segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Uma ROSA BRANCA contra o ódio e a mentira


Chamavam-se Hans, Sophie e Chistoph. Eram estudantes na Universidade de Munique, nesse ano de 1943. A 21 de Fevereiro encontram-se presos na sede da administração penitenciária da Gestapo. O crime? Espalharam panfletos contra Hitler e seu regime. Denunciados, foram submetidos a duros interrogatórios, através dos quais confessaram a culpa mas sem denuncia os seus outros amigos também implicados.
Ao todo são cinco rapazes, uma rapariga e um professor. Nove meses atrás constituíram uma rede de acção contra o nazismo: ‘A Rosa Branca. Hans Scholl, impressionado pelas homilias do Monsenhor von Galen, bispo de Munique (uma das vozes da Igreja alemã mais inconformadas na denúncia de Hitler), teve a iniciativa. Por diversas vezes escreveram slogans nas paredes e espalharam panfletos pela capital da Baviera, estendendo a sua acção a outras cidades. É tal a sua influência que outros grupos farão o mesmo em Freiburg, Ulm, colónia e Berlim.
Os seis pertencem a confissões diferentes, mas todos assumem o Evangelho e os valores cristãos que transparecem nos seus escritos: “Por todo o lado, o homem experimenta, na sua fragilidade imanente, a tentação de renegar a sua dignidade de ser livre. Em todo o lugar e em todas as épocas de extrema miséria, homens se ergueram, santos ou profetas, que defenderam a liberdade, recordaram o caminho para o Deus único e exortaram o povo a recuar nos seus erros. Certamente, o homem é livre, mas sem o socorro do verdadeiro Deus, permanece impotente perante o mal; torna-se como um barco sem leme, abandonado à tempestade.”
Os irmãos Scholl pertencem à Igreja Evangélica, Alex Schmorell é ortodoxo, Willy Graf e o professor Huber são católicos. Cristoph Probst confessa-se agnóstico, mas aceitou o desafio da ‘Rosa Branca’ pela amizade que nutre pelos seus companheiros mas também porque admira o compromisso espiritual que eles conjugam na luta contra o regime nazi. Cristoph (de 23 anos) é o único casado, sendo pai de dois rapazes.

Testemunho final
Na segunda feira 22 de Fevereiro, Sophie, Hans e Cristoph aguardam o veredicto final. De nada valerá o serviço militar dos rapazes, cumprido na frente russa, o serviço de trabalho obrigatório desempenhado pela Sophie, nem sequer a atenção pelo jovem pai de família; todos são condenados à morte.
Durante todo o processo, os três jovens conduziram-se com uma dignidade e serenidade extraordinárias, ao ponto de perturbar as testemunhas mais hostis. Não denunciaram nenhum companheiro.
Após a sentença, Cristoph pede um sacerdote católico: quer receber o baptismo, termo da sua busca interior.
Os guardas prisionais dirão dos três o seguinte: “Portaram-se com uma coragem extraordinária… Foram levados, primeiro a rapariga. Ela caminhou com uma calma absoluta. Não percebíamos que tal fosse possível. O carrasco confessou que nunca vira ninguém morrer assim.”
Morreram como viveram, fiéis a eles mesmos, à suas convicções, à sua fé.

Alguns meses depois, o professor Huber, Alex Schmorell e Willy Graf foram, também eles, executados, pois prosseguiram a missão que tinham iniciado.
“Eram crentes. Não pegaram em armas, não mataram ninguém. A única vida que sacrificaram foi a deles. «Somente creio – dizia Pascal – nas histórias cujas testemunhas são capazes de se sacrificarem.» Perante Hitler, estes seis universitários alemães deram ao mundo uma das lições mas credíveis deste tempo.”

Para saber mais, clica no link seguinte, artigo dedicado à sophie Scholl:
http://sdpv.blogspot.com/search?q=sophie+scholl

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