terça-feira, 12 de agosto de 2008

CARL LEISNER, um anjo em Dachau


Carl Leisner nasceu a 28 de Fevereiro de 1915 na Alemanha. Como jovem, integra o movimento da juventude católica com o qual participará em inúmeras actividades. Aí aprenderá o valor da camaradagem mas também a conhecer e viver à luz da Bíblia, da liturgia e da Eucaristia. Cristo torna-se o guia da sua vida.
Passa a ser o animador de jovens que recusarão vergar-se à ideologia do IIIº Reich que emerge na Alemanha. Já na universidade, é o bispo que lhe pede que se responsabilize pela juventude da diocese. Naturalmente, nada disso escapa à Gestapo, polícia secreta do regime nazi, que passa a vigiá-lo. Carl confia-se a Deus: “Senhor, com a tua Graça, aceito esta pesada tarefa. Guia-me para a tua Luz, Senhor, Deus todo-poderoso. Prometo-te solenemente, ser teu instrumento. A partir deste dia, toda a minha vida te pertence”.
No seu interior, debate-se com um dilema: ser padre ou casar e fundar uma família? Ele próprio decidirá: “Sou chamado a ser padre e ofereço tudo por esta vocação”. A 25 de Março de 1935, é ordenado diácono, esperando pelo sacerdócio alguns meses mais tarde.
Porém, as coisas não irão decorrer como previsto. Carl é subitamente atingido pela tuberculose e é obrigado a retirar-se para tratamentos. É nessa ocasião que é preso pela Gestapo. Em Dezembro de 1940, encontra-se no campo de concentração de Dachau. Aí, tem um novo ataque de tuberculose com hemorragia nos pulmões. É enviado para a infirmaria onde jazem mais de uma centena de tuberculosos e moribundos, literalmente abandonados à sua sorte. Surpreendentemente, Carl resiste graças à Sagrada Escritura e à Eucaristia que lhe chega clandestinamente e que ele distribui aos agonizantes. É assim que ele sobrevive durante 4 anos, embora o mal progrida. Então, acontece o inesperado: a 17 de Dezembro de 1944, no bloco 26, sob perigo de morte por ser expressamente proibido toda a reunião de carácter religioso, Carl é ordenado padre por um bispo francês também preso. O novo sacerdote celebra a sua primeira e única missa no dia de S. Estêvão.
Todos os presos serão libertados o dia 4 de Maio de 1945. Mas Carl encontra-se extenuado. As suas últimas semanas são passadas próximo de Munique. Só duas coisas ocupam a mente de jovem padre: o Amor e a Penitência. Relembrando os seus algozes no campo de concentração, desabafa: “Queriam matar-nos a alma. Ó meu Deus, obrigado por nos teres salvo pelo teu Reino de Amor e de Humanidade… Abençoa também, ó Altíssimo, os meus inimigos”. Morre no amor de Cristo o dia 12 de Agosto de 1945.

No dia 15 de Março de 1980, João Paulo II deu a sua concordância para a abertura do seu processo de beatificação.

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