Giovanni Palatucci nasceu no sul da Itália, em 1909, numa família profundamente cristã. Receberá uma grande influência moral e cultural por parte dos seus tios, um bispo e dois franciscanos conventuais.
Após os estudos secundários cumpre o serviço militar perto de Turim, cidade onde se formará em jurisprudência.
É nomeado para Fiume (actualmente na Croácia) como comissário para o gabinete dos estrangeiros. A sua função põe-no em contacto com pessoas em situação delicadas, particularmente com os judeus. “Tenho a possibilidade de fazer algum bem e os que dele beneficiam são-me muito reconhecidos…” É o que escreve aos seus pais em Dezembro de 1941.
Esse “algum bem” de que fala é, na verdade, é a salvação de centenas de judeus (fala-se em mais de 3000) a preço de muito perigo.
Giovanni Palatucci era um católico animado de uma fé profunda. Se desconhecemos a sua primeira reacção às leis raciais promovidas na altura, tornou-se por demais evidente que ao intensificar-se o cerco aos judeus, Giovanni recusou ser cúmplice da perseguição. Recusa mesmo a mudança de posto para se permitir ajudar os perseguidos. Na verdade, desde 1939 que “salva” judeus. Os primeiros 800 foram “encaminhados” por ele sob a protecção do bispo de Fiume.
Emitiu vistos de permanência a judeus fugidos dos países dominados por Hitler, chegando a opor-se aos seus superiores – o que nos recorda o “nosso” Aristides de Sousa Mendes. Mas a sua “simpatia” pelo povo judeu não se limitava à esfera profissional. Na sua vida pública zelava por preferir a sua companhia defendendo-os e recomendando-os ao seu tio bispo que acolhia foragidos enviados pelo seu sobrinho. Bem depressa associou os seus tios franciscanos que abriram os seus conventos para receber os refugiados judeus.
Homem de honra
A entrada da Itália no conflito mundial não impediu Giovanni de exercer toda a sua influência em favor dos perseguidos hebreus. Um deles dirá dele: “Jamais encontrei um cavalheiro tão perfeito e um homem de tanta honra…”
Após a guerra, centenas de testemunhos evocarão a bondade e a delicadeza de Giovanni Palatucci, o seu orgulho em agir de acordo com a sua fé e a sua extraordinária coragem: sabe que corre perigo por estar sob constante vigilância mas nada o detém. Católico praticante professa a sua fé na eucaristia diária e na sua conduta impecável.
Em Julho de 1943 é alvo de inspecção. Cuidadosamente, tinha desaparecido com o rasto de milhares de judeus que ele ajudara a “passar”, alguns embarcados clandestinamente em barco com destino ao sul da Itália. Giovanni prossegue no seu cargo mas sob vigilância mais apertada. Em Novembro do mesmo ano, a situação torna-se crítica. O cônsul da Suíça oferece-lhe asilo, mas Giovanni recusa: “Não tenho direito de abandonar nas mãos dos nazis os italianos e os judeus de Fiume!”
Mártir e Justo das nações
Promovido a um cargo superior não tem mais a mesma liberdade. Porém continua a auxiliar como pode dando dinheiro, socorro e até documentos falsos.
Finalmente é denunciado por espiões. É preso pela Gestapo a 23 de Setembro de 1944. No mês seguinte é transferido para o campo de concentração de Dachau. É aí que morre no dia 10 de Fevereiro de 1945, com 35 anos, esgotado pelos trabalhos aos quais foi submetido, depois de ter sido motivo de admiração dos companheiros de detenção através da sua sernidade, abnegação e caridade para com eles.
Giovanni Palatucci não se considerava um herói nem um santo. Actuou apenas em conformidade com as exigências da sua fé, como cristão convicto. As palavras dirigidas a um amigo, a quem confiava uma refugiada judia, esclarecem a sua única motivação: “Eis a Senhora Schwartz. Trata-a, peço-te, como se fosse a minha irmã. Melhor, como se fosse a tua própria irmã: pois, em Cristo, ela é a tua irmã.”
Anos mais tarde, já estabelecida em Israel, a Senhora Schwartz regressará a Fiume (agora Rijeka) unicamente para depor uma flor à porta do comissariado, em memória do seu daquele que a salvou.
