segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

LOURDES - 150 ANOS

Na fria madrugada de 11 de Fevereiro de 1858, a jovem Bernadette deixou a exígua e húmida habitação familiar para procurar um pouco de lenha para aquecer o lar. É na gruta de Massabielle, junto ao Gave, um dos muitos rios que descem dos Pirenéus franceses, que ocorrerá o imprevisível: Bernadette vê uma intensa luz sob a forma de uma jovem e bela mulher, vestida de branco, com uma cinta azul, rosário nas mãos e uma rosa dourada em cada pé. Tomada por um temor sobrenatural, mas cheia de alegria, Bernadette não ousa aproximar-se; instintivamente recita o terço com a Senhora. Até ao 16 de Julho do mesmo ano, por 18 vezes essa “Senhora” aparecerá à Bernadette. É no antepenúltimo encontro que será revelado, no dialecto da região, o seu nome: “Eu sou a Imaculada Conceição”.
Loudres, significa hoje, 7000 curas inexplicáveis, entre as quais 66 são reconhecidas oficialmente pela Igreja como milagres (números de Dezembro de 2003). Mas mais importante que os fenómenos, é a mensagem. As palavras e gestos pedidos por Maria são, essencialmente, de penitência e conversão.
Não deixa de ser surpreendente a “escolha” de Maria ao aparecer nesse lugar. Na verdade, era na gruta de Massabielle que se guardavam porcos. Um pouco como o seu Filho que decide nascer num lugar pobre e anónimo, também a sua Mãe repete o mesmo simbolismo: Deus quer habitar entre os homens apesar e sobretudo junto à sua miséria e fraquezas. A própria Bernadette tem consciência de ter sido escolhida por ser “a mais pobre de Lourdes”. A nascente, que jorrará no fundo da gruta, recorda-nos que Deus purifica-nos, lava-nos de tudo quanto nos mancha e abate, ao mesmo tempo que sacia a nossa sede de remissão e felicidade.
Ao comemorar estes 150 anos da primeira aparição de Nossa Senhora em Lourdes, somos convidados a “regressar” ao Evangelho de Jesus, na escuta e compromisso da vontade de Deus para a salvação da Humanidade. Como Bernadette, posso ser “pequeno” e “pobre”, mas à sua semelhança, a missão de todo o cristão é dizer com palavras e afirmar com a vida que Deus olha por nós e, por isso, não pode ser esquecido.

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