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quinta-feira, 18 de março de 2010

UM MISSIONÁRIO ENTRE NÓS


Chama-se José Cortes dos Reis Antunes, tem 52 anos e é sacerdote e missionário do Verbo Divino no Brasil há quase 25 anos. Oriundo da nossa diocese, (natural de Janeiro de Cima – Fundão) não esqueceu as suas raízes e passou algum tempo de férias junto da família. O Voc-Acção aproveitou a sua passagem para vos dar a conhecer este missionário que nos recorda que a Igreja, sendo una, tem vários rostos e que a beleza da fé cristã está em acolher a diferença e aprender com os outros.



VocAcção - Qual foi o seu percurso vocacional?

José Cortes - Entrei no seminário do Tortozendo em 1969 onde estive até completar os estudos secundários; fiz um ano de paragem entrando, depois disso, no seminário de Évora onde fiz a filosofia (primeira parte do curso teológico) de 1978 a 1981, sucedeu-se o ingresso na Congregação do Verbo Divino com o noviciado em Espanha; em 1982 regressei ao Tortozendo, como prefeito. De seguida, concluí o curso de teologia na Universidade Católica até 1986; entretanto, professei os votos perpétuos na Congregação a 20 de Outubro de 1985, tendo sido ordenado sacerdote a 20 de Abril de 1986. No dia 2 de Novembro de do mesmo ano, levantei voo para o Brasil.


V.A. - Como fez a sua descoberta vocacional?

J.C. - Tudo começou com uma passagem pela escola do padre Lúcio, missionário do Verbo Divino, que questionou a miudagem sobre quem queria ser missionário. Fui o único a levantar a mão. Fui parar ao seminário. Mas foi em Évora, anos depois, que decidi ser missionário.


V.A. - O que significa ser missionário?

J.C. - Ser missionário, em qualquer lugar, implica uma mudança eterna e interna de abertura aos outros, aos outros lugares e à Igreja comum. A pessoa não se pode fechar-se em ideias e conceitos; tem de se abrir à Igreja, respeitando os outros, compreendendo-os e aceitando-os tal como são.


V.A. - Onde esteve e o que fez concretamente?

J.C. - No estado do Pará, na prelazia de Óbidos, diocese de Santarém, dediquei-me à pastoral paroquial e, actualmente, na pastoral social da diocese seguindo de perto as problemáticas dos indígenas, questões ligadas à terra e direitos humanos.


V.A. - Quais as diferenças entre a Igreja brasileira e portuguesa?

J.C. - Na Igreja brasileira, os leigos empenham-se na evangelização, através da formação bíblica, espiritual e religiosa, com bons cursos. Os leigos estão activamente presentes nos Conselhos pastorais e económicos. Os bispos reflectem, com os leigos, a situação do país e dão-na conhecer à sociedade.

V.A. - O que mais o apaixona na vida missionária e quais as maiores dificuldades?

J.C. - O que mais me apaixona é o encontro de culturas, de povos, a novidade e a abertura ao desconhecido, a novas tradições, novas ideias, novos caminhos, nova maneira de crer, novos desafios, podendo ajudar a supera-los.

A maior dificuldade é, sem dúvida, deixar o pensamento da Igreja europeia para entrar na realidade brasileira.

V.A. - Por fim, um mensagem, nomeadamente aos jovens:

J.C. - Sois responsáveis pela vossa Igreja, pois a Igreja é vossa.



O Voc Acção deseja um bom regresso ao Pe. José Cortes pedindo a Deus que o abençoe na sua actividade pastoral junto dos nossos irmãos brasileiros.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

"MISSÃOBIQUE"


Duas jovens da nossa Diocese embarcaram no domingo 29 de Julho para Moçambique. Apoiadas pelo Guard'África, esperam realizar o que ficou denominado por "Missãobique".
O Voc Acção quis ouví-las, conhecer as suas motivações antes da partida e partilhar contigo as suas mensagens.

Vera Mónica Pragana Cairrão
1. Porquê ir em missão?
R. - Ir em missão… a ideia, quando surgiu, não foi bem com esta conotação. Primeiro, e já hà algum tempo, surgiu a vontade de ir para África. África sempre me despoletou um ímpeto de partir e de conhecer aquela terra, aquela gente. A ideia original foi a de descoberta e a de partilha de uma outra cultura. A ideia de “missão” foi-se construindo a partir desta vontade, deste sentimento, e agora, concretiza-se. Vou estar em África num espírito de partilha e de envolvimento.

