terça-feira, 30 de junho de 2009

ORDENAÇÕES SACERDOTAIS... PARA RECORDAR

Ordenados no passado domingo, na Sé Catedral, os padres Hugo e Celso iniciam da melhor forma este Ano Sacerdotal. E nós com eles! Este vídeo, gentilmente cedido pelo Pe. Carlos Gomes Helena, recorda-nos os principais momentos da celebração.

No final, é bem patente a felicidade dos novos sacerdotes, sinal que a alegria em seguir Cristo é real e um ideal possível, ainda hoje.

Em tempos de crise e dúvidas, o melhor testemunho de esperança é a felicidade de quem se entrega pelos outros.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

FEIRA DAS OPÇÕES


Eis mais uma actividade promovida pelas Servas de Nossa Senhora de Fátima e que o SDPV, com todo o gosto, se propõe divulgar:

Amigo/a
A vida é um caminho cheio de opções. Nos caminhos da Fé é necessário ir percebendo que somos escolhidos e vamos escolhendo.
Atreve-te a vir experimentar o sabor da escolha com a marca de Deus.
As grandes escolhas fazem-se em comunidade…

Local: Quinta das Tílias – Venda Seca – Belas
Data: 10 a 12 de Julho (início 19.00 h – final 15.00 h)
Destinatários: rapazes e raparigas com 15 anos
Deves trazer: Saco cama
Objectos pessoais
Jantar para partilhar


Confirma a tua presença até dia 30 de Junho para pastoraljv@gmail.com
Telefone: 214326279 Telm. 917304785 ou 968104044

Consulta também o nosso blog http://www.luzesnocaminho.blogspot.com/

domingo, 28 de junho de 2009

ORDENAÇÕES SACERDOTAIS


Este domingo, 28 de Junho de 2009,
ainda no início do Ano Sacerdotal, proclamado por Bento XVI,
e coincidindo com o final do Ano Paulino, dedicado a S. Paulo,
serão ordenados sacerdotes os jovens
Hugo Martins e Celso Marques,
na celebração eucarística presidida pelo D. Manuel Felício
na Sé Catedral, às 16 horas.

Na mesma cerimónia serão também instituídos acólitos os seminaristas finalistas, João Marçalo, Rafael Neves e Rui Calçada.
Todos somos convidados a unir-nos na alegria e oração à entrega generosa destes jovens em prol do Reino de Deus e serviço da Igreja.
A todos eles, o SDPV deseja os parabéns.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

FUTURO SACERDOTE (parte IV)

Eis a segunda parte da entrevista, publicada no boletim “Voz da Fé”, feita a Celso Marques. Recordamos que este jovem será ordenado sacerdote no próximo domingo na Sé Catedral da Guarda, juntamente com o Hugo Martins.


O dia da tua Ordenação Presbiteral certamente irá ficar marcado para sempre na tua vida. Como foi a tua preparação para esse dia?
CM: Foram 29 anos de preparação e que não termina no dia 28 de Junho. Contudo neste tempo mais próximo houve uma preocupação maior e uma preparação mais intensa e profunda, quer a nível espiritual e humano, quer a nível pastoral.
A nível espiritual realizei um retiro de cinco dias na Quinta de Santo António, em Évora, orientado pelo Bispo Emérito do Algarve, D. Manuel Madureira Dias, juntamente com o diácono Hugo da nossa diocese e o diácono António da Diocese do Algarve.
Este exercício espiritual, fazendo parte do processo de Ordenação, foi para mim particularmente importante, na medida em que o orador o preparou e orientou especificamente para o ministério do sacerdócio.
Com a sua longa, vasta e profícua experiência de vida, quer a nível pastoral, quer a nível espiritual, D. Manuel Madureira Dias enriqueceu-nos com a sua partilha durante todo este tempo de retiro.
Como preparação para a Ordenação Presbiteral, há que somar ao retiro, o estágio pastoral que estou a realizar no arciprestado de Celorico da Beira, orientado pelo Pe. José Manuel Martins de Almeida, que tem sido uma experiência também muito enriquecedora a todos os níveis; os 6 anos de Teologia e o tempo de seminário.
Fica assim muito resumida a preparação para a ordenação sacerdotal, que como disse ao início, nunca está finalizada.

Como futuro presbítero da Igreja Católica, o que achas que deve mudar nesta mesma Igreja para que Ela se torne cada vez mais uma Instituição à imagem do seu fundador, Jesus Cristo?
CM: Que se torne cada vez mais o reflexo do Evangelho, fiel a Jesus Cristo. Que seja o verdadeiro sacramento, sinal visível, como afirma o Concílio Vaticano II na constituição dogmática L.G. 1 “instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o género humano”.
Tal como Jesus, Seu fundador, que tome sempre uma atitude preferencial pelo mais pobres, desprezados e rejeitados da sociedade. Só na medida em que se aproxima de Cristo, no rosto dos mais desfavorecidos, se torna autêntica Igreja de Jesus Cristo.

Igreja do Barco, paróquia de onde é natural o Celso

Aos colegas que deixas no seminário, qual o conselho ou mensagem que deixas?
CM: Que entreguem a suas vidas nas mãos de Cristo. Que saibam dizer em todos os momentos, como São Paulo, “eu sei em quem pus a minha confiança”.
É Ele quem chama, e se o faz nunca abandona, particularmente nos momentos mais atribulados, tal como não abandonou os Seus discípulos, na barca, quando se apoderou deles uma tempestade.
Ainda que aparentemente dormisse, Jesus estava bem acordado para o que se estava a passar ao Seu redor. Os discípulos é que vacilaram na fé, naquele momento. Assim, Cristo, que não abandonou os seus discípulos que havia chamado para O seguirem, também não abandona quem continua a chamar para O seguir neste caminho para o sacerdócio. O importante, diz-nos Jesus, é ter fé e não pensar como os discípulos, naquele episódio, que Cristo está a dormir.
Ao Celso e ao Hugo, futuros sacerdotes, o SDPV deseja as maiores felicidades.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

FUTURO SACERDOTE (parte III)


Como prometido, depois do Hugo Martins, hoje é a vez de darmos a conhecer o Celso Marques, outro jovem que irá receber a ordenação sacerdotal no próximo domingo. Em vésperas desse grande acontecimento eclesial publicamos (em duas partes) a entrevista publicada no boletim “Voz da Fé” e conduzida pelo seminarista Eduardo Mendes.
Boa leitura!
Com Cristo Venceremos!
Voz da Fé - Em breves palavras diz-nos quem é o Celso Marques?
Celso Marques:
O meu nome é Celso Rocha Marques, estou a realizar o estágio pastoral em Celorico da Beira, preparando-me para ser ordenado sacerdote no dia 28 de Junho do corrente ano. Sou filho de Alfredo Mendes Esteves Marques e de Maria José Ramos Rocha Marques.
Nasci na paróquia do Barco, concelho da Covilhã, no dia 8 de Maio de 1980. Ai recebi o Baptismo, fiz a minha Primeira Comunhão, frequentei a catequese e cresci até aos meus 18-19 anos. Com esta idade fui colocado no curso de Física e Química na Universidade do Algarve, onde completei o 2º ano, decidindo posteriormente ingressar no seminário, após um percurso de discernimento vocacional.

