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quarta-feira, 8 de junho de 2011

JEANNE BARBEY, a doença como fonte criadora


Com 33 anos de idade, Jeanne Barbey é uma jovem e talentosa compositora francesa de música sacra.
Desde a mais tenra idade, Jeanne apaixonou-se pela música, mais particularmente pela música sacra, praticando e dirigindo coros de canto religioso.
Os estudos em história, iniciados na prestigiada universidade de Sorbonne, em Paris, são interrompidos em razão da mucoviscidose, uma doença genética grave que foi condicionando cada vez mais a sua vida.
Jeanne refugia-se na música, nomeadamente na composição. Em 2004, sabendo que uma jovem comunidade monástica se instalou na Abadia de Sainte-Marie de Lagrasse que procuram restaurar, ela decide ajudá-los. Compõe um “Te Deum” que será interpretado perante 1500 pessoas em Janeiro de 2006. Tal foi o sucesso da venda da gravação do espectáculo que Jeanne percebeu que a música passaria a ser o seu contributo para o mundo.


A doença como dom
Na verdade, a doença hereditária que lhe afecta o sistema respiratório começou a condicionar de tal maneira a sua vida que se questionou sobre o sentido da sua existência. Que fazer do tempo quando não se pode fazer nada? Depois da depressão inicial, Jeanne encara a sua enfermidade não como um impedimento à sua felicidade mas como uma oportunidade.
Cada manhã tem de fazer 3 horas de exercícios para poder respirar, permitindo-lhe alguma energia que dedica quase exclusivamente à criação musical. Por vezes, quando o esforço é demasiado intenso, necessita recuperar durante vários dias. Limitada a apenas 35% da sua capacidade respiratória, Jeanne, no entanto, optimiza a sua existência: “Se não houvesse doença não haveria música nem composição”. Se poder compor é um dom, então a enfermidade não pode ser tomada como um castigo mas como um presente, explica Jeanne. Nos momentos mais dolorosos ela descobre-se “mimada por Deus” porque sente esses instantes como um apelo ao essencial.
Consciente que a dor não é propriamente uma "amiga", parte do princípio que o sofrimento vão é inútil e absurdo. Assim, Jeanne afirma convictamente que “a melhor forma de sofrer é oferecer a dor”. “Tenho perfeitamente a sensação de estar na via que é a minha, e isso é a felicidade… é a confiança total daquilo que Deus quer para nós, é a esperança, aconteça o que acontecer… A partir do momento que aceitamos tudo, tornamo-nos felizes”.
Mas para Jeanne, aceitar não é passividade mas sim confiança.

A fé como força
Sabendo que vive na iminência da morte, Jeanne vive serena e intensamente cada dia. “Nunca digo que não tenho sorte… nunca vivi desesperada… a vida nunca é inútil”.
Onde encontra ela tal força e alegria?
Jeanne confessa que compreende mal a confusão entre felicidade e a ilusão actual da perfeição e bem-estar físicos como garantia de realização humana. “Sou doente mas não sou infeliz”, defende.
A sua relação com Deus ilumina a sua vida e encontra na oração a força necessária para enfrentar a evolução degenerativa da doença. A intimidade com Deus permite “momentos em que nos sentimos amados”. “O amor da vida e a esperança do céu vão juntas porque é Deus que nos dá a vida.” Frequentemente, esclarece ela, nas horas de maior sofrimento, a oração proporciona-lhe alívio e inspiração para criar.
Jamais duvidou da sua fé e esta permite-lhe perceber a lógica da vida, discernindo sempre o sentido da existência e a vivência de todos os acontecimentos.

Apesar das graves limitações de saúde, a sua alegria e entusiasmo são uma sinfonia a/de Deus.

Aqui fica um exemplo do seu dom musical, fecundado pela sua doença:

sábado, 27 de fevereiro de 2010

KRISTIN HOLUM, de patins… até Deus

Kristin Holum deveria estar a competir nas olimpíadas de inverno que decorrem actualmente em Vancouver. Patinadora na modalidade de velocidade, Kristin era uma promissora atleta pois, com apenas 17 anos, participou brilhantemente em 1998 nos jogos realizados em Nagano, no Japão. É de referir que neste desporto atinge-se a maturidade por volta dos 30 anos. Kristin tem agora 29. Estes seriam os “seus” jogos. Mas ela decidiu de outra forma. Hoje, vive em Leeds, Inglaterra, e responde pelo nome de Irmã Catherine. Sim, consagrou-se a Deus!

“A patinagem de velocidade era uma imensa parte da minha vida. Encantava-me o desporto, porém tive este chamamento incrivelmente forte que me dizia que era tempo de seguir por outro caminho na vida”.


Tudo mudou através de uma iniciativa denominada “Crossroads”, uma causa pró-vida. No seu dizer, “comecei como uma cristã medíocre e confusa, acabando por me tornar uma fervorosa católica”. Era o princípio da sua conversão que a levaria, após a conclusão dos seus estudos em arte, ao “nosso” santuário de Fátima onde decidiu consagrar a sua vida a Deus: “É curioso ver como mudou a minha vida. Tive o maravilhoso privilégio de competir numa olimpíada, e agora sou abençoada servindo a Deus e a todos os desafortunados”.


Kristin ingressou nas Irmãs Franciscanas da Renovação que se dedicam a “trabalhar com os pobres, os indigentes e na evangelização”. Já como Ir. Catherine começou por servir em Bronx, em Nova York, antes de ser transferida para Inglaterra. “Quando dou o meu testemunho, é divertido ver a reacção dos rapazes ao dizer-lhes que já participei nos Jogos Olímpicos”. “Não sei exactamente o que as pessoas esperam normalmente de uma religiosa, mas creio que é bom saberem que os membros de uma ordem religiosa podem chegar de qualquer contexto ou forma de vida. No final, tudo é questão de compromisso com a mensagem do Evangelho”.


Mas… quanto às medalhas que ficaram por ganhar!?

“Não me é fácil pensar que as coisas pudessem ter sido diferentes para mim e ter participado noutras olimpíadas, mas definitivamente não era o caminho do Senhor para mim e, por Ele, não me arrependo nada de o ter tomado”.

Afinal, com ou sem patins, importa perceber que Deus dá sempre um rumo à vida onde o amor não é competição mas a melhor medalha. E esta já não foge de Kristin. Quero dizer, da Ir. Catherine.