2. Que expectativas tens?
R. - As expectativas que tenho centram-se apenas no estar, escutar, dialogar com o outro, com aqueles que me aguardam, os quais estou ansiosa por conhecer e por descobrir.

3. O que representa para ti esta missão? Qual o seu sentido?
R. – Esta missão significa a concretização de uma cumplicidade muito desejada e que se pretende livre e sincera. Esta missão representa, acima de tudo, o início de uma caminhada de aprendizagem do amar e, essencialmente, de amar o outro em liberdade. A missão tem para mim um significado de reflexão, de abertura a outras perspectivas do “estar” na vida, do “estar” com o outro.

Ana Cristina Gonçalves Quadrado
1. Porquê ir em missão?
R. - Esta missão representa o início de mais uma caminhada acompanhada, passo a passo, com o Amor que Deus Pai “depositou” em nós…

2. Que expectativas tens?
R. - As expectativas de me envolver com o “próximo”, de amar, acarinhar, compreender, aprender, crescer,…

3. O que representa para ti esta missão? Qual o seu sentido?
R. – Trata-se de uma “semente” que germinou no meu coração desde muito cedo, de uma vontade que só o coração entende. Agora nasceu a primeira flor deste jardim interior e está carregado de “sementinhas” para o encher de flores…
A ambas o Voc Acção deseja uma boa missão.
Estaremos atentos ao seu regresso.

FACE MISSIONÁRIA


“Oxukuru”!...
“Oxukuru”!... Assim se diz “Obrigado” em Macua, um dos muitos dialectos de Moçambique. Lá ou cá, podem mudar as palavras mas, no fundo, os significados são muito semelhantes, bem como os seus fundamentos. Assim também a Igreja. Onde quer que ela esteja implantada, apesar das linguagens e métodos diferentes em virtude das necessidades óbvias de “Inculturação”, a sua missão é única: “anunciar e instaurar, no meio de todos os povos, o Reino de Deus inaugurado por Jesus Cristo”, pois, ela é “sacramento universal de salvação”, isto é, “sinal e instrumento da reconciliação e da comunhão de toda a humanidade com Deus e da unidade de todo o género humano” (Cf. Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, 2005). Daqui, emana o carácter missionário da Igreja que há-de manifestar-se onde quer que a mesma se encontre procurando implantar-se tendo em conta as circunstâncias de lugar, com as suas potencialidades e estrangulamentos, mas sempre com a força da fé e do Baptismo em Jesus Cristo.

Neste sentido...
onde será o melhor local para um cristão ser “missionário”?...


Será, certamente, o local onde o mesmo se encontra. Porque a missão, mais do que uma questão geográfica, é uma questão intrinsecamente cristã e, como tal, dependente do bilhete de identidade da fé registado no dia do Baptismo. A partir daí, as alegrias e as tristezas de cada ser humano terão uma dimensão universal, onde todos estarão “próximos” de todos, porque as razões do Baptismo, em Jesus Cristo, já os havia aproximado. De um modo mais concreto, o que me deve levar ao encontro do outro é uma “atitude cristã” de “compromisso”, marcada pelo Baptismo, e traduzida em sinais concretos do Reino de Deus que poderão passar por uma palavra (dimensão Profética), por uma celebração (dimensão Sacerdotal) e/ou por pequenos grandes gestos de caridade (dimensão Real).
O tríplice ministério da Igreja - Profético, Sacerdotal e Real - , à maneira de Jesus Cristo “Profeta, Sacerdote e Rei” é a grande responsabilidade ou missão de cada cristão, com o qual cada um se há-de comprometer, onde quer que se encontre, sob pena de, a não se verificar, o mesmo ser menos missionário e, como tal, menos cristão. Neste sentido, qualquer “Oxukuru”, “Obrigado” e milhares de outras tantas formas de agradecimento, que se multiplicam pelo mundo fora, terão um igual sentido, verdadeiramente missionário, se cada cristão tiver consciência da sua identidade cristã e agir em conformidade, onde quer que se encontre. A “face missionária” da Igreja é/será tão simples quanto isso!... “Obrigado”!...
Paulo