VF - Em que momento da tua vida te sentiste interpelado por Cristo para O seguires mais de perto, no caminho para o sacerdócio ministerial?
CM: Tive a graça de nascer no seio de uma família cristã, com uma prática e piedade bastante notáveis. Logo muito cedo comecei a questionar-me se a minha vida não passaria pelo sacerdócio, a exemplo do meu pároco, padre empenhado pastoralmente e com um testemunho de vida bastante enraizado no Evangelho.
Fui adiando a minha entrada no seminário até aos 20 anos, altura em que me encontrava no ensino superior, como referi na primeira questão. Por incrível que pareça, foi aí que tive o meu primeiro contacto com um seminário diocesano. Inscrevi-me no pré-seminário e bem depressa percebi que o meu caminho era por ali, por uma consagração mais radical e a tempo inteiro à causa do Evangelho, do próprio Cristo, e entrei então para o seminário.
Os pais do Celso:
“É uma enorme alegria para nós…”

VF - Todos sabemos que o percurso de discernimento vocacional em seminário nem sempre é fácil e pelo meio surgem sempre algumas dúvidas e incertezas. Quais foram as principais dificuldades que encontraste ao longo deste percurso e qual a tua atitude perante elas?
CM: Dúvidas e incertezas sempre existem, e essas não ocorrem só no seminário, em discernimento vocacional. Um dia um Bispo, neste momento emérito, disse-me que até à data não tinha a certeza se era a vontade de Deus que ele fosse padre.
Estou convicto que qualquer pessoa que pense, seja em que caminho for, há-de sempre encontrar dúvidas, incertezas, obstáculos, que, ultrapassados, fazem crescer, quer a nível humano, existencial, e até de fé. Tudo depende de onde se procuram as respostas e o apoio nesses momentos.
“Com Cristo venceremos” foi o lema que escolhi, quer para a Ordenação Presbiteral, quer para o meu futuro, no exercício do ministério, aliás, foi sempre o meu lema de vida. Pode parecer um tanto bélico se não for interpretado nesta perspectiva de quem procura respostas e apoio em Cristo quando surgem obstáculos no percurso da vida. Eu sempre encontrei este auxílio em Cristo ressuscitado, Cristo vivo, o Cristo que venceu a morte e nos garante a eternidade, que desde já nos sonha felizes; o Senhor que sempre esteve, está e estará connosco em todos os momentos, desde que nós deixemos e queiramos. É, e foi com Ele que sempre encontrei resposta nas dúvidas e incertezas, força e apoio nas dificuldades, luz e guia nos meus caminhos. Tenho notado que quem vive longe de Cristo, à menor dificuldade ou exigência de sacrifício, desiste dos seus compromissos. Sem Jesus, os sonhos e os projectos dos homens não têm consistência, são apenas mera ilusão e estão apenas ao serviço do seu egoísmo, atentam contra os direitos dos outros e constituem uma ameaça para a sociedade. Nesta perspectiva, penso que o lema “Com Cristo venceremos” poderia ser tomado perfeitamente por todo o homem que questiona e se questiona, caminha, cai, e que sozinho não vence, pois “em Cristo somos tentados e em Cristo venceremos”, como nos diz Santo Agostinho. Não depende só de nós, do nosso esforço pessoal, a nossa vitória, o nosso sucesso. A nossa vida em todos os momentos carece de Alguém, d’Aquele que conduz, em verdade e vida, a quem se deixa conduzir.
Não percam, amanhã, a segunda parte da entrevista.
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quarta-feira, 24 de junho de 2009

FUTURO SACERDOTE (parte II)



Continuamos hoje a “desvendar” a caminhada vocacional do Hugo Martins através, nomeadamente, do testemunho dos pais.
(Trabalho de Rui Calçada, publicado no boletim “Voz da Fé”)

A família, os pais e os seus irmãos, Tiago e Ana, perante a escolha de vida que o Hugo fez, em resposta ao chamamento de Deus, apoiam-no: «O nosso coração está cheio de alegria por o Hugo ter sido escolhido, por Deus, para O servir. Neste momento estamos felizes, mas conscientes da responsabilidade que terá a seu cargo». Também eles contribuíram, e muito, para que o Hugo pudesse agora dar este passo. «Como família temos vindo a acompanhar o Hugo, mas todos os que com ele se cruzaram também contribuíram para esta caminhada rumo ao sacerdócio», refere o pai, o sr. Belmiro. Já a mãe, a D. Isabel, destaca a sua entrada no Seminário da Guarda, «apercebemo-nos que também as nossas vidas iriam mudar. A partir daqui fomos tomando consciência das alterações que essa decisão, que foi, também, a pouco e pouco sentida por toda a família, iria implicar; um sentimento profundo da bondade de Deus para connosco!». As saudades marcaram uma certa separação, que foi necessária. «Em certas datas especiais a saudade apertava, mas a tranquilidade dele e o apoio de quem nos rodeia, deram-nos força para ultrapassar tudo!». Nesta altura são unânimes no desejo que formulam: «Que podemos nós pedir a Deus senão que o ajude a ultrapassar todas as dificuldades pela vida fora?».
A alegria que sentem é, como pudemos depreender, uma alegria que ultrapassa e transcende os sentimentos de quem acolhe, em família, o chamamento de Deus. Durante o tempo de seminário, o Hugo continua ainda a destacar alguns momentos importantes, que complementaram o seu percurso vocacional: a sua presença frequente no serviço de voluntariado do Santuário de Fátima, o seu gosto pela liturgia, e o seu contínuo empenho em actividades do CNE – Corpo Nacional de Escutas.
Alegria foi o denominador comum, que encontrámos, por onde passámos. Talvez isso diga bem do lema da ordenação sacerdotal que o Hugo escolheu. “Alegrai-vos sempre no Senhor” (Fl 4, 4). Sobre o futuro, que a Deus pertence, ainda vale a pena ler, em discurso directo, o próprio: «Como sacerdote, quero estar atento aos sinais do mundo; escutar muitos e muito; ter a capacidade de acolher! Sendo homem de proximidade com Deus, e os homens, com muita oração, espero ter um rosto de um Cristo, que é Amor e Alegria. Finalmente, ser sempre instrumento da salvação para todos e, em especial, para aqueles que de nós mais precisam.»

