domingo, 1 de novembro de 2009

TEODOR ROMZA, face da Igreja ucraniana martirizada


Teodor Romza passou quase toda a sua vida na Ucrânia. Apesar disso, mudou de nacionalidade várias vezes por causa das sucessivas alterações geopolíticas que afectaram a Europa de Leste entre as duas grandes guerras. Nascido como súbito da monarquia austro-húngara, foi ordenado padre como cidadão checo, sagrado bispo com nacionalidade húngara antes de lhe ser obrigado a aceitar a cidadania soviética.


Padre como vocação

Teodor é o mais novo de nove irmãos. A sua família vive modestamente da vida rural e distingue-se pela profunda piedade. Muito inteligente, Romza faz uns estudos brilhantes, dominando correctamente seis idiomas. Propõem-lhes saídas profissionais aliciantes, mas a sua decisão já estava tomada: será padre. No rito católico oriental os padres podem casar, mas Teodor opta pelo celibato. É ordenado a 25 de Dezembro de 1936.

Depois de um serviço militar em Praga forçado pela crise política que dilacerada a Europa Central, é afectado como pároco numa região marcada por costumes supersticiosos, mal formada nas questões de fé e assolada pelo antagonismo entre católicos e ortodoxos. Em tal contexto, Teodor experimenta a pobreza e a solidão, mas sente-se feliz. Percorre incansavelmente as montanhas entre as aldeias distantes para visitar e evangelizar as famílias isoladas, os doentes e os desprotegidos.

Mais tarde, é nomeado como director espiritual e professor no seminário da diocese. Revela-se ser um excelente pedagogo, respeitado e amado pelos seminaristas. Exigente e bom, aberto ao diálogo, a sua forma de rezar e celebrar edifica a todos.


Resistência e fidelidade até ao martírio

Entretanto, em 1943, a situação política agrava-se pois as tropas soviéticas invade o país. O bispo falece e a Santa Sé decide nomear Teodor Romza como seu sucessor. A União Soviética anexa a Ucrânia ao mesmo tempo que impõe a ortodoxia como religião única enquanto que a Igreja greco-católica é espoliada e perseguida. Muitos sacerdotes são presos e executados.

Perante a impossibilidade de diálogo com o novo regime, o Mons. Romza tenta acalentar e apoiar os seus fiéis. Juntamente com o povo resiste à “russificação” da população através da formação e de celebrações que reúnem multidões.

A actividade resistente de Teodor Romza indispõe Moscovo. A sua eliminação é decidida por Nikita Khrouchtchev, então encarregado dos assuntos ucranianos. A 25 de Outubro de 1947, o bispo é vítima de uma tentativa de assassinato. Gravemente ferido é transportado para o hospital. No dia 1 de Novembro, agentes oficiais mandatados por Khrouchtchev penetram no seu quatro. Quando saem já Teodor Romza agoniza envenenado, com apenas trinta e seis anos.

A morte do seu bispo não desmobiliza os católicos. Pelo contrário, reafirmará a unidade dos fiéis que continuarão a lutar pela fidelidade à sua fé.


Teodor Romza foi beatificado no dia 27 de Junho de 2001, juntamente com outros mártires greco-católicos da Ucrânia.

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