terça-feira, 7 de abril de 2009

MARIA MARCHETTA, uma vida pela unidade dos cristãos


Filha de camponeses italianos e a mais velha de cinco irmãos, Maria revela-se ser uma criança muito viva e de forte carácter. Entre trabalhos do campo, escola e catequese, cresce rodeada de muitas amigas que a sua jovialidade e generosidade ajudaram a conquistar.
Mas a partir de Setembro de 1950, Maria ressente-se de dores nas pernas reforçadas por vertigens e náuseas. Tem apenas onze anos. Os médicos diagnosticam-lhe paraplegia flácida, patologia de evolução lenta que a tornará inválida e para a qual não se conhece cura.
Com doze anos, Maria encontra-se acamada a maior parte do dia. Em 1956 não deixará mais o leito. Ao longo de quinze anos, a sua cama será o seu único lugar geográfico e espiritual.

Nos primeiros tempos, Maria reage naturalmente mal: revolta-se, expressa medo e desespero. Maldiz a injustiça da sua sorte, recusa aceitar a sua condição de doente incurável, rebela-se contra Deus e a religião.
Porém, pouco a pouco, uma tia da qual muito gostava leva-a a resignar-se. Posteriormente, com esta “mãe espiritual”, conseguirá encarar a sua doença com o sorriso, acolhendo o mistério da cruz na sua vida.
Em 1954, a Acção Católica celebra o ano da generosidade, ocasião para Maria de participar com fervor e abnegação num programa de oração e de sacrifícios oferecidos elaborado pela Juventude feminina do movimento. Maria comunga diariamente, apoiada pelo sacramento da reconciliação e pela direcção espiritual, esforça-se com pureza de coração em colaborar na obra de Deus.
Aconselhada, oferece a sua vida e sofrimento em favor da unidade dos cristãos. De tal maneira se compromete nessa missão que em Lourdes, onde participa em três peregrinações, nem sequer pede a cura para si.
Não cessa de sorrir pois, como ela mesma afirma, “não me sinto capacitada para a tristeza!” Este testemunho de felicidade inalterável atrai à sua cabeceira cada vez mais visitantes que procuram junto dela consolação, força e coragem…
Mantém-se informada sobre a vida eclesial e mundial escutando Rádio Vaticano, nomeadamente o desenrolar do concílio que decorre desde 1962.
É assim, com 27 anos e totalmente oferecida a Deus e à Igreja, que Maria Marchetta falece a 7 de Abril de 1966, numa quinta-feira Santa, dia em que Jesus instituiu a eucaristia, sinal da sua própria entrega.
Em 1997, a causa de beatificação foi introduzida.

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