sábado, 9 de maio de 2009

POEMA A MARIA


Um único olhar vosso,
me atingiu para sempre


Apesar de não saber ler nem escrever, ó Maria,
o amor que sinto por vós, numa infinita inspiração,
soletra o vosso nome, docemente, para mim, ó Maria,
como o vento semeia as flores deste lugar.

Eu sou o pássaro ferido que seria curado,
se bebesse em vossos olhos, como se bebe na fonte,
Devo dizer-vos ainda: de vós, tudo aprendi.
Que entre as vossas mãos eu possa pousar meu coração, de amor inflamado.

Minhas armas eu as coloco sobre os vossos joelhos, Maria,
assim, os meus sonhos, desejos e todas as minhas loucuras.
Tão despojado quanto a chama que queima a vela
eu vos amo, mas sei que não valho o preço; tal dom, eu não mereço.

Quando não sentia este ardor por vós, Maria,
eu só havia provocado falsos incêndios.
Um único olhar vosso me atingiu para sempre...
Como um mendigo, corro sob o vento, corro sob a chuva.

Daniel Facérias
Maria

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