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Tal acto é qualificado de heróico, porém no seu funeral, muitos falam em santidade. Na homilia, o padre Panfilo, futuro bispo na Papua-Nova-Guiné, declara: “Honestamente, posso dizer que nos oito anos do meu reitorado, ninguém superou a generosidade e bondade de Roderick Flores.”
Ninguém o contradiz, pois o adolescente é estimado de todos.
Já criança, Roderick distingue-se pelo gosto da solidão: ama retirar-se para ler – a sua paixão – ou para pensar, como dizia. Partilha de bom grado tudo quanto tem com as outras crianças, nomeadamente as mais pobres. É um jovem do seu tempo, bem consigo próprio e com os outros. Prossegue os estudos em electrónica; admirado pelos colegas é frequentemente escolhido pelos colegas como seu representante. Aluno aplicado é, também, um desportista apaixonado por diversas modalidades, sendo um exímio nadador.
Se gosta de solidão, isso não o impede de ser muito social. Com os amigos realiza diversas caminhadas; comprometido no escutismo, faz igualmente parte de um grupo de jovens denominado 430 SLC, tal como o modelo de luxo da altura da Mercedes: querem estar sempre no topo em tudo. Isso corresponde plenamente ao seu anseio de excelência.
Como emana uma autoridade natural, uma palavra sua basta para restabelecer a ordem nos grupos de que faz parte, sejam escolares, lúdicos ou desportivos. Todos vêem nele um artesão de paz.
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Essas qualidades bastam para fazer um santo?
Na verdade, toda a existência de Roderick alimenta-se de uma vida sacramental intensa. Comunga diariamente e, com frequência aproxima-se do sacramento da reconciliação: “Quero aperfeiçoar-me entre cada confissão. Ser melhor que na anterior. A confissão não uma lavagem, uma limpeza da alma; é uma escada de perfeição”. Como o jovem santo Domingos Sávio, tinha adquirido uma maturidade espiritual. E como dizia Dom Bosco, o santo fundador da obra salesiana: “Dai-me um rapaz que se confesse e comungue regularmente e farei dele um santo.”
Rezar e agir. Para alem das diversas actividades já referidas, inscreve-se no clube de Acção social, juntamente com a sua amiga Marcisa Suclan. Juntos, visitam as pessoas idosas e os doentes.
Por isso, no dizer do Pe. Panfilo, “o acto heróico de se atirar à água para salvar os seus amigos foi apenas o ponto culminante de uma sucessão de inumeráveis gestos de altruísmo cumpridos quotidianamente. É um herói porque se impôs a disciplina de servir, amar, ser generoso.” E, como conclusão, disse o padre, que também era seu formador e confessor: “Viveu apenas 15 anos, mas viveu plenamente a sua vida. Não foi para Deus com as mãos vazias; aproximou-O com a pureza do seu coração, as mãos transbordantes de amor, a alma agradável ao Senhor. Deus amava-o porque era bom, porque era generoso e puro…”
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O túmulo de Roderick é visitado por numerosos fiéis que recorrem à sua intercessão. Um monumento em sua memória foi erguido no Instituto Dom Bosco.
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