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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

REZAR COM SÃO DOMINGOS (V)

ORAÇÃO DAS MÃOS

Domingos queria imitar Jesus tal como o descreve Lucas quando “entrou na sinagoga, levantou-se para fazer a leitura.”

De pé, Domingos estendia as mãos como um livro aberto e o seu coração meditava a Palavra na presença do Senhor.

No silêncio, as suas mãos falavam por ele: tanto as juntava diante dos olhos, tanto as afastava junto aos ombros tal como o faz o sacerdote quando reza o Pai Nosso.

Perscrutava com atenção a Palavra que lia; depois meditava recolhido.

Os frades ficavam impressionados de o ver tão tomado pela oração e pela liberdade com que se exprimia com o seu Deus.

As suas mãos!

Desde há muito que conheciam a suavidade da textura dos pergaminhos e os gestos atenciosos para com os pobres e necessitados, mais preciosos que os seus livros anotados, os gestos de cura e de misericórdia sobre os enfermos a quem tratava das feridas; as suas mãos abertas e despojadas como as de Cristo com quem ele conversava, de pé, livre e feliz.

Como rezo, actuo e vivo com as minhas mãos?

Fonte: http://valence.cef.fr/

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

REZAR COM SÃO DOMINGOS (IV)


ORAÇÃO EM HORAS DIFÍCEIS
Domingos rezava, por vezes, de braços estendidos e mãos abertas, em forma de cruz, de pé e de corpo bem direito.
Era assim visto a rezar em raras e trágicas circunstâncias.
Recitava lentamente alguns salmos, aqueles que mais evidenciavam a súplica, angústia ou sofrimento. De mãos abertas e braços estendidos, como Cristo na cruz.
Os salmos tornavam-se a sua oração nessas horas mais graves, em comunhão com o desespero do seu próximo, tocado pela dor física ou pela proximidade da morte:
“Oh, Senhor, eis o meu grito!
Imploro-Te, Senhor, por ele a minha súplica,
o meu desespero a Ti confio
enquanto me faltam as forças,
mas Tu conheces o meu caminho!
Para Ti dirijo o meu grito:
Tu, meu refúgio,
estejas atento à minha prece,
pois estou sem forças.
Para Ti estendo as mãos,
não escondas de mim a tua face.
Retira a minha alma da angústia pois sou teu servo.”

Estarei eu suficientemente atento ao sofrimento daqueles que me rodeiam?
Percebo o amor depositado pela ternura de Deus, em mim e nos outros?
Saberei rezar os salmos partilhando os sentimentos de quem os escreveu e por quem os rezo?


segunda-feira, 31 de agosto de 2009

ADOPTE UM PADRE!


Estando, uma boa parte de nós, numa de “rentrée” (regresso) e a propósito do Ano Sacerdotal que estamos a comemorar, o ‘Voc-Acção’ faz eco de uma iniciativa original que transcrevemos do Boletim carmelita ‘Mensageiro do Menino Jesus de Praga.

Recordamos que, segundo Bento XVI, esta comemoração “pretende contribuir para fomentar o empenho de renovação interior de todos os sacerdotes para um seu testemunho evangélico mais vigoroso e incisivo” a fim que todos os sacerdotes se tornem, “no mundo actual, mensageiros de esperança, de reconciliação, de paz”.

Com esse intuito, Dom Murilo S. R. Krieger, arcebispo de Florianópolis (Brasil), lança-nos uma forma original de todos se associarem a essa causa: Adopte um padre!

.

Dentre os sacerdotes que conhece, escolha um deles, e reze todos os dias pela sua santificação.

Ofereça algum sacrifício para que ele exerça bem o seu ministério. Nunca lhe fale sobre isso, nem faça comentários a esse respeito com outras pessoas. Que seja apenas o Bom Pastor a tomar conhecimento dos pormenores dessa “adopção”. (…)

Deste modo, está a responder ao apelo da Igreja, que nos recorda: «todo o Povo de Deus deve rezar pelas vocações sacerdotais». A sua resposta ao apelo de adoptar um padre tem uma particularidade: não está só a rezar pelo clero em geral, mas por um padre com um nome e um rosto. (…)”

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

REZAR COM SÃO DOMINGOS (III)


ORAÇÃO DE INTIMIDADE

Domingos sonda a Palavra.

Domingos é sensível às palavras que lê, relê, medita, rumina, memoriza.

A Bíblia, é Deus presente que fala e, assim, molda a sua obra.

