estão desunidos!
Tende piedade da solidão do coração!
Tende piedade da nossa fé!
Tende piedade daqueles que nos são caros!
Tende piedade daqueles que choram, daqueles que rezam,
daqueles que receiam e que oscilam!
Dai-nos a todos a esperança e a paz.
Amém.


Oração de Santa Rita

segunda-feira, 25 de maio de 2009

PAZ DE DEUS EM NÓS


«No mundo tereis tribulações;
mas tende confiança:
Eu já venci o mundo!»

cf. Jo 16,29-33

Tende atenção em conservar o vosso coração na paz; que nenhum acontecimento deste mundo o perturbe; pensai que tudo acaba aqui em baixo. Em todos os acontecimentos, por muito deploráveis que sejam, devemos regozijar-nos em vez de ficarmos tristes, para não perdermos um bem mais precioso, a paz e a tranquilidade da alma.
Mesmo que aqui em baixo tudo se desmoronasse e que todos os acontecimentos nos fossem adversos, seria inútil perturbarmo-nos, pois a perturbação causar-nos-ia mais danos do que proveito.
Suportar tudo com a mesma disposição e na paz é, não apenas ajudar a alma a adquirir grandes bens, mas também predispô-la a melhor avaliar as adversidades em que se encontra e a aplicar-lhes o remédio adequado. O céu é estável e não está sujeito às mudanças. Do mesmo modo, as almas, por terem uma natureza celestial, são estáveis; não estão sujeitas a tendências desordenadas nem a nada desse género; de certo modo, assemelham-se a Deus, que é imutável.
São João da Cruz (1542-1591),
frade carmelita, Doutor da Igreja
in Conselhos e máximas

domingo, 24 de maio de 2009

ASCENSÃO DO SENHOR


Jesus, nossa redenção,
Nosso amor, nossa esperança,
Deus criador do universo,
Feito homem verdadeiro.

Por tua grande bondade,
Lavaste nossos pecados,
Sofreste morte cruel
Para nos livrar da morte.

Desceste ao reino das trevas
A libertar os cativos
E hoje sobes glorioso
À direita de Deus Pai.

E mandastes aos que ficavam
De olhos cravados no céu
Que, vivendo santamente,
Fossem tuas testemunhas.

Tua clemência nos leve
A superar nossos males,
A abraçar a cruz da vida
À luz pura do teu rosto.

Tu és a nossa alegria,
Serás o prémio no céu,
Na glória da tua glória,
Pelos séculos sem fim.


Da Liturgia das Horas

sábado, 23 de maio de 2009

EMIL JOSEPH KAPAUN, padre e herói de guerra amando…


É ao seu pároco que Emil Joseph Kapaun deve a oportunidade de ter sido ordenado padre, tal como sempre desejara. Os seus pais, modestos camponeses de origem checa estabelecidos no Kansas - Estados Unidos, não tinham meios para financiar os seus estudos. Todavia, o jovem Emil recebeu deles uma fé profunda.
Ainda criança, Emil “brincava” à missa, imitando o Pe. Sklenar. Este, não duvidando da vocação do jovem rapaz, compromete-se junto dos pais em subsidiar-lhe os estudos. O adolescente, de forte carácter, generoso e atento aos outros, alcança a admiração unânime de todos, professores e companheiros, não apenas pelos seus excelentes resultados como também pela sua rectidão, exemplaridade e alegria espontânea. O Pe. Sklenar convence o bispo a acolhê-lo no Seminário de Teologia.
Emil é ordenado sacerdote em Junho de 1940, com 24 anos. Nomeado vigário do seu próprio pároco, recebe também a capelania militar da base aérea de Herington. Em 1944, o Pe. Kapaun é transferido para outra base militar onde assiste 19 mil soldados, homens e mulheres, numa altura particularmente delicada: os Estados Unidos estão na fase mais probante da guerra.

Em guerra
Em Abril de 1945, o Pe.Kapaun é enviado para a frente de combate no pacífico, onde as tropas americanas enfrentam os últimos confrontos contra o Japão. De jeep ou de avião, percorre mais de dois mil quilómetros sob tiro inimigo para assegurar a celebração da eucaristia junto dos soldados mobilizados nas diversas frentes. Tem, no entanto, a alegria de contactar os missionários presentes naquela região, admirando a sua abnegação e fé. Junto deles aprofunda a sua intimidade com Deus. Kapaun decide ajudá-los no serviço aos pobres, partilhando com eles o seu soldo, e associando os seus homens na construção de uma igreja e de uma escola.
Desmobilizado em Maio de 1946, regressa ao Kansas. Após uma breve estadia na universidade católica de Washington para formação de ensino é, novamente, chamado pelo exército. A situação na Ásia tornou-se instável. Assim, em 1950, Kapaun é afectado à 1ª divisão do 8º regimento de cavalaria estacionada na Coreia do Sul para resistir à ameaça do vizinho do norte. Durante cinco meses encontra-se em plena frente de combate, distinguindo-se pela sua bravura e incansável apoio aos seus homens. Consola e reconforta os feridos, assiste os moribundos. A todos leva a eucaristia, a reconciliação e, por vezes, o baptismo. Desprezando o perigo, arrisca frequentemente a vida para resgatar soldados imobilizados pelas feridas. A sua heróica coragem permite-lhe ser condecorado com a Estrela de bronze.
Mas em Novembro, ao tentar salvar o sargento Miller é preso pelo inimigo. Os prisioneiros são então obrigados a caminhar até ao campo de Pyotkong, em plena Coreia do Norte. Este será o seu último campo de apostolado.

“Irmão Dimas”
Pyotkong reúne mais de 4 mil prisioneiros de guerra, vivendo em condições deploráveis: subalimentados, despojados de tudo, sujeitos às humilhações dos seus algozes, os homens perdem todas as referências humanas e morais.
No meio deste inferno, Emil Kapaun assume como prioridade devolver alguma dignidade aos seus companheiros de infortúnio. Começa por partilhar parte da sua magra ração com os mais fracos. Não hesita em passar por baixo da vedação de arame farpado para roubar algumas batatas nos campos vizinhos ou sacos de arroz. Primeiro surpresos e impressionados pela sua coragem, os prisioneiros passam a admirar o seu colega sacerdote. Chamam-no de “Irmão Dimas”, nome dado ao bom ladrão crucificado com Jesus. Em algumas semanas, consegue resolver o problema da alimentação. Passa a lavar a sua própria roupa incentivando os companheiros a fazer o mesmo, cuidando da sua aparência e dignidade. O Pe. Kapaun torna-se depressa muito popular. Era o seu herói e muitos soldados, pelo seu exemplo tornaram-se bons católicos.
Mas Kapaun não esquece que é padre. No início da detenção reunia alguns crentes, rezando e cantando com eles. Confessa os que o desejam. Depois, junto a um crucifixo que ele esculpiu, celebra umas discretas paraliturgias (contra a proibição decretada), rezando o rosário ou a Via Sacra. Pouco a pouco, a vida espiritual renasce no campo. As rixas rareiam. Todos os respeitam por terem a sensação de estar perante um homem excepcional. Ninguém, porém suspeita que Emil se encontra exausto, permanecendo de pé a grande custo. A marcha forçada até ao campo e as noites sem dormir minaram irremediavelmente a sua saúde.
Na Páscoa de 1951, o Pe. Kapaun organiza uma liturgia festiva num canto discreto do campo. Todos ficam perturbados com o seu esforço e coragem. No domingo seguinte já não consegue falar, arrasta-se… e cai desfalecido. Morre serenamente no dia 23 de Maio de 1951, com 35 anos de idade. O seu organismo desfeito sucumbiu a uma pneumonia.