Certamente não é uma tarefa fácil aquela a que o Senhor o chama. Mas o seu sorriso mostra-nos que vale a pena continuar a palmilhar esta estrada, e alegrar-se sempre no Senhor. O Hugo vai precisar, antes de mais, da nossa oração, e depois também do nosso apoio de irmãos.
Parabéns pelo passo e pela coragem da decisão.

Amanhã, daremos a conhecer o Celso Marques, o outro jovem candidato ao sacerdócio.

terça-feira, 23 de junho de 2009

FUTURO SACERDOTE (parte I)

Tal como já o noticiámos antes, no próximo domingo, 28 de Junho, serão ordenados sacerdotes dois jovens da nossa diocese. A fim de melhor conhecer estes futuros presbíteros, o “Voc Acção” publicará ao longo desta semana partes de artigos e entrevistas do jornal “Voz da Fé”, boletim do Seminário Maior da Guarda que, muito amavelmente, nos autorizou a transcrição.
Hoje, começamos pelo Hugo Martins, num trabalho a cargo do seminarista finalista Rui Calçada.

Um sentir profundo da bondade de Deus:
“Alegrai-vos sempre no Senhor”

O ainda diácono Hugo Alexandre Pichel Martins é um jovem comum, de 26 anos de idade, com uma paixão pela natureza, pelas actividades ao ar livre, desportos, novos meios de comunicação «on-line», voluntariado, e o convívio com amigos. Natural de Celorico da Beira, concretamente da paróquia de Santa Maria, onde recebeu o baptismo, actualmente, pertence a São Pedro. Estudou, como tantos outros jovens, nas escolas de Celorico, até ao 12º ano. Pelo caminho ficam diversas actividades como o clube de jornalismo, de informática, delegado de turma, e representante dos alunos no conselho pedagógico. Ligado às paróquias, integrou o grupo de jovens “Trovadores de Deus”, o grupo de acólitos, o dos catequistas (depois do percurso da catequese de iniciação), e, uma grande costela do Hugo, o agrupamento do CNE, em que fez promessa de escuteiro.

(…) Todas as actividades que foram destacadas contribuíram, a seu modo, para a personalidade do Hugo. Quando interpelado sobre o despertar da sua vocação, conta-nos que foi o pároco, o Pe. José Martins de Almeida, que o interpelou directamente. «Terminado o 12º ano, como qualquer jovem coloquei a questão: qual a minha vocação? Esta interpelação, também foi feita, de forma directa, pelo meu Pároco. “Hugo queres ir para o Seminário?” Eu na altura disse-lhe: “aguarde uns dias e reze, que eu logo lhe dou uma resposta!”. […] Vejo nele [no Pároco] um exemplo: pela exigência de vida, a oração, a alegria com que vive e transmite a fé, as suas capacidades humanas, a sua proximidade, fizeram com que a minha resposta seja, hoje, sim.»

O percurso de seminário, que se seguiu, foi normal e comum. Frequentou o ano propedêutico do Seminário da Guarda, e, logo o curso de Teologia, que frequentou no Instituto Superior de Teologia, passando pelas três casas que, por então, o formavam: Guarda, Lamego e Viseu. É o próprio Hugo quem se refere ao seu tempo de seminário como um «percurso e caminho feito de forma gradual».


Continua amanhã...
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segunda-feira, 22 de junho de 2009

S. TOMAS MORE, um santo bem humorado e responsável


Tomás nasceu em Londres em 1478 e era filho de um juiz. Possuía uma mente brilhante e estudou com prazer os clássicos na Universidade de Oxford. Tomás tornou-se advogado. Ele apreciava a justiça e defendia gratuitamente as causas dos pobres. Rezava diariamente, chegando a considerar a possibilidade de tornar-se monge. Acabou por decidir constituir família e prosseguir com a sua carreira jurídica.
Tão competente era na sua área que o rei Henrique VIII convidou-o para prestar os seus serviços na corte. O soberano, agradado da sua companhia, armou-o cavaleiro. Mais tarde, nomeou-o para o prestigiado cargo de Chanceler de Inglaterra. No entanto, Tomás nunca confiou plenamente na amizade de Henrique, preferindo a companhia da família e outros amigos.

Servo de Deus em primeiro lugar
Tomás tinha razão em não confiar no rei, cujos interesses pessoais geralmente motivavam as suas decisões. Henrique tinha divorciado e casado novamente contra a vontade do papa. O monarca proclamou uma lei que ordenava que o clero na Inglaterra o aceitasse como “Chefe Supremo” da Igreja. Dividido entre os deveres para com o rei e o respeito pela Igreja de Roma, Tomás demitiu-se do seu cargo, reduzindo a sua família à pobreza.
Quando Tomás recusou reconhecer Henrique como chefe da Igreja inglesa, foi preso na Torre de Londres. Foi, finalmente, considerado culpado de traição e foi decapitado a 6 de Julho de 1535, embora seja festejado nesta data de 22 de Junho.

Bom humor até ao fim
Mesmo condenado à morte, não perdeu o seu peculiar bom humor (ou não fosse ele britânico), sua naturalidade e simplicidade. No dia da execução, pediu ajuda para subir ao cadafalso. E disse ao povo: "Morro leal a Deus e ao Rei, mas a Deus antes de tudo". E abraçando o carrasco, disse: "Coragem, amigo, não tenhas medo! Mas como tenho o pescoço muito curto, atenção! Está nisso a tua honra!" E pediu para que não lhe estragasse a barba, porque ela, ao menos, não cometera nenhuma traição.
Foi beatificado em 1886 por Leão XIII e canonizado em 1935 por Pio XI.

No seu rasto
Tomás More foi marido, pai e advogado – não é o tipo de homem que esperamos ver descrito como um santo. A sua vida parece-nos mais como uma história de sucesso pessoal. Apesar disso, ele é exactamente o tipo de santo com o qual nos podemos sentir mais próximos nos nossos dias. Estava preocupado em manter a sua família e educar os seus filhos, assegurando-se que as suas três filhas tivessem a mesma educação que o filho. Tal como a maior parte de nós, ele tinha um chefe que exigia muito do seu tempo e da sua lealdade.
A vida e o exemplo de Tomás More acabam por questionar-nos sobre o seguinte:
- Profissionalmente, estamos mais preocupados em melhorar economicamente ou fazer o mais correctamente possível o nosso trabalho?
- O nosso trabalho ou ocupações deixam-nos o tempo suficiente para estar com a família e os amigos?
- Na hora de tomar uma decisão, pedimos a Deus que nos guie e escutamos o nosso coração? Damos sempre prioridade ao bem sobre o mal?

Fontes: evangelhoquotidiano.org
e “Vidas Comuns, Pessoas extraordinárias”

ACTIVIDADES DE VERÃO - SNSF


Para aqueles que procuram actividades, retiros e/ou encontros de verão, eis o programa da congregação das Irmãs Servas de Nossa Senhora de Fátima.
Mais tarde, serão dadas mais informações e pormenores sobre alguns desses eventos.


