quarta-feira, 30 de setembro de 2009

REZAR COM SÃO DOMINGOS (V)

ORAÇÃO DAS MÃOS

Domingos queria imitar Jesus tal como o descreve Lucas quando “entrou na sinagoga, levantou-se para fazer a leitura.”

De pé, Domingos estendia as mãos como um livro aberto e o seu coração meditava a Palavra na presença do Senhor.

No silêncio, as suas mãos falavam por ele: tanto as juntava diante dos olhos, tanto as afastava junto aos ombros tal como o faz o sacerdote quando reza o Pai Nosso.

Perscrutava com atenção a Palavra que lia; depois meditava recolhido.

Os frades ficavam impressionados de o ver tão tomado pela oração e pela liberdade com que se exprimia com o seu Deus.

As suas mãos!

Desde há muito que conheciam a suavidade da textura dos pergaminhos e os gestos atenciosos para com os pobres e necessitados, mais preciosos que os seus livros anotados, os gestos de cura e de misericórdia sobre os enfermos a quem tratava das feridas; as suas mãos abertas e despojadas como as de Cristo com quem ele conversava, de pé, livre e feliz.

Como rezo, actuo e vivo com as minhas mãos?

Fonte: http://valence.cef.fr/

RETIRO PARA JOVENS


RETIRO PARA JOVENS (13 aos 33 anos)
com o Padre James Manjackal
Dias 3 a 5 de Outubro de 2009
(Sábado a segunda-feira)

Casa das Irmãs de S. José de Cluny
(Antigo Colégio de Santa Maria)
Rua de S. José, nº 12
2350-525 TORRES NOVAS


Início: dia 3 de Outubro, sábado, às 9h30
Conclusão: dia 5 de Outubro, segunda-feira, cerca das 18h
Acolhimento: dia 2 de Outubro, sexta feira, das 19 às 22 h para os que vêm de longe e no dia 3 de Outubro a partir das 8h30.

Inscrição: 30 euros (inclui refeiçoes e alojamento em saco-cama durante os 3 dias).
Pré-inscrição obrigatória (914 137 940 / 21 45 74 844 / mirjsd@gmail.com
Traz saco-cama, uma toalha de banho, Bíblia, terço e caderno de apontamentos.


segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O MAIS BELO ESTÁ AINDA PARA VIR...


O mais belo dos mares
é aquele que ainda não vimos.
A mais bela das crianças
é aquela que ainda não nasceu.
Os nossos dias mais formosos
são aqueles que ainda não vivemos.
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Nazim Hikmet
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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

REZAR COM OS QUE DUVIDAM

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Sejam as minhas palavras uma oração

por todos os homens e mulheres

que com angústia afirmam não ter fé,

não conseguir ter fé.

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Ajuda-me, Senhor, a também eu

confessar as incertezas e as dúvidas

que tenho a teu respeito.

E como só a medo balbucio o teu nome.

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E dá-me ainda

um jeito semelhante a o teu

em que a palavra contida,

o gesto fraterno

ou o silêncio,

digam a tua fidelidade sem limites,

revelem a tua mão que, por amor,

só por amor,

nunca nos larga.

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Deixa que assim possam vislumbrar

a porta do teu Reino aberto a todos

e, na paz que vem de Ti,

num momento de confiança e abandono

alcancemos a graça de te chamarmos Pai.

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Maria Teresa Frazão

in Acordar com Deus

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

PADRE PIO, vida de paixão por Cristo

Numa época marcada pelo ateísmo teórico e prático, Deus dignou-se conceder-nos através do Padre Pio um sinal revelador da sua presença. Durante meio século este frade capuchinho foi a testemunha da paixão de Cristo entre os seus irmãos, recordando a toda a humanidade que Jesus Cristo é o único Salvador do mundo.

Jovem franciscano

Francesco Forgione, assim baptizado, nasceu em 1887 em Pietrelcina, no sul da Itália. A sua infância é marcada por visões mas também pelas doenças que não mais o deixarão até à morte. No entanto, com dezasseis anos, ingressa no convento dos franciscanos capuchinhos onde assume o nome religioso de Pio e é ordenado sacerdote em 1910. Seis mais tarde, após uma longa convalescença em casa, fixa-se no convento de San Giovanni Rotondo, perto de Foggia.

