Nasci e sempre vivi nos Camarões, país da África central. A vida africana é muito dura para a maior parte de nós. Todas as manhãs, tinha de percorrer 4 kms para a missão, carregando o meu irmão mais novo às costas. Aí frequentava a escola. Tinha muita sede de aprender. Tinha de trabalhar para comprar os livros e cadernos. Mas sempre me sobrava tempo para cumprir mil serviços aos meus colegas e aos missionários. Ajudava à missa e reunia todas as crianças para a oração. Há quem diga que eu era um chefe nato, até no futebol, a minha paixão. É claro que tinha de fabricar as minhas próprias bolas para jogar. Parece que tinha jeito para contar e mimar histórias. O que realmente me custava, era encontrar crianças com fome. Lá me arranjava para lhes arranjar algo, embora fosse eu próprio para as aulas sem comer nada.
Apesar da miséria, tinha os meus próprios sonhos: entrar no seminário e ser padre.
Apesar da miséria, tinha os meus próprios sonhos: entrar no seminário e ser padre.
QUANDO A VIDA DÁ UMA REVIRAVOLTA
Uma noite ao deitar, descubro umas borbulhas estranhas no meu corpo: a lepra. Tinha 21 anos.
Tive de deixar a missão. Fui transferido para uma leprosaria. Podes imaginar o quanto me custou aceitar esta situação. Os meus sonhos, os meus esforços para aprender, todas as ajudas que prestei… tudo isso para nada?!
Com o passar do tempo, nasce uma luz no meu coração: “Saberei eu porque estou aqui? O meu pai é polígamo e eu sou o único baptizado da minha família. É para salvar a minha família que vim para aqui.” Aos poucos, reencontro o gosto de viver. Interesso-me por tudo e por todos. A paz de Deus desceu ao meu coração e sinto-me intimamente ligado a Cristo. Dos outros espero apenas orações. Recusei mesmo um donativo de 7000 francos e entregando-o na totalidade ao meu irmão mais velho. Acho que ele tem mais necessidade dele.
As chagas cobriram inteiramente os braços, as pernas, os pés que, pouco a pouco, se deformaram. Atingiram rapidamente as nádegas e as costas. São precisas duas horas para as limpar e renovar os pensos (mais tarde serão necessárias cinco!). Durante as dolorosas secções de tratamento, só me lembro de oferecer o meu sofrimento a Deus como uma canção, sem nunca me queixar: “Jesus não gritou na cruz. Por isso, também não quero gritar.”
Mergulho na oração onde encontro força e coragem, ao ponto de dizer: “Sempre que me deito, com toda a minha dor, tenho o coração em festa. Não é ser leproso que torna as pessoas infelizes, é não saber rezar. Sofro, mas peço a Deus que aumente a minha dor, para me aproximar um pouco daquilo que Jesus quis sofrer por nós na cruz.”
“Quero dar a minha vida por todos os jovens… Quero ser como o capitão de uma equipa de futebol. Quero conduzir os outros ao céu, abrir-lhes as suas portas através do meu sofrimento… Não quero ser feliz sozinho no céu!”
“Gostaria de estar numa grande orquestra. E vou estar, pois conheço bem o meu sofrimento… No céu, vou dançar abraçando a todos ao mesmo tempo…”
Para esse céu parti a 1 de Outubro de 1970.
Fui por Deus seleccionado.
Tive de deixar a missão. Fui transferido para uma leprosaria. Podes imaginar o quanto me custou aceitar esta situação. Os meus sonhos, os meus esforços para aprender, todas as ajudas que prestei… tudo isso para nada?!
Com o passar do tempo, nasce uma luz no meu coração: “Saberei eu porque estou aqui? O meu pai é polígamo e eu sou o único baptizado da minha família. É para salvar a minha família que vim para aqui.” Aos poucos, reencontro o gosto de viver. Interesso-me por tudo e por todos. A paz de Deus desceu ao meu coração e sinto-me intimamente ligado a Cristo. Dos outros espero apenas orações. Recusei mesmo um donativo de 7000 francos e entregando-o na totalidade ao meu irmão mais velho. Acho que ele tem mais necessidade dele.
As chagas cobriram inteiramente os braços, as pernas, os pés que, pouco a pouco, se deformaram. Atingiram rapidamente as nádegas e as costas. São precisas duas horas para as limpar e renovar os pensos (mais tarde serão necessárias cinco!). Durante as dolorosas secções de tratamento, só me lembro de oferecer o meu sofrimento a Deus como uma canção, sem nunca me queixar: “Jesus não gritou na cruz. Por isso, também não quero gritar.”
Mergulho na oração onde encontro força e coragem, ao ponto de dizer: “Sempre que me deito, com toda a minha dor, tenho o coração em festa. Não é ser leproso que torna as pessoas infelizes, é não saber rezar. Sofro, mas peço a Deus que aumente a minha dor, para me aproximar um pouco daquilo que Jesus quis sofrer por nós na cruz.”
“Quero dar a minha vida por todos os jovens… Quero ser como o capitão de uma equipa de futebol. Quero conduzir os outros ao céu, abrir-lhes as suas portas através do meu sofrimento… Não quero ser feliz sozinho no céu!”
“Gostaria de estar numa grande orquestra. E vou estar, pois conheço bem o meu sofrimento… No céu, vou dançar abraçando a todos ao mesmo tempo…”
Para esse céu parti a 1 de Outubro de 1970.
Fui por Deus seleccionado.
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