Programa Verão 2009
Irmãs Servas de Nossa Senhora de Fátima

Junho
26 a 28 – Festa do Encontro (11/12 anos) – Q Tílias

Julho
3 a 5 – Festa da Amizade (13/14 anos) – Q.Tilias
10 a 12 – Feira das Opções (15 anos) – Q. Tílias

Agosto
2 a 9 – Férias Apostólicas (raparigas ≥ 17 anos) – Cepões (Lamego))
12 a 16 – Retiro de silêncio (≥ 18 anos) – Q. Tílias

Setembro
4 a 6 – Encontro de Verão (16 a 18 anos) – Q. Tílias

Outubro
2 a 5 Outubro – Caminhada Vocacional – local a designar


Para mais informações e/ou inscrições:
pastoraljv@gmail.com
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domingo, 21 de junho de 2009

ORDENAÇÕES SACERDOTAIS


No próximo domingo 28 de Junho, na Sé Catedral da Guarda, serão ordenados sacerdotes os dois jovens diáconos, Hugo e Celso. A celebração será presidida pelo bispo da nossa Diocese, D. Manuel, e terá início pelas 16 horas.
Toda a comunidade diocesana está convidada a associar-se a tão feliz evento pela oração. É, sem dúvida, uma óptima maneira de iniciar este Ano Sacerdotal.

sábado, 20 de junho de 2009

MARIA, MÃE DOS VIVENTES


A Vós, confiamos a causa da vida.
Ó Maria, aurora do mundo novo,
Mãe dos viventes,
confiamos-Vos a causa da vida:
olhai, Mãe,
para o número sem fim de crianças impedidas de nascer,
o de pobres que vivem com dificuldade,
o de homens e mulheres vítimas de inumana violência,
o de idosos e doentes assassinados pela indiferença
ou por uma alegada falsa compaixão.

Fazei com que todos aqueles que crêem no vosso Filho
saibam anunciar aos homens do nosso tempo,
com desassombro e amor,
o Evangelho da vida.

Alcançai-lhes a graça de o acolherem
como um dom sempre novo,
a alegria de o celebrar com gratidão em toda a sua existência,
e a coragem de o testemunhar com laboriosa tenacidade,
a fim de construírem,
juntamente com todos os homens de boa vontade,
a civilização da verdade e do amor
para louvor e glória de Deus,
Criador e amante da vida.

João Paulo II,
Encíclica Evangelium Vitae
sobre valor e inviolabilidade da vida humana, n.105

sexta-feira, 19 de junho de 2009

ANO SACERDOTAL


FIDELIDADE DE CRISTO,
FIDELIDADE DO SACERDOTE
Com a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, inicia-se o Ano Sacerdotal, declarado pelo Papa Bento XVI, e que decorrerá até 19 de Junho de 2010.
Um dos motivos para esta iniciativa é a celebração, no próximo dia 4 de Agosto, dos 150 anos da morte de São João Maria Vianney, padroeiro mundial dos sacerdotes, popularmente mais conhecido como Santo Cura d’Ars.
O objecto principal deste ano é favorecer, por todos os meios, principalmente mediante a oração de todo o Povo de Deus, o aumento das vocações sacerdotais e a santificação dos padres no exercício de seu ministério. O lema escolhido, “Fidelidade de Cristo, fidelidade do Sacerdote” revela a importância e a beleza da missão dos sacerdotes como dom de Deus à sua Igreja e ao mundo. É na fidelidade de Jesus ao Pai que todos os presbíteros hão-de encontrar o modelo da sua e relação com Deus e no serviço ao povo que lhe é confiado.
É, pois, importante pedir pela oração ao Pai que, pela acção do Espírito Santo derramado por Jesus Cristo em nossos corações, nos encha do amor ardente do Coração de Cristo, para que seja este amor que nos impulsione a fazer tudo o que estiver ao nosso alcance em prol de todos os sacerdotes da Igreja neste Ano Sacerdotal.
Juntos, vivamos este ano como desafio que possa ajudar os sacerdotes a “renovar-se interiormente...na redescoberta feliz da própria identidade(Card. Hummes). Agradeçamos, eucaristicamente, a presença deles na Igreja e a sua função imprescindível por desígnio de Cristo. Intercedamos por eles para que possam viver cada vez com maior alegria a significação do mistério de Cristo Pastor a eles encomendada.

AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS


Eu te saúdo, Coração divino,
origem de toda a felicidade!
Eu te saúdo, coração de meu Amigo,
regozija-me!
Eu te saúdo, Coração de bondade incomparável,
perdoa-me!
Eu te saúdo, Coração amoroso, fornalha ardente,
consome-me em Ti!



Pudesse eu ser toda coração para te amar, Senhor,
toda espírito, para te adorar!
Faz que eu ame só a Ti,
em Ti, por Ti e para Ti.
Que a minha memória se recorde só de Ti,
e não tenha mais entendimento, senão para conhecer-te;
nem vontade e afeições, senão para te amar;
nem língua, senão para te louvar;
nem olhos, senão para te ver;
nem mãos, senão para te servir;
nem pés, senão para te procurar,
a fim que eu possa amar-te
sem temor de perder-te
na eternidade bem-aventurada.

Santa Margarida Maria Alacoque (1847-1690)

SOLENIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS


Sagrado Coração de Jesus
O culto à humanidade de Cristo e ao Seu Coração, que sempre existiu na Igreja, conheceu um grande incremento a partir das revelações privadas a Santa Margarida Maria Alacoque (1673-75), as quais despertaram entre os cristãos uma consciência mais viva do mistério do amor de Cristo. A devoção ao Sagrado Coração de Jesus foi reconhecida pela Igreja cerca de um século mais tarde: em 1765, Clemente XIII aprovou a Solenidade do Sagrado Coração e, em 1856, Pio IX inseriu-a no calendário da Igreja universal.
A devoção ao Coração de Jesus foi "um meio providencial" para a renovação da vida cristã. Com efeito, certas doutrinas tinham desfigurado uma das verdades essenciais ao cristianismo - o amor de Deus para com todos os homens. Pela devoção ao Sagrado Coração, o Povo de Deus reagiu "contra uma concepção demasiado rigorista das relações entre Deus e o homem - concepção que, levada às últimas consequências, seria o renascer da ideia pagã de um Deus vingador e, portanto, a anulação da história da salvação e da incessante misericórdia divina" (Thierry Maertens).
Levando-nos a amar a Cristo e a compartilhar do Seu amor pelo Pai e pelos homens, a devoção ao Coração de Jesus leva-nos também a promover aquela solidariedade universal que é uma exigência da fraternidade. O mistério do Coração de Cristo torna-se, assim, o caminho para a plena libertação do homem, libertação tantas vezes procurada através de caminhos que só conduzem à degradação da mesma dignidade humana.