Após a guerra, um dos companheiros rendeu-lhe a seguinte homenagem: “Em certo sentido, todos somos beneficiário da vida do padre Kapaun. Ele deixou-nos um perturbador exemplo de dedicação, conforme ao nosso dever. Transmitiu-nos um espírito de tolerância e compreensão. Partilhou connosco a sua intrépida bravura, mistura de coragem física e grandeza de alma… Mostrou-nos que o maior inimigo da nossa pátria é a indiferença para com Deus e a nossa impiedade…”
Numerosos testemunhos atestarão a sua profunda humildade, a sua oração contínua e a sua abnegação. Em 2001, na sua cidade natal, um monumento foi erigido em sua honra, um dos mais heróicos e condecorados capelães militares americanos. A causa da sua beatificação foi introduzida recentemente.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

RITA de CÁSSIA, santa no matrimónio, na viuvez e na consagração


Rita - diminutivo de Margherita - nasceu em 1377, na Úmbria, região do centro da Itália. Seus pais, de vida exemplar, já não eram jovens quando foram, finalmente, abençoados pelo nascimento de Rita. Desde cedo que desejava abraçar a vida religiosa, mas os pais arranjaram o seu casamento aos 12 anos. Paolo di Ferdinando Mancini, o homem com quem casou, era violento e abusador. Durante os 18 anos que durou o seu matrimónio, Rita suportou o seu feitio brutal e viu os seus dois filhos gémeos tentarem imitar o pai.
Contudo, a mansidão, a docilidade e prudência de Rita suavizaram a rude impetuosidade de Paolo. Este não resistiu a tanta abnegação e mudou completamente de vida.
Infelizmente, o seu marido foi ferido de morte numa rixa, e os 2 filhos decidiram vingar a sua morte. Rita rezou para que tal fosse evitado através do perdão. Os rapazes adoeceram e, graças às preces da mãe, perdoaram aos seus inimigos antes de falecerem cerca de um ano após a morte do marido. Rita depositou os corpos de seus filhos ao lado de seu marido e ficou só no mundo; só, mas com seu Deus

Vida nova, sonho antigo
Rita passou, então, a dedicar-se com afinco à prática das virtudes, às obras de caridade e à oração. A sua atenção para com o próximo era inesgotável. Mas isso não bastava para ela.
Recordada do seu antigo desejo, Rita quis entrar num convento; porém, devido à sua condição de viúva, teve de insistir por três vezes junto do convento agostinho de Cássia antes de lhe ser permitido receber o hábito.
Como religiosa, Rita levou uma vida de austeridade, oração e caridade. Em resposta às suas orações, em que pedia para sofrer com Cristo, Rita recebeu na fronte uma ferida como que resultante de um espinho da coroa de Cristo crucificado. Esta ferida só se curou quando lhe foi concedido visitar Roma para o Jubileu de 1450, reaparecendo após o regresso.
Rita adoeceu com tuberculose e acabou por ficar acamada. Próxima da morte, pediu uma rosa do jardim da família, apesar de não ser época desta flor. No entanto, foi encontrada uma única rosa e colocada no seu leito de morte. Na sua despedida, disse às irmãs da sua comunidade: "Amai a Deus, minhas irmãs, sobre todas as coisas, porque a sua bondade e formosura são inigualáveis e só Ele deve merecer o vosso amor.”
Com 76 anos de idade e 40 de vida religiosa, faleceu Rita no dia 22 de Maio de 1457.

Na arte, Rita é, com frequência, representada com uma rosa, e, em certos lugares, as rosas são tradicionalmente abençoadas no dia da sua festividade. Rita é a padroeira das situações difíceis, em especial das crises matrimoniais e advogada das causas desesperadas.
Foi beatificada em 1626 após lhe terem sido atribuídas curas milagrosas e canonizada em 1900.

A NOSSA ÂNCORA, no rasto de Rita de Cássia


A perda de seu marido e dos dois filhos deixou Rita de Cássia em grande tristeza mas também a lançou no caminho de uma vida diferente. A perda de um filho é uma das experiências mais penosas e traumatizantes que uma família pode viver. Pais e irmãos ficam marcados para o resto da vida e necessitam de todo o apoio para conseguirem ultrapassar uma experiência tão difícil.

“A Nossa Âncora” – Apoio a Pais em Luto - é uma organização portuguesa que presta aparam às famílias e particularmente aos pais que perderam filhos. Proporciona auxílio psicológico, sociológico, médico, psiquiátrico, religioso e jurídico e promove iniciativas que possam concorrer para a plena realização do seu objectivo. Nesta organização é possível aos pais em luto trocarem experiências com outras pessoas na mesma situação.
Mais informações em: http://www.anossaancora.org/.
Nos momentos de profundo sofrimento, o apoio dos outros pode ser importante. A oração e a comunhão com Deus são fundamentais.
Em “Pessoas comuns, Vidas extraordinárias”

quinta-feira, 21 de maio de 2009

CONSTRUIR A UNIDADE COM A DIVERSIDADE


Hoje, comemora-se o Dia Mundial da diversidade cultural para o diálogo e desenvolvimento. Desde 2001 que a UNESCO adoptou a Declaração universal sobre a diversidade cultural. Essa declaração reconhece, pela primeira vez, a diversidade cultural como “herança ética da humanidade”, considerando a sua salvaguarda como um imperativo concreto e moral inseparável do respeito da dignidade humana.
Este Dia mundial tem como objectivo proporcionar-nos uma oportunidade para melhor reconhecer e apreciar o que devemos às outras culturas, suscitando em cada um de nós um maior sentimento de complementaridade e solidariedade. Conhecer as nossas diferenças e respeitá-las é a melhor forma de encarar e construir um futuro menos conflituoso, aprendendo a viver juntos.
Pelo seu passado histórico, Portugal foi lugar de cruzamento de diversos povos e culturas. Ser português é, podemos dizê-lo, levar no sangue marcas celtas, gregas, latinas, moçárabes, judias, francesas e britâncias… Depois de termos levado o nosso marco luso pelo mundo, é esse mundo que retorna a nós pela imigração. Brasileiros, eslavos, europeus de leste, africanos das antigas colónias, asiáticos… Até os nossos emigrantes regressados trazem a diferença de uma experiência estrangeira.
Se o nosso passado foi feito de partilha, por que razão fechar o nosso presente a essa riqueza? Desafiante e exigente, o nosso futuro depende da forma como construímos o dia de hoje. Acolhimento ou exclusão semeiam as cearas que colheremos amanhã.
S. Paulo falava em corpo formado por diversos membros para ilustrar a comunidade dos crentes, tendo Cristo como cabeça. Afinal, é na diversidade que formamos a verdadeira unidade. Cristo, nossa cabeça, teve sempre a capacidade de acolher a todos.

Até nós próprios, na nossa individualidade, somos feitos de diversidade. Segundo consta, nesta data de 21 de Maio, ocorre a curiosa efeméride do primeiro fabrico de sapatos diferenciados, direito e esquerdo, em 1310. Até aí existia apenas um modelo uniforme para ambos os pés. Digam lá os nossos membros do “rés-do-chão” se não foi uma grande evolução serem tratados na sua especificidade!?
Serão o nosso coração e a nossa mente mais “estreitos” que os nossos pés na aceitação da diferença como meio de optimizar o são convívio deste corpo que é a nossa sociedade?

quarta-feira, 20 de maio de 2009


"Rezar é deixar que Deus se faça Deus em nós."

L. Evely

terça-feira, 19 de maio de 2009

GIUSEPPINA SURIANO, vocação contrariada mas não vencida


Giuseppina Suriano nasceu em 1915, em Itália, no seio de uma família modesta.
Atenta, entusiasta, Pina (diminutivo pelo qual era conhecida) conquistava todos pela sua bondade e alegria. Porém, desde cedo, só tem uma ideia na cabeça: agradar a Jesus. Para isso, todos os meios eram bons: ajudar a mãe, ocupar-se dos irmãozinhos, ser prestável com as companheiras de escola, obediente com as religiosas do seu colégio, ser amável com as raparigas mais pobres que ela… e rezar. Ela adora rezar e fazer rezar. É como se fizesse parte dela.
Com apenas dez anos, Pina ingressa no grupo da Acção Católica da sua paróquia. Orientada pela dirigente do grupo, Maria Addamo, a jovem adolescente vai progredir na oração e na meditação. Juntamente com outras jovens, vão fundar um projecto de Instituto secular, consagrado ao Sagrado Coração de Jesus, cujos membros se comprometerão a propagar a mensagem do Evangelho no seu quotidiano segundo a sua condição de vida. É o Cenáculo.
Fortalecida pela oração, Pina segue o programa do grupo visitando os pobres, os idosos e auxiliam na catequese e diversos serviços paroquiais. “Quantos mais dias passam, mais me sinto unida ao meu Jesus e à Companhia do seu Sagrado Coração. Sinto arder em mim, cada vez mais intensamente, a chama do amor e do apostolado”.
A leitura de “História de uma alma”, de Santa Teresa do Menino Jesus, entusiasma-a no amor no coração da Igreja: “Ressinto uma necessidade extrema de perfeição… Mas como estou longe, e como sofro por me sentir a última de todas! Sofro e este sofrimento é um suplício de amor, pois quereria amar loucamente Jesus e sentir em mim todos os batimentos do seu coração, abandonando-me totalmente a Ele…” Aos quinze anos, esta adolescente está apaixonado pelo Absoluto.

Vocação contrariada
Os pais de Pina, no início consolados de a verem caminhar rectamente, começam a preocupar-se com a seriedade do seu empenhamento. Sendo filha única, para eles está fora de questão qualquer possibilidade de vida religiosa para a filha.
No entanto, a 29 de Abril de 1932 durante um retiro promovido pelo Cenáculo, Pina consagra-se, de forma privada, a Deus. Só o pároco está ao corrente. Aos 17 anos, a jovem opta por viver a virgindade e total abandono à vontade de Deus: “Jesus ama-me, tenho a certeza. Também eu O amo, acima de tudo, e o meu maior prazer será fazer em tudo a sua vontade e alegrando-me com o que Deus quiser.
Todavia, os pais de Pina opõem-se a essa escolha. Proíbem-na de participar nas reuniões da Acção Católica e de todas as actividades da paróquia, com a desculpa que precisam dela. Sempre obediente, Pina acata.
Simultaneamente, os rapazes vão aparecendo, seduzidos pela sua beleza física e interior. Vários deles testemunharão, posteriormente, o quanto o exemplo de fé e integridade da jovem rapariga exerceu neles uma sã influência e motivação para, também eles, se aperfeiçoarem na vida cristã e espiritual. Todos perceberam que não eram dignos dela, afastando-se e, por vezes mesmo, recriminando a atitude dos pais .
Mas Pina, apesar de sofrer interiormente com a incompreensão dos pais, perdoa-os.

Vida apostólica
Finalmente, a vigilância dos pais cede um pouco. Ao participar noutro retiro, Pina aceita do desafio de colaborar numa nova paróquia criada na sua povoação.
Durante doze anos, a jovem vai dedicar-se inteiramente a essa nova missão. Torna-se a alma da nova comunidade, encaminhando, reconfortando, exortando e encorajando. A todos se revelou a força da sua vida interior.
Porém, intimamente, Pina sonhava com uma vida diferente: desejava ter-se consagrado a Deus. A resistência dos pais e a sua condição económica não o permitiram. No dia 30 de Março de 1948, faz um acto de oferta de si mesma a Deus, em favor dos sacerdotes: “O objecto constante dos meus esforços será a santificação dos sacerdotes (…), de modo especial por aqueles que caíram e aqueles que se encontram em perigo (…) para que sejam santos e santifiquem o Teu povo…”
Assim viverá Pina os últimos dois anos da sua vida até falecer na manhã do dia 19 de Maio de 1950, com 35 anos, com um ataque cardíaco, levando os habitantes de Partinico a considerar terem perdido a “sua santa”.
Giuseppina Suriano foi beatificada a 5 de Setembro de 2004, sendo uma das figuras mais luminosas da Acção Católica Italiana.

domingo, 17 de maio de 2009


Amor, que por amor te dispuseste
A restaurar o mundo errado e triste;
Amor, que por amor do céu desceste;
Amor, que por amor à cruz subiste;
Amor, que por amor a vida deste;
Amor, que por amor a glória abriste.

Luís de Camões

SEMANA DA VIDA (VIII)

8º dia – Domingo, 17 de Maio
Família, escola onde se aprende o valor da “bondade”


Para reflectir
Aproveitai todas as ocasiões para serdes hospitaleiros” (Rm 12,13).
A bondade, que conduz o ser humano na construção da felicidade sua e dos outros, aprende-se sobretudo com os bons exemplos, quase sem necessidade de palavras. Mas não deixa de exigir esforço e até abnegação e auto-renúncia pela felicidade dos outros.
A bondade pura só existe em Deus. “Só Deus é bom”, dizia Jesus ao jovem rico que lhe chamou Bom
Mestre (Lc 18,19). A bondade supõe o amor e a gratuidade, aliás, é a sua expressão natural. É bondosa a pessoa que olha com amor não só os seus irmãos como toda a realidade criada. Todo o ser humano tem em si algo de bom, inculcado por Deus, que o criou à sua imagem e semelhança. Mas, seguindo essa lei natural, precisa ainda de crescer no conhecimento e caminho do bem.
A família educa para a bondade sempre que escuta com atenção, dá e ama na gratuidade, saúda com carinho, ampara um idoso; sempre que em família se ama e presta serviço de forma desinteressada e gratuita, aprende-se a ceder o lugar nos transportes públicos, a repartir com os mais pobres, a empenhar-se em obras sociais, a assumir-se como cidadão na sociedade civil.

Para rezar
– Um desafio ao exame de consciência: em silêncio, cada um identifique três acções pessoais boas e uma má; depois procure perceber como reagiu nas duas situações; por fim, tente tirar lições.
– Rezemos pelos pais que são menos bons para os seus filhos e os matam antes de nascer, os abandonam ou abusam deles. Que o Deus da vida e da infinita bondade converta os seus corações à vida.
– Rezemos pelas pessoas que são vítimas da violência doméstica, mas também pelos agressores. Que Deus transforme o seu coração agressivo num coração bondoso, sensível ao bem e à harmonia.
Ponto de esforço: Comprometer-se a realizar uma boa acção ao longo do dia.
Rezar, repetindo três vezes: “Dai-me Senhor um coração puro, criai em mim um espírito novo”.
Ao Senhor a última palavra: “Caríssimo, não imites o mal, mas sim o bem. Quem faz o bem é de Deus; quem faz o mal não viu a Deus” (3 Jo 1,11).
Bendigamos ao Senhor. R: Graças a Deus!

Fonte: http://www.leigos.pt/semanadavida/2009/index.html

sábado, 16 de maio de 2009

PARA TI, MARIA

SEMANA DA VIDA (VII)

7º dia – Sábado, 16 de Maio
Família, escola onde se aprende o valor da “paciência”


Para reflectir
A tribulação produz a paciência, a paciência a firmeza e a firmeza a esperança” (Rm 5,3-4).
A paciência é a virtude de quem sabe sofrer de forma calma e serena porque não perdeu toda a esperança. Na ausência da paciência/esperança irrompem lamentações, revoltas, fatalismos, desilusões.
Só a Esperança pode gerar paciência, conformidade, alegria e optimismo, mesmo em situações difíceis.
Mas o vazio de Deus produz cansaço e desilusão. Não é, pois, de estranhar que, nas sociedades materialistas, cresça a impaciência e a solidão.
A família é escola de paciência sempre que não perde a calma face às más notícias e aos acontecimentos dolorosos; sempre que não oculta aos filhos a dureza da vida e os abre para a realidade, positiva e negativa; sempre que exige fidelidade aos compromissos, ainda que corram mal; sempre que ensina a controlar impulsos e rebeldias.
A família também é escola de paciência na convivência diária com os irmãos, com as crianças, com os parentes e amigos. Esta convivência ensina ainda que existe a morte, a enfermidade, a velhice, a pobreza, a injustiça... Viver estas situações com normalidade e realismo ensina a confiar em si mesmo e a abraçar os problemas normais da vida.

