De 31 de Março a 4 de Abril decorreu na Casa de Saúde Bento Menni, na nossa cidade da Guarda, a Páscoa Hospitaleira, promovida pela Juventude Hospitaleira. Participaram uma dúzia de jovens, oriundos de diversos pontos do país. Viveram esses dias da Semana Santa num misto de reflexão pascal e doacção ao próximo. Partilhamos convosco o belo testemunho de uma das participantes:
É preciso Amar…
Esta Páscoa Hospitaleira foi para mim uma experiência única, de uma entrega total ao outro, de uma aprendizagem mais adulta, de um desafio mais consciente.
Ponderei a minha escolha, antes de dizer sim, estive hesitante nos dias anteriores à viagem até à Guarda. No entanto, arrisquei, fui e aventurei-me, colocando nas Mãos do Senhor os meus medos! O meu coração foi-se acalmando, mas ao mesmo tempo descobria em mim que tinha algo para dar aos outros, algo que não podia deixar de partilhar. Ainda com receio se a minha escolha teria sido a mais correcta, adormecia com o coração a saltitar, no silêncio do meu interior.
São emoções que se vivem, a partir do momento que nos esquecemos do nosso eu, que escutamos, que estamos ali, simplesmente para dar! Senti-me um nada em muitos momentos, um grãozinho de areia, que reclama, reclama, que se queixa da vida que tem, que preguiça muitas vezes e que precisa de crescer mais. Foi um descobrir na ferida do outro, as minhas próprias feridas, às vezes apenas num olhar, num simples bom dia, num sincero sorriso, num acariciar do rosto, num cântico, partilhas e orações.
No contacto com os doentes, que me fascina, percebi a pobreza de alguns corações, a necessidade de olhar rostos novos, de nos abraçar fortemente, de nos dar um beijo, de dizer apenas um obrigado por estarem aqui comigo, de nos darem a mão, de lhes darmos de comer, de os deitarmos, de caminharmos a seu lado, muitas vezes em silêncio. Foi desta forma que me entreguei dando apenas, sem olhar a mais nada!
Fui entendendo os sinais que O Senhor me dava. Dizendo para mim: “Obrigado Senhor, já está a valer a pena!”.
Vivi intensamente estes dias, deixei as minhas preocupações, os meus medos, o meu coração transformou-se e senti verdadeiramente esta Páscoa, especial, diferente, única, a melhor que já tive. Aquele gesto na Celebração da Ceia do Senhor, que me transcendeu; aquele olhar fixo daquela doente, que me apertou o coração; aquela notícia do dia dita daquela forma, que me ultrapassou; aquele silêncio em que me reencontrei comigo e com Deus; aquela oração e partilha do deserto, que se diferenciou, que me levou à cruz, num Amor oblativo; aquelas lágrimas; aquela luz, leitura, música; aquele sinal de predilecção, que me arrepiou e aquela festa magnífica, da Sua Ressurreição!
“O Amor leva a fazer loucuras: loucuras de Amor”. Desta forma me entreguei nesta Páscoa, com o desejo de a viver constantemente na minha vida, crescendo com as minhas inquietações, mas confiando num Amor maior, com esperança. É preciso morrer e nascer de novo!
Sara Padilha
Esta Páscoa Hospitaleira foi para mim uma experiência única, de uma entrega total ao outro, de uma aprendizagem mais adulta, de um desafio mais consciente.
Ponderei a minha escolha, antes de dizer sim, estive hesitante nos dias anteriores à viagem até à Guarda. No entanto, arrisquei, fui e aventurei-me, colocando nas Mãos do Senhor os meus medos! O meu coração foi-se acalmando, mas ao mesmo tempo descobria em mim que tinha algo para dar aos outros, algo que não podia deixar de partilhar. Ainda com receio se a minha escolha teria sido a mais correcta, adormecia com o coração a saltitar, no silêncio do meu interior.
São emoções que se vivem, a partir do momento que nos esquecemos do nosso eu, que escutamos, que estamos ali, simplesmente para dar! Senti-me um nada em muitos momentos, um grãozinho de areia, que reclama, reclama, que se queixa da vida que tem, que preguiça muitas vezes e que precisa de crescer mais. Foi um descobrir na ferida do outro, as minhas próprias feridas, às vezes apenas num olhar, num simples bom dia, num sincero sorriso, num acariciar do rosto, num cântico, partilhas e orações.
No contacto com os doentes, que me fascina, percebi a pobreza de alguns corações, a necessidade de olhar rostos novos, de nos abraçar fortemente, de nos dar um beijo, de dizer apenas um obrigado por estarem aqui comigo, de nos darem a mão, de lhes darmos de comer, de os deitarmos, de caminharmos a seu lado, muitas vezes em silêncio. Foi desta forma que me entreguei dando apenas, sem olhar a mais nada!
Fui entendendo os sinais que O Senhor me dava. Dizendo para mim: “Obrigado Senhor, já está a valer a pena!”.
Vivi intensamente estes dias, deixei as minhas preocupações, os meus medos, o meu coração transformou-se e senti verdadeiramente esta Páscoa, especial, diferente, única, a melhor que já tive. Aquele gesto na Celebração da Ceia do Senhor, que me transcendeu; aquele olhar fixo daquela doente, que me apertou o coração; aquela notícia do dia dita daquela forma, que me ultrapassou; aquele silêncio em que me reencontrei comigo e com Deus; aquela oração e partilha do deserto, que se diferenciou, que me levou à cruz, num Amor oblativo; aquelas lágrimas; aquela luz, leitura, música; aquele sinal de predilecção, que me arrepiou e aquela festa magnífica, da Sua Ressurreição!
“O Amor leva a fazer loucuras: loucuras de Amor”. Desta forma me entreguei nesta Páscoa, com o desejo de a viver constantemente na minha vida, crescendo com as minhas inquietações, mas confiando num Amor maior, com esperança. É preciso morrer e nascer de novo!
Sara Padilha
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