É o livro escrito por mão humana mas inspirado por Deus que imprime a sua marca em cada um. Contrariamente a alguns que parecem levar tempo a estabelecer o contacto com o Autor divino, Domingos conecta-se à velocidade das emoções e sentimentos: paz e ternura do diálogo, risos e lágrimas, humildade, desejo, temor filial, gratidão…

Já que o coração é tocado, todo o corpo, todo o ser é envolvido, cumulado, manifestando-se em resposta de amor Àquele que fala.


Domingos toma o tempo de se recolher tal como se faz com um amigo.

O tempo pode correr.

É tão bom estar juntos para conversar…


Fonte: http://valence.cef.fr/

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

REZAR COM SÃO DOMINGOS (II)

ORAÇÃO DE INCLINAÇÃO

No início da oração, Domingos inclinava profundamente a cabeça e permanecia humildemente prostrado diante do altar na presença de Deus.

Não se apresenta diante de Deus de cabeça altiva na arrogância de um ultimato: “Senhor, tenho cinco minutos para Ti, não me faças esperar” ou “Se queres a minha fé, mostra-Te…

Não. Domingos não se apresenta assim diante de Deus.

Pelo contrário, inclina-se profundamente diante d’Ele. Sabe, conscientemente, que não pode alcançar Deus pelas suas próprias forças.

A sua inteligência, os seus pensamentos, a sua imaginação, a sua memória, o seu coração, tudo volta activamente para Deus…

Mas Aquele que ele procura ultrapassa-o infinitamente.

Os seus esforços serão vãos se Deus não o elevar até Ele.

Domingos prostra-se diante de Deus para que Deus se debruce sobre ele…

Então, todo o seu ser revelava o seu amor.

E ensinava os seus irmãos a experimentar o mesmo…

.

Fonte: http://valence.cef.fr/

sábado, 8 de agosto de 2009

REZAR COM SÃO DOMINGOS


Hoje, é o dia de São Domingos de Gusmão, ilustre pregador, contemporâneo de Francisco de Assis. Apaixonado pela Sagrada Escritura, dedica-se ao seu estudo e meditação para melhor a comunicar. É o seu maior desejo: que todos conheçam e vivam da Palavra de Deus.

Domingos era, consequentemente, um homem de profunda oração.

A partir de hoje, o “Voc Acção” dá-te a conhecer diversas formas como rezava este homem de Deus para (por que não!?) também tu experimentares.


ORAÇÃO DE IMPLORAÇÃO

Como são Domingos, como uma flecha que atravessa os céus, não tenhamos medo de “forçar” Deus pois “o Espírito socorre a nossa fraqueza”.

Trata-se de uma oração intensa e poderosa que S. Domingos fazia de mãos erguidas e abertas para receber o dom do Espírito Santo. Esse dom, pedia-o para todos os seus irmãos.

Através dessa oração, os irmãos pregadores (assim são também chamados os Dominicanos, que o santo fundou) vivem as bem-aventuranças, na pobreza, no sofrimento, nas perseguições que experimentam na pregação itinerante. Mas tudo isso se torna fonte de felicidade para eles e para todos quantos dedicam a sua vida pelos outros…

É a força do Espírito Consolador habitando o coração de Domingos que o torna consolador dos irmãos que ele acolhe no vasto coração da caridade.

O Espírito Santo que mora no nosso íntimo e que nos impele, igualmente, a rezar e a suplicar… pois “Ele mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis” (Ro 8).

Deus espera a nossa oração compassiva, insistente, cheia de fé a fim de derramar sobre nós as graças da Misericórdia, da Paz e da Alegria.



Não são precisas muitas palavras…



Fonte: http://valence.cef.fr/

segunda-feira, 9 de março de 2009

SER MISERICORDIOSO


“Sede misericordiosos,
como o vosso Pai é misericordioso.”

cf. Lc 2, 36-38

Quatro meios concretos para praticar a misericórdia:
Não julgar: jejuemos nos julgamentos espontâneos que fazemos dos outros. Nunca conheceremos os sentimentos profundos e íntimos que motivam atitudes ou palavras que nos desagradem. Só Deus conhece o segredo de cada um.
Não condenar: condenar é formular um julgamento definitivo; é uma forma de matar a relação com alguém. Jesus julgava actos mas teve sempre a preocupação de salvar as pessoas. Como dizia Tolstoi, “compreender a dificuldade dos outros, é perdoar”.
Perdoar: é condição necessária se queremos ser perdoados por Deus. Um meio para nos ajudar a perdoar é começar a rezar por aqueles que não amamos. O perdoa permite libertarmo-nos de ressentimentos e mágoas, ao mesmo tempo que restabelece os laços quebrados com Deus e os outros.
Dar: dar o que temos é bom, mas dar os que somos é melhor. Para além do nosso tempo, da nossa atenção, dar amor por meio das palavras e gestos concretos. É nessa medida que nos assemelhamos a Deus, revelando a nossa capacidade em amar. “Perdoa-se tanto quanto se ama”, afirmava La Rochefoucauld.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

DIZER SIM


"Filho, vai trabalhar hoje para a vinha."
Mt 21, 28

Dizer sim
para deixar os caminhos batidos
da facilidade.

