sábado, 3 de janeiro de 2009

GUARDAR, AGUARDAR & ACREDITAR

“Maria guardava todos estes acontecimentos,
meditando-os em seu coração”.

Lc 2, 19

É belo contemplar o presépio, a ternura que esse cenário emana: um menino sorridente, Maria contemplando o seu filho, José atento e cuidadoso para com eles. Até o burro e a vaca ajudam ao aconchego da cena. Depois são as figuras dos pastores, homens rudes habituados à dureza da vida, derretendo de admiração. Finalmente os reis magos, vindos de longe, prostrados diante do Menino Salvador.

Mas o nosso enternecimento é possível porque sabemos o final da história. É fácil contemplar quando descodificamos o mistério. Porém, para Maria nada fazia sentido.
Desde a anunciação que a sua vida deixou de ter sossego. Nada decorria normalmente. Não é todos os dias que se recebe a visita de um anjo! A gravidez excepcional, a incerteza quanto à reacção de José, a obrigação do recenseamento com a viagem inerente e incómoda naquelas circunstâncias, a falta de hospedagem digna, o nascimento sem assistência… Nada que se parecesse com a vinda do enviado de Deus.
Depois são os pastores os primeiros a conhecer o Filho de Deus. Não os grandes dignitários e legítimos representantes do povo, mas esses homens do campo com fama de violentos e poucos sociáveis. E que dizer desses desconhecidos magos vindos não se sabe de onde!?
Mais tarde, será o velho Simeão com as palavras enigmáticas e duras quanto ao futuro doloroso de Maria.

Guardar tudo no coração, significa não perceber nada do que está a acontecer. Mas também significa que confia, que acredita. Mania nossa de querer tudo entender para crer! Maria confia: não entende, mas sabe quem conduz a sua vida – Deus.
Basta-lhe saber que está nas mãos do Senhor…

Guarda no coração, aguarda que se faça luz e acredita que deve avançar… confiando.

Também tu, guarda, aguarda e acredita! A obra de Deus realizar-se-á também em ti.

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