“O futuro incomoda-me. Tenho um temperamento inquieto, instável, a minha adolescência prolonga-se. Irá terminar aos 40 anos? Desejo que sim, para estar sempre insatisfeito (pois isso é um privilégio).
Encaro a hipótese de ser artista, poeta, monge, filósofo, médico… O meu sonho era atingir a felicidade pela santidade.”
Encaro a hipótese de ser artista, poeta, monge, filósofo, médico… O meu sonho era atingir a felicidade pela santidade.”
O rapaz que sonha com a santidade chama-se Emmanuel de la Roncière. Nasceu a 25 de Março de 1954, em França e faleceu no dia 7 de Janeiro de 1975. É um jovem cheio de vida, turbulento, brincalhão, mas, no dizer dos seus pais, “adopta cedo os valores mais fundamentais: sinceridade, pureza, renúncia à vulgaridade, ao tédio, sentido de generosidade e de oração”.
“A adolescência será para ele uma prova, trazendo à luz a sua insatisfação, as suas aspirações fervorosas ao amor total, a uma amizade perfeita. Sentir-se-á tentado pela droga, pelo movimento «hippie» (muito em voga na época), pelo «psicadelismo» (tem 15 anos pouco depois de 68). Esses movimentos atraem-no pela sua recusa do conformismo, pela procura de novos modelos de vida, de amor, de expressão artística. Mas é demasiado sensível e íntegro para não se aperceber dos excessos e perigos que contêm.”
Porém, Emmanuel cresce, reflecte, confronta-se com a vida e a realidade que o rodeiam. Uma prima dirá dele: “Tive a graça de conhecer Emmanuel este verão (1972)… e de admirar a sua maturidade de reflexão, uma sabedoria feita, já então, de renúncia de amor pelos outros, de Deus e, sobretudo, de esquecimento de si próprio. Como se tivesse já compreendido que o essencial não é existirmos para nós mesmos, mas para um imenso Universo… Penso que ele estava mais perto da Verdade que a maior parte de nós.”
“A adolescência será para ele uma prova, trazendo à luz a sua insatisfação, as suas aspirações fervorosas ao amor total, a uma amizade perfeita. Sentir-se-á tentado pela droga, pelo movimento «hippie» (muito em voga na época), pelo «psicadelismo» (tem 15 anos pouco depois de 68). Esses movimentos atraem-no pela sua recusa do conformismo, pela procura de novos modelos de vida, de amor, de expressão artística. Mas é demasiado sensível e íntegro para não se aperceber dos excessos e perigos que contêm.”
Porém, Emmanuel cresce, reflecte, confronta-se com a vida e a realidade que o rodeiam. Uma prima dirá dele: “Tive a graça de conhecer Emmanuel este verão (1972)… e de admirar a sua maturidade de reflexão, uma sabedoria feita, já então, de renúncia de amor pelos outros, de Deus e, sobretudo, de esquecimento de si próprio. Como se tivesse já compreendido que o essencial não é existirmos para nós mesmos, mas para um imenso Universo… Penso que ele estava mais perto da Verdade que a maior parte de nós.”
Viver para o Essencial
Para além da sua paixão pela vida, quem o conheceu destaca a sua fé, hesitante no início mas que se aprofunda no final da sua vida, centrando-se em Deus como o seu Essencial. Aproxima-se dos sacramentos, nomeadamente da eucaristia e da comunhão. “A sua alma contemplativa chega a Deus através da beleza – das paisagens, do mar, do céu -, mas também por uma relação directa, uma experiência íntima e pessoal… A sua experiência espiritual não o leva a esquecer a vida sobre a Terra, com os seus problemas, os seus sofrimentos e também as suas alegrias, nas quais se detém brevemente, mas com entusiasmo”.
Quando lhe perguntam que virtude escolheria se tivesse possibilidade disso, responde: “Penso que escolheria a perfeita atenção aos outros… Creio que é uma forma de santidade”.
É no final de uma última e longa viagem solitária de bicicleta que será colhido por um carro.
Por fim, um último testemunho, o de uma amiga, agora consagrada: “Nada na Terra satisfazia a sua sede de absoluto. Deus, que o atraía misteriosamente, levava-o a queimar as etapas, para o conduzir mais depressa à plenitude da Vida…
Com quanta força e segurança atingiu ele o seu alvo! Como é belo passar, num instante, sem angústia, sem agonia, do desejo à posse, da sede à saciedade, das sombras da fé à luz da contemplação… Que deslumbramento!”
Para além da sua paixão pela vida, quem o conheceu destaca a sua fé, hesitante no início mas que se aprofunda no final da sua vida, centrando-se em Deus como o seu Essencial. Aproxima-se dos sacramentos, nomeadamente da eucaristia e da comunhão. “A sua alma contemplativa chega a Deus através da beleza – das paisagens, do mar, do céu -, mas também por uma relação directa, uma experiência íntima e pessoal… A sua experiência espiritual não o leva a esquecer a vida sobre a Terra, com os seus problemas, os seus sofrimentos e também as suas alegrias, nas quais se detém brevemente, mas com entusiasmo”.
Quando lhe perguntam que virtude escolheria se tivesse possibilidade disso, responde: “Penso que escolheria a perfeita atenção aos outros… Creio que é uma forma de santidade”.
É no final de uma última e longa viagem solitária de bicicleta que será colhido por um carro.
Por fim, um último testemunho, o de uma amiga, agora consagrada: “Nada na Terra satisfazia a sua sede de absoluto. Deus, que o atraía misteriosamente, levava-o a queimar as etapas, para o conduzir mais depressa à plenitude da Vida…
Com quanta força e segurança atingiu ele o seu alvo! Como é belo passar, num instante, sem angústia, sem agonia, do desejo à posse, da sede à saciedade, das sombras da fé à luz da contemplação… Que deslumbramento!”
1 comentário:
Bonjour
Depuis très longtemps je cherche à retrouver la trace d'Emmanuel que j'ai eu la chance de connaitre à l'institution ROBIN à Vienne en France.
J'ai d'abord été très heureux de le retrouver par l'intermédiaire de ce blog ,et aussi très peiné d'apprendre sa disparition en 1975.
Je ne comprends pas beaucoup le texte écrit en langue portugaise,et la traduction n'est pas très bonne.
C'est pourquoi je souhaite communiquer avec l'auteur de ce blog ,ou toute autre personne ayant connu Emmanuel afin de connaitre sa vie après l'époque où je l'ai connu,(1967-68),et aussi pouvoir parler de cet être exceptionnel qui a beaucoup marqué ma vie .
Merci d'avance à toutes et à tous.
Alain LEGRAND
alain.legrand8@orange.fr
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