segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

JEAN THIERRY, o menino que queria ser Jesus

Jean Thierry nasceu a 4 de Fevereiro de 1982 nos Camarões. Filho de um casal de cristãos convictos e fervorosos, desde pequeno manifesta o desejo de ser sacerdote que, para ele, significava converter-se em Jesus.
Para ajudar a família, prepara todos os dias 20 litros de sumo de limão gelado para vendê-lo no mercado. Volta para casa sob um sol escaldante e com a garganta mais do que seca.
De carácter sociável, alegre e cheio de humor, conquista os seus companheiros. Inteligente e sempre o primeiro da turma não se esquiva de ajudar aqueles que eram menos dotados. Compunha poesias e um exímio animador de festas. Era muito activo na paróquia.
Um dia, à sua mãe que o via rodeado de raparigas, prevendo outras perguntas, Jean Thierry desfez toda a suspeita dizendo-lhe: “Sei o que estás a pensar, mas posso dar-te a certeza absoluta que guardo intacta a minha pureza. Pedi a Jesus que me conceda o dom da castidade e não tenho dúvida nenhuma de que serei escutado… Quero ser sacerdote e quero chegar puro ao sacerdócio…”
A 28 de Julho de 2003, entra no Carmelo teresiano. Aí, Jean Thierry descobre com muita alegria que é no Carmelo que Deus o quer. A vida fraterna, o estudo, o apostolado e o trabalho manual, elementos essenciais do carisma teresiano masculino encontram nele um postulante fervoroso, inclinado para o essencial.
A 29 de Junho de 2004 é admitido no Noviciado e destinado a ir, com os outros companheiros a Burkina Faso. Mas algumas semanas depois, manifesta-se um tumor no joelho direito impedindo-o de partir. Começam os tratamentos e o seu caminho doloroso de hospital em hospital. A 18 de Novembro sofre a amputação da perna direita. Jean aceita com alegria essa prova para contribuir com o seu sacrifício ao nascimento de novas vocações religiosas e sacerdotais no Carmelo e para toda a Igreja. Ele mesmo consola o Superior de formação e orientador espiritual, afirmando que “ao fim de contas, o Senhor só me pede o dom de uma perna que já não serve para nada…”
Em Agosto de 2005, os seus superiores decidem enviá-lo para Itália para que inicie lá o seu noviciado ao mesmo tempo que beneficiava de maior assistência médica, depois de lhe ter sido aplicada uma prótese na perna direita. Mas as primeiras observações no hospital de Milão revelam imediatamente a gravidade da situação: a doença progride. Entra na última etapa da sua jovem vida, pois qualquer tratamento é inútil…
A 8 de Dezembro de 2005, obtida a necessária dispensa, Jean Thierry terá a alegria de realizar a sua Profissão Solene como carmelita, na presença da sua mãe. O seu quarto de hospital tornou-se um templo durante aqueles dias. Centenas de pessoas, sobretudo jovens, são atraídas pela serenidade e pela alegria do Jean.
A 5 de Janeiro de 2006, Jean Thierry, Carmelita Descalço, ainda sem ter completado 24 anos, parte para o Céu…
O seu funeral em Milão a 11 de Janeiro conheceu uma imensa multidão, mas foi sobretudo na sua terra nos Camarões que a sua chegada foi assinalada pela alegria e triunfo. Uma grande multidão o acolheu e durante dois dias centenas e centenas de pessoas passaram por ele.
Numa determinada ocasião, terá dito: “Eu não serei como Santa Teresinha que prometeu uma chuva de rosas desde o céu… Não, quanto a mim, quando estiver no céu farei chover um dilúvio de vocações para o Carmelo e toda a Igreja”.


Jean Thierry com a sua mãe,
no dia da sua profissão religiosa

1 comentário:

Marcus Lima disse...

Aos 21 anos, no dia 15 de abril de 2009, foi detectado pelos médicos, um hemangioma, um Tumor comprimindo a medula na T4 (quarta vértebra Toráxica). Sem acidente, sem negligência, sem imprudência, simplesmente apareceu.... A sensação inicial foi de desespero e abandono.... e foi exatamente nessa hora, que comecei a sentir o toque verdadeiro de Deus em minha vida......
Em abril de 2009 fui internado para a realização da cirurgia de retirada do Tumor, mas antes de tudo fui submetido a vários exames e os médicos detectaram que não era um caso tão simples, era um caso realmente raro. Foram feitos vários outros exames e uma série de estudos para decidirem o procedimento a ser adotado... Em Julho foi realizada a tão esperada Cirurgia, um sucesso, segundo os próprios médicos, mas eu já estava Paraplégico, sem movimentos e sem sensibilidade, e nesse momento, me desesperei. O meu único pensamento era "Eu vou voltar a andar?"
Saí do hospital sem movimentos, com um quadro certo de paraplegia e pouco mais a se fazer aos olhos dos homens, os médicos não sabiam o que dizer e o que ia acontecer. E a resposta que ouvia sempre era: "Não sabemos, somente o tempo irá dizer se você vai andar ou não"
Mas a transformação interior que Deus havia feito no hospital me fez querer lutar ainda mais pela vida e não pensar em desistir. Pequenos gestos; movimentos como mexer os dedos dos pés, me enchiam de gratidão e esperança.
Depois de 29 dias em casa, fui chamado para continuar meu tratamento no Sarah de BH. Mais fisioterapia, mais fé, mais gratidão, mais esperança. Ainda de cadeira de rodas, mas já com uso de talas e já treinando na barra, fui liberado para voltar para casa com o retorno marcado para 3 meses depois, para cumprir mais uma etapa, o andador.
E com apenas um mês, em casa, eu estava usando o andador e com mais um mês, já estava apenas com uma muleta. Três meses se passaram e eu retornei ao Sarah para a revisão. E, para a surpresa de todos, depois de 7 meses da cirurgia, estou andando normalmente, sem a ajuda de aparelhos.
Foi um período difícil, mas Deus preparou as pessoas certas para estar ao meu lado. Os médicos e enfermeiros do Hospital Santa Casa de Juiz de Fora e Sarah BH, meus amigos, minha família, minha namorada.
E percebi que Deus estava me preparando para uma obra ainda maior. Isa. 64:8 Mas agora, oh Senhor, Tu és o nosso Pai: nós o barro e tu o nosso oleiro; e todos nós obra das tuas mãos. .
O Senhor me moldou conforme a sua vontade. Hoje continuo sendo um garoto de “sorte”, mas muito mais que isso, sou um homem em Cristo Jesus. Hoje não sou eu mais quem vivo, mas Ele quem vive em mim.
Minha vida continua sendo normal, como a maioria, mas os planos e os sonhos, agora, são de Deus para a minha vida.
Participo de um grupo de jovens, chamado LEO (Liderança Experiência e Oportunidade) Clube, que presta serviços a comunidade. Participo do Ministério de Música da minha igreja e viajo para levar o meu testemunho, meu louvor e minha adoração a outras pessoas.