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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

GIANNA JESSEN, a voz que não cala o milagre da vida

Gianna Jessen tem 32 anos de idade.
Mas nem sequer devia existir.
Não desejada - odiada, diz ela - sobreviveu a um aborto. Diagnosticada com paralisia cerebral, ultrapassou todos os prognósticos. Cantora, escritora, atleta, militante incansável pró-vida, espalha pelo mundo a vitória da vida sobre a indústria de morte que é o aborto. Sente-se como um milagre de Deus e não tem vergonha (porquê tê-la!?) de o afirmar bem alto.
É impossível ficar indiferente ao seu testemunho.
Vê por ti próprio.
Vale mesmo a pena.
Parte 1:

Parte 2:

Podes consultar o sítio da Gianna Jessen (em inglês): http://giannajessen.com/

sábado, 5 de dezembro de 2009

OLGA BEJANO, voando alto com "asas quebradas"


Há um ano, falecia Olga Bejano.

Durante 22 anos viveu totalmente dependente. Com 23 anos e muitos projectos e sonhos na mente e no coração sofreu uma paralisia da glotis com paragem cardíaca por asfixia. Esteve 6 minutos morta clinicamente a que se seguiu 5 dias de coma. Uma desconhecida patologia provocada pela anestesia durante a cirurgia fez o resto.

Foi o princípio de um rápido processo que paralisou o seu corpo. Em pouco tempo estava numa cadeira de rodas, conectada a um respirador, alimentada por uma sonda e calada para sempre. De um dia para outro, esta jovem cheia de vida tornou-se num ser dependente dos demais, até para ver, pois nem sequer levantar as pálpebras conseguia. “Dei-me conta que não poderia mais; conduzir; apaixonada tinha de romper com a relação.”

Mesmo assim, Olga decidiu agarrar-se à vida, a este mundo e contagiar o máximo possível de pessoas com a sua força de viver. Através do impulso do seu joelho conseguia fazer uns rabiscos que só a sua mãe, sua enfermeira e poucas mais pessoas decifravam. Publicou quatro livros (Voz de Papel; Alma cor de Salmão; Os Rabiscos de Deus) e estava a trabalhar num quarto (“Asas quebradas” entretanto publicado). “Quando a enfermidade truncou a minha vida, decidi criar em vez de chorar”.

Olga podia falar sobre esta situação tão delicada porque, dizia ela, falava desde o centro da praça, com o touro pela frente e não desde as bancadas: “A minha matéria está presa, mas os meus pensamentos e sentimentos são livres. Ninguém pode pensar ou sentir por mim. Nisto sou totalmente livre, há quem pense que eu sou apenas um vegetal e que a minha vida não tem sentido, mas sou um vegetal que pensa e sente, e capaz de escrever e fazer com que os outros pensem e sintam.” Outra imagem: “Ainda que a rama da minha vida esteja quebrada, a minha raiz segue viva e faz com que milagrosamente dê frutos.”

Os seus livros têm sido um desafio à esperança para os seus leitores. Vários testemunharam ter desistido do suicídio através da sua leitura.


Lutadora de fé e esperança

Sempre que, pelos meios de comunicação social, se apercebe de alguém desesperado, prestes a desistir da sua luta, Olga intervém, contacta e expressa a sua opinião para partilhar a sua perspectiva desde a fé.

Por vezes, sente o cansaço e o esgotamento da luta, mas reconhece que o seu sofrimento tornou-se “uma lição constante” de amadurecimento e de desafio a superar-se a si mesma. “O sofrimento e a morte estão incluídos na vida, formam parte dela. Sou partidária de lutar, não de fugir. A eutanásia é uma forma de fuga e, portanto, não deixa de ser uma cobardia. A mim, não me geraram cobarde, por isso, com a ajuda de Deus, lutarei até ao fim. Respeito e entendo aqueles que se dão por vencidos e não crêem em nada, mas eu, quando chegar ao “outro lado”, quero ter a sensação de ter cumprido os meus deveres”.

Olga, na sua situação dramática não era uma pessoa resignada, muito pelo contrário. Dedicou muito das suas energias a reivindicar maiores direitos para as pessoas dependentes: “Lutarei até ao último segundo da minha vida, para que, apesar de ser uma enferma não rentável, me seja proporcionada uma assistência digna, custe o que custar.”


Felicidade desafiante

Olga colheu da sua condição fisicamente limitada uma oportunidade de crescimento espiritual: “Estou convencida de que sem tanto sofrimento como estou a ter nunca teria chegado a um crescimento pessoal tão importante e uma maturidade espiritual tão impressionante. Apesar do muito que sofri, o que estou a sofrer, e só Deus sabe quanto me resta ainda por sofrer, sinto-me uma pessoa afortunada.”

O segredo da força e coragem desta mulher, naturalmente reside em Deus e na sua relação com Ele: “Quando era um cisne, passava o dia olhando para o meu reflexo, admirando a minha beleza. Ao torna-me patinho feio, deixei de olhar para a minha imagem. Nesse momento, comecei a ver a Cruz, conheci o Senhor e só se ama o que se conhece. Ao amá-l’O, entendi como e quanto me ama a mim.”

E concluía dizendo: “Que sorte tive em nascer!”


Lê também o artigo escrito aquando do seu falecimento:

http://sdpv.blogspot.com/search?q=OLGA+BEJANO

Ou visita o seu blogue que amigos e familiares mantêm activo:

http://olgabejanodominguez.blogspot.com/

terça-feira, 13 de outubro de 2009

ALEXANDRINA, a Eucaristia tornada vida


Alexandrina nasceu em 30 de Março de 1904 em Balasar. É uma pequena camponesa cheia de vida, divertida, afectuosa. Aos 14 anos lança-se de uma janela a quatro metros de altura para preservar a sua pureza, ameaçada por alguns homens que haviam entrado em casa.

Cinco anos mais tarde, as lesões derivadas da queda provocaram-lhe uma paralisia total que a manteve de cama durante mais de 30 anos, até ao final de sua vida.

Ofereceu-se como vítima a Cristo pela conversão dos pecadores e pela paz do mundo. Durante quatro anos (1938-42), reviveu todas as sextas-feiras, durante três horas, a paixão de Cristo.

De 27 de Março de 1942 até sua morte (isto é, durante 13 anos e 7 meses), não ingeriu nenhuma outra bebida nem alimento mais que a Eucaristia.

Orientada pelo seu director espiritual, fez-se cooperadora salesiana, oferecendo os seus sofrimentos pela salvação da juventude.