Com 31 anos, recebe a graça dos estigmas, feridas sangrentas, nas mãos, no lado e nos pés, reproduzindo as chagas de Cristo na Cruz. Diariamente, perde o equivalente de um copo de sangue, durante cinquenta anos. Muitos médicos analisarão essas feridas tentando diversas explicações mas reconhecendo, na maior parte dos casos, que tal fenómeno ultrapassava a ciência médica. Mas os prodígios não ficam por aí. Em Maio de 1919, são conhecidos duas curas milagrosas atribuídas a esse jovem frade. A notícia, rapidamente espalhada, atrai cada dia três a cinco centenas de peregrinos e curiosos. Outro dom do Padre Pio é o de ler a mente dos seus penitentes.

Perdoar e orar

Este singular frade dedica-se, essencialmente, ao sacramento da reconciliação, ao qual dedica 15 a 17 horas por dia, qual novo cura d’Ars. Acolhe cada um de forma distinta, conforme as suas necessidades, ora abraçando-os ora repreendo-os chegando a negar a absolvição a alguns. Tal pedagogia tem sempre como fim a conversão autêntica, mostrando-se benevolente perante a sinceridade. O Padre Pio confessou ser o primeiro a sofrer da severidade que, por vezes, emprega a fim que “nenhum se perca”. O seu inimigo é o pecado com o qual jamais pactua pois este contraria a acção do amor de Deus.

Outra faceta de homem de Deus é a oração, na qual encontra a força divina necessária para combater o mal. Apesar dos sofrimentos e cansaços físicos, abandona-se à meditação durante quatro horas. O momento culminante do seu dia é a celebração eucarística. Configurado com Cristo através dos estigmas, o Padre Pio vive a missa em união íntima com a Paixão de Jesus. Muitos foram aqueles que ficaram profundamente marcados pela sua forma de celebrar. Ele rezava muito mas procurava levar os outros a orar. Sob a sua influência criaram-se centenas de grupos de oração.

Abraçando a cruz

Se o exemplo e apostolado do Padre Pio renovam a paróquia, muitos são aqueles que não vêem com bons olhos a súbita fama deste estigmatizado, nomeadamente algum clero local. Levantam-se calúnias e difamações. Roma intervém com medidas severas que restringem a acção do frade. Antes que a verdade seja restabelecida, o padre sofre em silêncio, tal como acontecerá mais tarde noutras “perseguições” que continuarão quase até à sua morte.

Pela sua experiência do sofrimento, o Padre Pio mantém-se atento aos mais necessitados. Assim, decide construir um hospital onde os doentes, sobretudo os mais pobres, possam beneficiar de hospitalidade e assistência qualificadas para o corpo e par o espírito. Em 1947, o sonho começa a realizar-se. Daí surgirá a “Casa Sollievo della Sofferenza” que se tornará um dos hospitais mais modernos de Itália com capacidade para mil doentes.

Até ao seu fim, o Padre Pio continua a sua missão de confessor e de sofredor. No seu penúltimo ano de vida, confessa até 70 pessoas por dia. Os milagres, as profecias, as conversões, as vocações religiosas multiplicam-se. Mas a sua vida espiritual desenrola-se na “noite da fé”, sem nunca possuir a certeza se age bem e conforme a vontade de Deus. Essa “secura” de alma é própria de muitos santos que se vêem obrigados a abandonar-se incondicionalmente na confiança em Deus.

No dia 23 de Setembro de 1968, o Padre Pio expira.

É canonizado por João Paulo II, a 16 de Junho de 2002.


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MEDITAR COM O PADRE PIO


Neste dia do Santo Padre Pio partilhamos convosco alguns dos seus pensamentos.
Boa leitura e meditação!

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- "O homem sem Deus é um ser mutilado".

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- "Dirás tu o mais belo dos credos quando houver noite em redor de ti, na hora do sacrifício, na dor, no supremo esforço duma vontade inquebrantável para o bem. Este credo é como um relâmpago que rasga a escuridão de teu espírito e no seu brilho te eleva a Deus".

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- "O santo silêncio permite-nos ouvir mais claramente a voz de Deus".

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- “Quando te encontrares diante de Deus, na oração considera-te banhado na luz da verdade, fala-lhe se puderes, deixa simplesmente que te veja e não tenhas preocupação alguma”.

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- "Uma só coisa é necessária: estar perto de Jesus".

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- “O verdadeiro servo de Deus é aquele que usa a caridade para com seu próximo, que está decidido a fazer a vontade de Deus a todo custo, que vive em profunda humildade e simplicidade”.

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- "Deus é servido apenas quando é servido de acordo com a Sua vontade."

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- “O Senhor sempre orienta e chama; mas não queremos segui-lo e responder-lhe, pois só vemos os próprios interesses. Às vezes, pelo facto de se ouvir sempre a Sua voz, não nos apercebemos mais dela; mas o Senhor ilumina e chama. São os homens que se colocam na posição de não mais conseguir escutar.”

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- "O medo excessivo faz-nos agir sem amor, mas a confiança excessiva não nos deixa considerar o perigo que vamos enfrentar".

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- "Quanto mais se caminha na vida espiritual, mais se sente a paz que se apossa de nós."

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- “O amor nada mais é do que o brilho de Deus nos homens”.

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- "Amar significa dar aos outros - especialmente a quem precisa e a quem sofre - o que de melhor temos em nós mesmos e de nós mesmos; e de dá-lo sorridentes e felizes, renunciando ao nosso egoísmo, à nossa alegria, ao nosso prazer e ao nosso orgulho".

- "Se precisamos ter paciência para suportar os defeitos dos outros, quanto mais ainda precisamos para tolerar nossos próprios defeitos!"

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- "O meu passado, Senhor, à Tua misericórdia. O meu Presente, ao Teu amor. O meu futuro, à Tua Providência."

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- "Deus sempre nos dá o que é melhor para nós."

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terça-feira, 22 de setembro de 2009

A FACE DA MEDALHA QUE NINGUÉM VÊ







Faz hoje 21 anos que Portugal festejava uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Seul. É um feito tão raro que vale a pena assinalá-lo. A 22 de Setembro de 1988, a “nossa” Rosa Mota finalizava a prova rainha dos Jogos, a Maratona, no primeiro lugar.

Muitos recordam as imagens da alegria da atleta, partilhada por toda uma nacionalidade que se orgulhava, depois de Carlos Lopes em 1984, de ver as suas cores e hino encher novamente um estádio, no espaço de alguns instantes.

Para a Rosa, uma medalha. Para todos os portugueses, a vaidade (legítima) de o ser.

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Mas o que mais aprecio nas provas de atletismo é aquilo que, precisamente, não se vê. Por breves momentos, assistimos ao final da prova, ao triunfo, à volta de honra e à glória do pódio. Alguns minutos de fama que ficam para a posteridade. É a face visível da medalha pendurada ao pescoço.

Mas toda a medalha tem outra face, aquela que não fica exposta. Aquela que permite e legitima a primeira. É a face do esforço quotidiano, anónimo, não reconhecido nem aplaudido. A perseverança solitária de um ano inteiro (ou quatro, quando tudo se aposta nos Jogos). Faça sol ou faça frio. Com mais ou menos apoio de patrocinadores, a entrega do atleta é total na sua preparação. A fama do estádio virá somente no fim… se vier… e só para uns poucos medalhados.

A nossa vida é uma longa maratona, sem conta-quilómetros. Uma longa prova que exige (merece) toda a nossa entrega. É, aliás, essa doação que fazemos de nós mesmos que dá vida à nossa existência. É a distinção entre vivência e sobrevivência. A vida que damos aos nossos anos, mais do que os anos que cumulamos durante a vida, é a medalha que transportamos. Mais que levá-la ao pescoço, carregamo-la no coração e na memória dos momentos dados, abraços e sorrisos partilhados, gestos e esforços oferecidos pelos outros, com os outros. não competindo, mas construindo.

Pouco subirão ao pódio….

Mas que importa!

Se os outros não vêem a glória da minha medalha, sei (e Deus também) que trago em mim a outra face, aquela que me autentifica e, verdadeiramente, me dignifica.

E se amar, à maneira de Jesus Cristo, sei que chegarei sempre primeiro!

CANTAREI UMA NOVA CANÇÃO...

O grupo é conhecido de todos.

Alguns reconhecerão a canção.

Importa é dar a conhecer a fé que nos faz viver, pois a nossa vida é a melhor canção para Deus.

Hoje, que refrão Lhe vou cantar?

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

DIZ-ME COMO OLHAS...


“Jesus ia a passar,

quando viu um homem chamado Mateus,

sentado no posto de cobrança dos impostos,

e disse-lhe: «Segue-Me.»

Ele levantou-se e segui Jesus.”

Mt 9, 9



Hoje é o dia comemorativo de São Mateus, um dos 12 apóstolos chamado por Jesus. Cada um destes homens tem a sua história própria e, consequentemente, a sua vocação única. Jesus chama de forma diferente porque todos somos diferentes.