Dizer sim
para viver o teu projecto, meu Deus,
e o realizar.

Dizer sim
para ir ao encontro dos outros
e te encontrar a Ti.

Dizer sim
para olhar o coração
primeiramente
e o rosto depois,
em segundo lugar.

Dizer sim
para sair de minha casa
e me tornar disponível
para aqueles que Têm fome,
frio e solidão.

Dizer sim
ao teu Evangelho
e trabalhar contigo
para que cada um receba
a sua parte,
com toda a justiça.

Senhor, digo “SIM”!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

ESCUTAR... PARA AGIR


«Nem todo o que me diz: 'Senhor, Senhor’ entrará no Reino do Céu,
mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está no Céu.»

cf. Mt 7,21.24-27

O Pai celeste disse uma única palavra: é o Seu Filho. Disse-a eternamente e num eterno silêncio. É no silêncio da alma que Ele se faz ouvir.
Falai pouco e não vos metais em assuntos sobre os quais não fostes interrogados.
Não vos queixeis de ninguém; não façais perguntas ou, se for absolutamente necessário, que seja com poucas palavras.
Procurai não contradizer ninguém e não vos permitais uma palavra que não seja pura.
Quando falardes, que seja de modo a não ofender ninguém e não digais senão coisas que possais dizer sem receio diante de toda a gente.
Tende sempre paz interior assim como uma atenção amorosa para com Deus e, quando for necessário falar, que seja com a mesma calma e a mesma paz.
Guardai para vós o que Deus vos diz e lembrai-vos desta palavra da Escritura: "O meu segredo é meu" (Is 24,16)...

Para avançar na virtude, é importante calar-se e agir, porque falando as pessoas distraem-se, ao passo que, guardando o silêncio e trabalhando, as pessoas recolhem-se.
A partir do momento em que aprendemos com alguém o que é preciso para o avanço espiritual, não é preciso pedir-lhe que diga mais nem que continue a falar, mas pôr mãos às obras, com seriedade e em silêncio, com zelo e humildade, com caridade e desprezo de si mesmo.
Antes de todas as coisas, é necessário e conveniente servir a Deus no silêncio das tendências desordenadas, bem como da língua, a fim de só ouvir palavras de amor.

S. João da Cruz (1524-1591),
carmelita, doutor da Igreja
in Conselhos e Máximas

sábado, 15 de novembro de 2008

ORAR SEMPRE


«Jesus disse uma parábola
sobre a necessidade de orar sempre»
cf. Lc 18,1-8


Não podemos limitar a oração a pedidos em palavras. Com efeito, Deus não precisa apenas que Lhe façam discursos; mesmo que nada Lhe peçamos, sabe aquilo de que precisamos. O que dizer? A oração não consiste em fórmulas; antes abarca a vida toda. «Quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus», diz o apóstolo Paulo (1 Cor 10, 31). Estás à mesa? Reza: ao pegar no pão, agradece Àquele que to concede; ao beber o vinho, lembra-te Daquele que te proporcionou este dom, para te alegrar o coração e te consolar das tristezas. Terminada a refeição, não te esqueças de te recordar do teu benfeitor. Quanto vestes a túnica, agradece Àquele que ta deu; quanto vestes a capa, testemunha o teu afecto a Deus, que nos proporciona vestes adequadas ao inverno e ao verão, para nos proteger a vida.

Terminado o dia, agradece Àquele que te deu o sol para os trabalhos da jornada e o fogo para te iluminar o escuro e prover às tuas necessidades. A noite dá-te motivos de acção de graças; olhando o céu e contemplando a beleza das estrelas, reza ao Senhor do universo, que fez todas as coisas com tal sabedoria. Quando vês a natureza adormecida, adora Aquele que, por meio do sono, nos reconforta de todas as fadigas e nos devolve, através do repouso, o vigor das forças.

Deste modo, rezarás sem descanso, se a tua oração não se limitar a fórmulas, mas pelo contrário te mantiveres unido a Deus no decurso de toda a tua existência, de maneira a fazeres da vida uma oração incessante.