Em 13 de Outubro de 1955, ouviu-se exclamar: «Sou feliz, porque vou ao céu». Pela tarde faleceu em Balasar, onde se encontra seu sepulcro e onde acodem multidões de peregrinos.

fonte: Zenith

Para melhor conhecer Alexandrina:

http://alexandrinabalasar.free.fr/

ou: http://alexandrinabalasar.free.fr/index_portugues.htm


segunda-feira, 6 de julho de 2009

MICHEL KAYOYA, profeta e mártir


Michel Kayoya nasceu a 8 de Dezembro de 1934, em Kabumbu, no Burundi, em plena época do colonialismo. Entra no seminário e pede para ir estudar na Bélgica, junto dos Padres Brancos, pensando ingressar nesta congregação. Mas depois decide ficar em África, junto do seu povo. Ordenado sacerdote em 1963, torna-se animador de várias iniciativas: promoção da mulher, luta contra o analfabetismo, pesquisa dos valores tradicionais recalcados pelo colonialismo, auto-financiamento das paróquias, cooperativas, movimentos juvenis… O regime vê nele um agitador perigoso. De facto, o padre Miguel fala claramente ao seu povo e denuncia tanto a situação sociopolítica do país como a corrupção do Governo. As próprias autoridades religiosas começam a hostilizá-lo, obrigando-o a abandonar a sua diocese. Um mês mais tarde, em Maio de 1972, é preso e colocado em frente de um pelotão de execução, ao mesmo tempo que uns 200 mil irmãos hutus são barbaramente massacrados. Mesmo diante da morte, o padre-poeta permanece calmo e sereno, canta e perdoa.

Profundo humanista
Kayoya sonhava com um humanismo feito por homens conscientes, livres, maduros. Tinha escrito: “Não é construindo uma ‘África à semelhança do Ocidente que nós, Africanos, responderemos ao convite que o mundo nos faz… Não é dotando a África de todos os bens materiais que nós a tornaremos grande… Quereria que os filhos do meu povo testemunhassem o seu respeito pelo Ser supremo. Respeitando-o, o meu povo descobriria o verdadeiro humanismo no mundo, este mundo que, historicamente, conheceu a visita de Deus… Sentia-me impotente perante esta tarefa; mas, reconhecendo a minha grandeza de homem, decidi-me a caminhar. O homem é um fenómeno que cai caminhando. Ele caminha caindo. A sua grandeza está na força de que dispõe para se realizar.”

Outro texto seu revela-nos os seus anseios:
“Como muitos outros, eu quereria
tornar-me um Homem.
Um homem do meu povo.
Um homem com os meus irmãos.
Um homem para a Humanidade.
Eu sou um homem feito para participar
tanto na alegria
como na miséria dos meus
– meu pai havia-mo ensinado –
na alegria e na miséria do mundo.”



Citado em “Marcos – este Homem era Deus” de Lopes Morgado

quinta-feira, 28 de maio de 2009

TONY MELENDEZ, trovador da esperança

"Aos olhos do meu Deus, sou inteiro!" Assim fala Tony Melendez, o jovem que ficou conhecido por ter tocado viola diante de João Paulo II em Los Angeles, quando este visitou os Estados Unidos em 1987. Tocou com os pés, pois nasceu sem braços.

Sem braços, mas um homem inteiro e, sobretudo, realizado e feliz. Confirmando as palavras que o papa então lhe dirigiu, tornou-se mensageiro de esperança para todos aqueles que têm mãos e tudo o mais para serem felizes mas desistiram de procurar a felicidade.

Uma lição e um desafio para todos nós. Todos somos chamdos por Deus a acolher a sua mensagem libertadora e sermos sinais de esperanças para aqueles que nos rodeiam. Nada nem ninguém nos poderão impedir de o ser.

Assim o queiramos nós, como o Tony.

domingo, 10 de maio de 2009

BONO, o profeta cantante


Nasceu Paul David Hewson a 10 de Maio de 1960 (há 49 anos) em Dublin, Irlanda. Mas quase ninguém o conhece sob outro nome que não seja Bono, nome que assumiu quando, na remota década de 70, juntamente com outros três jovens adolescentes decidiram criar uma banda de rock. É assim que surgiram os U2, hoje mundialmente conhecidos.
Bono é a figura de proa incontornável do grupo, não apenas pelo seu carisma artístico mas também pela faceta, menos mediática mas não menos importante de activista pelos direitos humanos. Filho de pai católico e de mãe protestante, o jovem Paul cresceu com uma forte fé religiosa que a morte da sua mãe, quando tinha apenas catorze anos, só reforçou. Apesar de ser um ícone do pop/rock mundial, Bono nunca abandonou as suas raízes cristãs. Em toda sua carreira como líder do U2, Bono sempre escreveu canções que reflectissem os ideais cristãos. No princípio da década de 80 chegou a ponderar, juntamente com The Edge, o guitarrista, deixar a música para se dedicar à religião. Desse período brotará o álbum “October”, o mais cristão da já longa carreira dos U2.

Uma fé que guia
Casado com Ali, seu amor de adolescência, desde 1982, (estabilidade rara entre os famosos) e pai de 4 filhos, Bono preservou uma grande sensibilidade espiritual. Já em 1985, juntamente com a esposa, passou vários meses na Etiópia como voluntário em campos de refugiados. Essa experiência marcou-o definitivamente tornando-se hoje um símbolo na luta contra a pobreza no continente africano.
Sem dúvida, a fé ajuda a explicar as opções que tem tomado perante os diversos dramas humanos, na defesa pelos direitos Humanos, no apoio à Green Peace, na luta contra a SIDA, em favor do povo bósnio durante a Guerra dos balcãs, no apoio a Nelson Mandela contra o apartheid e ultimamente pelo perdão das dívidas dos países de 3º mundo. A sua estratégia é encontrar-se com políticos e levá-los a comprometer-se nessas causas. Foi embaixador da campanha Jubileu 2000 ‘Drop the Debt’ prolongando esse fim através da DATA – Debt, Aids, Trade, Africa. O objectivo é convencer as nações mais ricas a perdoar as dívidas dos países mais pobres, de forma a que esse dinheiro possa ser usado na educação e na saúde. Make Poverty History e The One Campaign são outras campanhas apoiadas por Bono. Segundo ele, “6.500 crianças a morrer cada dia por falta de alimento ou falta de medicamentos baratos não é mais uma causa... mas uma questão de justiça. É uma emergência que certamente não teria lugar na Europa ou na América.” Em 2005 com Bob Geldof, ajudou a organizar um evento musical à escala mundial, o Live 8, com o objectivo de pressionar o G8 a apoiar África. Para ele é claro que “é sempre a mesma atitude que faz ganhar o dia: a vitória da esperança sobre o medo… Na questão de África, nós não podemos perder, porque estamos a entrar numa porta que Deus todo-poderoso já abriu. Carregamos connosco o peso moral de um argumento.”
Todo esse empenho já lhe valeu várias distinções internacionais e uma nomeação para o prémio Nobel da Paz.
“Nunca importou de onde vens, a questão sempre foi para onde vais”, afirma ele em jeito de lema de vida. “E isto, claro, está no coração da redenção: começar de novo… Eu desejo começar de novo diariamente. Nascer de novo todos os dias é algo que tento fazer.”