É-nos dito que ‘olhou’ para Mateus, também conhecido por Levi. Muitos já tinham ‘olhado para ele’, mas não como Jesus. Após ter sido convocado pelo Mestre, Mateus convida-o para a sua casa, juntamente com os seus amigos publicanos (cobradores de impostos). ‘Vendo’ isto, muitos criticaram tal atitude, pois ‘viam’ com ‘maus olhos’ que um profeta como Jesus pudesse conviver com pecadores da laia de Mateus, gente com fama de roubar e colaborar com o ocupante romano. Nunca se ‘vira’ tal coisa! Será que Jesus, ‘clarividente’ como era, não ‘visse’ a impureza e impiedade daquele homem!?


Mas “o homem ‘vê’ as aparências e Deus ‘vê’ o coração” (1 Sm 16, 7).

Bem ‘vistas’ as coisas, temos de reconhecer que os preconceitos obrigam-nos a ‘observar’ tudo e todos com ‘vista curta’. Demasiado curta para podermos ‘vislumbrar’ a verdade das coisas, dos acontecimentos e, sobretudo, do coração da cada pessoa.



Mateus levantou-se e segui-O…

Bastou um ‘olhar’ para deixar a sua antiga vida. Um ‘olhar’ que salva contra os ‘olhares’ que condenam. Um ‘olhar’ que liberta contra os ‘olhares’ que oprimem, inibem, acabrunham…

O mais desconcertante desta transformação radical e imprevista na existência de Mateus é que nada de especial aconteceu ou interrompeu a sua vidinha. Não ‘viu’ nenhum milagre de Jesus que, aliás, é ainda pouco conhecido já que ainda é chamado de carpinteiro de Nazaré. Mateus não ‘viu’ nada, mas sentiu que foi ‘visto com outros olhos’.

Finalmente! - terá pensado ele… Alguém que me vê como sou, no que realmente valho. Alguém que não se limita às aparências e a condenar o que não percebe só porque não é capaz de ‘ver’ de outra forma…

Assim começou outra história porque, através de um olhar, um novo homem nasceu. É isso a vocação…


Bastou um olhar!

E tu, como vês os outros?

Como te deixas ver por Cristo?


sábado, 19 de setembro de 2009

A SEMENTE DA PALAVRA


«Quem tem ouvidos para ouvir, oiça!»

cf. Lc 8,4-15

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Se a semente seca, não é devido ao calor. Jesus não disse que a semente secou por causa do calor, mas sim pela «falta de raiz». Se a Palavra é asfixiada, não será por causa dos espinhos, mas de quem os deixou crescer em liberdade. Se quiseres, podes impedir que cresçam, podes fazer bom uso da riqueza. É por isso que o Salvador não fala «do mundo» mas dos «cuidados do mundo», não fala «da riqueza» mas da «sedução da riqueza». Por conseguinte, não acusemos as coisas em si mesmas, mas a corrupção da nossa consciência.

[...]

Não é o agricultor, como vês, não é a semente, é a terra onde ela é recebida que explica tudo, ou seja as disposições do nosso coração. Também aí a bondade de Deus para com o homem é imensa, dado que, longe de exigir a mesma medida de virtude, acolhe os primeiros, não repudia os segundos e dá lugar aos terceiros.

[...]

É necessário, pois, começar por ouvir atentamente a Palavra, depois guardá-la fielmente na memória, em seguida encher-se de coragem, depois desprezar a riqueza e livrar-se do amor aos bens do mundo. Se Jesus coloca em primeiro lugar a Palavra, antes de todas as outras condições, é porque é a condição fundamental. «E como hão-de acreditar Naquele de Quem não ouviram falar?» (Rom, 10, 14). Também nós, se não dermos atenção ao que nos é dito, não conheceremos os deveres a cumprir. Só depois vem a coragem e o desprezo pelos bens deste mundo. Para pôr a render estas lições, fortifiquemo-nos de todas as maneiras: estejamos atentos à Palavra, façamos crescer profundamente as nossas raízes e desembaracemo-nos de todas as preocupações do mundo.

São João Crisóstomo (v. 345-407),

Presbítero em Antioquia

Bispo de Constantinopla,

Doutor da Igreja,

Sermão n° 44 sobre S. Mateus; PG 57, 467

Fonte: http://www.evangelhoquotidiano.org/

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

ARRISCA!