cf. Missal Popular Dominical , 1998

fonte: http://www.evangelhoquotidiano.org/

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O PÃO NOSSO DE CADA DIA


«O pão nosso de cada dia»
cf. Mt 6,7-15

«Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia». Estas palavras podem entender-se no sentido espiritual e no sentido literal: no desígnio de Deus, as duas interpretações devem contribuir para a nossa salvação.
O nosso pão de vida é Cristo, e este pão não está acessível a toda a gente, mas a nós sim. Tal como dizemos «Pai Nosso» porque Ele é o Pai dos que têm fé, também chamamos a Cristo o «nosso pão» porque Ele é o pão dos que constituem o seu corpo. Para obter este pão, rezamos todos os dias; não queremos ser, [...] pelo pecado grave, [...] privados do pão do céu, separados do corpo de Cristo, Ele que proclamou: «Eu sou o pão vivo que desceu dos céus; quem come deste pão, viverá para sempre. E o pão que Eu vos darei é a Minha carne para a vida do mundo» (Jo 6, 51). [...] O Senhor advertiu-nos: «Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o Seu sangue, não tereis a vida em vós» (Jo 6, 53). Pedimos, portanto, para receber todos os dias o nosso pão, ou seja Cristo, para permanecermos e vivermos em Cristo, e não nos afastarmos da Sua graça e do Seu corpo.
Também podemos compreender este pedido da seguinte maneira: renunciámos ao mundo; pela graça da fé, rejeitámos as suas riquezas e as suas seduções; pedimos apenas o alimento. [...] Aquele que se torna discípulo de Cristo e renuncia a tudo segundo a palavra do Mestre (Lc 14, 33) deve pedir o alimento de cada dia e não se preocupar a longo prazo. O Senhor disse: «Não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã já terá as suas preocupações; basta a cada dia o seu trabalho» (Mt 6, 34). O discípulo pede, portanto, com razão o seu alimento de cada dia, uma vez que está proibido de se preocupar com o dia seguinte.
São Cipriano (c. 200-258),
Bispo de Cartago e mártir,
A oração do Senhor, 18

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Acerca do ANO SACERDOTAL


Papa quer que Igreja redescubra importância dos sacerdotes

Bento XVI espera que o Ano Sacerdotal, que começará na próxima sexta-feira, solenidade do Sagrado Coração de Jesus, Dia de Santificação Sacerdotal, sirva para que a Igreja redescubra a importância do sacerdote.
Depois de rezar neste domingo a oração mariana do Angelus, o Papa recordou que a iniciativa tem lugar com motivo do 150 aniversário da morte de João Maria Vianney, o santo cura de Ars, patrono dos párocos.
“Encomendo a vossas orações esta nova iniciativa espiritual, que seguirá ao Ano Paulino, que se encaminha para sua conclusão”, disse, falando da janela de seu apartamento.
“Que este novo ano jubilar constitua uma ocasião propícia para aprofundar no valor e na importância da missão sacerdotal e para pedir ao Senhor que dê a sua Igreja o dom de numerosos e santos sacerdotes”, concluiu, dirigindo-se aos milhares de peregrinos congregados na praça de São Pedro.
O Papa anunciou a decisão de convocar o ano sacerdotal durante a audiência que concedeu dia 16 de Março passado, aos participantes da plenária da Congregação para o Clero. O tema escolhido para este ano é “Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote”.
Durante o ano jubilar está prevista a publicação de um “Directório para os confessores e directores espirituais” e uma antologia de textos do pontífice sobre os temas essenciais da vida e da missão sacerdotal hoje.
O ano sacerdotal será encerrado pelo Papa no dia 19 de Junho de 2010, com um Encontro Mundial Sacerdotal na praça de São Pedro.

terça-feira, 16 de junho de 2009

“A EXPERIÊNCIA HUMANA”, irmãos na caridade


A Experiência Humana” (“The Human Experience”) é um filme que, certamente, não deixará ninguém indiferente pois pretende mudar o coração de todos quantos o visionarem. Na verdade, trata-se de um intenso documentário sobre o drama da vida real.
Dois jovens irmãos, Cliff e Jeff Azize, viajam pelo mundo procurando respostas para as questões tão existenciais como: ‘Quem é o homem?’ ‘Quem sou eu?’ ‘Qual o sentido da vida?’. Ambos já experimentaram a dureza da vida. Órfãos de mãe e abandonados pelo pai, vivem num refúgio católico de Nova York. É aí que Joseph Campo, voluntário e produtor do documentário, trava conhecimento com os dois manos, convidando-os a participarem nesta aventura humana e cinematográfica.

Volta ao mundo humano
Começando pelo mundo dos desamparados e necessitados da sua própria metrópole, passando pelos órfãos e crianças com deficiências no Peru e acabando junto dos leprosos e doentes de Sida no Gana, é a dor humana na sua diversidade que os Azize tocam, contemplam e vêem transfigurada pela esperança. Mas o que mantém o alento daqueles que sofrem para prosseguir?
No contacto com o ser humano sofredor, pela solidariedade e no diálogo, chegam a uma melhor compreensão do sofrimento. Na promoção do filme é dito que se trata de um "simples despertar para a beleza da pessoa humana e da força do espírito humano." "Não fizemos o filme para nós", diz Joseph Campo, cuja a empresa Grassroots Films recentemente assumiu o compromisso pró-vida. "O objetivo foi mudar os corações e as mentes das pessoas, mas através dos olhos destas."
Lembra ainda que o filme revela que o sofrimento e a sabedoria andam juntos, imbuídos pela graça de Deus. apesar de querer transmitir uma mensagem defensora da vida não o quis fazer explicitamente: "Nós não queremos mencionar as palavras aborto ou pró-vidadi… Não queremos ter uma política ou mesmo uma visão religiosa para que ele (o filme) possa apelar a todos." Eles também não tinham ideia de como seria realmente começar ou terminar, mas apenas deixar que o filme levasse o seu curso.

Uma experiência de fé
Na entrevista concedida à Zenit.org. questionado sobre a experiência mais profunda, Jeff Azize recorda a que viveu nas florestas do Gana: “apesar de enfrentar a morte todos os dias, as pessoas "estavam cheias de fé", e tinha uma motivação para continuar a viver, apesar do seu profundo sofrimento e privações”.
O filme, termina com uma cena muito comovente da vida real, retratando a face humana da vida cristã, concretizada nos actos de autêntico amor, de ajuda aos outros, de perdão porque, afinal, todos somos irmãos.
"Estamos bastante esperançosos que as pessoas apliquem o que aprenderem com este filme nas suas próprias vidas, e operem uma mudança nas suas próprias vidas," disse, finalmente, Azize.