Para rezar
– Agradeçamos a imensa paciência de Deus para connosco, sempre disposto a perdoar e a dar uma nova oportunidade.
– Rezemos pelas pessoas que, provadas por doenças e outros males graves, estão sem paciência para acolher e suportar o sofrimento. Que Deus lhes dê força e aceitação.
– Rezemos pelos esposos sem capacidade para se acolherem e perdoarem mutuamente. Deus Pai lhes dê a graça de reconstruírem a sua relação na redescoberta do amor que os uniu.
Ponto de esforço: Ao longo do dia, exercitemos a paciência connosco próprios e com as pessoas que encontrarmos: familiares, colegas, idosos, vizinhos…
Pai Nosso (dando as mãos e valorizando o “perdoai-nos as nossa ofensas”).
Ao Senhor a última palavra: “Filhinhos meus, escrevo-vos estas coisas para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos junto do Pai um advogado, Jesus Cristo, o Justo, pois Ele é a vítima que expia os nossos pecados, e não somente os nossos, mas também os de todo o mundo” (1 Jo 2,1-2).
Bendigamos ao Senhor. R: Graças a Deus!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

AMAI-VOS UNS AOS OUTROS


«Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei»
cf. Jo 15,12-17

A grandeza da humanidade determina-se essencialmente na relação com o sofrimento e com quem sofre. Isto vale tanto para o indivíduo como para a sociedade. Uma sociedade que não consegue aceitar os que sofrem e não é capaz de contribuir, mediante a com-paixão, para fazer com que o sofrimento seja compartilhado e assumido, mesmo interiormente é uma sociedade cruel e desumana. [...] A palavra latina «con-solatio», consolação, exprime isto de forma muito bela, sugerindo um estar-com solidão, que então deixa de ser solidão. Mas a capacidade de aceitar o sofrimento por amor do bem, da verdade e da justiça é também constitutiva da grandeza da humanidade, porque se, em definitivo, o meu bem-estar, a minha incolumidade é mais importante que a verdade e a justiça, então vigora o domínio do mais forte; então reinam a violência e a mentira. [...]
Sofrer com o outro, pelos outros; sofrer por amor da verdade e da justiça, sofrer por causa do amor e para vir a ser uma pessoa que ama verdadeiramente: estes são elementos fundamentais de humanidade; o seu abandono destruiria o próprio ser humano. Entretanto, levanta-se uma vez mais a questão: somos capazes disto? [...] Na história da humanidade, cabe à fé cristã precisamente o mérito de ter suscitado no ser humano, de maneira nova e com uma nova profundidade, a capacidade dos referidos modos de sofrer que são decisivos para a sua humanidade. A fé cristã mostrou-nos que verdade, justiça, amor não são simplesmente ideais, mas realidades de imensa densidade. Com efeito, mostrou-nos que Deus - a Verdade e o Amor em pessoa - quis sofrer por nós e connosco.

Papa Bento XVI,
Encíclica «Spe salvi» §§ 38-39

in www.evangelhoquotidiano.org

SEMANA DA VIDA (VI)

6º dia – Sexta-feira, 15 de Maio
Família, escola onde se aprende o valor da “justiça”

Para reflectir
Dai a cada um o que lhe é devido...” (Rm 13,7).
A justiça é tão importante que a Bíblia atribui a Deus o qualificativo de Justo. É justa a pessoa que sabe dar a cada um o que lhe é devido, mas é melhor que, além de cumprir, consiga viver o espírito da lei. A generosidade, essa, pauta-se pelo amor. Ser generoso é dar mais que o que é obrigatório. O
Mandamento do Senhor é amar como Ele amou… até dar a própria vida.
A justiça sem amor pode ser tirana. Por outro lado, há leis injustas que atentam contra a vida (aborto, eutanásia…) ou não respeitam outros princípios fundamentais, atingindo deste modo a dignidade e a consciência das pessoas.
A família educa para a justiça na atenção e consideração permanentes das diferenças e especificidades de cada um, superando tentações legalistas com a união crescente da justiça com o amor, aperfeiçoando a generosidade e a gratuidade do serviço mútuo, reconhecendo os erros e pedindo e dando perdão.
Educar para a justiça, na família, é ainda estender a todos os homens o respeito, a atenção e a consideração, nomeadamente, combatendo discriminações e favoritismos, pagando salários justos e satisfazendo dívidas, sendo solidários com os injustiçados e generosos com os mais necessitados, repudiando situações e leis injustas, e completando cada vez mais a justiça com a caridade.

Para rezar
– “Ser justo é dar a cada um o devido”. Dialogando, perguntemos: pratica-se a justiça na nossa família, no que nos devemos em respeito, gratidão, ajuda e amor… e no que devemos aos outros e às outras famílias, nomeadamente em partilha e ajuda aos mais necessitados?
– Rezemos pelos governantes dos países ricos, para que partilhem com os mais pobres, não permitindo que milhões de pessoas continuem a não ter o mínimo para viver dignamente.
– Rezemos pelos que ‘atropelam’ os outros com a injustiça. Que Deus torne os seus corações sensíveis ao valor da justiça.
Ponto de esforço: Por todos, procuremos se há uma família que não tenha o necessário e vejamos como partilhar com ela, de forma generosa e discreta. Essa partilha pode resultar da renúncia de todos a algo de supérfluo.
Rezar tês vezes: “Senhor ensina-nos a ser justos para com todos”.
Ao Senhor a última palavra: “Se sabeis que Ele é justo, sabei também que quem pratica a justiça nasceu d’Ele” (1 Jo 2,29).
Bendigamos ao Senhor. R: Graças a Deus!

DIA DIOCESANO DA FAMÍLIA


Hoje é o dia da família, em plena Semana da Vida.
Para melhor reflectir e viver os desafios e valores da família, o Secretariado de Pastoral Familiar da Diocese da Guarda promove o Dia da Família, no próximo sábado em Trancoso.
Todas as famílias estão convidadas a participar nesse evento, independentemente de fazer parte ou não de qualquer movimento familiar.

Eis o programa:
14h30 – Acolhimento
15h – Palestra: “A visão da família e da mulher em S. Paulo”
15h30 – Concerto pelo grupo coral da Santa Casa da Misericórdia de Trancoso
16h – Eucaristia com bênção para os casais a celebrarem 25 ou 50 anos de matrimónio
17h – Convívio e lanche partilhado (devem trazer um pequeno farnel)

quinta-feira, 14 de maio de 2009

SEMANA DA VIDA (V)

5º dia – Quinta-feira, 14 de Maio
Família, escola onde se aprende o valor da “verdade.”


Para reflectir
“Tudo é permitido, mas nem tudo convém”
(1 Cor 10,23).
Muitos afirmam que não há verdades absolutas mas tantas quantas as formas de pensar. Esta posição conduz a uma vida amoral, sem regras, que abre espaço à anarquia e à prepotência dos poderosos sobre os fracos e desvaloriza o respeito mútuo.
A verdade existe independentemente da opinião de cada um. Ela tem o seu fundamento nos valores universais, também presentes na consciência humana e, para os crentes, em Deus, que é a suma verdade revelada em seu Filho Jesus: “Eu sou a verdade...” (Jo 14,6).
A família educa na verdade se pautar a sua vida e as suas relações familiares e conjugais pelo verdadeiro amor; se fundamentar a sua praxis educativa nos valores universais da justiça, da paz, da solidariedade, da partilha, da fidelidade, da honestidade, do bem comum, do serviço desinteressado, da fidelidade e do respeito a cada pessoa. A procura da verdade é um serviço que a família presta às jovens gerações, que encontrarão nos verdadeiros valores o sentido das suas vidas.

