terça-feira, 19 de agosto de 2008

BEM HAJA E ATÉ BREVE, Ir. PERPÉTUA


Ao longo destes últimos anos, habituámo-nos a conviver com o sorriso e disponibilidade da Irmã Pepétua, religiosa das Servas de Nª Srª de Fátima. De forma incansável e evangélica, deu-se à Diocese da Guarda em diversos campos como por exemplo no Departamento da Educação Cristã da Infância e Adolescência, no Departamento da Pastoral Juvenil e no Serviço da Pastoral Vocacional, para além da preciosa acção pastoral na cidade da Guarda.
Mas quem se entrega a Deus, entrega-se ao mundo e uma particularidade da vida religiosa é estar disponível para o Reino de Deus. E este não tem fronteira. A sua Congregação confiou-lhe agora uma nova missão, concretamente, junto da comunidade portuguesa presente no Luxamburgo.

Quisemos, nesta hora de despedida, pedir-lhe que partilhasse connosco o seu testemunho respondendo a algumas perguntas:


- Que significado tem para si ser Serva de Nossa Senhora de Fátima?
Ser Serva de Nossa Senhora de Fátima (SNSF) tem, para mim, todo o sentido. Desde jovem, quando procurava encontrar o meu projecto de vida, me identifiquei com o projecto as Irmãs (SNSF). O seu estilo de vida, o seu jeito próprio de estar junto das pessoas, o trabalho em Igreja, inseridas na paróquia, e também esta dimensão de contemplação na acção e do amor a Maria. Ser (SNFF), agradava-me imenso.
Hoje, em cada dia que passa, sinto-me ainda mais identificada na minha vocação de irmã, de consagrada. Sou uma mulher feliz na vida que Deus escolheu para mim e que eu, livremente respondi com a toda a força da minha juventude, pois tinha 22 anos quando entrei no noviciado.

- Porquê a consagração?
Seduziste-me, Senhor, e eu me deixei seduzir! Tu me dominaste e venceste. Jr 20, 7.
Bastava esta frase para responder à questão lançada. Mas atrevo-me a dizer que a consagração, para mim porque, no seio da minha família e da comunidade cristã encontrei uma forte interpelação de Deus que me chamava a uma entrega total da minha vida. Rezava-se em família por esta causa das vocações. E eu perguntava a Deus e a mim própria: será que Deus me quer para Ele? Como? Onde? Fui encontrando ajuda, fui encontrando resposta. Fui percebendo que o caminho seria a vida de consagração.

- Partilhou connosco alguns anos. Que recordações lhe deixa a sua passagem pela nossa Diocese?
A minha passagem pela nossa Diocese da Guarda, ficará gravada para sempre na memória do coração. Não sei se posso falar simplesmente de recordações que levo comigo. Prefiro antes falar de um conjunto de experiências, de verdadeiras relações humanas muito pessoais, de um receber constante de cada pessoa que me soube acolher o meu jeito de ser e de estar em Igreja e em sociedade. Levo comigo a sabedoria das pessoas da Guarda, a marca da sua firmeza na fé, da sua verdade e simplicidade no trato com as pessoas que chegam à sua terra.

- Tendo passado e trabalhado em diversos pontos do país, que particularidades encontrou na nossa Diocese?
Permitam-me, queridos jovens que eu confesse um segredo: Tenho algumas dificuldades em responder a esta questão que me está a ser lançada. E porquê! Porque sou uma Irmã que habitualmente me sinto bem, onde estou, no contacto com as pessoas, no trabalho conjunto. Amo a Deus em cada uma, amo cada uma, gosto das pessoas e sinto que, geralmente, acontece uma correspondência. São dons de Deus vividos em reciprocidade. E a Guarda não é excepção.

- Qual será a sua nova missão e que expectativas tem em relação a ela?
A minha nova missão será, antes de mais, a continuidade da missão recebida no acto da minha consagração, quando jovem como vós. Em disponibilidade irei acolher um novo povo, novos costumes e tradições, nova língua falada, não contando as muitas surpresas, as exigências, as alegrias. Irei trabalhar para a comunidade do Luxemburgo, com as comunidades portugueses, aí residentes. Tudo será novo, incluindo a comunidade das irmãs com quem irei partilhar mais de perto a minha vida e missão. Como sempre, estou disposta a aprender com as pessoas num dar e receber constantes.

- Uma mensagem para a diocese da Guarda

Que cada homem ou mulher, que cada jovem cristão se sinta verdadeiramente enviado de Deus ao serviços dos irmãos e da comunidade cristã. Que cada jovem, particularmente escute a voz de Deus e em resposta fiel siga o seu projecto de amor, abraçando o caminho traçado por Deus.
Desejo muito que esta nossa Diocese cresça todos os dias como família cristã, ultrapassando as barreiras geográficas, os muros culturais, ou as pequenas divergências comunitárias. Desejo muito uma diocese viva capaz de testemunhar o dinamismo juvenil, próprio de uma Igreja jovem e renovada.

Com muita estima por cada um de vós,
Ir. Perpétua



O Serviço Diocesano de Pastoral Vocacional agradece à Irmã Perpétua toda a sua disponibilidade, amizade e testemunho, nas diversas acções realizadas em favor das vocações. Agradecemos, de forma muito especial, o seu sorriso, melhor prova da sua entrega generosa a Cristo e aos irmãos.
Pedimos a Deus que a abençõe na sua nova missão, a ampare nos desafios a enfrentar e torne fecunda a sua acção pastoral, permitindo que continue a ser o instrumento útil que tem sido até agora em suas mãos.