sexta-feira, 8 de maio de 2009

MIRIAM TERESA DEMJANOVICH, o testemunho vivido no silêncio


Teresa nasce a 26 de Março de 1901 em New Jersey, nos Estados Unidos da América. Filha de pais emigrantes eslovacos, chegados 7 anos antes, a família enfrenta grandes dificuldades económicas. Católicos de rito bizantino, são ostracizados pela maioria católica romana irlandesa que controla a vida social, cristã e educativa. Nacionalismos, racismo e preconceitos gangrenam a cristandade americana e Teresa Demjanovich comprová-lo-á toda a sua vida.
Inteligente e apaixonada pela leitura e desporto, Teresa vive a sua escolaridade constantemente humilhada pelas suas companheiras, contando apenas com a amizade de raparigas oriundas de outras minorias étnicas, italiana, alemã ou polaca. Teresa, apesar do seu carácter impetuoso, decidido, voluntário e independente, não responde às provocações. Quem a conhece aprecia a sua prontidão em servir, a sua discrição, boa disposição e humor.
Como contraponto ao ambiente pesado da escola, Teresa felizmente conta com o apoio e amizade do seu irmão Carlos com quem partilha uma cumplicidade espiritual. Carlos decide ser sacerdote, Teresa sonha com o Carmelo. Mas ela tem de permanecer em casa e amparar a mãe até à morte desta, em 1918. Posteriormente, o pai opõe-se à sua vocação carmelita.
Teresa vê-se obrigada a optar por outra via, a do ensino respondendo a uma proposta formulada pelas Irmãs da Caridade. Mas esta experiência não deixa grandes recordações. O seu método de ensino é demasiado inovador, opondo-se ao regime de uniformidade aplicado em detrimento do acompanhamento personalizado defendido por ela: “Afirmai a vossa individualidade. Não procurai imitar os outros. Sede verdadeiramente vós mesmas.”

Uma vocação atribulada mas perseverante
A 11 de Fevereiro de 1925, depois da morte do pai, Teresa entra como postulante para as Irmãs da Caridade, oferecendo a Deus o sacrifício do seu sonho carmelita. De imediato, ganha a hostilidade da sua mestra de noviças que não compreende a sua “veia” mística. Nessa época, as congregações religiosas na América não entendiam a necessidade de conciliar acção e contemplação. O próprio capelão, padre Bradley, amigo e conselheiro de Teresa, luta em vão contra essa estreiteza de espírito.
Apesar das incompreensões e vexações que sofre, Teresa, agora Irmã Miriam Teresa, revela-se uma noviça exemplar, humilde, discreta. Adapta-se a tudo, apoiada pelo seu director espiritual e pela convicção que Deus a quer naquele lugar. Enriquecida espiritualmente por Deus, é ela que prepara e escreve as reflexões e retiros pregados pelo padre Bradley à comunidade, a pedido do próprio. Só após a morte da jovem religiosa se saberá desta verdade, pois é considerada por todas como insignificante. Miriam Teresa aceita o anonimato e o desprezo das suas irmãs como uma missão: “Nosso Senhor pediu-me para sacrificar a minha vida pela conversão da comunidade.”
A vida da Ir. Miriam Teresa prova-nos que a união da alma a Deus na contemplação é a fonte de todo o apostolado autêntico, que a oração não está reservada a pessoas de elite mas é uma necessidade de todo o cristão na fidelidade ao seu baptismo.

No final de 1926, Miriam Teresa é hospitalizada, esgotada e com diversas complicações de saúde. Durante seis meses, sofre em silêncio, confortada pelas visitas do seu irmão Carlos, já sacerdote e pelo Pe. Bradley. Falece no dia 8 de Maio de 1927, com 26 anos e apenas 2 de vida religiosa. A causa de beatificação foi introduzida em 1980.

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