Aguaradamos com expectativa a estreia desse documentário, na esperança que chegue a Portugal. Até lá, vale a pena visitar o site do filme: http://www.grassrootsfilms.com/thehumanexperience/

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segunda-feira, 15 de junho de 2009

ABRE MEUS OLHOS E MEU CORAÇÃO


Querido Pai, ajuda-me a abrir o coração ao dom e à graça do perdão, aceitando-os e correspondendo a eles.
Ajuda-me a amar através do perdão, como Jesus continuamente me ama, dando-me o seu perdão.

Ajuda-me a abrir o coração, a mente, o corpo e a alma ao poder do Espírito Santo, a fim de que Ele possa agir em mim e através de mim como Tu, querido Pai, desejas.
Derrama as tuas bênçãos sobre mim para que eu possa levar outras pessoas à verdadeira vida em Ti através do meu exemplo, assim como Jesus fez.
Ajuda-me a reconhecer a presença de Jesus dentro de mim e dentro daqueles que me rodeiam. Abre os meus olhos e o meu coração para que eu Te veja e Te ame em mim mesmo e nas outras pessoas.

Faço esta oração de bênção para mim, para os membros da minha família e para os meus amigos, querido Pai, a fim de que todos nós possamos caminhar juntos, em paz e harmonia, no teu amor.
Peço tudo isto em nome de Jesus, pelo poder do Espírito Santo, através dos méritos das santas chagas de Jesus, através da intercessão de Maria, dos anjos e dos santos, para a tua maior honra e glória, agora e na eternidade.
Ámen. Aleluia. Ámen.

Pe. De Grandis

quinta-feira, 11 de junho de 2009

CORPO DE DEUS


Esta festa
não é a festa da grandeza de Deus
É a festa da pequenez de Deus
e festa da grandeza do homem.

Hoje Deus caiu ao nada:
uma migalha na boca,
uma gota de sangue
percorrendo o sangue do homem.

Mas o homem é – hoje –
esta criatura infinita
cheia de uma fome e duma sede
que não encontraram nenhum alimento
nos frutos e nas fontes do seu país, (…)
tanto assim
que o Deus imprudente
que deste modo a criou – demasiado grande –
não tem mais remédio,
hoje,
que lançar-se Ele próprio
como pasto desta fome
sem limites.

Marie Noël,
Madrugada Secreta
in Marcos, Lopes Morgado

terça-feira, 9 de junho de 2009

AMAR A DEUS… COM TODO O CORAÇÃO


«Amarás o Senhor, teu Deus,
com todo o teu coração,
com toda a tua alma [...]
e com todas as tuas forças»

cf. Mc 12,28-34


A força da alma reside nas suas potências, impulsos e faculdades. Se a vontade os volta para Deus e os mantém longe de tudo o que não é Deus, a alma reserva para Ele toda a sua força; ama com todas as suas forças, como o próprio Deus lhe manda. Buscar-se a si mesmo em Deus é buscar as doçuras e consolações de Deus, e isto é contrário ao puro amor de Deus. É um grande mal ter em vista os bens de Deus e não a Deus mesmo, a oração e o desprendimento.
Há muitos que procuram em Deus as suas próprias consolações e gostos, e desejam que Sua Majestade os encha dos Seus favores e dons, mas o número dos que se esforçam por agradar-Lhe e oferecer-Lhe algo de si mesmos, rejeitando qualquer interesse próprio, é muito pequeno. São poucos os homens espirituais, mesmo entre os que temos por muito avançados na virtude, que conseguem uma perfeita determinação de fazer o bem. Não chegam nunca a renunciar por completo a si mesmos em algum aspecto do espírito do mundo ou da natureza, nem a desprezar aquilo que se pensará ou dirá deles, quando se trata de cumprir, por amor a Jesus Cristo, as obras da perfeição e do desprendimento. [...]
Aqueles que amam só a Deus não caminham nas trevas, por muito pobres e privados de luz que possam ver-se aos próprios olhos. [...] A alma que, no meio das securas e abandonos, conserva sempre a sua atenção e solicitude em servir a Deus poderá sofrer, poderá temer não conseguir, mas, na realidade, oferecerá a Deus um sacrifício de agradável odor (Gn 8, 21).

São João da Cruz (1542-1591),
carmelita, Doutor da Igreja,
«Avisos e Máximas»

domingo, 7 de junho de 2009

SANTÍSSIMA TRINDADE


Não é possível conhecê-l'O para depois O amar; é preciso começar por amá-l'O, ansiar por Ele (…). Deste anseio ou fome de divindade surge a esperança; desta, a fé e da fé e da esperança, a caridade.
O Deus da fé é pessoal; é pessoal porque inclui três pessoas, uma vez que a personalidade não se sente isolada. Uma pessoa isolada deixa de ser pessoa. A quem, com efeito, amaria? E se não ama, não é pessoa nem consegue amar-se a si mesma sendo simples e sem se desdobrar pelo amor.
(…)
A razão, a cabeça, diz-nos: ‘Nada!’; a imaginação, o coração, diz-nos ‘Tudo!’; e entre nada e tudo, fundindo-se o tudo e o nada em nós, vivemos em Deus, que é tudo, e vive Deus em nós, que sem Ele somos nada… E de tal modo esta necessidade vital arranca das entranhas do homem… que os que não crêem n’Ele acreditam em qualquer deusinho… O Deus de quem temos fome é o Deus a quem rezamos, o Deus do pater noster; o Deus a quem pedimos, antes de mais e acima de tudo – dêmo-nos conta ou não – que nos infunda fé, fé n’Ele mesmo, que nos faça crer n’Ele, que se faça Ele em nós… E esse é o Deus do amor.”

Miguel Unamuno
em Del sentimiento trágico de la vida

sábado, 6 de junho de 2009

SÃOZINHA, uma vida doada pelo pai


Maria Conceição Frões Gil Ferrão de Pimentel Teixeira, de seu nome completo, nasce no dia 1 de Fevereiro de 1923, em Coimbra, onde o seu pai finaliza os estudos em medicina. Findo o curso, o pai estabelece-se em Abrigada, próximo de Lisboa. Poderia ter escolhido melhor, diz-se, mas preferiu optar por estar o mais próximo possível dos seus pacientes, fugindo ao anonimato das grandes cidades. A família não passa mal, pois são descendentes da velha aristocracia, tendo inclusive como antepassado o novo santo português, Nuno de Álvares Pereira.
O pai é idealista e generoso, a mãe é terna e piedosa, um lar perfeito para a jovem Maria Conceição - Sãozinha como passa a ser chamada.
Na escola, ela revela-se precoce e excelente, não apenas nos estudos como também na dedicação e ajuda discreta que dispensa às suas companheiras.
Da sua mãe, recebe a devoção especial a Santa Teresa do Menino Jesus (Santa Teresinha) que acabara de ser canonizada em 1925.
De 1935 a 37, Maria Conceição, completa a sua formação no colégio das Doroteias, em Lisboa. De uma piedade rara, comunga diariamente ao mesmo tempo que se investe na catequese e na visita aos doentes e moribundos.