"A juventude é risco,
como subir às montanhas.
Vive a maravilhosa aventura
de arriscar tudo
por um ideal que valha a pena."
A. Saint-Éxupery

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

NA EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ...

+
Certo dia de data incerta
encontrei um homem sem rosto
que carregava uma pesada cruz sem nome.
Quis ajudar, mas o homem sem voz
respondeu-me com o olhar:
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Deixa-me viver e saberei que sonho:
cada instante como uma eternidade,
cada gesto como uma oração,
cada silêncio como uma canção,
porque parei para escutar a voz do meu irmão.
+
Deixa-me sofrer e saberei que amo:
em cada lágrima, mil flores brotarão,
em cada traição semearei perdão,
em cada queda estenderei a mão,
porque na tua tristeza, continuei a amar-te.
+
Deixa-me morrer e saberei que ressuscito:
livre da minha obsoleta solidão egoísta,
livre do meu antigo orgulho opressor,
livre da indiferença que amordaçou a esperança,
porque viverei no amor contigo... e para sempre.
+
Tinha parado para partilhar o meu tempo
com aquele desonhecido.
Sentira compaixão e afeição pela sua dor.
Experimentei naquele preciso momento
que a minha vida poderia ter um sentido.
Quando quis fixar melhor o seu rosto, descobri...
que era o meu.
Só agora, recordo a data desse certo dia:
é hoje!
+
s.r.



sábado, 12 de setembro de 2009

VALE MAIS...



"Vale mais rezar com o coração,
sem encontrar palavras,
do que encontrar palavras
e não pôr nelas o coração."
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M. Gandhi

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

REZAR COM SÃO DOMINGOS (IV)


ORAÇÃO EM HORAS DIFÍCEIS
Domingos rezava, por vezes, de braços estendidos e mãos abertas, em forma de cruz, de pé e de corpo bem direito.
Era assim visto a rezar em raras e trágicas circunstâncias.
Recitava lentamente alguns salmos, aqueles que mais evidenciavam a súplica, angústia ou sofrimento. De mãos abertas e braços estendidos, como Cristo na cruz.
Os salmos tornavam-se a sua oração nessas horas mais graves, em comunhão com o desespero do seu próximo, tocado pela dor física ou pela proximidade da morte:
“Oh, Senhor, eis o meu grito!
Imploro-Te, Senhor, por ele a minha súplica,
o meu desespero a Ti confio
enquanto me faltam as forças,
mas Tu conheces o meu caminho!
Para Ti dirijo o meu grito:
Tu, meu refúgio,
estejas atento à minha prece,
pois estou sem forças.
Para Ti estendo as mãos,
não escondas de mim a tua face.
Retira a minha alma da angústia pois sou teu servo.”

Estarei eu suficientemente atento ao sofrimento daqueles que me rodeiam?
Percebo o amor depositado pela ternura de Deus, em mim e nos outros?
Saberei rezar os salmos partilhando os sentimentos de quem os escreveu e por quem os rezo?


quinta-feira, 10 de setembro de 2009

FAZEI O BEM

«Fazei o bem e emprestai, sem nada esperar em troca»

cf. Lc 6,27-38


Pode acontecer que no apartamento ou na casa ao lado da tua viva um cego, que muito agradeceria que fosses visitá-lo e lhe lesses o jornal. Pode acontecer que haja uma família que tenha necessidade de alguma coisa, uma coisa que seja a teus olhos de pouca importância, uma coisa tão simples como tomares conta de um bebé durante meia hora. Há tantas coisas pequenas, que são tão pequenas, que muitos se esquecem delas.

Não penses que só os pobres de espírito podem trabalhar na cozinha. Não penses que levantares-te, sentares-te, ires e vires, que tudo quanto fazes é desprovido de importância aos olhos de Deus.

Deus não te perguntará quantos livros leste, quantos milagres fizeste. Há-de perguntar-te se fizeste o melhor que sabias, por amor a Ele. Podes dizer, com toda a sinceridade: «Fiz o melhor que sabia»? Mesmo que esse melhor seja um fracasso, tem de ser o melhor que sabemos. Se estás realmente apaixonado por Cristo, por muito modesta que seja uma tarefa, hás-de realizá-la o melhor que souberes, e com todo o coração. O teu trabalho será um testemunho do teu amor. Podes esgotar-te a trabalhar, podes mesmo matar-te a trabalhar, mas se não o fizeres por amor, esse trabalho será inútil.