Apelo à Graça
Em Bono, Deus e a fé ocupam cada vez mais lugar na sua reflexão. Vale a pena ler um excerto de resposta dada numa longa entrevista concedida ao jornalista francês, Mischka Assayas:
“É um conceito alucinante de que o Deus que criou o Universo pudesse andar à procura de companhia, uma verdadeira relação com pessoas, mas a coisa que me mantém ajoelhado é a diferença entre Graça e Karma… No centro das religiões há a ideia do Karma. Vê bem, aquilo que fazes volta para ti: olho por olho, dente por dente…e então aparece o conceito da Graça para dar volta a isto tudo… A Graça desafia a razão e a lógica. O amor interrompe, se quiseres, as consequências das tuas acções, o que no meu caso é, na verdade, muito bom, porque eu fiz muitas coisas estúpidas… Eu estaria em muitos maus lençóis se o Karma fosse o meu juiz final… Isto não desculpa os meus erros, mas estou a apelar à Graça. Estou a apelar para que Jesus tenha levado os meus pecados para a Cruz… O sentido da morte de Cristo é que Ele levou os pecados do mundo, para que aquilo que nós aprontássemos não voltasse para nós, e para que a natureza pecadora não nos faça colher a morte óbvia. É esse o sentido. Isto deve manter-nos humildes… Não é o nosso próprio bem que nos faz passar os portões do Céu.”
Se em 1987 Bono cantava que “ainda não encontrei o que procuro” (I still haven’t found what I’m looking for), referindo-se ao Espírito Santo, parece que hoje já não estará longe, pois clama “Justificados até morrermos, tu e eu glorificaremos o Magnífico” no último título editado (“Magnificent”).



Vale a pena ouví-lo sobre o que podemos fazer pela África (em inglês): http://www.youtube.com/watch?v=1VOlXwhp00Y&eurl=http%3A%2F%2Fwww%2Esquidoo%2Ecom%2Fbono%2Dsuperhero&feature=player_embedded

Já agora, por ser dia de aniversário: Parabéns, Bono, pela vida e por aquilo que deixas a Deus fazer através dela!
*

terça-feira, 24 de março de 2009

ÓSCAR ROMERO, a Voz dos "sem voz"


“Esta será a nossa melhor Quaresma: trabalhar pela justiça social e pelo amor dos pobres (…) A justiça social não é tanto uma lei que ordene a distribuição; vista sob a perspectiva cristã, é uma atitude interna como a de Cristo que, sendo rico, se fez pobre para poder compartilhar com os pobres o seu amor. (…)
Esta semana chegou-me o aviso que estou na lista dos que serão eliminados na próxima semana. Mas que fique registado que a voz da justiça já não pode mais ser morta por ninguém!”

Assim falava D. Óscar Romero numa das suas homilias, poucas semanas antes de ser assassinado enquanto celebrava eucaristia a 24 de Março de 1980.
Óscar Romero foi arcebispo de S. Salvador, durante um período conturbado na América Latina. Inicialmente tido como um bispo conservador, progressivamente foi-se dando conta da realidade na qual estava mergulhado a seu povo, explorado pela minoria dirigente no poder. Foi esse contacto com o povo simples e humilde que o consciencializou da obrigação de assumir a missão de Pastor, tornando-se a “Voz dos sem voz”.
As suas últimas palavras antes do disparo fatal, enquanto se preparava para iniciar o ofertório da celebração, foram profeticamente as seguintes: “Que este corpo imolado e este sangue sacrificado pelos homens nos alimentem, para que, como Cristo, também saibamos dar o nosso corpo e o nosso sangue no sofrimento e na dor, não por nós mesmos, mas para trazer justiça e paz ao nosso povo.”

Conhece melhor a sua história, clicando neste link:
http://sdpv.blogspot.com/2008/03/oscar-romero-voz-dos-sem-voz.html

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

MARIA MADALENA NO SÉC.XXI (parte II)


Shelley Lubben é uma ex-actriz porno que conseguiu libertar-se da indústria do sexo e dos seus traumas à custa de uma longa luta e confiança em Deus. Como resultado da sua experiência e do seu encontro com Cristo, decidiu criar a Pink Cross Fundation a fim de denunciar a mentira e abusos relacionados com a pornografia e ajudar aqueles que caíram nas suas malhas.
Shelley nasceu a 18 de Maio de 1968, na Califórnia. Durante os primeiros oito anos, a sua família frequentava uma igreja evangélica. Numa entrevista, recorda: “Quando era miúda, conheci e amava muito a Jesus.” Porém, quando fez nove anos as coisas mudaram muito. Mudaram de residência e tudo o que Shelley tinha conhecido e amado desapareceu: “Os meus pais deixaram de ir à igreja e a nossa família afastou-se de Deus”.
O ambiente familiar deteriorou-se e as más companhias fizeram o resto. Iniciou a vida sexual muito cedo: “O sexo tornou-se para mim confuso. O sexo para mim significava ‘amor’, pois sentia-me bem ao receber atenção, mas ao mesmo tempo sentia-me suja.” Com o sexo, veio o álcool e o uso de drogas tendo apenas 16 anos. Com o acumular de situações conflituosas, os pais obrigaram Shelley a sair de casa ao 18 anos.
Shelley acabou por ir parar a San Francisco Valley, sem dinheiro nem comida. A prostituição foi a solução encontrada para sobreviver. A partir daí, a vida de Shelley entrou numa espiral descontrolada. “No princípio pareceu sensacional, mas esta vida depressa se converteu em escravatura... O meu estilo de vida estava a tornar-se cada vez pior, e sentia-me como não tendo para onde me voltar. Jesus continuava a bater à porta do meu coração, mas eu ignorava-o.”
Aos 20 anos engravidou, tendo a sua primeira filha. Shelley começou a beber exageradamente tendo desenvolvido uma terrível dependência de álcool e de drogas. “Eu comecei então a ver-me como um completo fracasso.”
Mais tarde, entrou na indústria de filmes para adultos. Shelley relembra: “Comecei a fazer muitos filmes hardcore, e só as drogas e o álcool me permitiam fazê-los. Era como se eu tivesse algo para provar ao mundo e a todos os que me tinham magoado.” Mas o preço foi alto: “Eu vendi o meu coração, a minha mente e feminilidade à indústria porno, e a mulher e pessoa em mim morreram na pornografia.”
Por sorte, não contraíu o vírus da SIDA. Contudo foi infectada com herpes, uma doença incurável sexualmente transmissível. “Fiquei totalmente de rastos e quis pôr termo à minha vida.”
Mas Deus tinha um plano para a sua vida.