A vida como missão
Sãozinha multiplica orações e sacrifícios sobretudo depois de descobrir que o seu pai não vive nem pratica a sua fé. As desculpas da falta de tempo ou influências da mentalidade positivista da faculdade de Coimbra não a satisfazem. Escreve a uma amiga: “Se Deus me enviasse uma grande provação, fosse até o dom da minha própria vida, pela conversão de meu querido pai, eu a acolheria sem hesitar”.
A jovem esconde a sua tristeza atrás da alegria que irradia para todos. O pai, por sua vez, considera um capricho da filha as suas tentavas de reconduzi-lo à fé. Ama-o, no entanto profundamente.
Abril 1940. Maria Conceição é atingida pela febre tifóide. Hospitalizada em Lisboa tudo se tenta para salvá-la. Ela, sabe que Deus escutou a sua prece. Durante dois meses, luta contra a doença, oferecendo a Deus todo o sofrimento pela conversão do pai.
Falece serenamente o dia 6 de Junho de 1940, com apenas dezassete anos.
O pai converte-se, finalmente. Um mês após a morte da filha, confessa-se. Depois, regressa à prática sacramental frequente. Até à sua morte, trinta anos mais tarde, edificará toda a gente com a sua piedade, zelo apostólico e humildes tarefas que desempenhará com todo o coração no santuário de Fátima ao serviço dos doentes e onde participará todos os anos nos retiros dos médicos católicos.

O povo, esse, não se fará rogado na hora de considerar a santidade da jovem Maria Conceição, que todos tratam por Sãozinha. Em 1949, independentemente da influência da família, será erecta uma capela para acolher a sepultura da “Florzinha” de Abrigada, cuja causa de beatificação foi introduzida em 1990.

DAR(-SE) POR AMOR


«Ela, da sua penúria, deu tudo»
cf. Mc 12,38-44
Vivo sem viver em mim;
e minha esperança é tal,
que morro de não morrer.

Vivo já fora de mim
desde que morro de amor;
pois vivo no Senhor
que me quis para Si.
Quando Lhe dei o coração,
nele inscreveu estas palavras:
morro de não morrer. [...]

Ah! que triste é a vida
que não se alegra no Senhor!
E, se o amor é doce,
não o é a longa espera;
livra-me, meu Deus, desta carga,
mais pesada que o aço,
pois morro de não morrer.

Vivo só da confiança
de que um dia hei-de morrer,
pois pela morte é a vida
que a esperança me promete.
Morte em que se ganha a vida,
não tardes, que te espero,
pois morro de não morrer.

Vede como é forte o amor (Cant 8,6);
ó vida, não me sobrecarregues!
Vê o que apenas resta:
para te ganhar, perder-te! (Lc 9,24)
Venha ela, a doce morte!
Que minha morte venha bem cedo,
pois morro de não morrer.

Esta vida lá do alto,
que é vida verdadeira,
até que morra a vida cá de baixo
enquanto se viver não se a tem.
Ó morte, não te escondas!
Que viva porque morro já,
pois morro de não morrer.

Ó vida, que posso eu dar
a meu Deus, que vive em mim,
senão perder-te, a ti,
para merecer prová-Lo!
Desejo, morrendo, obtê-Lo,
pois tenho tal desejo do meu Amado
que morro de não morrer.

Santa Teresa de Ávila (1515-1582),
carmelita, Doutora da Igreja,
Poema «Vivo sin vivir en mí»
in www.evangelhoquotidiano.org

sexta-feira, 5 de junho de 2009


“O Evangelho não dá resposta imediata aos problemas sociais:
resolve-os transformando os homens.”
Hammam
+

quinta-feira, 4 de junho de 2009

QUANDO O POUCO SE TORNA TUDO

Adivinha do dia: Qual a relação entre uma praça, um barco e um queijo ?
Reconheço, esta é difícil.
A única relação aparente é a coincidência de datas.

Neste dia 4 de Junho, em 1989, na praça Tianamen de Pequim (China) acontecia a repressão militar contra os estudantes que, ao longo de várias semanas, reivindicavam reformas democráticas no país. O número de vítimas nunca foi divulgado (fala-se em mais de um milhar). Ficou-nos a imagem simbólica de um dos manifestantes que bloqueou a progressão de uma coluna de tanques militares.
Curiosamente 50 anos antes, em 1939, outra página infeliz da nossa história humana: o barco St Louis com 963 judeus, que fugiam de Hitler e das atrocidades da guerra mundial na Europa, não recebeu a autorização necessária para aportar na Florida, depois de já ter sido rechaçado na ilha de Cuba. Não houve outra alternativa senão o regresso à Europa. Boa parte dos passageiros acabará nos campos de concentração, com o desfecho fatal conhecido de todos.

E o queijo ?(Não vá eu perder a memória por causa disso!)
Mesmo não parecendo, a história do queijo salva esta data de 4 de Junho.
Segundo consta, no longínquo ano de 1070, “inventou-se” acidentalmente o famoso queijo Roquefort (aquele “bolorento” azul, estão a ver!?) tão apreciado em França e mundialmente conhecido.
Reza a lenda que um pastor, mais preocupado em correr atrás de saias que de ovelhas, deixou esquecido numa gruta a sua merenda de pão e queijo. Alguns meses depois, o “Penicillium roqueforti” já tinha feito das suas transformando o queijo em Roquefort…
A gruta virou fábrica de confeição queijeira, dado a cada vez maior procura de tal iguaria.
É o “Penicillium”, antibiótico natural, que está na origem do “bolor” azul do Roquefort. Antes da descoberta da penicilina por Alexander Fleming, os pastores tinham como hábito tratar das feridas aplicando este queijo.

Além da data, qual a relação da praça, do barco e do queijo?
Perante tantos erros humanos que resultam em tragédia, há que reconhecer que na sua cega ambição de grandeza, controlando tudo e manipulando todos, o homem nem sempre avança e acaba por se negar a si próprio. Pelo contrário, aquilo que tantos chamam de sorte, destino ou coincidência e que prefiro apelidar de providência divina, torna-se verdadeira dádiva para a humanidade.
É que no desenfreado progresso científico, económico e militar, existe pouco espaço para o amor. Isso explica as tragédias acima referidas. O amor, é verdade, por si só não traz bem-estar material, nem cura doenças, nem tão pouco conquista poder. O mesmo se pode dizer da fé e da nossa relação com Deus que, para alguns, parece “bolorento” demais para a nossa modernidade. No entanto, esse bolor, essa quase insignificância do amor ao outro e a Deus, pode transformar e curar a nossa vida, tal como um certo bolor de queijo, afinal o mais famoso do mundo.
Vai uma aposta!?

