sábado, 24 de janeiro de 2009

SEMANA DA UNIDADE (VII)


7º dia - Os cristãos e o pluralismo religioso
Quase todos os dias, ouvimos falar da violência que, em várias regiões do mundo, opõem fiéis de religiões diferentes.
Num grande hino de louvor, o profeta Isaías anuncia que Deus enxugará todas as lágrimas e preparará um rico banquete para todos os povos e nações! Um dia – diz o profeta – todos os povos da Terra glorificarão a Deus e exultarão, visto que Ele os terá salvado. O Senhor que nós esperamos é o hóspede do banquete eterno do qual fala Isaías, na sua acção de graça.
Quando Jesus encontra a mulher não israelita que lhe pede para curar a sua filha, Ele primeiramente responde de maneira surpreendente e recusa-se ajudá-la. A mulher insiste no mesmo tom: “Mas os cachorrinhos, sob a mesa, comem as migalhas dos filhos”. Jesus reconhece a sagacidade desta mulher, pois ela compreendeu que a missão de Cristo se dirige a judeus e aos não-judeus (hoje podemos dizer: a cristãos e não cristãos) e aconselha-a a retornar para casa tranquila, assegurando-lhe que a sua filha está curada.
As Igrejas têm estado empenhadas no diálogo com outros cristãos, em benefício da unidade entre os discípulos de Jesus. Ao longo dos últimos anos, o diálogo estendeu-se, firmando-se também entre os fiéis de outras religiões, em particular as chamadas “religiões do Livro” (Judaísmo e Islamismo). Os encontros realizados, além de enriquecedores, contribuíram significativamente para promover maior respeito e boas relações entre uns e outros, ajudando a estabelecer a paz em zonas de conflito. Se nós, cristãos, estivermos unidos entre nós para testemunhar contra preconceitos e violências, tal testemunho será seguramente eficaz. E, se ouvíssemos atentamente os irmãos das religiões não-cristãs, não aprenderíamos ainda mais sobre a universalidade do amor de Deus e de seu Reino?
O diálogo com os demais cristãos não significa uma perda da nossa respectiva identidade cristã: deveríamos, ao contrário, alegrar-nos por obedecer à oração de Jesus “para que todos sejam um” como Ele e o Pai são um. A unidade não se fará de um dia para o outro. Trata-se antes de uma peregrinação que nós palmilhamos com os outros fiéis, conduzindo-nos para um destino universal de amor e salvação.

Oração
Senhor Deus, nós te agradecemos pela sabedoria que nos transmitem as tuas Escrituras. Dá-nos a coragem de abrir o nosso coração e o nosso espírito ao próximo. Seja ele um fiel de outra Confissão cristã, seja ele um seguidor de outra religião. Ensina-nos a superar as barreiras da indiferença, dos preconceitos e do ódio. Revigora a nossa visão dos últimos dias, quando todos os cristãos se dirigirão unidos para o banquete final, quando toda a lágrima e desacordo serão vencidos pelo amor.
Ámen.

Adaptado do Guião para esta Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos elaborado pelo PONTIFÍCIO CONSELHO PARA A PROMOÇÃO DA UNIDADE DOS CRISTÃOS

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