terça-feira, 19 de maio de 2009

GIUSEPPINA SURIANO, vocação contrariada mas não vencida


Giuseppina Suriano nasceu em 1915, em Itália, no seio de uma família modesta.
Atenta, entusiasta, Pina (diminutivo pelo qual era conhecida) conquistava todos pela sua bondade e alegria. Porém, desde cedo, só tem uma ideia na cabeça: agradar a Jesus. Para isso, todos os meios eram bons: ajudar a mãe, ocupar-se dos irmãozinhos, ser prestável com as companheiras de escola, obediente com as religiosas do seu colégio, ser amável com as raparigas mais pobres que ela… e rezar. Ela adora rezar e fazer rezar. É como se fizesse parte dela.
Com apenas dez anos, Pina ingressa no grupo da Acção Católica da sua paróquia. Orientada pela dirigente do grupo, Maria Addamo, a jovem adolescente vai progredir na oração e na meditação. Juntamente com outras jovens, vão fundar um projecto de Instituto secular, consagrado ao Sagrado Coração de Jesus, cujos membros se comprometerão a propagar a mensagem do Evangelho no seu quotidiano segundo a sua condição de vida. É o Cenáculo.
Fortalecida pela oração, Pina segue o programa do grupo visitando os pobres, os idosos e auxiliam na catequese e diversos serviços paroquiais. “Quantos mais dias passam, mais me sinto unida ao meu Jesus e à Companhia do seu Sagrado Coração. Sinto arder em mim, cada vez mais intensamente, a chama do amor e do apostolado”.
A leitura de “História de uma alma”, de Santa Teresa do Menino Jesus, entusiasma-a no amor no coração da Igreja: “Ressinto uma necessidade extrema de perfeição… Mas como estou longe, e como sofro por me sentir a última de todas! Sofro e este sofrimento é um suplício de amor, pois quereria amar loucamente Jesus e sentir em mim todos os batimentos do seu coração, abandonando-me totalmente a Ele…” Aos quinze anos, esta adolescente está apaixonado pelo Absoluto.

Vocação contrariada
Os pais de Pina, no início consolados de a verem caminhar rectamente, começam a preocupar-se com a seriedade do seu empenhamento. Sendo filha única, para eles está fora de questão qualquer possibilidade de vida religiosa para a filha.
No entanto, a 29 de Abril de 1932 durante um retiro promovido pelo Cenáculo, Pina consagra-se, de forma privada, a Deus. Só o pároco está ao corrente. Aos 17 anos, a jovem opta por viver a virgindade e total abandono à vontade de Deus: “Jesus ama-me, tenho a certeza. Também eu O amo, acima de tudo, e o meu maior prazer será fazer em tudo a sua vontade e alegrando-me com o que Deus quiser.
Todavia, os pais de Pina opõem-se a essa escolha. Proíbem-na de participar nas reuniões da Acção Católica e de todas as actividades da paróquia, com a desculpa que precisam dela. Sempre obediente, Pina acata.
Simultaneamente, os rapazes vão aparecendo, seduzidos pela sua beleza física e interior. Vários deles testemunharão, posteriormente, o quanto o exemplo de fé e integridade da jovem rapariga exerceu neles uma sã influência e motivação para, também eles, se aperfeiçoarem na vida cristã e espiritual. Todos perceberam que não eram dignos dela, afastando-se e, por vezes mesmo, recriminando a atitude dos pais .
Mas Pina, apesar de sofrer interiormente com a incompreensão dos pais, perdoa-os.

Vida apostólica
Finalmente, a vigilância dos pais cede um pouco. Ao participar noutro retiro, Pina aceita do desafio de colaborar numa nova paróquia criada na sua povoação.
Durante doze anos, a jovem vai dedicar-se inteiramente a essa nova missão. Torna-se a alma da nova comunidade, encaminhando, reconfortando, exortando e encorajando. A todos se revelou a força da sua vida interior.
Porém, intimamente, Pina sonhava com uma vida diferente: desejava ter-se consagrado a Deus. A resistência dos pais e a sua condição económica não o permitiram. No dia 30 de Março de 1948, faz um acto de oferta de si mesma a Deus, em favor dos sacerdotes: “O objecto constante dos meus esforços será a santificação dos sacerdotes (…), de modo especial por aqueles que caíram e aqueles que se encontram em perigo (…) para que sejam santos e santifiquem o Teu povo…”
Assim viverá Pina os últimos dois anos da sua vida até falecer na manhã do dia 19 de Maio de 1950, com 35 anos, com um ataque cardíaco, levando os habitantes de Partinico a considerar terem perdido a “sua santa”.
Giuseppina Suriano foi beatificada a 5 de Setembro de 2004, sendo uma das figuras mais luminosas da Acção Católica Italiana.

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