São Basílio (c. 330-379),
monge e bispo de Cesareia,
doutor da Igreja

in www.evangelhoquotidiano.org

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

ESCUTAR NO SILÊNCIO


Escuta em silêncio. Porque o teu coração transborda com um milhão de coisas, tu não podes escutar nele a voz de Deus. Mas assim que te pões à escuta da voz de Deus no teu coração pacificado, ele enche-se de Deus. Isso requer muitos sacrifícios. Se pensamos que queremos rezar, temos de nos preparar para isso. Sem desfalecimento. Não são senão as primeiras etapas em direcção à oração, mas se não as concluímos com determinação, nunca alcançaremos a última etapa, a presença de Deus.

É por isso que a aprendizagem deve ser feita desde o início: colocar-se à escuta da voz de Deus no seu coração; e, no silêncio do coração, Deus põe-se a falar. Depois, da plenitude do coração sobe o que a boca deve dizer. Aí opera-se a fusão. No silêncio do coração, Deus fala e tu só tens que escutar. Depois, uma vez que o teu coração entra em plenitude, porque ele se encontra repleto de Deus, repleto de amor, repleto de compaixão, repleto de fé, compete à tua boca pronunciar-se.

Lembra-te, antes de falares, que é necessário escutar e só então, das profundezas de um coração aberto, podes falar e Deus entende-te.

Teresa de Calcutá (1910-1997)
fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade
No Greater Love (trad. Não há amor maior)

segunda-feira, 21 de julho de 2008

DURANTE AS FÉRIAS...


O Evangelho não tem férias.
O Pai cuida constantemente dos homens, das aves do céu, das flores do campo. Eu devo acompanhar o Seu trabalho com amor, meditando nas Palavras de Jesus.

1. Faz um plano de férias, ainda no seu início. Com tempo para o descanso, leitura, estudo, jogo, oração e algum trabalho. Ao meio das férias revê o plano, a ver se não precisará de ser ajustado.

2. Continua a reunir com o teu grupo (de jovens, de amigos…) se estiveres por perto. Se não, arranjar colegas que queiram reunir contigo para ler o Evangelho, pensar, rezar, debater e fazer actividades.

3. Faz um diário das tuas férias, escrevendo num caderno aquilo que fores fazendo e observando ou o que te for acontecendo de mais importante cada dia. Mais tarde, gostarás de ler. E até poderás, depois, mostrar ao teu grupo.

4. Leva os Evangelhos e vai lendo, porque tens agora mais tempo. Medita algumas passagens e confronta-as com a tua vida e com aquilo que passarás a viver.

5. Faz uma recolha de coisas que achares interessante (recortes de revistas e jornais, cânticos, jograis, celebrações, poemas, orações…) para partilhares com os outros.

6. Mas, acima de tudo:
- Continua a falar com Deus, de manhã, à noite… e durante o dia.
- Não deixes de participar na eucaristia todos os domingos (a tua fé não pode entrar de férias).
- Convive com todos e comunica o Evangelho de Jesus através da tua vida. Ajuda os teus pais e faz aos outros o bem que te for possível.
SANTAS FÉRIAS (para quem as tem)!
adaptado de "Mateus, reino, igreja, comunidades" de Lopes Morgado

quinta-feira, 3 de julho de 2008

VIVAM AS FÉRIAS!


Libertar-se.
Viver.
Reencontrar o seu corpo, respirar.
Dormir até fartar.
Correr, rir e cantar.
Sorrir ao imprevisto.
Jogar, descansar, esquecer um pouco.
Partir para melhor partir de novo.
Amar-se a si mesmo para poder amar.

Descobrir. Escutar. Partilhar.
Voltar-se para o outro,
deixar o outro voltar-se para si.
Reencontrar o Totalmente Outro,
numa contemplação que seja, finalmente,
distracção para Deus
e re-criação.

Pôr-se a descoberto consigo mesmo e com os outros.
Deixar entrar o silêncio no próprio jardim secreto.
Abraçar o céu para melhor agarrar a terá.
Aspirar todos os perfumes da beleza.
Encher-se de amor e de alegria.
Ser amor com tudo.
Com todos.
In Fêtes et Saisons, nº 376

terça-feira, 17 de junho de 2008

A FORÇA DA AMIZADE

HISTÓRIA DE AMIZADE ENTRE UM CATÓLICO E UM JUDEU
A amizade entre os homens,
ainda mais se é reflexo do amor de Deus,
pode vencer a morte e consolidar a paz.