Para rezar
– Se possível, identifiquemos não verdades nos media, na publicidade e em algumas promessas.
Dialoguemos sobre a importância de um espírito crítico e sobre o perigo de relativizar toda a verdade (relativismo).
– Peçamos ao Senhor a coragem e a humildade para procurarmos e reconhecermos a verdade, e sermos verdadeiros connosco próprios e com os outros.
– Peçamos perdão a Deus por todas as pessoas que fundamentam a sua vida e acção na mentira, prejudicando-se a si e aos outros. Que Jesus, que é a Verdade, abra os seus corações.
Ponto de esforço: Com serenidade e coragem, verifiquemos se a vida e as relações familiares estão a ser fundadas na verdade. Se não, com caridade e firmeza, tomemos algumas resoluções.
Rezar juntos (três vezes): “Senhor Jesus, Tu que és a Verdade, faz nascer em nós um grande amor à verdade”.
Ao Senhor a última palavra: “Vós, porém, tendes uma unção recebida do Santo e todos estais instruídos. Não vos escrevi por não saberdes a verdade, mas porque a sabeis, e também que da verdade não vem nenhuma mentira” (1 Jo 2,20).
Bendigamos ao Senhor. R: Graças a Deus!

SEMANA DA VIDA (IV)

4º dia – Quarta-feira, 13 de Maio
Família, escola onde se aprende o valor da “responsabilidade”


Para reflectir
Ninguém procure o seu próprio interesse, mas o dos outros” (1 Cor 10,24).
Responsável é a pessoa que responde pelos compromissos assumidos, lhes é fiel e os vive motivada, sem pressões exteriores. Responsável é uma pessoa livre, que sabe usar a sua capacidade de escolha.
Eleger a responsabilidade como valor e critério é escolher a satisfação, o bem-estar e a felicidade das pessoas, a fidelidade e o bem comum.
A pessoa responsável é consciente e realiza as suas responsabilidades movido por um nobre sentimento de interesse por si mesmo e pelo outro. O exercício da responsabilidade gera satisfação, bem-estar, a felicidade das pessoas amadas, e exercita a perseverança e a fidelidade.
A família é escola de responsabilidade sempre que procura viver com fidelidade, encanto e empenho as exigências inerentes à vida familiar: conjugalidade, parentalidade, educação, profissão, a fé; se é exigente e firme nos propósitos e ideais; se ensina aos filhos o cuidado e o arrumo dos jogos, da roupa e dos bens comuns; se os envolve na construção de um bom clima familiar e na preocupação pela felicidade dos outros; se os ajuda a cumprir os compromissos escolares, sociais, religiosos e profissionais.

Para rezar
– Em clima de confiança e abertura, nunca de acusação, pais e filhos conversem sobre os aspectos familiares em que deveria haver maior participação e responsabilidade de cada um.
– Agradeçamos a Deus o dom dos pais, que, numa dedicação generosa e sem limites, assumiram a responsabilidade de cuidar de seus filhos e tudo fazem para que nada lhes falte.
– Rezemos pelas Famílias cristãs, para que, tal como Maria cuidou de Jesus, exerçam a graça e a responsabilidade de gerarem e educarem os seus filhos na fé e no amor de Deus.
Ponto de esforço: Aproveitemos esta semana para treinar um maior envolvimento de todos no bom andamento da vida familiar.
Avé Maria...
Ao Senhor a última palavra: “Quanto a vós, procurai que em vós permaneça o que ouvistes desde o princípio. Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também vós permanecereis no Filho e no Pai. Esta é a promessa que Ele nos fez: a vida eterna” (1 Jo 2,24-25).
Bendigamos ao Senhor. R: Graças a Deus!

Fonte: http://www.leigos.pt/semanadavida/2009/index.html

terça-feira, 12 de maio de 2009

TERESA de JESUS FERNANDEZ SOLAR, a santa com coração de fogo


Teresa dos Andes, tal como ficou conhecida, é a primeira santa que viveu no século XX a ser canonizada. Nascida em 1900, morre antes de completar os 20 anos, com apenas onze meses de vida religiosa.
Por ocasião da sua canonização, a 21 de Março de 1993, João Paulo II declarou: “A uma sociedade secularizada que vive de costas voltadas para Deus, apresento com viva alegria como modelo de eterna juventude da Igreja esta carmelita chilena. Ela dá-nos o testemunho límpido de uma existência que proclama aos homens e às mulheres de hoje que é no amor, na adoração e serviço a Deus que reside a grandeza e a alegria, a liberdade e plena realização da criatura humana.”

Um amor chamado Jesus
Juana Fernandez Solar, assim era o seu nome de baptismo, nasce no dia 13 de Julho de 1900 em Santiago do Chile, no seio de uma família de tradição católica, uma das mais ricas do país, tendo beneficiado de uma infância privilegiada. Tímida e engraçada, é acarinhada por todos. Mas os mimos estragam e torna-se caprichosa. Preguiçosa, rebelde e de carácter orgulhoso, custa-lhe obedecer. Mas nem tudo são defeitos: esforça-se por melhorar o seu feitio enquanto a sua sensibilidade e generosidade aproximam-na dos pobres.
Partilha com os seus irmãos os tempos livres mas não se coíbe de apreciar e procurar a solidão e o silêncio. Na verdade, Juana, após cada comunhão, entretém-se longamente com Jesus, que ela descobre presente no seu íntimo, ao ponto de exasperar os familiares que aguardam por ela. Mas é com Ele que ela se sente bem. Jesus responde às suas questões, guia-a, ilumina-a. De tudo isso, ela tem a certeza. Jesus é o seu noivo, muito rico e muito belo, pois Ele é o Senhor do universo. Passa horas junto ao sacrário, em oração. É o seu primeiro e único amor da sua vida. Jesus fá-la perceber que a quer como carmelita.
Juana cresce. Jovem adolescente, a sua formosura e posição social atrai a atenção de muitos jovens pretendentes. Mas ela apenas se preocupa em assistir os mais necessitados e amparar os da sua casa. É que a sua família, por má gestão, arruína-se. Os pais separam-se, o irmão mais velho, Lucho, seduzido pela modernidade afasta-se de Deus enquanto outro irmão, Miguel, poeta dotado, cai na dependência do álcool. A todos, Juana tenta ajudar, aconselhando uns e procurando curar os ressentimentos de outros. É um ano difícil, gasto em favor dos outros, separada da sua amiga e confidente Rebeca, é na oração que ela encontra força. Confrontada às diversas solicitações que o mundo propõe, abandona-se à vontade de Deus. Já nada a pode separar de Deus. É hora de se consagrar definitivamente a Ele, no carmelo.
Tendo obtido o consentimento do seu pai, transpõe a porta do pequeno convento “Los Andes” no dia 7 de Maio de 1919. Tem dezanove anos.