Nova vida em Deus
Já casada e mãe de uma segunda filha, Shelley e o marido reaproximaram-se de Deus: “Descobri que havia permanentemente em mim um Campeão,” disse Shelley. “Aprendi que podia vencer tudo, porque com Deus tudo é possível. Com Deus, tive verdadeiro perdão de todos os meus pecados e oportunidade de me transformar numa pessoa completamente nova sem ser perfeita primeiro. Isso foi um alívio! Também aprendi que Deus tinha um propósito para a minha vida. Deus tinha um propósito para a minha vida? Isso era como alguém acender-me a luz.”
Em Novembro de 1999, Shelley deu à luz outra filha. “Após o parto, Deus respondeu finalmente às minhas orações e libertou-me completamente do álcool,” disse Shelley. “No dia 9 de Abril de 2000 foi quando me libertei totalmente, tendo constituído um acontecimento muito importante na minha vida. Comecei a ler livros sobre como ser uma melhor mãe e esposa. Aprendi a cozinhar e a cuidar do meu lar e a viver uma vida ‘normal’. Passei a praticar os princípios de Deus em tudo o que faço, e comecei a experimentar verdadeira alegria pela primeira vez em 13 anos."
Shelley afirma que o seu futuro é glorioso. “Deus agora envia-me a proclamar ao mundo a realidade do Seu tremendo amor, dizendo como Ele fez cada um de nós à Sua imagem, e somos completamente amados e aceites por Ele.”
Ela acrescentou, “Gosto de mostrar ao mundo que se Deus pode mudar uma estrela porno e uma prostituta numa Campeã, Ele pode mudar qualquer pessoa. Porém Deus só muda as vidas daqueles que O escolheram.”
Com a sua fundação, Shelley ajudou várias mulheres e homens a libertarem-se e a encontrarem Deus. A Crissy e a Patrice são apenas duas de muitas. Esta última, no dia 1 de Fevereiro recebeu o baptismo tendo a Shelley por madrinha.
Os sorrisos dizem tudo: Deus liberta mesmo!













Crissy, Patrice e Shelley
INFORMAÇÕES EM INGLÊS:
A Fundação de Shelley: http://www.thepinkcross.org/
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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

MARIA MADALENA NO SÉC.XXI (parte I)


JESUS, O ÚNICO CAMINHO

Chama-se Erica. Tem 27 anos. Durante cerca de seis anos viveu envolta na indústria do sexo, fotografada para revistas e sites para adultos. Testemunhou e experimentou o sofrimento e a solidão que provocava a ilusão do dinheiro e da beleza. Num mundo onde são exploradas e abusadas tantas jovens, Erica reconheceu o caminho errado que levava. Algo teria de dar sentido a sua vida… Encontrou-o em Deus. Nas vésperas do seu aniversário, em Maio de 2008, Erica escreveu uma longa mensagem no seu site a dar conhecimento da sua decisão: UMA NOVA VIDA DEDICADA A JESUS E A AJUDAR OUTRAS RAPARIGAS COMO ELA.
Eis algumas passagens dessa mensagem que constituem um belo testemunho e a prova de que CRISTO É O ÚNICO CAMINHO.
Afinal, a Deus nada é impossível!


“Durante muito tempo andei perdida. Tão perdida em mim e no mundo que nunca realizei o quanto estava desorientada. Sempre achei que eu era uma boa pessoa. Adoro ajudar os outros, fazer amizades, salvar animais e reabilita-los. Preocupo-me bastante com os meus amigos e minha família e faço tudo quanto posso para que tudo lhes corra bem. Durante muito tempo, pensei que estava a agir correctamente… dando o melhor de mim mesma… Bem… Eu estava errada…tremendamente errada.
(…)
Os últimos anos foram muito difíceis para mim (…). Independentemente de quantas pessoas ou criaturas ajudei, continuava a sentir um vazio no meu coração e na minha alma. (…) Entendi a solidão das pessoas com quem falava porque também eu me sentia só…. Como encher este vazio nos seus corações… nas suas almas? Por muito tempo, julguei que ajudava a encher o vácuo na vida de muitos, na via em que me encontrava. Mas era tudo mentira. Nunca poderia encher o vazio de ninguém... Somente intensificava a solidão… Apenas magoava mais a minha própria alma.
Procurei, longamente e arduamente, por alguém que me amasse. Que me amasse pelo que sou. Que preenchesse o vazio na minha alma. Que me completasse. Ao longo de todo esse tempo, o único que contava era eu mesma. Andava cega e errada. Em tantos aspectos, demasiado tempo.
Decidi deixar o mundo da pornografia para trás… e seguir o Senhor. Aceita Jesus Cristo como meu Senhor e Salvador, e dedicar a minha vida à sua vontade. Descobri a única realidade que pode e deseja encher este vazio… é DEUS!
Estive presa ao pecado e à destruição demasiado tempo. Decepção atrás de decepção… sofrimento atrás de sofrimento. Fui a pior inimiga de mim mesma.
Desejo uma nova luz e um novo propósito para continuar a minha vida. QUERO AJUDAR ESTAS RAPARIGAS! Essas almas abandonadas… estas jovens que abusam delas próprias. Vendendo-se para NADA. Quero ajudá-las a acabar com esta dor. Quero mostrar-lhes a luz… e o amor de Jesus. SÓ ELE PODE PREENCHER O VAZIO NAS SUAS VIDAS! ELE É O CAMINHO… O ÚNICO CAMINHO!
(…)
O nosso tempo aqui é tão curto… hoje pode ser o último dia. E teremos vivido por quê? E morremos por quê? Só existe um caminho para o céu e a vida eterna… e é através de Jesus.
Espero que o Senhor actue através de mim e me guie para fazer a sua vontade e ajude aqueles que eu puder. Aqueles que quiserem parar e escutar… aqueles que permitirem o Espírito Santo habitá-los e falar-lhes tal como Ele fez comigo.
(…)
A minha vida não me pertence mais… A minha vida é de Deus e da sua vontade. Quero espalhar o seu amor. Falar d’Ele a todos… e conduzi-los para Ele… TENHO UMA GRANDE NOTÍCIA PARA TI! Não é demasiado tarde. DEUS AMA-TE! Quer-te! Tudo quanto tens de fazer é aceitar o seu dom. Está mesmo à tua frente! Jesus morreu na cruz pelos nossos pecados. O preço pela nossa salvação foi pago integralmente…
Pedi perdão por tudo quanto tinha feito e FUI PERDOADA! Desejo passar o resto da minha vida fazendo o que Deus quer, colaborando na sua obra. EU SOU SUA!

