terça-feira, 11 de agosto de 2009

Santa CLARA de ASSIS, livre e feliz

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É a noite de 28 para 29 de Março de 1211, em Assis.
Uma jovem, de apenas dezoito anos, sai de casa, pela calada da noite. Vai só, pois a empresa é demasiada arriscada para implicar outras pessoas. Era proibido sair para além das muralhas sem autorização expressa.

A jovem chama-se Clara de Favarone de Offreduccio, a mais bela e desejada da nobreza da cidade. Mas o seu desejo é outro. Nessa mesma noite, tornar-se-á para sempre Clara de Assis, a jovem que deixou honras, riqueza e segurança por Cristo Jesus.

Esse dia tinha sido o Domingo de Ramos. Na catedral, durante a celebração, o bispo D. Guido tomara a iniciativa de entregar pessoalmente o ramo de oliveira nas mãos de Clara. Para ela, é o sinal claro: Deus entrega-se-lhe e espera o mesmo dela.

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A nobreza do amor a Deus

No dia seguinte, é o escândalo e a afronta para a família Offreduccio. Clara desapareceu e ninguém lhe sabe o paradeiro. Para onde foi Clara?

O seu sonho brotara há muito em seu coração. No silêncio do recolhimento deixou-se tocar e seduzir pelo mais belo e perene dos príncipes, o único capaz de a amar e encher sem medida os anseios do seu íntimo: Jesus Cristo. O exemplo de outro jovem de Assis, Francisco Bernardone, que deixara as glórias da cavalaria e as riquezas do negócio burguês do pai e agora vivia de esmolas e evangelho, só reforçava nela a convicção que era possível viver a verdadeira felicidade em Deus e para Deus.

Nessa noite de Ramos, Clara sairia e caminharia até onde o Amor a levasse. É Francisco, juntamente com os seus companheiros, outros jovens “loucos” de Assis, que a conduzem no caminho da consagração a Cristo.

Clara viveu na primeira pessoa o que mais tarde escreverá a outra princesa, Inês de Praga, que anseia imitar a sua entrega generosa a Deus:

“Não desanimes no caminho, corre veloz, com passo leve sem tropeçar; que nem a teus pés o pó se apegue; avança segura, alegre e jovial, no caminho da felicidade, não acredites nem confies em quem te tentar desviar deste propósito; ultrapassa todo o obstáculo do caminho… Como virgem pobre, abraça a Cristo pobre.”

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Liberdade e felicidade

Clara foi, autenticamente, uma mulher livre e feliz porque se manteve fiel e atenta aos apelos de Deus e dos irmãos. Não é de admirar que muitas outras jovens lhe tenham seguido os passos, inclusivamente irmãs suas e a própria mãe. Com elas, nasceu a Ordem das Damas Pobres, hoje mais conhecida por Clarissas. A pobreza era, para Clara, um privilégio a defender pois esta permitia uma vida simples, fraterna e livre, condição necessária para imitar de mais perto a Cristo. Para Clara e todas as Clarissas da actualidade, esse caminho é vocação à uma vida feliz e cheia de sentido.

A todas elas, votos de fidelidade e felicidade!

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Hoje, uma jovem professa votos simples temporários na Ordem de Santa Clara. Para leres o seu testemunho, clica aqui:

http://www.clarissasmontereal.com/noticias.htm

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