Uma vida doada
A separação da família foi, naturalmente, difícil para Juana e os seus. Porém, a nova postulante – agora chamada Teresa de Jesus – não olha para trás. Está à escuta daquilo que Deus espera dela, numa oferta incondicional pela salvação da humanidade.
“Por eles totalmente me entrego, para que também eles fiquem a ser teus inteiramente, por meio da Verdade” (Jo 17, 19). Teresa faz suas estas palavras de Jesus. Nunca, como agora, ela se sentiu tão próxima da sua família, dos seus amigos, de todos. Torna-se a sua advogada junto de Deus, colhendo os frutos da sua doação: a mãe serena, perdoando ao marido, associando-se à Ordem Terceitra Carmelita; Lucho recupera a paz e Rebeca far-se-á, também ela, carmelita.
Teresa é uma autêntica torrente de fogo, impetuosidade e fervor no amor que tem por Deus. As religiosas apercebem-se que a jovem caminha a passos largos, adaptando-se à vida da comunidade, aos trabalhos e costumes da Ordem, aceitando tudo com alegria e serenidade, por amor a Jesus: Procuro renunciar a tudo para possuir Aquele que é Tudo”.
A sua solicitude por todos não conhece limites, não fazendo acepção de pessoas, nem olhando a sacrifícios: Sobre a Cruz está o amor, e amando somos felizes.”

Na Sexta feira Santa de 1920, Teresa consume-se em febre. Os médicos não dão qualquer esperança. Adormece amorosamente em Deus no dia 12 de Abril do mesmo ano.

SEMANA DA VIDA (III)

3º dia – Terça-feira, 12 de Maio
Família, escola onde se aprende o valor da “honestidade”


Para reflectir
Que o vosso amor seja sincero. Detestai o mal e apegai-vos ao bem” (Rm 12, 9).
Num contexto social actual que promove e premeia a desonestidade, ser honesto é um acto de coragem, é um remar contra a corrente, e reclama coerência entre o que se diz e o que se faz, é ser fiel a si mesmo. Ser honesto é nunca proceder contra os princípios morais mesmo renunciando a grandes vantagens.
Na perspectiva cristã, a honestidade consiste numa conduta em sintonia com a lei moral condensada nos dez mandamentos, mais concretamente, na maravilhosa Lei de Cristo, de amor e verdade. A honestidade implica provações, mas gera confiança, credibilidade e até prestígio moral, relações sadias e grandes amizades.
Para ser escola de honestidade, a família terá que a viver, antes de mais, entre os seus membros. Só vivendo e agindo honestamente teremos autoridade moral para exigirmos condutas honestas.

Para rezar
– Se não fomos honestos uns com os outros, em família, ao longo do dia, a nível pessoal ou em conjunto, vamos repor a verdade.
– Rezemos: Senhor Jesus, perdoa-nos se não fomos honestos connosco ou com os outros. Dá-nos
força, sabedoria e coragem para sermos pessoas honestas, vivendo em amor sincero, detestando o mal e apegados ao bem, como recomendou o Apóstolo S. Paulo.
Ponto de esforço: Procurar ser honestos connosco mesmo e com os outros, mesmo que isso exija, perdas, vergonha, risos...
Cântico/oração: “Dá-nos um coração grande para amar, dá-nos um coração forte para lutar”.
Ao Senhor a última palavra: “Sabemos que O conhecemos por isto: se guardamos os seus mandamentos. Quem diz: «Eu conheço-O», mas não guarda os seus mandamentos é mentiroso e a verdade não está nele” (1 Jo 2, 3-4).
Bendigamos ao Senhor. R: Graças a Deus!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

GUY DE LARIGAUDIE, o aventureiro de Deus


Guilherme Boulle de Larigaudie, conhecido por Guy, nasceu em Paris no dia 18 de Janeiro de 1908, tendo falecido no campo de batalha durante os confrontos da Segunda Guerra Mundial, a 11 de Maio de 1940, com 32 anos.
Dele podemos dizer que foi escuteiro, escritor, explorador aventureiro e jornalista.
Profundamente amante da vida e da natureza, bem cedo procurou um sentido para a sua vida, questionando-se sobre a sua vocação. Missionário? Entrou no seminário, mas a falta dos “grandes espaços” obrigou-o a sair e recompor a sua saúde frágil na montanha. O escutismo e o contacto com a natureza farão dele um homem novo. Já como jornalista, começa a viajar pelo mundo, publicando reportagens e romances. É um apaixonado pela escrita. Tudo é, para ele, motivo de encanto, admiração e, sobretudo, de contemplação. Esta confiança maravilhada encontra a sua fonte na confiança em Deus. O que ele vê, ouve e vive contribui a, no seu dizer, “fazer da sua vida uma conversação com Deus”: “É terrível ter tantos sonhos na cabeça e sentir, em suma, nas suas mãos a capacidade de os realizar e, ao mesmo tempo, ter o desejo de me apagar, de doar-me a Deus, o que não consigo precisar mas que, pelo menos, sei que Ele me guarda na existência que levo… Que a vontade de Deus se realize em mim e que Ele me dê a luz!”

Deus por companheiro
Na verdade, não podemos evocar a vida de Guy de Larigaudie sem falar da sua relação com Deus em todas as circunstâncias da sua vida. A sua correspondência assim o testemunha, tal como esta carta escrita a uma amiga, em Dezembro de 1938: “Creio que Deus me conduz pela mão pelos caminhos que são os seus e que me levarão para onde Ele quer. Somente duas coisas contam: amar Deus do fundo do coração, com um amor de criança, um amor infantil e total e procurar apenas a sua vontade e nada mais. Com isto, Deus não espera; conduz.”
Porém, a sua vida não é apenas feita de encantos. Existe também luta. Na sua reflexão e busca vocacional, conciliar vontade de Deus e impulso humano nem sempre é fácil, nomeadamente na questão da castidade: “Parece-me difícil passar toda uma vida sem ter perto de si a ternura de uma presença feminina. Só o conseguiremos procurando substituir a necessidade de amor humano por um profundo amor de Deus, fazendo verdadeiramente de Deus o companheiro de cada hora.”
“A castidade é um desafio impossível e ridículo se apenas tiver como argumento preceitos negativos. Torna-se possível, bela e enriquecedora se ela se apoiar numa base positiva: o amor de Deus, vivo, total, único capaz de contentar a imensa necessidade de amor que enche o nosso coração humano.”


Herança espiritual
Muito mais que a sua obra romanesca e jornalística, é essencialmente a mensagem espiritual que Guy deixou aos seus contemporâneos e às gerações seguintes que marca, como podemos ver através de algumas citações: “Sempre tive, no fundo de mim mesmo, saudades do céu, mais ainda agora que conheço melhor a beleza do mundo. O Céu será o cúmulo de toda essa beleza, a vida para aí nos conduz através de um caminho cujo cumprimento ignoramos, mas para quê entristecer-me de antemão sobre esta estrada se a luz se encontra no seu fim?”
“Toda a minha vida foi uma busca de Deus. Em todo o lugar e a toda a hora, procurei o seu rasto ou a sua presença.”
“Tudo se vive na plenitude do amor de Deus. Pouco importa que sejamos monge ou casado, aventureiro ou pasteleiro, só o amor de Deus conta!

SEMANA DA VIDA (II)

2º dia – Segunda-feira, 11 de Maio
Família, escola onde se aprende o valor do “bem”


Para reflectir
“Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem” (Rm 2,21).
É necessário discernir. O bem não é sempre aquilo que convém, de que se gosta, que se sente ou não, que todos fazem. Não obedece ao capricho momentâneo de indivíduos ou grupos. Mas há um bem imutável, independente de conveniências e egoísmos, que tem o seu fundamento na lei divina inscrita no coração humano.
Na perspectiva cristã, o caminho do bem encontra-se em três princípios básicos vividos e deixados por Jesus Cristo: “Amarás a Deus e ao próximo como a ti mesmo”. Amor a Deus, amor pessoal e amor aos outros são o caminho cristão da escolha do bem, que traz consigo uma recompensa que é eterna, a construção do Reino, mas também temporal: paz, benevolência, alegria, maturidade humana, respeito e dedicação.
A Família é escola onde se aprende o bem sempre que os pais educam para um compromisso efectivo com o bem, pela palavra e pelo exemplo; sempre que são capazes de perdoar; sempre que dizem não à vingança; sempre que lutam pela verdade. Educar para o bem reclama educar para a liberdade. A verdadeira liberdade expressa-se no compromisso efectivo com o bem, independentemente das circunstâncias.

