Desde cedo, Margarida foi uma menina devota. Porém, a sua infância foi infeliz. O seu pai morreu quando Margarida tinha apenas 8 anos, deixando-a a ela e à sua mãe numa situação difícil.
A sua casa caiu nas mãos de parentes que as tratavam como servas e que, posteriormente, mandaram a menina para o convento das Clarissas Pobres para que pudesse estudar. Apesar de gostar de estar no convento, foi enviada para casa depois de ter contraído febre reumática e esteve acamada durante muitos anos.
A sua mãe incitava-a a casar, mas ela preferia levar uma vida contemplativa. Optou por ingressar no convento das Visitandinas em Paray-le-Monial onde recebeu o nome de Maria. Tornou-se uma freira humilde e obediente, conhecida pela sua caridade para com todas. Até que, um dia, Jesus lhe falou no momento em que se ajoelhava em frente do Santíssimo Sacramento.
Revelação do Sagrado Coração
Jesus disse-lhe que a tinha escolhido para revelar o Seu Sagrado Coração como símbolo do Seu amor. Durante as três aparições seguintes, Ele explicou-lhe como praticar a devoção. Quando Margarida Maria tentou satisfazer os desejos de Jesus encontrou uma resistência considerável. Só Claude de la Colombière, seu confessor, acreditou nela e colaborou na divulgação e ensino sobre o Sagrado Coração.
No entanto, Margarida Maria sofreu pacientemente a desaprovação de muitos outros. Tempo depois, em 1683, uma nova superiora nomeou-a superiora assistente e professora das noviças. Pouco a pouco, a santa foi conquistando a confiança da sua comunidade e muitas pessoas começaram a celebrar a festa do Sagrado Coração em privado. Rapidamente, a comemoração espalhou-se a outros conventos.
Margarida Maria passou toda a sua existência doente vindo a falecer quando tinha apenas 43 anos. Contudo, a sua paciência foi recompensada 75 anos mais tarde, quando a Igreja reconheceu oficialmente a devoção ao Sagrado Coração de Jesus.
No seu rasto
Margarida Maria ficou surpreendida quando Jesus a escolheu como sua mensageira. No entanto, Jesus conta connosco, independentemente da nossa idade, condição social ou profissional, para transmitir a sua mensagem de amor.
Cada um de nós pode ser um arauto do amor de Deus, cuidando de quem está ao nosso lado. Basta um gesto ou uma palavra para aliviar alguém no seu sofrimento.
Quantos são, por exemplo, os idosos perto dos quais passamos os dias sem ver as suas necessidades, sem os ajudar nas suas dificuldades quotidianas? São tantas as atenções através das quais nos podemos tornar mensageiros do amor:
- Ouvindo, em vez de correr atrás das nossas preocupações; aquilo que ainda nos podem ensinar;
- Fazendo as compras a uma vizinha em dificuldade para a qual a estrada de casa ao supermercado mais próximo é agora uma distância intransponível;
- Acompanhando num passeio ao parque quem por demasiadas dificuldades já não consegue há muito gozar a natureza que Deus doou a todos.
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