Bem-aventurada Teresa de Calcutá (1910-1997),

fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade,

Não há maior amor

in http://www.evangelhoquotidiano.org/

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

JEAN COLLÉ, a vida como uma eucaristia

Jean Collé nasceu em Brest, na Bretanha francesa, a 12 de Julho de 1921.

Quando tinha 12 anos, muito bem impressionado por um sacerdote, decide seguir-lhe o exemplo. Mas só com 20 anos entra no seminário.

Porém, em 1942, já em plena guerra mundial, o seminário tem de fechar. Jean integra então os serviços da Cruz Vermelha e da Defesa Pacífica.

Finalmente, é deportado para a Alemanha e requisitado para o Serviço de Trabalho Obrigatório. Uma fuga para a Inglaterra torna-se possível, mas Jean recusa: “Os nazis fazem os trabalhadores estrangeiros suportar sofrimentos morais. Desejo ir para a Alemanha para tentar, com a ajuda de Deus, levar aos outros o melhor de mim mesmo”. Assume o seu exílio como uma missão.

A um adido da embaixada pronto para anular a sua partida, responde: “Um dos meus companheiros, casado, pai de família, está na lista. Inscreva-me no lugar dele e fique atento para que não o importunem”.

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Jean Collé como seminarista, ao centro

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Em missão

Apesar dos contratempos e contrariedades, Jean sente-se feliz: “Possuo a felicidade! Canto dia e noite. Mas aumentá-la-ei, ou antes, orientá-la-ei melhor para o seu objectivo. Peço a Deus uma vida perfeita. A perfeição não tem limites.”

Nem a sua confiança tem limites: “As dificuldades não existem para abaterem, mas para serem abatidas. Para as vencer, é preciso ser forte, não de uma força muscular, mas de uma força interior. A única real, eficaz, a única que dá bons frutos”.

Para além das onze horas de trabalho como torneiro-frezador numa fábrica, por sua iniciativa, um serviço de entreajuda é reactivado. Anima os exilados, organiza socorros, assiste os doentes e presta auxílio espiritual aos moribundos. Com a ajuda de um pároco alemão e de um uniforme nazi tem acesso aos campos disciplinares onde distribui o Corpo de Cristo pelos detidos.

Dorme apenas 4 horas por dia: “É o bastante para mim. O meu tempo para Jesus nunca é de mais. Ele é o Tudo da minha vida”.

Numa carta, escreve: “A vida deve ser toda uma missa. O meu trabalho é o altar onde devo oferecer-me com Cristo. Não somos nós mediadores? Na alegria de Cristo que se nos dá na medida em que nos abandonamos a Ele.”

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Dar-se… até ao fim

De tanto se dar aos outros, Jean torna-se suspeito e é detido, acusado de propaganda religiosa. É repatriado.

Regressa a Brest. Antes de voltar ao seminário, como é seu desejo, continua o seu apostolado. Assiste numerosos refugiados que se retiraram num abrigo.

Na noite de 8 para 9 de Setembro de 1944, um enorme incêndio deflagra bruscamente., provocando um espesso fumo negro. Jean intervém para ajudar a evacuar o local. Consegue salvar uma criança mas, ao regressar para socorrer outros, é surpreendido por uma explosão. Contaram-se 373 vítimas. Jean é uma delas. Tinha 23 anos.

Um amigo seu recordou-o assim: “Dir-se-ia que a sua vida não lhe pertencia e que existia… como que para testemunhar.”

terça-feira, 8 de setembro de 2009

NATIVIDADE DE NOSSA SENHORA


Nasceu no silêncio, sem que o mundo o soubesse, e sem que Israel cogitasse o considerável fato, sendo Maria a flor de Israel e a mais eminente da Terra. Porém, se a Terra não a conhece, o Céu a admira e a venera como aquela que Deus criou para tão grande desígnio e para prestar grande serviço à sua própria pessoa, isto é, para um dia revesti-la de uma nova natureza.

E é este mesmo Deus que deseja dela nascer, que a ama e a olha nesta qualidade. Seu olhar não se dirige, então, aos grandes, aos monarcas que a Terra adora, mas o primeiro e mais doce olhar de Deus, na Terra, afaga a humilde Virgem que o mundo ainda não conhece: este foi, então, o mais alto pensamento que o Altíssimo teve, sobre toda a sua criação.


Cardeal Pierre Bérulle (1575-1629)

in http://www.mariedenazareth.org/