Para rezar
– Lembremos as pessoas que fazem o bem à nossa família (nomear os que nos prestam serviços: avós, vizinhos, professores, os que nos preparam os alimentos, entidade patronal…)
– Depois de evocar os nomes, rezar: “Obrigado, Senhor, pelo bem que todos nos fazem”.
Ponto de esforço: Cada membro da família dirige-se ao outro e diz: “obrigado por todo o bem que me tens feito”. (Se os avós, ou algum outro membro não estão presentes, pode ser feito um telefonema, em presença).
Rezar juntos: “Bendito sejas, Senhor, por despertares em nosso coração o desejo de fazer o bem.
Intensifica, Senhor este desejo
”.
Ao Senhor a última palavra: “Deus é luz e n’Ele não há nenhuma espécie de trevas, se dizemos que temos comunhão com Ele, mas caminhamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Pelo contrário, se caminhamos na luz, então temos comunhão uns com os outros” (1 Jo 5-7).
Bendigamos ao Senhor. R: Graças a Deus!

domingo, 10 de maio de 2009

BONO, o profeta cantante


Nasceu Paul David Hewson a 10 de Maio de 1960 (há 49 anos) em Dublin, Irlanda. Mas quase ninguém o conhece sob outro nome que não seja Bono, nome que assumiu quando, na remota década de 70, juntamente com outros três jovens adolescentes decidiram criar uma banda de rock. É assim que surgiram os U2, hoje mundialmente conhecidos.
Bono é a figura de proa incontornável do grupo, não apenas pelo seu carisma artístico mas também pela faceta, menos mediática mas não menos importante de activista pelos direitos humanos. Filho de pai católico e de mãe protestante, o jovem Paul cresceu com uma forte fé religiosa que a morte da sua mãe, quando tinha apenas catorze anos, só reforçou. Apesar de ser um ícone do pop/rock mundial, Bono nunca abandonou as suas raízes cristãs. Em toda sua carreira como líder do U2, Bono sempre escreveu canções que reflectissem os ideais cristãos. No princípio da década de 80 chegou a ponderar, juntamente com The Edge, o guitarrista, deixar a música para se dedicar à religião. Desse período brotará o álbum “October”, o mais cristão da já longa carreira dos U2.

Uma fé que guia
Casado com Ali, seu amor de adolescência, desde 1982, (estabilidade rara entre os famosos) e pai de 4 filhos, Bono preservou uma grande sensibilidade espiritual. Já em 1985, juntamente com a esposa, passou vários meses na Etiópia como voluntário em campos de refugiados. Essa experiência marcou-o definitivamente tornando-se hoje um símbolo na luta contra a pobreza no continente africano.
Sem dúvida, a fé ajuda a explicar as opções que tem tomado perante os diversos dramas humanos, na defesa pelos direitos Humanos, no apoio à Green Peace, na luta contra a SIDA, em favor do povo bósnio durante a Guerra dos balcãs, no apoio a Nelson Mandela contra o apartheid e ultimamente pelo perdão das dívidas dos países de 3º mundo. A sua estratégia é encontrar-se com políticos e levá-los a comprometer-se nessas causas. Foi embaixador da campanha Jubileu 2000 ‘Drop the Debt’ prolongando esse fim através da DATA – Debt, Aids, Trade, Africa. O objectivo é convencer as nações mais ricas a perdoar as dívidas dos países mais pobres, de forma a que esse dinheiro possa ser usado na educação e na saúde. Make Poverty History e The One Campaign são outras campanhas apoiadas por Bono. Segundo ele, “6.500 crianças a morrer cada dia por falta de alimento ou falta de medicamentos baratos não é mais uma causa... mas uma questão de justiça. É uma emergência que certamente não teria lugar na Europa ou na América.” Em 2005 com Bob Geldof, ajudou a organizar um evento musical à escala mundial, o Live 8, com o objectivo de pressionar o G8 a apoiar África. Para ele é claro que “é sempre a mesma atitude que faz ganhar o dia: a vitória da esperança sobre o medo… Na questão de África, nós não podemos perder, porque estamos a entrar numa porta que Deus todo-poderoso já abriu. Carregamos connosco o peso moral de um argumento.”
Todo esse empenho já lhe valeu várias distinções internacionais e uma nomeação para o prémio Nobel da Paz.
“Nunca importou de onde vens, a questão sempre foi para onde vais”, afirma ele em jeito de lema de vida. “E isto, claro, está no coração da redenção: começar de novo… Eu desejo começar de novo diariamente. Nascer de novo todos os dias é algo que tento fazer.”

Apelo à Graça
Em Bono, Deus e a fé ocupam cada vez mais lugar na sua reflexão. Vale a pena ler um excerto de resposta dada numa longa entrevista concedida ao jornalista francês, Mischka Assayas:
“É um conceito alucinante de que o Deus que criou o Universo pudesse andar à procura de companhia, uma verdadeira relação com pessoas, mas a coisa que me mantém ajoelhado é a diferença entre Graça e Karma… No centro das religiões há a ideia do Karma. Vê bem, aquilo que fazes volta para ti: olho por olho, dente por dente…e então aparece o conceito da Graça para dar volta a isto tudo… A Graça desafia a razão e a lógica. O amor interrompe, se quiseres, as consequências das tuas acções, o que no meu caso é, na verdade, muito bom, porque eu fiz muitas coisas estúpidas… Eu estaria em muitos maus lençóis se o Karma fosse o meu juiz final… Isto não desculpa os meus erros, mas estou a apelar à Graça. Estou a apelar para que Jesus tenha levado os meus pecados para a Cruz… O sentido da morte de Cristo é que Ele levou os pecados do mundo, para que aquilo que nós aprontássemos não voltasse para nós, e para que a natureza pecadora não nos faça colher a morte óbvia. É esse o sentido. Isto deve manter-nos humildes… Não é o nosso próprio bem que nos faz passar os portões do Céu.”
Se em 1987 Bono cantava que “ainda não encontrei o que procuro” (I still haven’t found what I’m looking for), referindo-se ao Espírito Santo, parece que hoje já não estará longe, pois clama “Justificados até morrermos, tu e eu glorificaremos o Magnífico” no último título editado (“Magnificent”).



Vale a pena ouví-lo sobre o que podemos fazer pela África (em inglês): http://www.youtube.com/watch?v=1VOlXwhp00Y&eurl=http%3A%2F%2Fwww%2Esquidoo%2Ecom%2Fbono%2Dsuperhero&feature=player_embedded

Já agora, por ser dia de aniversário: Parabéns, Bono, pela vida e por aquilo que deixas a Deus fazer através dela!
*

SEMANA DA VIDA (I)

1º dia – Domingo, 10 de Maio
Família, escola onde se aprende o valor da “dignidade”

Para reflectir
“Não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós?” (1 Cor 6,19)
Toda a pessoa é digna de respeito. A grandeza da sua dignidade advém da sua condição humana e não de outros adereços. Esta condição é o fundamento da igualdade e dignidade de todo o ser humano, que merece igual respeito, independentemente de quem for: homem ou mulher, criança ou jovem, adulto ou idoso, rico ou pobre, conhecido ou estrangeiro, branco ou negro, doente ou com saúde, amigo ou inimigo!
A fé cristã ensina que todo o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus, donde se
depreende que todo o ser humano é irmão em Jesus Cristo, o Filho de Deus que Se fez homem.
Reconhecer a dignidade dos outros faz-nos crescer na própria dignidade e torna-nos mais humanos.
A Família é escola de dignidade sempre que pais e filhos se tratam com respeito mútuo, no reconhecimento, no valor e na importância devidos a cada um, e dão a todos um trato amável e respeitoso. No fim de contas, o sentido da dignidade humana é mais bebido com o leite materno do que uma aquisição pessoal.

