«Vinde a mim, todos que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei»
cf. Mt 11,25-30
cf. Mt 11,25-30
«Tu és grande, Senhor e digno de louvor» (Sl 144,3). «Grande e poderoso é o nosso Deus, a sua sabedoria não tem limites» (Sl 146, 5), e no entanto o homem quer louvar-te, o homem que é apenas uma pequena parcela da tua criação, o homem que leva com ele por toda a parte a sua mortalidade, que leva com ele o testemunho do seu pecado e que reconhece que «tu te opões ao orgulhoso». Contudo, parcela insignificante da tua criação, o homem quer louvar-te. És tu quem o impulsionas a procurar a sua alegria no teu louvor, porque tu nos fizeste para ti, e o nosso coração não descansa enquanto não repousa em ti...
«Louvarão o Senhor aqueles que o buscam» (Sl 21,27). Os que o procuram encontrá-lo-ão, e os que o encontram louvá-lo-ão. Portanto, que eu te procure, Senhor, invocando-te, e que te invoque, acreditando em ti! (…) E como te invocarei, ó meu Deus e meu Senhor? Quando te invocar, pedir-te-ei para vires a mim. Mas há em mim um lugar onde o meu Deus possa vir, esse Deus «que fez o céu e a terra» (Gn 1,1)? Sim, Senhor meu Deus, há em mim alguma coisa que te possa abarcar? O céu e a terra que tu criaste, e nos quais me criaste, podem conter-te?... Dado que eu mesmo existo, posso eu pedir-te que venhas a mim, eu que não existiria se tu não existisses em mim?...
Quem me concederá que repouse em ti? Quem me concederá que venhas ao meu coração, que o entusiasmes para que eu esqueça os meus males e possa escutar-te, a ti, meu único bem? Quem és tu para mim? Tem piedade de mim, para que eu possa falar. Que sou eu a teus olhos, para que tu me mandes amar-te?... Na tua misericórdia, Senhor meu Deus, diz-me o que é que tu és para mim. «Dizei à minha alma: eu sou a tua salvação» (Sl 34,3); que eu o perceba. Aqui está o ouvido do meu coração à escuta diante de ti. Senhor, faz com que ele te oiça, e «dizei à minha alma: eu sou a tua salvação». Eu quero acorrer a esta palavra e apreendê-la finalmente.
«Louvarão o Senhor aqueles que o buscam» (Sl 21,27). Os que o procuram encontrá-lo-ão, e os que o encontram louvá-lo-ão. Portanto, que eu te procure, Senhor, invocando-te, e que te invoque, acreditando em ti! (…) E como te invocarei, ó meu Deus e meu Senhor? Quando te invocar, pedir-te-ei para vires a mim. Mas há em mim um lugar onde o meu Deus possa vir, esse Deus «que fez o céu e a terra» (Gn 1,1)? Sim, Senhor meu Deus, há em mim alguma coisa que te possa abarcar? O céu e a terra que tu criaste, e nos quais me criaste, podem conter-te?... Dado que eu mesmo existo, posso eu pedir-te que venhas a mim, eu que não existiria se tu não existisses em mim?...
Quem me concederá que repouse em ti? Quem me concederá que venhas ao meu coração, que o entusiasmes para que eu esqueça os meus males e possa escutar-te, a ti, meu único bem? Quem és tu para mim? Tem piedade de mim, para que eu possa falar. Que sou eu a teus olhos, para que tu me mandes amar-te?... Na tua misericórdia, Senhor meu Deus, diz-me o que é que tu és para mim. «Dizei à minha alma: eu sou a tua salvação» (Sl 34,3); que eu o perceba. Aqui está o ouvido do meu coração à escuta diante de ti. Senhor, faz com que ele te oiça, e «dizei à minha alma: eu sou a tua salvação». Eu quero acorrer a esta palavra e apreendê-la finalmente.
Santo Agostinho (354-430),
bispo de Hippona e doutor da Igreja
in Confissões, I, 1-5
bispo de Hippona e doutor da Igreja
in Confissões, I, 1-5
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