quarta-feira, 16 de julho de 2008

VANIA MOïSSEIEFF, o soldado mártir




A 16 de Julho de 1972, Vania (também chamado Ivan) Moïsseief, um jovem de 20 anos, é torturado até à morte pelos seus chefes militares. Assina com o seu sangue o seu amor por Jesus. O corpo é entregue aos seus pais coma justificação do óbito: asfixia por afogamento. Mas a autópsia exigida pela família revela outra realidade: a morte sucedeu a uma série de violências.
Vânia nasceu em 1952, na actual Moldávia, na altura pertença da Roménia. Essa região, depois de anexada à URSS foi submetida à desnacionalização e à descristianização. Filho de uma família evangélica baptista, Vânia é chamado a cumprir o serviço militar em 1970 ao serviço da União Soviética.
Nessa época, prega o evangelho com alegria, na igreja. O seu impacto é grande junto dos outros jovens. Decide continuar com o seu testemunho no seio do exército. Mas a hostilidade à religião do ambiente militar é grande. Porém, ele não se assusta. Todas as manhãs reza durante duas horas, chegando mesmo a atrasar-se para o pequeno-almoço, pois não olha para o relógio…
“E chegou o dia em que a minha fidelidade ao Senhor foi posta à prova”. Quiseram obrigá-lo a renunciar às suas convicções cristãs, punindo-o. “Aceitava tudo e regozijava-me… Era Deus que eu ouvia sempre, não os homens…” Era obrigado a trabalhar de noite, ficou sem alimento durante cinco dias, pensando que ficaria doente. “Mas não adoeci, porque rezava.” Mais tarde, durante o inverno de 30 graus negativos, era punido ficando de pé, na rua, em roupa de verão, durante várias noites. “Mas eu não sentia frio… Eu rezava o tempo todo.”

A vitória do mais fraco
O seu exemplo converte alguns companheiros, o que enfurece os seus superiores. Consciente do perigo que corre, grava numa cassete tudo quanto tem de enfrentar para que a verdade seja conhecida. É enviado para um campo especial onde é encarcerado em sucessivas celas de tortura, com água fria a cair continuamente do tecto, ou onde as paredes congelavam ou ainda num fato especial de borracha que enchiam de ar para comprimir o corpo com a pressão. Ao fim de doze dias desistiram… porque ele não desistiu.

Nas suas últimas cartas à família, escreve: O Senhor mostrou-me o caminho e eu devo segui-l’O… Mas ignoro se poderei regressar vivo, pois o combate actual é mais duro… Terei de manter uma luta muito mais áspera que a anterior, sem ter medo: Jesus caminha à minha frente. É porque amo Jesus mais do que a mim mesmo que lhe obedeçoNão me guiarei pela minha vontade, mas pela do Senhor.

“Sendo soldado, trabalho para o Senhor. Mas passo por dificuldades e provações. Jesus Cristo mandou que pregássemos a Palavra da Vida onde quer que nos encontrássemos, ao regimento, aos oficiais, aos soldados.”

“Estou triste por vos deixar, mas lembro-me de uma coisa: parto para cumprir a ordem de Cristo.”

Devemos mostrar como deve viver e ser um cristão.”


O ódio das autoridades militares calaram a voz de Vania torturando-o até à morte, mas não conseguiram abafar a força do seu testemunho. Assim o comprova as palavras dos seus pais, amigos e companheiros soldados após o seu assassínio:
“O nosso filho participou no número dos que foram mortos por causa da Palavra de Deus… Durante a sua vida, amou Jesus mais que tudo no mundo, e provou-o… Que esta flor viva, que ofereceu o perfume da sua juventude em holocausto na cruz, sirva de exemplo a toda a juventude cristã. Que esta ame Cristo como o nosso filho Vania O amou…”

“Após o enterro do irmão Vania, voltámos para casa com o desejo de servir a Deus com mais fervor e, como Vania, de Lhe permanecer-mos fiéis até à morte.”

“Honramos a memória do nosso querido amigo e soldado Vania… O inimigo tentou causar a perda da sua alma… Mas Deus foi em sua defesa… O inimigo pensava calar, assim, a boca de Vania, mas não percebeu que centenas de outras bocas se abririam. Sim, nós continuamos a anunciar a Boa Nova da Salvação … A persistência na oração, que dava força a Vania, não está abandonada. Deus inflamou os nossos corações e, velando com a Sua ajuda, levaremos a oração ao seio do exército…”

Sem comentários: