domingo, 19 de julho de 2009

ANICKA ZELIKOVA, viver e morrer de amor


Anicka, nascida nesta data de 19 de Julho no ano 1924 na Morávia (região oriental da actual República Checa), é a filha mais velha de um casal de modestos camponeses. A família é solidamente católica, fiel à oração e à prática religiosa.

Anicka, como criança, é sorridente, teimosa e ciumenta da afeição dos pais. Nada de muita santidade nesses primeiros anos. Os estudos realizam-se no convento próximo, da Irmãs da Santa Cruz. Aí, sob a orientação da Ir. Ludmilla, o carácter de Anicka suaviza-se. A jovem gosta do estudo, do desenho, do canto; a instrução religiosa abre-lhe novos horizontes que a maravilham. Ao saber que, na eucaristia, Jesus se torna realmente presente, Anicka só aspira a fazer a primeira comunhão. Esta marcará a sua vida de uma forma decisiva.

Durante um retiro, escreve: “Eu começava lentamente a compreender que há uma outra vida para além daquela que vemos à nossa volta. Uma vida que é grande, pura e santa. Até aqui, eu amava Jesus, mas agora cresce o meu desejo de fazer algo, de me sacrificar por Ele.”

Pela leitura de “História de uma alma” de Stª Teresa de Lisieux, Anicka descobre o Carmelo.

O seu comportamento transforma-se; com esforço, torna-se terna e paciente; solidariza-se com as companheiras com maiores dificuldades, encorajando e ajudando-as. Acima de tudo, é uma alegria interior que a ilumina e transparece nas suas atitudes. Todos desejam a sua amizade, revelando uma maturidade invulgar para a sua idade.

No dia 11 de Julho de 1937, assiste à missa solene de um jovem sacerdote da paróquia, o padre Joseph Zavidel. A celebração sensibiliza-a profundamente. Toma a decisão de rezar diariamente pelos sacerdotes e, à semelhança de Santa Teresa de Lisieux, oferece-se a Cristo especialmente por eles.


Tempo de ofercer…

Chega a provação da doença. Primeiro, uma tosse insistente e, depois, o diagnóstico final: tuberculose fulminante. O médico dá-lhe 3 meses de vida.

Porém, contra toda a esperança, a sua saúde melhora.

Isso permite-lhe prosseguir os estudos e de ajudar os pais na lavoura. De tal maneira se aplica em tudo que ninguém desconfia o quanto continua a sofrer fisicamente.

Mas no início de 1939, as hemoptises multiplicam-se de forma alarmante. Acabaram-se a escola, a eucaristia quotidiana, os gestos de caridade e sacrifícios por amor a Deus. “Agora só posso revelar uma manifestação do meu amor: querer somente o que Ele quer!”

A oração e a fé tornam-se mais áridas, tal como o experimentaram alguns grandes místicos. Contudo, Anicka ultrapassa tudo com convicção: “Uma paz muito grande e pura enche o fundo do meu coração.”

Na última fase da sua curta vida, reza medita e, sobretudo, escreve. É um autêntico apostolado epistolar: cada uma das usas cartas são preciosidades espirituais que consolam, exortam, pacificam, traduzindo o seu profundo amor por Deus e seus irmãos.


A 7 de Fevereiro de 1941, recebe o Escapulário do Carmelo e a consolação de pronunciar os seus votos na Terceira Ordem Carmelita, com a dispensa de idade, pois ainda não tem dezoito anos.

A agonia continua. Mas o amor é mais forte: “Tudo quanto posso dar a Deus, agora, são os batimentos do meu coração e o meu sorriso. Somente me restam o amor e a confiança.”


Na manhã de 11 de Setembro de 1941, dia da sua morte, murmura: “Como é belo… não trocaria o meu lugar com ninguém… O meu coração bate… para Jesus… amo-O tanto!... Tenho confiança.”

Nem o regime comunista que assolou o território conseguiu atenuar a reputação desta jovem cuja fama de santidade ultrapassou as fronteiras. Assim, em 1991, a causa da sua beatificação foi introduzida.

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