quinta-feira, 4 de junho de 2009

QUANDO O POUCO SE TORNA TUDO

Adivinha do dia: Qual a relação entre uma praça, um barco e um queijo ?
Reconheço, esta é difícil.
A única relação aparente é a coincidência de datas.

Neste dia 4 de Junho, em 1989, na praça Tianamen de Pequim (China) acontecia a repressão militar contra os estudantes que, ao longo de várias semanas, reivindicavam reformas democráticas no país. O número de vítimas nunca foi divulgado (fala-se em mais de um milhar). Ficou-nos a imagem simbólica de um dos manifestantes que bloqueou a progressão de uma coluna de tanques militares.
Curiosamente 50 anos antes, em 1939, outra página infeliz da nossa história humana: o barco St Louis com 963 judeus, que fugiam de Hitler e das atrocidades da guerra mundial na Europa, não recebeu a autorização necessária para aportar na Florida, depois de já ter sido rechaçado na ilha de Cuba. Não houve outra alternativa senão o regresso à Europa. Boa parte dos passageiros acabará nos campos de concentração, com o desfecho fatal conhecido de todos.

E o queijo ?(Não vá eu perder a memória por causa disso!)
Mesmo não parecendo, a história do queijo salva esta data de 4 de Junho.
Segundo consta, no longínquo ano de 1070, “inventou-se” acidentalmente o famoso queijo Roquefort (aquele “bolorento” azul, estão a ver!?) tão apreciado em França e mundialmente conhecido.
Reza a lenda que um pastor, mais preocupado em correr atrás de saias que de ovelhas, deixou esquecido numa gruta a sua merenda de pão e queijo. Alguns meses depois, o “Penicillium roqueforti” já tinha feito das suas transformando o queijo em Roquefort…
A gruta virou fábrica de confeição queijeira, dado a cada vez maior procura de tal iguaria.
É o “Penicillium”, antibiótico natural, que está na origem do “bolor” azul do Roquefort. Antes da descoberta da penicilina por Alexander Fleming, os pastores tinham como hábito tratar das feridas aplicando este queijo.

Além da data, qual a relação da praça, do barco e do queijo?
Perante tantos erros humanos que resultam em tragédia, há que reconhecer que na sua cega ambição de grandeza, controlando tudo e manipulando todos, o homem nem sempre avança e acaba por se negar a si próprio. Pelo contrário, aquilo que tantos chamam de sorte, destino ou coincidência e que prefiro apelidar de providência divina, torna-se verdadeira dádiva para a humanidade.
É que no desenfreado progresso científico, económico e militar, existe pouco espaço para o amor. Isso explica as tragédias acima referidas. O amor, é verdade, por si só não traz bem-estar material, nem cura doenças, nem tão pouco conquista poder. O mesmo se pode dizer da fé e da nossa relação com Deus que, para alguns, parece “bolorento” demais para a nossa modernidade. No entanto, esse bolor, essa quase insignificância do amor ao outro e a Deus, pode transformar e curar a nossa vida, tal como um certo bolor de queijo, afinal o mais famoso do mundo.
Vai uma aposta!?

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