Servindo Cristo,
Erica

sábado, 7 de fevereiro de 2009

FLORENCE NIGHTINGALE, uma vida como resposta a Deus


Estamos a 7 de Fevereiro de 1837. Florence Nightingale tem 17 anos e sente que Deus espera dela algo especial: decide formar-se em enfermagem.
Tornou-se famosa por ser pioneira no tratamento a feridos de guerra, durante a Guerra de Crimeia.
Florence, nascida a 12 de Maior de 1820, é filha de uma família rica residente em Florença, na Itália, daí advindo o seu nome. Ficou particularmente preocupada com as condições de tratamento médico dos mais pobres e indigentes. Como resposta e convencida de ser a vontade de Deus, optou por ser enfermeira provocando um verdadeiro escândalo familiar e social, pois esse caminho não correspondia aos parâmetros aceites para pessoas da sua condição.
Em Outubro de 1854, Florence e uma equipe de 38 enfermeiras voluntárias preparadas por ela, partem para os Campos de Scurati localizados na Criméia a fim de prestar tratamento físico e moral aos enfermos.

Dizia ela: "A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, uma preparação tão rigorosa, como a obra de qualquer pintor ou escultor; Pois o que é o tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das artes."

Florence faleceu a 13 de Agosto de 1910, deixando um legado de persistência, competência, compaixão e dedicação ao próximo, estabelecendo as directrizes e caminho para uma enfermagem moderna.
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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

AKIANE, a menina prodígio inspirada por Deus

Chama-se Akiane Kramarik e tem pouco mais de 14 anos. Aparentemente, uma adolescente como tantas outras e com jeito para pintar e escrever poesia. A diferença é que os seus quadros são vendidos por milhares de dólares. O admirável é que a jovem Akiane atribui a Deus os seus talentos.

A sua arte
Nascida a 9 de Julho de 1994, é filha de uma Lituana ateia e de um chefe de cozinha americano. Desde os 4 anos que se dedica ao desenho e à pintura. É com essa mesma idade que ela diz manter uma experiência espiritual insomum que tem conduzido a sua família à aproximação de Deus. "Todas as manhãs e todas as noites, converso com Deus. É como se fosse uma voz na minha mente que conversa comigo".
Através da sua arte, pretende comunicar às pessoas conforto e esperança, querendo ainda inspirá-las a exercer os dons dados por Deus. O seu maior desejo é "que todos amem a Deus e os outros". Assim o faz revertendo parte do benefício pela venda das suas obras a favor de instituições de caridade.



A nossa arte
Nem todos temos as capacidades da Akiane. Contudo, Deus concedeu-nos talentos e qualidades suficientes para fazer da nossa vida uma bela “obra de arte”. Não interessa “vender” o que fazemos mas enriquecer os outros com o que vivemos. E isso não tem preço! As nossas mais belas poesias serão as palavras que consolarão e encorajarão aqueles que delas precisarem. As nossas mais belas pinturas serão os gestos e opções que tomaremos para o bem de outros. Ainda que a obra não esteja ainda visível e acabada, ela começa hoje onde te encontras com a pincelada e o verso de cada dia.

Para saber mais sobre Akiane:
http://akianepintora.blogspot.com/

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

MAHATMA GANDHI, a força de um crente


Mohandas Karamchand Gandhi, “pai da nação indiana” foi assassinado nesta data de 30 de Janeiro de 1948 por um extremista hindu durante a uma oração pública. Dois milhões de Indianos participaram no seu funeral.

A não-violência como lema de vida
Esta figura mundialmente conhecida por Mahatma Gandhi (Mahatma significa “grande alma”) professava a não-violência, denominada por ele como “ahimsa” e a resistência passiva perante o ocupante britânico. Porém, esta não-violência não pode ser confundida com o simples pacifismo de quem recusa a guerra mas sem se comprometer na luta dos problemas reais. A opção de Gandhi é violenta, não contra os outros, mas contra si próprio na medida em que implica total compromisso em não abdicar da luta mas sem nunca ferir o outro. Assim o esclarece uma das suas frases mais conhecidas: “Não existe um Caminho para a PAZ. A PAZ é o Caminho.” Por outras palavras, não podemos esperar que a paz venha dos outros e da ausência de conflito. Ela é, antes de mais, uma atitude e compromisso interiores.

A força de um crente
Deste grande homem importa recordar a sua coerência de vida entre o que pensava, dizia e fazia. Por opção escolheu viver pobremente quanto ao vestuário e à subsistência vivendo do fruto de trabalhos manuais, ele que se tinha formado em direito na Inglaterra.
Embora não fosse cristão, deixa-nos o exemplo de um grande crente em Deus, no homem e na vida. Nele não havia espaço para maus sentimentos: “O amor é a força mais subtil do mundo.”
“Uma vida sem religião é como um barco sem leme.”
Grande apaixonado do mundo religioso e leitor do Novo Testamento, reconhece-se facilmente o que diz S. Paulo sobre a caridade (1 Cor 13, 4-7) nesta afirmação de Gandhi: “O amor nunca faz reclamações; dá sempre. O amor tolera; jamais se irrita e nunca exerce vingança.” Jesus Cristo é, para ele, fonte de inspiração. Infelizmente não o foram os cristãos. “Eu seria cristão, sem dúvida, se os cristãos o fossem vinte e quatro horas por dia.” Que fique registada esta interpelação para cada um de nós. Como dizia ele, “é melhor que fale por nós a nossa vida, que as nossas palavras.”

Eis um pequeno texto seu:
"Ensaia um sorriso e oferece-o a quem não teve nenhum. Agarra um raio de sol e desprende-o onde houver noite. Descobre uma nascente e nela limpa quem vive na lama. Toma uma lágrima e pousa-a em quem nunca chorou. Ganha coragem e dá-a a quem não sabe lutar. Inventa a vida e conta-a a quem nada compreende. Enche-te de esperança e vive á sua luz. Enriquece-te de bondade e oferece-a a quem não sabe dar. Vive com amor e fá-lo conhecer ao Mundo."
Para nós, cristãos, esse raio de sol, essa nascente e esse amor tem um nome: Jesus Cristo.


quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

ALBERT SCHWEITZER, a felicidade do serviço


Albert Schweitzer nasceu nesta data de 14 Janeiro, no ano de 1875, na Alsácia então território alemão antes de passar para administração francesa. Filho de um pastor luterano, formou-se inicialmente em teologia e filosofia, sendo ainda um dos melhores intérpretes de Bach e uma autoridade na manufactura de órgãos.