Após os estudos secundários cumpre o serviço militar perto de Turim, cidade onde se formará em jurisprudência.
É nomeado para Fiume (actualmente na Croácia) como comissário para o gabinete dos estrangeiros. A sua função põe-no em contacto com pessoas em situação delicadas, particularmente com os judeus. “Tenho a possibilidade de fazer algum bem e os que dele beneficiam são-me muito reconhecidos…” É o que escreve aos seus pais em Dezembro de 1941.
Esse “algum bem” de que fala é, na verdade, é a salvação de centenas de judeus (fala-se em mais de 3000) a preço de muito perigo.
Giovanni Palatucci era um católico animado de uma fé profunda. Se desconhecemos a sua primeira reacção às leis raciais promovidas na altura, tornou-se por demais evidente que ao intensificar-se o cerco aos judeus, Giovanni recusou ser cúmplice da perseguição. Recusa mesmo a mudança de posto para se permitir ajudar os perseguidos. Na verdade, desde 1939 que “salva” judeus. Os primeiros 800 foram “encaminhados” por ele sob a protecção do bispo de Fiume.
Emitiu vistos de permanência a judeus fugidos dos países dominados por Hitler, chegando a opor-se aos seus superiores – o que nos recorda o “nosso” Aristides de Sousa Mendes. Mas a sua “simpatia” pelo povo judeu não se limitava à esfera profissional. Na sua vida pública zelava por preferir a sua companhia defendendo-os e recomendando-os ao seu tio bispo que acolhia foragidos enviados pelo seu sobrinho. Bem depressa associou os seus tios franciscanos que abriram os seus conventos para receber os refugiados judeus.
Homem de honra
A entrada da Itália no conflito mundial não impediu Giovanni de exercer toda a sua influência em favor dos perseguidos hebreus. Um deles dirá dele: “Jamais encontrei um cavalheiro tão perfeito e um homem de tanta honra…”
Após a guerra, centenas de testemunhos evocarão a bondade e a delicadeza de Giovanni Palatucci, o seu orgulho em agir de acordo com a sua fé e a sua extraordinária coragem: sabe que corre perigo por estar sob constante vigilância mas nada o detém. Católico praticante professa a sua fé na eucaristia diária e na sua conduta impecável.
Em Julho de 1943 é alvo de inspecção. Cuidadosamente, tinha desaparecido com o rasto de milhares de judeus que ele ajudara a “passar”, alguns embarcados clandestinamente em barco com destino ao sul da Itália. Giovanni prossegue no seu cargo mas sob vigilância mais apertada. Em Novembro do mesmo ano, a situação torna-se crítica. O cônsul da Suíça oferece-lhe asilo, mas Giovanni recusa: “Não tenho direito de abandonar nas mãos dos nazis os italianos e os judeus de Fiume!”
Mártir e Justo das nações
Promovido a um cargo superior não tem mais a mesma liberdade. Porém continua a auxiliar como pode dando dinheiro, socorro e até documentos falsos.
Finalmente é denunciado por espiões. É preso pela Gestapo a 23 de Setembro de 1944. No mês seguinte é transferido para o campo de concentração de Dachau. É aí que morre no dia 10 de Fevereiro de 1945, com 35 anos, esgotado pelos trabalhos aos quais foi submetido, depois de ter sido motivo de admiração dos companheiros de detenção através da sua sernidade, abnegação e caridade para com eles.
Giovanni Palatucci não se considerava um herói nem um santo. Actuou apenas em conformidade com as exigências da sua fé, como cristão convicto. As palavras dirigidas a um amigo, a quem confiava uma refugiada judia, esclarecem a sua única motivação: “Eis a Senhora Schwartz. Trata-a, peço-te, como se fosse a minha irmã. Melhor, como se fosse a tua própria irmã: pois, em Cristo, ela é a tua irmã.”
Anos mais tarde, já estabelecida em Israel, a Senhora Schwartz regressará a Fiume (agora Rijeka) unicamente para depor uma flor à porta do comissariado, em memória do seu daquele que a salvou.
Em 1990, Israel reconheceu Giovanni Palatucci como Justo das nações, título conferido àqueles que se destacaram na defesa de judeus durante o holocausto. Terá salvo cerca de 3000.
A causa da sua beatificação foi já introduzida.
A causa da sua beatificação foi já introduzida.
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