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Relíquias de Santa MARIA MARGARIDA ALACOQUE na GUARDA


Estão presentes na nossa diocese as relíquias de Santa Maria Margarida Alacoque.
Para comemorar os 50 anos da inauguração do Santuário Nacional de Cristo Rei, entre os dias 7 de Maio e 25 de Junho, as relíquias d referida santa percorrem o nosso país. O principal objectivo desta iniciativa é despertar as comunidades cristãs a redescobrir a mensagem do Coração de Jesus, uma mensagem de paz, de amor e de reconciliação.
As relíquias de Santa Margarida Maria não são objecto de adoração, mas apontam-nos para a radicalidade do amor de Deus que já se manifestou em nós.

Santa Maria Margarida
A partir de 1673, Jesus manifestou-se a Maria Margarida, uma jovem francesa. Numa visão, Cristo apareceu com o peito aberto apontando com o dedo o seu coração e exclamou: "Eis o Coração que tem amado tanto aos homens a ponto de nada poupar até exaurir-se e consumir-se para demonstrar-lhes o seu amor. E em reconhecimento não recebo senão ingratidão da maior parte deles". Margarida Maria Alacoque, era assim escolhida por Jesus para ser a mensageira do Sagrado Coração, religiosa das monjas da Visitação em Paray-le-Monial.
No último período de sua vida, teve a consolação de ver propagar-se a devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Morreu em 17 de Outubro de 1690, aos 43 anos de idade. Foi canonizada em 1920.

terça-feira, 2 de junho de 2009

ALEGRIA PLENA EM DEUS


«Assim, a vossa alegria será completa»
cf. Jo 16,23-28

Meu Senhor e meu Deus, esperança e alegria do meu coração, diz a esta minha alma se a alegria em que está é essa de que nos dizes, pelo Teu Filho: «Pedi e recebereis. Assim, a vossa alegria será completa». Encontrei, com efeito, uma alegria plena, e mais do que plena, porque o coração, o espírito, a alma, todo o meu ser, ao estar dela repleto, tê-la-á em abundância e sem medida. Não é ela que entrará nos que se alegram; mas serão estes quem, com todo o seu ser, nela entrarão.
Fala, Senhor! Diz a este teu servo, ao mais profundo do seu coração, se o que sinto é mesmo a alegria em que entrarão todos aqueles que provarão a própria glória do seu mestre (Mt 25, 21). Mas essa alegria que os teus servos desfrutarão é algo «que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, o coração do homem não pressentiu» (1Co 2, 9) [...]. Peço-Te pois, meu Deus, que me concedas conhecer-Te, amar-Te, para que em Ti eu esteja em alegria.
E se nesta vida tal não puder plenamente, faz com que eu caminhe sempre até nela entrar em plenitude, um dia. Que, aqui na Terra, aumente sempre o conhecimento que tenho de Ti, para que possa chegar à plenitude onde estás. Que o meu amor por Ti cresça, aqui, para ser total nas alturas. Que agora a minha alegria seja imensa em esperança, para ser depois total em realidade. Senhor, através do Teu Filho ordenas-nos que peçamos, e prometes-nos que receberemos, para que a nossa alegria seja perfeita [...]. Faz aumentar a minha fome dessa alegria, para que eu nela entre!

Santo Anselmo (1033-1109),
monge, bispo, Doutor da Igreja,
Proslogion, 26

segunda-feira, 1 de junho de 2009

S. JUSTINO, da busca ao encontro da Verdade


Justino nasceu na Samaria, por volta do ano 100. Os seus pais eram pagãos de origem grega tendo-lhe dado uma educação grega clássica em história, poesia, retórica e psicologia.
Na realidade, foi o interesse de Justino pela filosofia que o levou a alargar a sua curiosidade acerca do cristianismo. Ficou impressionado com aquilo que lia e ouvia sobre a nova religião. Justino também foi testemunha da coragem extraordinária dos mártires cristãos e sentiu a alegria daqueles que tinham aceitado Jesus nas suas vidas.
Acabou por converter-se ao cristianismo quando tinha cerca de 30 anos, embora continuasse a seguir muitos ensinamentos dos filósofos gregos, como Platão.
Por volta do ano 150, Justino foi viver para Roma onde fundou uma escola cristã e escreveu algumas das suas obras mais importantes, defendendo a sua fé em termos filosóficos.
Justino, estimulado pelo debate intelectual, discutia frequentemente acerca do cristianismo com filósofos e professores de religião. Uma vez, teve uma grande discussão com um pensador cínico chamado Crescêncio e, com sucesso, rebateu toda a sua argumentação, humilhando-o publicamente.

Um cristão leal

Pouco depois, Justino e seis dos seus alunos foram presos por se terem recusado a fazer sacrifícios aos deuses pagãos, provavelmente denunciados por Crescêncio às autoridades. Levado à presença do prefeito romano, Justino recusou a suspensão da execução à condição de uma retractação. Todos foram açoitados e, por fim, decapitados de acordo com a lei romana. Pensa-se que, posteriormente, alguns cristãos tenham recolhido os seus cadáveres, enterrando-os em segredo.

No seu rasto
Nos tempos de Justino, os cínicos eram um grupo de filósofos que desprezavam as pessoas com crenças idealistas, afirmando só se enganam a si próprias. Embora já não estejam organizados num única escola de pensamento, muitos cínicos – pessoas que desvalorizam as crenças dos outros – ainda existem.
Apesar daqueles que questionam a existência de Deus, a religião continua a ser uma força positiva no mundo, encorajando as pessoas a pôr de lado o egoísmo e a ajudarem-se umas às outras.
Talvez conheças alguns cínicos que ponham em causa os teus compromissos religiosos que para ti são justificados e válidos. Não precisas de uma educação formal em filosofia para defender a tua posição com fundamentos claros e manter as tuas convicções.
Recorda:
- Acreditar em Deus não significa provar a Sua existência, mas sim ter fé mesmo sem provas físicas;
- A fé é tua. Não hesites em exprimi-la em palavras e actos. Deixa que as tuas acções sejam exemplos vivos para os outros de como Deus guia a tua vida. Este será o teu melhor argumento.

Para rezar:
Deus omnipotente e eterno,
que encontraste o teu mártir Justino
errante de professor em professor,
em busca do Deus verdadeiro,
e lhe revelaste a sublime sabedoria da tua Palavra eterna:
concede a todo aquele que Te procura,
ou deseja um maior conhecimento de Ti,
possa encontrar e ser encontrado por Ti;
por Jesus Cristo Nosso Senhor,
que vive e reina contigo
na unidade do Espírito Santo,
um Deus, para todo o sempre.

Adaptado de “Pessoas comuns, vidas extraordinárias”