Mas é aos 30 anos que a sua vida irá mudar radicalmente. Sendo docente numa das mais notáveis universidades europeias, músico reputado e pastor da sua comunidade, decide deixar tudo para consagrar a vida à humanidade. Nada do que era chegava para saciar a sua alma sempre disponível para o serviço. Aposta na medicina com o objectivo de ajudar as populações africanas necessitadas.
Parte para o Gabão, juntamente com a sua esposa formada em enfermagem. Ao deparar-se com a falta de recursos iniciais, improvisou um consultório num antigo galinheiro. O clima hostil, a falta de higiene, o idioma que não percebia, a carência de remédios e instrumental insuficiente não o impediram de atender os pacientes. Tratava mais de 40 doentes por dia e paralelamente ao serviço médico, ensinava o Evangelho com uma linguagem apropriada, dando exemplos tirados da natureza sobre a necessidade de agirem em benefício do próximo.
Só a I Grande Guerra interrompeu o seu trabalho missionário. Depois disso, realizou uma série de conferências, com o intuito de recolher fundos para reconstruir a sua obra na África, nomeadamente um hospital devidamente equipado. A sua compaixão não se limitava ao homem, mas a toda a natureza e seus seres.
Como reconhecimento pela sua vida e obra recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1952. O seu exemplo motivou muitos outros missionários e médicos.
Faleceu no dia 4 de Setembro de 1965, em Lambaréné, no Gabão.

A guerra, a miséria de tantos povos levou-o a reflectir sobre a humanidade, iluminado pela sua fé. Eis alguns dos seus pensamentos:
“O mundo tornou-se perigoso, porque os homens aprenderam a dominar a natureza antes de se dominarem a si mesmos.”
“A nossa civilização está condenada porque se desenvolveu com mais vigor materialmente do que espiritualmente. O seu equilíbrio foi destruído.”
“Só são verdadeiramente felizes aqueles que procuram ser úteis aos outros.”
“Não há heróis da acção; só heróis da renúncia e do sofrimento.”
“Os anos enrugam a pele, mas renunciar ao entusiasmo faz enrugar a alma.”
“Não devemos contentar-nos em falar do amor para com o próximo, mas praticá-lo.”
“Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. É a única.”
“A tragédia do homem é o que morre dentro dele enquanto ele ainda está vivo.”
“Não sei qual será o seu destino, mas uma coisa eu sei: os únicos entre vós que serão realmente felizes são os que procurarem e encontrarem um meio de Servir.”

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

OLGA BEJANO, viver no limite (I)












Olga Bejano, pentaplégica, faleceu na madrugada de 5 de Dezembro, em Logroño, Espanha. A sua vida constitui uma extraordinária lição de confiança, coragem e de luta.
Olga contraiu em 1987 (tinha 23 anos) uma enfermidade neuromuscular que deixou paralisado a quase totalidade do seu corpo: durante mais de 20 anos não pôde falar, nem ver, respirava artificialmente e alimentava-se através de uma sonda.
No entanto, encontrou um método para comunicar com o mundo: fazendo uns rabiscos aparentemente incompreensíveis com os impulsos do seu joelho, e que as suas enfermeiras aprenderam a traduzir lentamente em abecedário. Graças a este original sistema, Olga publicou com grande êxito três livros: "Voz de Papel", "Alma de cor salmão" e "Os Rabiscos de Deus. O seu último livro, precisamente, era una lúcida reflexão sobre a grandeza e os limites do ser humano e, especialmente, sobre a capacidade de superação das pessoas. Actualmente encontrava-se a escrever o seu quarto livro, intitulado "Asas Quebradas".
Viver no limite
Olga Bejano começou a ser mais conhecida quando o filme “Mar Adentro”, protagonizada por Javier Bardem no papel do tetraplégico Ramón Sampedro, consagrou a eutanásia como forma de acabar com o sofrimento querendo eleva-la à categoria de "direito humano". Olga e Ramón mantiveram uma breve correspondência. No seu segundo livro, "Alma de cor salmão". Olga relatava: "Ramón disse-me que não podia entender como é que, nessas condições, eu queria continuar a viver; respondi-lhe que tinha tanta vontade ou mais que ele de desistir. Mas, ao contrário dele, eu era crente e queria que Deus decidisse qual era o meu dia e minha hora; entretanto lutaria por conseguir a assistência que necessito. Propus-lhe, que em vez de lutar para morrer, que lutasse para viver. Porque não lutas por conseguir uma vida independente, técnicos que cuidem de ti, uma cadeira eléctrica que te leve a passear, um computador que possas usar com a voz? Eu nunca direi sim ou não à eutanásia, darei testemunho com a minha vida, pois só os factos contam".

Na última entrevista que concedeu, Olga referia: “Para mim a enfermidade não é nenhum presente. Os seres humanos são matéria e alma. A matéria pode deteriorar-se por muitas circunstâncias e se aceitamos a situação de forma positiva, pode ser uma oportunidade para madurar e crescer como pessoa humana e espiritualmente. Deus dá-me outro tipo de presentes pondo na minha vida uma equipa médica de cuidados paliativos fabulosa, um montão de amigos que sempre estão quando os necessito, minha família, etc.”


Como mensagem a todos, deixou estas palavras: “Desejaria gritar que valorizem a sua vida, que a saibam viver de uma forma sã, que vivam em paz e que saibam ser felizes com o que são e com o que têm. Que aprendam a ser felizes e assim poderão tornar felizes os outros. Não se pode dar o que não se tem.”
Quando, um dia lhe perguntaram – Que te faz viver, Olga? –, uma resposta simples: “Deus. Tudo o que sou, recebi-o d’Ele”. Ou ainda: Olga, és feliz? Categoricamente respondia: “Claro que sou feliz!”
Mais palavras, para quê?

