«Que hei-de fazer,
uma vez que não tenho onde guardar
a minha colheita?»
cf. Lc 12,13-21
E vós, meus irmãos, estai atentos para não conhecerdes o mesmo destino que este homem! Se a Escritura nos oferece este exemplo, é para que evitemos comportar-nos do mesmo modo. Imitai a terra: como ela, dai frutos, e não vos mostreis piores que ela, que no entanto é desprovida de alma. A terra dá as suas colheitas não para o seu próprio gozo, mas para te servir. Assim, todo o fruto da benevolência que revelares, recebê-lo-ás de volta, dado que as graças que fazem nascer as boas obras voltam aos que as dispensam. Alimentaste o que tinha fome, e o que deste mantém-se contigo, e vem mesmo um suplemento. Como o grão de trigo caído na terra aproveita ao que o semeou, o pão dado ao que tem fome far-te-á receber mais tarde benefícios superabundantes. Que a finalidade da tua lavoura seja para ti o início da sementeira no céu.
São Basílio (c. 330-379),
monge e bispo de Cesareia, Doutor da Igreja,
Homília 6, sobre a riqueza; PG 31, 261ss.
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