quinta-feira, 2 de julho de 2009

PEDIR... E AGRADECER


Após mais de seis anos de cativeiro na selva colombiana, Ingrid Betancourt foi finalmente libertada.
A notícia, obviamente, não é nova. Faz hoje exactamente um ano.
Raptada em Fevereiro de 2002 pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), durante a campanha eleitoral para a presidência da república à qual concorria, Ingrid quis agradecer a Deus a sua sobrevivência.
"Antes de qualquer coisa, acompanhai-me, pois devo agradecer a Deus e à Virgem": estas foram as primeiras palavras, logo após ter sido libertada, diante do aparelhamento das autoridades colombianas que a transportaram junto aos companheiros de prisão, à base de Catam, perto de Bogotá.
"Quantas vezes imaginei este momento" - disse Ingrid, expondo seu agradecimento em francês. "É um milagre!" "Quando o chefe da operação disse: 'Nós somos o exército colombiano, vocês estão livres!', nós pulamos de alegria, gritamos, abraçámo-nos, não conseguíamos acreditar! Não dava para acreditar. Deus concedeu-nos este milagre. Foi um milagre!"
Na carta que redigiu à sua mãe, em Outubro de 2007, ela escrevia: "Tenho uma mesinha onde coloco as minhas coisas, quer dizer, a mochila com as minhas roupas e a Bíblia, meu único luxo. Pedi a Deus que me revestisse com a mesma força concedida à França, fazendo com que eu suportasse a adversidade, para me sentir mais digna de estar entre os seus filhos. Cada dia, comunico-me com Deus, Jesus e a Virgem Maria." É frequente vê-la com o rosário rústico, ao pulso, que confessionou durante o cativeiro e pelo qual rezou.

Naturalmente, recorremos a Deus nas aflições e necessidades. Mais raramente, porém, nos lembramos de agradecer, sobretudo de uma forma pública e duradoura. A gratidão que Ingrid continua a manifestar a Deus e a luta que prossegue em favor daqueles que continuam presos revelam uma fé convicta e amadurecida pelas dificuldades. A sua peregrinação ao santuário de Lourdes é apenas uma dessas manifestações.
Há horas para pedir e horas para agradecer.
É essencialmente na segunda que mostramos a verdadeira fé em Deus.

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