sábado, 23 de fevereiro de 2008

SANGUE de MÁRTIRES, SEMENTES de CRISTÃOS

Foi no dia de hoje, em 303 d.C. que começaram as perseguições aos cristãos por parte do imperador romano Diocleciano, por sinal uma das mais sangrentas.
Começou pela destruição da mais importante igreja de Nicomédia, por algum tempo capital do império e residência do imperador. Na manhã seguinte, Diocleciano proclamou o famoso édito ordenando a destruição de todas as igrejas do império.
Embora não fosse um homem muito religioso, o imperador restaurou os antigos deuses romanos como uma forma de afirmar a sua autoridade imperial, transformando-se a si próprio numa espécie de deus vivo, filho de Júpiter de quem os mortais só podiam aproximar-se prostrados, para beijar a fímbria da sua túnica.
Os cristãos, ao recusarem adorar o imperador, provocaram a ira de Diocleciano. Este viu nessa resistência um enfraquecimento do poder do Estado. Todo o clero foi encarcerado. Por fim, em Abril de 304, ordenou-se a todos os cristãos que adorassem os deuses de Roma sob pena de morte, o que levou muitos deles ao martírio, incluído lançar os crentes às feras para o espectáculo das arenas.
Ironicamente, o mausoléu em que Diocleciano foi sepultado, anos mais tarde, é hoje uma igreja cristã.

Como dizia Tertuliano, “o sangue dos mártires, é semente de cristãos”. Ao longo de todos os séculos, os cristãos foram sendo perseguidos, incompreendidos, rejeitados. O “nosso” século XX foi, espantosamente, o mais cruel no que diz respeito a números de mártires.
Longe de serem simples vítimas, foi a consciência da necessidade de um testemunho autêntico (a palavra martírio vem do grego e significa testemunho) que levou homens e mulheres a afirmarem corajosamente o sentido da sua vida: a sua relação com Deus, nomeadamente com a pessoa de Jesus Cristo. Alguém dizia que o testemunho dos cristãos é o 5º Evangelho, isto é, o Livro que muitos não-crentes “lêem” e, por esse meio, podem descobrir Cristo vivo em cada crente.
Ser testemunha de Cristo exige sempre uma espécie de martírio, na medida em que obriga a sair de um comodismo e anonimato nos quais é tão fácil cair. É pedido ao cristão que não tenha vergonha da sua fé, da sua relação com Jesus. Mais, espera-se dele que viva e anuncie pela sua vida o seu amor e fidelidade a Cristo. Nem sempre é fácil. A sociedade em geral exerce uma pressão contrária e não está, decididamente, “na moda” falar-se e viver-se de Deus. Mas precisamente por isso, talvez seja necessário mais do que nunca o testemunho daqueles que se dizem cristãos.
Nem que fosse só para honrar o sangue daqueles que não tiveram medo de dizerem-se AMIGOS DE JESUS.
Serás um deles!?

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