segunda-feira, 7 de julho de 2008

PETER TOROT, o catequista fiel

Aquando de uma visita à Papuásia-Nova-Guiné, a 17 de Janeiro de 1995, João Paulo II beatificou um jovem leigo originário do país, o Peter ToRot.
Peter nasce em 1912, filho do chef da tribo local, sendo os seus pais dos primeiros a serem baptizados, em 1898, graças aos missionários que iniciaram a evangelização da ilha no final do século XIX. A sua família é um modelo de lar, aberto a todos, onde se reza, onde se resolvem litígios da comunidade e onde os órfãos são acolhidos. Nesse ambiente, o Peter revela-se um jovem pacífico, estudioso, generoso e modesto. Piedoso, não falta à eucaristia quando o missionário está de passagem. Com 18 anos ingressa na escola de catequistas fundada pelos missionários a fim de formar leigos para a acção evangelizadora e auxiliar os poucos sacerdotes existentes. São os catequistas que instruem os fiéis na fé, celebram baptismos e casamentos.
Para a alegria de todos, Peter é enviado para a sua aldeia. É amado e escutado por todos. Em 1936 casa com Paula TaVarpit. Juntos vão ser um exemplo de vida conjugal. Têm 3 filhos, mas só uma filha sobrevive.
Fidelidade em tempos difíceis
Peter é catequista há já dez anos quando, em 1942, os japoneses invadem a ilha. A relação entre o ocupante e a população local torna-se tensa quando os sacerdotes locais são expulsos. Peter fica sozinho na missão evangelizadora. Incansável, prossegue com a catequese, visita os doentes, reconforta a população maltratada pelo invasor nipónico. Mas em 1943, os japoneses fazem explodir a Igreja por ser um centro de subversão popular e proíbem todas as actividades e celebrações religiosas. Peter edifica um espaço subterrâneo na sua propriedade e organiza reuniões clandestinas de oração e formação, preside a baptizados e casamentos. Peter torna-se incómodo para a autoridade ocupante. É preso por três vezes. Tentam demovê-lo, sem resultado. Responde dizendo: “Eu estou aqui unicamente por causa da religião e do trabalho que faço por Deus. Não tenho medo, não abandonarei Deus. Sou catequista e faço apenas o meu dever. Ficarei aqui.”

No dia 7 de Julho de 1945, morre com uma injecção letal que lhe foi administrada na prisão. A sua sepultura torna-se imediatamente lugar de peregrinações ininterruptas e a fama de santidade deste mártir não cessa de crescer. É diante da sua esposa e da sua filha que Peter ToRot será beatificado, cinquenta anos depois da sua morte.

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