Para rezar
– Peçamos perdão a Deus pelas vezes que olhámos com indiferença ou com desdém as pessoas mais pobres ou marginais.
– Rezemos pelas pessoas que vivem movidas pelo ódio, pelo desejo de vingança e agressão, e, por isso, tratam as outras como se fossem coisas. Que Deus, Pai de misericórdia, torne os seus corações sensíveis à dignidade humana.
Ponto de esforço: tentar olhar todas as pessoas a partir da sua dignidade, especialmente aquelas de quem menos gostamos. Se encontrarmos um marginal, tentemos sorrir para ele, embora com prudência.

Pai Nosso (saboreando a ternura do Pai e a nossa filiação).

Ao Senhor a última palavra: “Vede com que amor o Pai nos amou, ao querer que fôssemos chamados filhos de Deus. E, de facto, somo-lo!” (1 Jo 3,1).

SARMENTOS FRUTUOSOS


“Quem permanece em Mim
e Eu nele dá muito fruto”

cf. Jo 15, 1-8

Pai,
faz que nos tornemos todos
um Sarmento genuíno e frutuoso
da videira de Jesus,
aceitando-O na nossa vida como lhe agrada vir:
como a verdade – que temos de dizer;
como a vida – que temos de viver;
como a luz – que temos de acender;
como o amor – que temos de amar;
como o caminho – que temos de percorrer;
como a alegria – que temos de dar;
como a paz – que temos de difundir;
como o sacrifício – que temos de oferecer
nas nossas famílias e nos nossos vizinhos.

Madre Teresa de Calcutá
“Sorrir a Deus”

sábado, 9 de maio de 2009

SEMANA DA VIDA


10 a 17 de MAIO 2009
A Família, instituição natural fundada nos laços de amor entre o homem e a mulher, é o espaço vital e ideal, com condições únicas para acolher, proteger e cuidar da vida humana, numa entrega quotidiana feita de afecto, dedicação, gratuidade, reconhecimento e testemunho de serviço.
No exercício educativo, só a família está apta a formar permanentemente, desde tenra idade, para os valores que dão à vida um colorido verdadeiramente humano e a abrem ao mistério e sentido dos outros, do mundo e de Deus.
Humanizar pelos valores é fornecer as ferramentas básicas da liberdade mais profunda que leva a pessoa a agir bem e a cair na conta do Belo, do Verdadeiro, do Bom.
A dignidade e a excelência da pessoa humana assentam na interiorização dos valores fundamentais da vida que a impulsionam a fazer bem o que deve ser feito, com amor e com interesse pelo bem comum. Cultivar os valores não é renunciar à felicidade mas antes meter-se nos seus trilhos. Sem valores, a vida perde o horizonte e as referências, e a pessoa fica à mercê do apetecível e, muitas vezes, da força perversa e anárquica de instintos. A conduta pautada por valores tende a ser uma conduta direccionada, habitual, estável e perseverante.
do guião da Semana da Vida 2009

POEMA A MARIA


Um único olhar vosso,
me atingiu para sempre


Apesar de não saber ler nem escrever, ó Maria,
o amor que sinto por vós, numa infinita inspiração,
soletra o vosso nome, docemente, para mim, ó Maria,
como o vento semeia as flores deste lugar.

Eu sou o pássaro ferido que seria curado,
se bebesse em vossos olhos, como se bebe na fonte,
Devo dizer-vos ainda: de vós, tudo aprendi.
Que entre as vossas mãos eu possa pousar meu coração, de amor inflamado.

Minhas armas eu as coloco sobre os vossos joelhos, Maria,
assim, os meus sonhos, desejos e todas as minhas loucuras.
Tão despojado quanto a chama que queima a vela
eu vos amo, mas sei que não valho o preço; tal dom, eu não mereço.

Quando não sentia este ardor por vós, Maria,
eu só havia provocado falsos incêndios.
Um único olhar vosso me atingiu para sempre...
Como um mendigo, corro sob o vento, corro sob a chuva.

Daniel Facérias
Maria

sexta-feira, 8 de maio de 2009

MIRIAM TERESA DEMJANOVICH, o testemunho vivido no silêncio


Teresa nasce a 26 de Março de 1901 em New Jersey, nos Estados Unidos da América. Filha de pais emigrantes eslovacos, chegados 7 anos antes, a família enfrenta grandes dificuldades económicas. Católicos de rito bizantino, são ostracizados pela maioria católica romana irlandesa que controla a vida social, cristã e educativa. Nacionalismos, racismo e preconceitos gangrenam a cristandade americana e Teresa Demjanovich comprová-lo-á toda a sua vida.
Inteligente e apaixonada pela leitura e desporto, Teresa vive a sua escolaridade constantemente humilhada pelas suas companheiras, contando apenas com a amizade de raparigas oriundas de outras minorias étnicas, italiana, alemã ou polaca. Teresa, apesar do seu carácter impetuoso, decidido, voluntário e independente, não responde às provocações. Quem a conhece aprecia a sua prontidão em servir, a sua discrição, boa disposição e humor.
Como contraponto ao ambiente pesado da escola, Teresa felizmente conta com o apoio e amizade do seu irmão Carlos com quem partilha uma cumplicidade espiritual. Carlos decide ser sacerdote, Teresa sonha com o Carmelo. Mas ela tem de permanecer em casa e amparar a mãe até à morte desta, em 1918. Posteriormente, o pai opõe-se à sua vocação carmelita.
Teresa vê-se obrigada a optar por outra via, a do ensino respondendo a uma proposta formulada pelas Irmãs da Caridade. Mas esta experiência não deixa grandes recordações. O seu método de ensino é demasiado inovador, opondo-se ao regime de uniformidade aplicado em detrimento do acompanhamento personalizado defendido por ela: “Afirmai a vossa individualidade. Não procurai imitar os outros. Sede verdadeiramente vós mesmas.”

Uma vocação atribulada mas perseverante
A 11 de Fevereiro de 1925, depois da morte do pai, Teresa entra como postulante para as Irmãs da Caridade, oferecendo a Deus o sacrifício do seu sonho carmelita. De imediato, ganha a hostilidade da sua mestra de noviças que não compreende a sua “veia” mística. Nessa época, as congregações religiosas na América não entendiam a necessidade de conciliar acção e contemplação. O próprio capelão, padre Bradley, amigo e conselheiro de Teresa, luta em vão contra essa estreiteza de espírito.
Apesar das incompreensões e vexações que sofre, Teresa, agora Irmã Miriam Teresa, revela-se uma noviça exemplar, humilde, discreta. Adapta-se a tudo, apoiada pelo seu director espiritual e pela convicção que Deus a quer naquele lugar. Enriquecida espiritualmente por Deus, é ela que prepara e escreve as reflexões e retiros pregados pelo padre Bradley à comunidade, a pedido do próprio. Só após a morte da jovem religiosa se saberá desta verdade, pois é considerada por todas como insignificante. Miriam Teresa aceita o anonimato e o desprezo das suas irmãs como uma missão: “Nosso Senhor pediu-me para sacrificar a minha vida pela conversão da comunidade.”
A vida da Ir. Miriam Teresa prova-nos que a união da alma a Deus na contemplação é a fonte de todo o apostolado autêntico, que a oração não está reservada a pessoas de elite mas é uma necessidade de todo o cristão na fidelidade ao seu baptismo.

No final de 1926, Miriam Teresa é hospitalizada, esgotada e com diversas complicações de saúde. Durante seis meses, sofre em silêncio, confortada pelas visitas do seu irmão Carlos, já sacerdote e pelo Pe. Bradley. Falece no dia 8 de Maio de 1927, com 26 anos e apenas 2 de vida religiosa. A causa de beatificação foi introduzida em 1980.