quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

FAZ-TE AO LARGO!


No ano de 1961, nesta mesma data de 4 de Dezembro, o argentino António Abertondo atravessava a nado o canal da Mancha que separa a Inglaterra da França. A sua “ida e volta” entre os dois países demorou 24 horas e 16 minutos, com um descanso de 4 minutos na praia francesa.
Embora seja demasiada água para o meu cântaro, não deixo de a considerar como uma notável proeza, sobretudo, se tivermos em conta que ninguém o tinha tentado antes dele. Ainda assim, apesar de menos mediáticos, todos temos algo a atravessar nas nossas vidas. Quantos canais, mares, montanhas, desertos… temos de enfrentar e ultrapassar. Momentos dolorosos, provas angustiantes, decisões delicadas, dúvidas que atormentam, situações injustas, saudades de quem partiu, responsabilidade do que resta…
Haverá sempre a tentação da praia, da sua segurança, do seu aconchego. O mar aparece-nos mais belo quando estamos fora dele. Mas será mesmo assim? Não haverá momentos em que teremos de nos lançarmos nele? Enamoramo-nos de o ver, mas não de estar nele. Soa a ilógico. Mas o mar exige respeito, exige ser conhecido. Porém, como conhecê-lo fora dele?
Isto lembra-me a história da “Boneca de Sal” que só se encontrou a si mesma quando entrou no mar, deixando que ele “tomasse posse” dela.

Que nome damos ao nosso mar?
Vida!?
Verdade!?
Amor!?
Deus!?
Cada um saberá.
Enfrentar o nosso mar, “adentrando-o”, nunca será fácil ou evidente. Por vezes, também precisamos, queremos, preferimos descansar na praia… Não que seja legítimo, mas a demora pode levar-nos a esquecer que o mar chama-nos e que a Vida, a Verdade, o Amor, ou Deus… nos espera. E a proeza (nossa) só pode ser patenteada quando concluída.

CORAGEM!
FAZ-TE AO LARGO!

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