quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A VERDADEIRA PAZ


"Sereis detestados por causa do meu nome,
mas nem um cabelo da vossa cabeça se perderá"
cf. Lc 21,12-19

Jesus prometia sempre a paz aos seus discípulos, antes da sua morte e após a sua ressurreição, sempre a paz (Jo 14,27; Lc 24,36). Os discípulos nunca obtiveram esta paz vinda do exterior mas acolheram a paz na luta e o amor no sofrimento; e na morte encontraram a vida. E encontraram sempre um jubiloso triunfo quando, antes dessa morte, os interrogavam, julgavam, condenavam. Eram verdadeiras testemunhas.

Sim, há muitos homens que estão totalmente cheios de mansidão no corpo e na alma, a ponto de estarem penetrados dela até à medula e até às veias, mas, quando chegam o sofrimento, as trevas, a dispersão interior, já não sabem para onde ir. Param de repente e daí não lhes vem nada. Quando chegarem os terríveis furacões, o deserto interior, a tentação exterior do mundo, da carne ou do Inimigo, aquele que souber passar através disso encontrará a paz profunda que ninguém lhe poderá arrebatar. Mas quem não tomar este caminho fica para trás e nunca saboreará a verdadeira paz. Eis quais são as verdadeiras testemunhas de Cristo.

Jean Tauler (1300-1361),
dominicano em Estrasburgo


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