Para saber+
http://olgabejanodominguez.blogspot.com/

OLGA BEJANO, viver no limite (II)

Este é o vídeo de apresentação do terceiro livro de Olga Bejano, "Los Garabatos de Dios".

sábado, 25 de outubro de 2008

CHASE HILGENBRINCK, do futebol para o seminário


Chama-se Chase Hilgenbrinck. É norte-americano. Jogava futebol profissional na Primeira Liga dos Estados Unidos (MLS) no clube New England Revolution. Até aqui, nada de especial, dir-me-ão.
O que torna diferente este rapaz é a sua opção, também ela diferente: decidiu pôr termo à sua carreira profissional para ingressar no seminário a fim de ser ordenado sacerdote. Nada mais do que isso. É uma simples escolha que tomou, livre e responsavelmente. Contudo, não é muito comum deixar o mundo de alta competição, com tudo o que ela envolve (fama, sucesso, dinheiro…). Quantos não podem prosseguir por causa de lesões graves ou falta de sorte!?
Mas Chase escolheu: “Após anos de ponderação, senti fortemente que Deus me chamou para ser padre na Igreja Católica. Embora vá sentir falta de jogar futebol, sei que estou a avançar para algo muito maior”.

Chase começou a jogar futebol na equipa da universidade, emigrando depois para o Chile onde esteve quatro anos. Regressado aos Estados Unidos passou pelo Colorado Rapids antes de representar o New England Revolution do qual era o capitão.
A sua decisão de abandonar o desporto surpreendeu muita gente a começar pelo presidente do clube e o seu treinador, mas este reconhece que Chase, o seu lateral esquerdo, actuou “de acordo com as suas convicções, e isso com certeza é bom para ele”.
Chase, apenas com 26 anos, confessa que ainda pensou esperar o fim da carreira desportiva para se dedicar integralmente à igreja: "eu pensei nisso. Continuo muito apaixonado pelo desporto, e não o deixaria por nenhum outro emprego. Mas troco o futebol pelo Senhor".
Para tomar esta decisão, foram necessários vários anos de discernimento e oração pessoal. Também a profunda fé de seus pais contribuiu bastante para esta opção. Noutra entrevista, o agora ex-jogador de futebol afirma: “Jogar a nível profissional foi a minha grande paixão durante muito tempo e sinto-me privilegiado por ter vivido intensamente esse sonho. Mas agora a minha paixão é fazer a vontade de Deus, que é querer somente o que Ele quer para mim. (…) Descobri que tinha fome de algo mais: Todos estamos destinados a fazer algo. Sinto que a minha vocação é o sacerdócio”.

Para o Chase, fica a consolação que no seminário poderá continuar a praticar o seu desporto favorito. A sua felicidade é bem notória nesta entrevista concedida a um canal de televisão norte-americano. Nela, chase diz: "Deus dá-nos tanto amor e eu experimentei o seu amor e o seu chamamento. Sinto-me abençoado por ser escolhido para ser seu ministro". Se não perceberem inglês, não faz mal. O seu sorriso diz tudo.
E, já agora, ele pede a vossas orações para continuar a fazer o que Deus quer.


quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Sœur EMMANUELLE, mendiga por amor


Teria completado 100 anos se tivesse vivido mais um mês. Faleceu este passado dia 20 de Outubro a Sœur (irmã) Emmanuelle. Pouco conhecida entre nós, era uma personalidade de referência em França, Bélgica e mundo árabe, sobretudo no Egipto. Para aqueles que a conheciam era um “ícone da solidariedade e apoio dos pobres e marginalizados.

Nasceu em Bruxelas a 16 de Novembro de 1908 com o nome de Madeleine Cinquin. Filha de pai francês, possui as duas nacionalidades: belga e francesa. Mais tarde, em atenção à obra desenvolvida no Cairo, o presidente Moubarak conceder-lhe-á a nacionalidade egípcia. Cidadã do mundo e advogada dos pobres, a existência de Madeleine começa na comodidade de uma família abastada. Bruxelas, Londres, Paris aconchegam a sua infância. Mas aos 6 anos perde o pai. Esse acontecimento doloroso aproximá-la-á de Deus. É o princípio de uma relação que definirá a sua vocação à vida consagrada.
Em 1929, ingressa na Congregação de Nossa Senhora de Sião. Dois anos mais tarde, ao professar assume aquele que passará a ser o seu novo nome: Irmã Emmanuelle (Deus connosco – em Hebraico). É enviada para Istambul, Turquia, onde ensina filosofia e outras matérias. Mais tarde, a mesma função, na Tunísia e, finalmente, no Egipto.

Porém, essa vida de ensino não corresponde ao seu anseio de se dar aos pobres por amor de Cristo. Em 1971, já com 62 anos, volta-se definitivamente para os bairros onde a miséria reina. Decide partilhar a vida dos mais desprovidos. Como ela dizia, “aquele que deixa Deus viver no seu coração não pode desprezar ninguém”. Parte e instala-se num dos bairros de lata mais pobres do Cairo, onde as pessoas vivem do lixo que recolhem nas descargas públicas. Colaborando com as diversas igrejas locais, consegue estabelecer uma comunidade e lança diversos projectos de saúde, edução e protecção social tendo em vista o melhoramento das condições de vida.


É o princípio de uma obra que não conhecerá fronteiras. A sua acção estende-se a outros bairros, cidades e chega ao Sudão. Começa a ser conhecida e Sœur Emmanuelle aproveita a sua notoriedade para angariar fundos e ajudas. Para ela, contudo, não se trata de mera compaixão pelos pobres. “Não são os ‘meus’ pobres, mas os meus irmãos e minhas irmãs, com os quais tenho a alegria de partilhar uma vida pobre”. Quando em 1993 deixa o Egipto, são cerca de 85% das crianças que ela levou à escolarização, a violência que diminuiu no bairro marginalizados e as bases da liberdade das mulheres que ela deixou como herança, após 22 anos de entrega ao amor pelos 'esquecidos da sociedade'.

Regressada à França, dedica-se à oração, à escrita de vários livros e à acção de sensibilização de toda a sociedade em favor de um maior compromisso solidário. Funda algumas associações com fins caritativos. Juntamente com o Abbé Pierre, são para os franceses o rosto da caridade, pela radicalidade da entrega e pela franqueza na denúncia das injustiças.
Mas sem sombra de dúvida, foi o seu amor por Jesus que a levou pela mão, pelos caminhos da generosidade e da fé. A Eucaristia era para ela uma fonte onde restaurava as forças: “todas as manhãs eu tinha a impressão de correr para um encontro de amor!

Antes de falecer, deixou uma mensagem: “Toda a minha vida, quis testemunhar que o amor é mais forte que a morte. (…) A vida jamais se interrompe para aqueles que sabem amar".

Como seria bom todos podermos dizer como Sœur Emmanuelle: “Jesus-Amor, sempre foste o meu vencedor, ensinaste-me a viver”.
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