É esta a mensagem que emerge de um livro publicado em italiano «Aspettare insieme» (“Esperar juntos”), que narra o caminho de conhecimento de Deus de dois jovens amigos, um americano de origem irlandesa, Jonah Lynch, e o outro francês de raízes judaicas, David Gritz.
Os dois encontram-se numa universidade de Montreal, a tocar violão e violino. Na busca da verdade, dialogam sobre tudo: amor, mulheres, literatura, música, vida, justiça, beleza.
Numa carta que David escreve de Paris a Jonah, na primavera de 98, pergunta: «Mas as estrelas podem ser alcançadas?».
No que diz respeito à religião, Jonah tinha perdido a fé transmitida por seus pais, e David, filho de judeu e católica não-praticante, era agnóstico. Contudo, os dois, através da amizade, aproximam-se do Senhor.
Através do movimento Comunhão e Libertação, Jonah tinha entrado no seminário e David encontrou na ética da Torá (Lei Sagrada judaica), um pensamento universal.
Por este motivo, acabados os estudos em Ciências Políticas em 2002, David optou por ir a Jerusalém fazer uma tese sobre a Torre de Babel e o pluralismo político.
Naquele verão, Jonah foi aos Estados Unidos para trabalhar com alguns sacerdotes missionários da Fraternidade de São Carlos Borromeu, levou um grupo de jovens a Toronto para a Jornada Mundial da Juventude, e voltando a passar por Montreal, recebeu uma chamada dos pais de David: ele morrera, despedaçado por uma bomba terrorista na cantina da Universidade em Jerusalém.
Jonah escreve na introdução ao livro: «Meu primeiríssimo pensamento, irreflexivo, era: agora ele vê. Agora vê a verdade. Logo as lágrimas me inundaram, enquanto repassava na mente seis anos de amizade».
Para dar sentido à dor inconsolável pela perda de um querido amigo e para encontrar esperança na consciência ditada pela fé, Jonah Lynch decidiu publicar este livro.
Segundo Jonah Lynch, que, depois de se formar em Astrofísica, tornou-se sacerdote em 2006 e agora é vice-reitor do seminário da Fraternidade Sacerdotal dos Missionários de São Carlos Borromeou, «aquela amizade, nunca interrompida, pode converter-se em motivo de esperança para todo um povo».
Com este livro, Jonah pretende dar razões à esperança, porque «numa terra (Israel) disputada e despedaçada pelas divisões, a amizade entre um católico e um judeu é o simples testemunho de que existe um caminho para a paz».
Neste sentido, o sacerdote americano escreve no prólogo: «Quero descrever uma amizade» para «dar um pouco de razão da minha grande esperança».
«O facto de que tenha irmãos, por muito amados que sejam, não elimina a necessidade do amigo. Para viver entre os irmãos deve-se ter um amigo, ainda que seja distante.» Assim escreveu o teólogo russo Pavel Florenskij, mártir no campo de concentração soviético das ilhas Solovki.
«Ter um amigo permite viver o drama desta vida sem reduções ou fugas - conclui Jonah. É um companheiro de viagem, inclusive quando não está fisicamente presente. É uma presença que vence toda distância.»


Retirado de ZENIT.org

domingo, 8 de junho de 2008

REZAR COM A PALAVRA

«Escutar, reflectir e praticar»

Dom Geraldo Agnelo, arcebispo de Salvador (Brasil), indica-nos um método para viver a Palavra de Deus. É, antes de mais, importante recordar que a Palavra de Deus está sempre a nosso alcance para nos mostrar o sentido da vida.
São então recomendadas três regras para “entrar” convenientemente na linguagem bíblica de Deus.
Trata-se de escutar, reflectir, praticar.
Praticar, sem ter escutado e reflectido, é impossível; escutar e reflectir sem pôr em prática é inútil. Assim sendo, trata-se de verdadeiro itinerário de vida cristã.
A primeira disposição é receber o livro sagrado com fé, numa escuta atenta.
Mas deve ser evitada a leitura "fundamentalista" que toma a Escritura à letra, literalmente, sem prestar a mínima atenção ao contexto, ao géneros literário, a uma sadia e sábia interpretação.
Isso seria ignorar o Espírito Santo. Uma leitura demasiada literal “mata” a força da mensagem.
O segundo momento da escuta da Palavra é a reflexão. Trata-se de fixar o olhar na Palavra. Desta forma, a Palavra pode ser compreendida depois de contemplada com o sincero desejo de assimilar a mensagem.
O terceiro momento e mais importante, da escuta da Palavra de Deus é pôr em prática a Palavra.

A Palavra de Deus pode e deve constituir um caminho de vivência cristã autêntica: guia-nos à contemplação da verdade e ao exercício da caridade.